Descobrindo Algo



Cá estamos nós trazendo mais um cap pra vocês. Espero que tenha valido a pena esperar tanto. Não tenho muito tempo, então eu vou agradecer geral: Muito obrigada pelos comentários e pelos votos, eles são muito importante para nós! Peço que, assim que acabarem de ler esse cap, dêem uma passadinha no menu da fic e comentem e votem, nós imploramos! Mil beijos para todos! E uma boa-noite!


 


Tê e Cá


 


 PS: depois eu passo aqui e arrumo tudo o que tiver que arrumar. É que já tá tarde, sabem... E também, eu agradeço os comentários com tempo, blz? Beijos!


 


 


 


Por um tempo, Harry havia se esquecido de que estavam no meio de uma guerra. Talvez pelo fato de ele ter entrado a pouco tempo na Ordem, ou porque ele não acompanhava mais o Profeta Diário. Mas aquele ataque ao Beco Diagonal o trouxera de volta a Terra, e ver Melissa numa cama de hospital durante uma semana pareceu dar-lhe consciência novamente de que estava todos correndo perigo.


Ele e os amigos iam ao St Mungus sempre que possível, ou seja, quando Tonks, ou Sra Weasley ou Lupin não estavam ocupados demais e os acompanhavam até lá. A garota parecia muito melhor, continuava sorridente. Ela passou cinco dias com as vendas nos olhos, no que ela brincava, dizendo que adoraria ter um cão-guia. De vez em quando, quando passava muito tempo falando, ela tinha falta de ar. Mas isso só aconteceu nos dois primeiros dias.


No dia que saíra do hospital, Sra Weasley deu um abraço tão apertado nela que Harry poderia jurar que ela quebraria mais duas costelas.


-Calma, Sra Weasley! Eu volto pro hospital desse jeito! – brincou a garota, com uma voz meio abafada, já que a mulher ainda não a largara.


-Eu estava preocupada! – disse a mulher, largando a garota.


-Fica fria, Sra Weasley, vaso ruim não quebra – disse a garota, num sorriso no que a mulher retribuiu, meio chorosa.


-Já que voltou – disse
Lewise, abraçando a amiga pelos ombros – tenho que te avisar que é a sua vez de arrumar o quarto.


Melissa colocou uma mão no peito, com a outra se escorou na morena para não cair, e respirava em grandes sorvos, como se lhe faltasse ar.


-Larga de frescura! – disse
Marie agarrando a loura pelo pulso e puxando-a escada acima.


 


 


Na manhã seguinte, estavam todos à mesa, quando a Profª McGonagall entrou pela cozinha muito apressada.


-Bom dia, garotos – disse
automaticamente, no que se ouviu um murmúrio de “Bom dia” de volta. A
professora cochichou alguma coisa com Sra Weasley, que parecia cada vez mais horrorizada, com as mãos cobrindo a boca. Pelo visto, não era uma noticia muito boa. Harry estava imaginando o que poderia ser, quando a ex-professora se virou para eles.


-Srta Wyndi,
venha comigo.


A garota se assustou ao ouvir seu nome. Trocou olhares com as amigas e seguiu a professora para fora da cozinha.


-O que será que houve? –
cochichou Annie para os outros.


-Boa coisa não foi – disse
Hermione, voltando o olhar para seu prato de aveia. Harry ficou olhando a porta, como se fosse ver a resposta entrar por ela. Algum tempo depois, voltou seu olhar para suas torradas.


Alguns minutos depois, a loura voltou a cozinha, parecendo não saber onde estava. Estava com uma expressão estranha, como se assustada, espantada e perdida ao mesmo tempo. Seu lábio inferior tremia ligeiramente. Seus olhos azuis corriam de um rosto para o outro, como se tentasse identifica-los. Ficou ali, parada, até que Annie perguntou.


-Está tudo bem, Lis? – a
garota ofegou. Piscou varias vezes antes de dizer alguma coisa.


-Minha... mãe... – sua voz
estava tremula, e ela estava ofegante, como se tivesse corrido quilômetros.
Piscou mais algumas vezes. Ela levantou o olhar para a janela na parede oposta – Ela morreu. Simplesmente... Assim.


