Passeio na neve
Depois de uma semana do acidente com a coruja explosiva, neve começava a cair em Hogwarts. O gramado estava já estava coberto e Willian, Allison e Matthew voltavam tremendo da aula de Herbologia.
_ Será que vão cancelar o jogo de hoje? _ perguntou Matthew analisando a espessura da neve no gramado _ Não seria uma má idéia passar o final de tarde em frente a lareira tomando chocolate quente e comendo um dos bolos da minha avó.
_ É mesmo. _ concordou Allison _ Mas se eles adiarem agora, talvez não poderemos jogar por mais de um mês... Ouvi dizer que esse ano o inverno vai ter neve de sobra.
_ Que bom... _ resmungou ironicamente Willian _ Era tudo o que eu queria! Passar o inverno inteiro trancado na sala comunal ou em salas de aula.
_ Então teremos que aproveitar muito bem nossa visita à Hogsmeade amanhã! _ comentou Allison animadamente subindo os degraus de entrada da escola arrastando a capa molhada.
***
A neve não tinha dado trégua mesmo. Tão pouco os professores em anularem o quadribol.
_ É um teste de resistência, afinal? _ perguntava Matthew irritado arrastando os pés pela neve segurando sua SSF no ombro.
Eles entraram no vestiário da sonserina onde todos os outro jogadores já encontravam-se discutindo as táticas para o jogo.
_ Até que enfim! _ ralhou David Malcoln, o capitão do time.
_ Estávamos atolados na neve! _ falou Willian de mau humor.
_ Quero você vestidos com os uniformes de inverno em três minutos!
Os três se dispersaram para pegar os seus uniformes. Willian sentiu-se agradecido por ter de colocar as vestes com um feitiço para mantê-las sempre aquecidas. Até seu ânimo para o jogo parecia aquecer juntamente com seu corpo. Mas logo uma voz conhecida e irritante fez ele lembrar-se do seu mau humor.
_ Oi Will! Por que ainda não falou comigo? Desde o começo das aulas que eu não consigo falar com você...
_ Já pensou na possibilidade de eu não querer falar com você, Mariah? _ perguntou ele monotonamente fechando o seu armário e olhando para a garota de cabelos castanhos e grandes olhos escuros.
Mariah Fawcett estava no quinto ano e era a Segunda batedora da sonserina. Ela morava perto d'A Toca e era amiga de infância de Matthew. Quase sempre ela e sua mãe iam visitar a avó Weasley e com certeza era convidadas especiais para esse natal. Matthew já havia falado qualquer coisa de a mãe de Mariah ser um amiga da sua tia sumida.
_ Hunf! Não precisava ser grosso! Agora vou ter que deixar meu bastão escorregar na sua cabeça sem querer...
_ Me desculpa _ disse ele com um meio sorriso, e tentou continuar dizendo algo que não provocasse a colega antes do jogo _ pronta para derrubar todos aqueles bebês chorões da Grifinória novamente esse ano?
_ E como! _ ela entregou para ele as suas luvas especiais de batedores.
_ Vamos! O jogo já vai começar! _ chamou o capitão
Quando eles saíram, depararam-se com um nevoeiro que fechava toda a visão do campo.
_ Quem vencer esse jogo merece a taça. Não é mesmo Will? _ perguntou Allison montando em sua vassoura e levantando vôo.
***
A neve dificultou a partida, mas não a tornou impossível. Allison conseguiu marcar dois gols e no momento em que a artilheira da Grifinória, Jane Wood, marcou o seu sexto gol, os jogadores finalmente notaram que Matthew acenava freneticamente sinalizando que já havia capturado o pomo.
As comemorações na Sonserina duraram até altas horas, com consentimento do professor responsável. E no outro dia, mesmo sonolentos e com u m frio desencorajador fora do castelo, nenhum aluno com permissão para ir a Hogsmeade ficara na escola. A expectativa de passarem o inverno inteiro trancados, animava todos para um passeio.
Willian e os amigos saíram rindo do três vassouras, onde ganharam cerveja amanteigada de graça da tia de Matthew para comemorarem a vitória no quadribol.
Já estava quase na hora de voltarem e Matthew queria passar em casa antes da escola para dar um olá aos avós que sempre apareciam no Sábado e ganhar alguns doces de presente.
_ Com certeza a vovô irá trazer nosso novo estoque de tortas de caldeirão para esse inverno! Tomara que ela traga algumas daquelas barras de chocolates! _ comentou Matthew, com as orelhas vermelhas pelo excesso de risos e comemorações do bar, e exclamou de repente _ Talvez ela convide vocês para passar o Natal n'A Toca! Eu já tinha comentado isso com ela.
_ Que bom! _ disse Allison rindo _ Adoro a casa de seus avôs! Será que poderíamos coloca-la no jornal na seção de Estranhos e c Curiosos?... Brincadeira! _ acrescentou ela ao ver as cores sumirem das orelhas do amigo.
_ Eu adoraria não ter que passar o Natal no orfanato esse ano... Só o Kenny irá ficar chateado com isso, mas só até eu mandar uma daquelas barras de chocolate de presente para ele! _ comentou Willian ainda rindo.
_ Ei! O que é aquilo? _ perguntou Allison quando eles dobraram a esquina que dava para a entrada do bosque do povoado.
Havia um amontoado negro estirado na neve a frente da entrada do bosque. Allison correu até lá e foi seguida pelos outros dois. Mas logo ela parou horrorizada ao perceber do que se tratava do corpo de alguém totalmente carbonizado.
