Ataques



Ele estava dentro do carro novamente, mas agora o seu urso boiava na água que subia rapidamente. Um choro de criança estourava seus tímpanos quando o vidro da janela se quebrou e uma mão o segurou, antes do carro afundar completamente na água. E antes de afundar, ele viu o rosto da mulher que estava no banco da frente e gritou.
_Willian... WILLIAN! Acorde!
_O quê?! _ Willian perguntou olhando assustado para os lados.
_Você estava tendo um pesadelo... _ disse Matthew e acrescentou ao ver a cara intrigada do amigo _ o que foi?
_ Desta vez foi diferente... _ ele murmurou tentando lembrar-se do que vira.
_ Não foi o mesmo da mulher?
_ Não, não...ela estava lá, mas... não do jeito que eu a via antes...
_ O que você vai fazer, cara? Isso não é normal. A Allison diz que nas aulas de adivinhação esses sonhos que ficam se repetindo são...
_ Deixa pra lá, Matthew. _ ele cortou o amigo _ Aquela professora de adivinhação é lunática! E a Allison também por acreditar nela... Vamos voltar a dormir. Amanhã vamos ter que acordar cedo para acabar aquela pergaminho do professor Potter.
Mas Willian não conseguiu dormir. Por mais que tentasse deixar a mente vazia, esses pesadelos voltavam. Não conseguia lembrar do rosto da mulher do carro, mas sabia que era aterrorizante... Willian nunca soube nada sobre seus pais, e algo lhe dizia que aquele pesadelo tinha alguma coisa a ver com ele. Será que seus pais morreram assim?
E finalmente, depois de uma hora, ele adormeceu com a imagem de um urso boiando na água.
***
O Salão Principal naquela manhã de trinta e um de outubro estava tenso. Havia várias pessoas do ministério andando de um lado para o outro, enquanto os alunos se sentavam para tomar café.
A primeira aulas deles seria de Defesa Contra as Artes das trevas, aula que Willian mais odiava na escola. Quando entraram na sala de aula, O Prof. Potter já estava sentado na sua mesa e ao seu lado estava o pai de Matthew.
_ É o que eu disse Harry. _ ele tentava sussurrar para os alunos não escutarem _ Vão ser tomadas medidas drásticas quanto a isso. É melhor prevenir do que remediar. Bom, acho que você tem que dar aulas agora... Nos vemos mais tarde, então. _ ele falou saindo em direção a porta e cumprimentando seu filho e Willian em seguida. Allison chegou alguns minutos depois e sentou-se do lado deles, nas últimas carteiras.
_ Não gosto de sentar aqui atrás... _ ela resmungou olhando para o professor _ Mas tenho uma coisa para mostrar a vocês. _ ela estendeu-lhes o jornal Hogwarts Semanal com suas reportagens e com uma história imensa sobre a família Malfoy. Willian viu a fotografia que ele tirara onde o Prof. Potter estava acenando alegremente. Willian fez uma careta e voltou-se para frente notando que o Prof. Potter o encarava.
_ Algum problema, Sr. Usher?
_ Não exatamente professor.
O professor continuou o encarando e disse logo em seguida:
_ Menos cinco pontos para a Sonserina pela sua falta de atenção e quero conversar com você depois da aula.
_ Detenção?! _ Willian não pode conter-se.
_ Veremos isso Sr. Usher e agora fique em silêncio por favor, ou perderá mais pontos para sua casa.
O garoto ficou calado durante toda a aula remoendo sua raiva pelo professor. Quem ele pensava que era? A sua fama não lhe dava o direito de ser cruel com seus alunos! Acalmou-se um pouco quando Allison lhe passou um pedaço de pergaminho onde ela pedia para ele se acalmar. Geralmente ela não demonstrava sua preocupação com os amigos dessa maneira. Ele olhou para o lado e quando viu que Matthew os observava, baixou os olhos para seu próprio pergaminho e começou a copiar a matéria do quadro.
Parecia ter passado séculos quando finalmente a aula terminou e Willian dirigiu-se até a mesa do professor.
_Ah! Sim... Me acompanhe...
O Professor esperou até todos os alunos saírem e começou a falar:
_ Então Sr. Usher, _ ele o estava encarando com aqueles ridículos olhos verdes por de trás do óculos e Willian amaldiçoou a mesa por não ter nenhum objeto por perto para atirar nele _ Você está com um sério problema de comportamento na minha aula. Conversei com outros professores e eles me informaram que você é um aluno regular nas classes deles. Talvez devêssemos conversar sobre isso... Quer me dizer alguma coisa?
Willian o encarou desafiadoramente, mas não consegui encontrar uma resposta com fundamentos para devolver ao professor.
Ele oi salvo pelo pai de Matthew, que entrou na sala abrindo a porta com violência.
_ Harry! Ainda bem que te encontrei! Eu queria te avisar.... _ ele percebeu Willian na sala _ Anh...Desculpa, Harry... Ocupado?
_ Não tem problema Rony. O Sr. Usher pode esperar aqui... Sabe esperar, não sabe? _ perguntou ele lançando um sorriso irônico ao garoto.