_ É um aluno! _ disse Willian apontado para os pedaços chamuscados e ainda reconhecíveis das vestes.
_ Per Merlin! _ exclamou Matthew quase sem voz _ Quem fez isso?!
Allison caiu de joelhos na neve começando a soluçar sem conseguir tirar os olhos do corpo.
_ Temos que buscar ajuda! _ Matthew começava a se desesperar.
_ Chame seus pais, Matthew! Eu vou levar a Allison de volta para a escola! Rápido!
O garoto correu o mais rápido possível, tropeçando na neve, em direção à sua casa.
_ Calma, Alli! Levanta e vamos sair daqui!
_ E-eu não consigo. _ ela gaguejou soluçando ainda mais.
_ Vamos. Eu te ajudo.
Ele a segurou firmemente, mas antes mesmo de ele tentar a erguer, ela desmaiou em seu braços.
_ Alli?! Alli?! _ ele tentou a acordar desesperado _ Ah, meu Merlin! O que eu faço?!
Sem pensar duas vezes, ele a pegou nos braços e a levou para a casa de Matthew ,que era mais perto.
***
Willian estava sentado na enfermaria com uma Allison ainda soluçante ao seu lado. Os aurors haviam os encontrado no meio do caminho e os levaram de volta para a escola.
A movimentação em Hogwarts aumentara de uma modo assustador agora. Os alunos que estavam na cidade foram trazidos de volta às pressas. E equipes de jornais bruxos estavam em peso na cidade para apurar o que estava acontecendo.
William olhava concentrado para o chão tentando escutar qualquer pedaço de conversa que trouxesse alguma informação de o que estava acontecendo. Allison parou de chorar de repente e Willian a olhou preocupado.
_ Está melhor? _ ele perguntou.
_ Um pouco _ ele fungou e enxugou as lágrimas que ainda teimavam em cair, _ E só não imaginava que ... veria..
Ela recomeçou a soluçar e Willian não sabia o que fazer.
_ Calma! _ ele pediu e se surpreendeu quando ela o abraçou repentinamente.
Sem jeito ela a abraçou também enquanto ela falava tudo ao mesmo tempo:
_ Eu tenho que me acostumar com isso porque eu quero mesmo ser uma jornalista e ainda vou ver coisa pior! Mas só que eu não sei se vou conseguir! Eu não sabia o que fazer! Eu não faço a mínima idéia de como desmaiei! Eu não podia ter desmaiado! Eu...
_ Alli! Pára! Calma, não precisa ficar assim. _ William pedia desesperado.
Ela o soltou e não olhava fixamente para nada:
_ Eu quero falar! Se um dia eu trabalhar em um jornal eu preciso ser forte! Eu n\'e3o sei o que deu em mim! Eu não devia ter deixado me abalar daquele jeito!
_ Alli, olha para mim! _ ele tentou encobrir a voz dela.
Ela parou de falar e o encarou.
_ Calma, ok?
_Mas é verdade, Will. _ ela murmurou com os olhos ficando rasos de lágrimas novamente. _ Eu tenho que...
William queria fazer ela parar de falar mas não sabia como. Ela parecia que iria ter um colapso se não parasse. Se pensar muito ele a beijou. Ela picou confusa, mas correspondeu o beijo.
_ Alli! Você está...
Os dois se separaram rapidamente e olharam para Matthew que havia entrado na enfermaria
_... bem? _ terminou ele olhando abobado de Willian para Allison _ Atrapalhei alguma coisa?
Allison parecia não pode falar mais nada agora, mas William respondeu por ela:
_ Ela ainda está meio chocada, mas...
_ Mas você arranjou um jeito de acalmá-la, né? _ e acrescentou ao ver o olhar triste de Allison _ Tudo bem, eu ... vou voltar para a sala comunal.
Depois que Matthew saiu, Willian tentou explicar-se para Allison, mas nenhuma frase decente vinha na sua cabeça.
_ Des-desculpa Alli, eu... é que você não parava de falar e... com tudo isso eu...
Allison balançou a cabeça como se dissesse que estava tudo bem e levantou-se da cadeira dizendo:
_ Eu também vou para o dormitório _ ela começou a andar cambaleante.
_ Cuidado! _ Willian tentou ajudá-la quando ela tropeçou e agarrou-se na parede para não cair.
_ Não precisa. Eu consigo Aaaahhh!
Ela quase caíra, se Willian não a tivesse pego a tempo...
Ela o olhou nos olhos e os dois ficaram vermelhos.
_ É... ela desviou o olhar _ Me ajuda então só até a sala comunal?
Ele confirmou com um aceno de cabeça.
Durante o trajeto até a sala comunal, Willian pensou na reação do amigo. Aquilo realmente não era bom. Ele sabia que Matthew não iria agir como se não tivesse visto nada, mas que na realidade ele ficaria magoado por um bom tempo. Então ele resolveu cortar silêncio:
_ Alli, é... sobre o que aconteceu... não comente mais nada, muito menos para o Matthew porque ele...
Ela virou-se e encarou Willian segurando o seu rosto entre as mãos. Willian olhava surpreso para os olhos azuis dela e um calor lhe subiu pelo corpo. Ela aproximou-se lentamente do rosto dele e seus lábios se encontraram. Ele não entendeu direito por que ela estava fazendo aquilo, mas não quis parar. Então ela o soltou delicadamente e sorriu.
_ Este é o nosso segredo, então... ainda vai me ajudar?
_ Claro!_ ele sorriu e os dois seguiram caminho.
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