_ Sei. _ respondeu o garoto revirando os olhos.
_ Ótimo. _ e ele fechou a porta ficando encostado nela.
Willian percebeu que os dois ficaram no corredor mesmo, e concentrou-se para ouvir sobre o que eles estavam conversando.
_ Como isso pode acontecer?! Mais um aluno daqui?
_Não. Era um aluno da França, que estava sendo transferido para cá. Foi morto dentro de um trem. O pior não é isso... ele não foi morto por um feitiço rápido e sim torturado até parar de respirar.
_ Conseguiram pegar quem o matou?
_ Sim... e você não vai acreditar quando eu lhe disser. Lembra-se de Crabble e Goyle?
_O que?! Eles?!
_ Infelizmente perdemos Goyle. Tentou lutar e fugiu. Acabou caindo de um penhasco, não sobrou muita coisa reconhecível dele. Já Crabble está detido e foi interrogado hoje. Mais tarde vão mandar um relatório para nós e eu trago uma cópia para você.
_Que estranho... Será que o Malfoy está metido nisso?
_Pelo que eu sei do depoimento, ele morreu ha mais de quatro anos...
_Tem certeza?
_São as únicas informações que temos... Bom, era isso. Queria te deixar informado de tudo o mais rápido possível. É melhor você dar uma passada lá em casa hoje é noite... O que houve com o Willian? Se o Matthew e ele aprontaram outra pode...
_Nada de mais, Rony. Seu filho é um mau exemplo de sonseriano, mas já o Willian...
_ Eles não te lembram alguém? _ perguntou Rony rindo.
_ Mas eu te garanto que nenhum de nós era parecido com esse.
_ Pois acho ele muito parecido com alguém.
_ E quem?
_ Não sei direito... _ respondeu ele pensando _ Talvez um dos gêmeos.
O professor riu e se despediu do amigo. Entrou novamente na sala e disse rapidamente para o garoto antes de começar a remexer em seus documentos:
_ Pode voltar para a sua sala comunal. Mas ainda não terminamos essa conversa, ouviu?
Willian saiu sem nem ao menos fechar a porta.
****
Mesmo na hora do jantar ainda haviam muitos aurors andando pelo salão. Willian ainda não conseguia entender o que significava essa intervenção do ministério na escola. Hogwarts não era, como o prof Potter havia falado em um de suas aulas, um lugar mais seguro que até mesmo Gringotes?... Até Allison com o seu entusiasmo para conseguir uma nova matéria para O Coruja não conseguia arrancar nada novo de ninguém.
_ Hunf! _ ela sentou-se pesadamente entre os amigos _ Nada! O que custa eles no contarem só um pouquinho?
_ Calma, Alli. _ disse Matthew coma boca cheia de torrada.
_ Precisa falar assim? _ reclamou a garota.
_ Logo eles falam alguma coisa. Esse movimento não é normal e eles não podem esconder o verdadeiro motivo por muito tempo. A diretora sabe que não somos trasgos para não perceber que algo muito errado está acontecendo. _ comentou Willian enchendo novamente o seu copo com suco de abóbora.
_ Mesmo assim... _ ela suspirou começando a se servir.
Nesse instante uma coisa mais estranha ainda chamou a atenção de todos os que estavam no salão: uma coruja desceu planando do teto encantado e seguiu em direção a mesa dos professores, diretamente para o prof Potter.
Willian estreitou os olhos para tentar confirmar o que via. A coruja não batia as asas e parecia um tanto "empalhada". Mas sua atenção foi para o professor que levantou subitamente com a varinha em punho e gritou junto com o pai de Matthew e mais alguns aurors:
_ IMPEDIMENTA!
No mesmo instante em que foi detida, a coruja explodiu e espalhou chamas entre as mesas das casas. Willian cobriu os olhos ates que as chamas o atingi-se, mas vários gritos irrompera a sua volta. Alunos foram atingidos e gritavam desesperados sem saberem o que fazer.
A coruja havia explodido bem próximo de onde Willian se encontrava, fazendo-o se encolher para proteger o rosto.
Quando os gritos começaram ele olhou em volta assustado procurando ver se as chamas haviam atingido Allison ou Matthew. Allison havia chamuscado as veste, pelo que parecia ela se jogara em baixo da mesa bem a tempo. Fora ela, parecia que mais nenhum aluno da sua mesa havia sido atingido, enquanto das outras vinham desde choramingos a gritos histéricos.
_ Vocês estão bem? _ ele perguntou ajudando Allison a se levantar.
Eles confirmaram com um aceno de cabeça e voltaram a olhar espantados para a confusão no salão. Aurors corriam por todo o salão socorrendo alunos atingidos, alguns com graves queimaduras.
_ O que foi isso? _ perguntou Allison sem tirar os olhos do prof Potter que estava ajudando os aurors _ Será que eles sabiam que iria acontecer? Por isso estavam aqui?
_ Por que não fomos atingidos? _ perguntou Matthew abobado _ Ela explodiu quase em cima das nossas cabeças!
_ Não sei... _ Willian murmurou para o amigo assim que a profa Minerva mandou os alunos atingidos para a enfermaria.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.