Todos à mesa se espantaram. A garota ofegou novamente. Quando fizeram menção de levantar e fazer algum tipo de gesto em consolo, Melissa saiu dali da mesma maneira que entrou. As amigas dela se levantaram mais que depressa e a seguiram. Harry baixou o olhar. Aquilo estava se agravando. E de uma maneira que começava a afetar seus amigos de um jeito doloroso. Desejou, mais que tudo, saber por onde começar a procurar os Horcruxes pra acabar com aquela loucura.


-Nossa – sussurrou Gina.
Parecia que, até mesmo a ruiva, que não ia muito com a cara de Melissa,
sentira pena da garota naquele momento.


-Pensei que Sra Wyndi estava na Alemanha – disse Hermione.


-E estava – disse Harry, com o cenho franzido, tentando lembrar. – Lembro que na primeira reunião da Ordem que eu participei, eles tinham falado alguma coisa sobre um ataque na sede de lá, e que não sabiam quem estava bem.


-Puxa – murmurou Rony. Não disseram mais nada, e as garotas não haviam voltado quando deixaram a mesa.


Quando iam subindo as escadas, toparam com elas descendo.


-Como ela está? – perguntou Harry.


-Está bem – disse Annie.


-Não, ela não está nada bem – disse Marie, balançando a cabeça.


-Bom, eu acho que ela está
agindo normalmente, sabe. Quando saímos, ela tava lendo um livro
qualquer. – disse Annie.


-Exatamente – disse Marie,
como se fosse óbvio. – Como se você não a conhecesse, Ann. Ela está mal,
muito mal.


-Quem está mal não lê livros, chora – disse Rony.


-A Lis não expressa seus
sentimentos muito facilmente. Ela vai segurando tudo pra si, até não agüentar mais. – explicou Marie. – Sabe, quando o pai dela morreu, demorou dois meses pra ela chorar. Por chorar, digo, uma ou duas lagrimazinhas no canto do olho dela. Chorar, chorar mesmo pelo pai dela eu nunca vi.


-Acho que ela quer parecer forte ou coisa assim – disse Lewise. – Ou ela não gosta que a vejam chorando, ou sei lá.


-Faz quanto tempo que o pai dela morreu? – perguntou Rony, como sempre, meio que insensível.



-Uns dois anos, ou um pouco mais.


 


O dia passou bem rápido, que se espantaram ao ver que anoitecera. Durante todo o dia, Melissa se manteve trancada no quarto. Sra Weasley fizera uns lanches para ela no meio da tarde, dizendo que ela deveria comer alguma coisa. Marie ia a toda hora no quarto ver a amiga e voltava dizendo que ela dizia estar bem, mas se recusava a descer.


Já passava da meia-noite e Harry não dormira mais que quinze minutos. Cansando-se de ficar a ouvir os roncos de Rony, ele saiu do quarto. Ia passando pela sala de visitas e viu a lareira acesa e alguém em uma poltrona de costas para a porta. Ele foi entrando nas pontas dos pés, já que a pessoa aparentava dormir na poltrona. Mas se enganara. Melissa era quem estava lá, também de pijama, abraçada aos joelhos. Ela olhava fixamente o fogo com um rosto vazio de expressão, pelo que ele pode ver. Ele ia se virando pra sair, quando a garota disse.


-O que é, Harry? – a voz dela parecia muito triste e não parecia mais a dela.


-Nada, eu... Só... Estava sem sono. – gaguejou o
moreno.


-Hum – fez a loura.


Os dois ficaram em silencio por algum tempo, em que Harry não saiu, mas também não se sentou, e Melissa ficara fitando o fogo, também sem se manifestar de qualquer maneira. Tomado por um súbito impulso, Harry se aproximou da poltrona onde a garota se encontrava. Ele estava nas costas da poltrona quando ela levantou o olhar para ele. Harry olhou fundo naqueles olhos azuis, que expressavam muita tristeza no momento, mas mesmo assim, não deixavam de brilhar de uma maneira que Harry não poderia explicar, mas que o deixava sem palavras, sem ação. Naquela hora onde as palavras eram esquecidas, pareciam que estavam num Éden, onde havia somente os dois, mais ninguém. A garota se
levantou, sentindo-se hipnotizada por aqueles olhos verdes que a olhavam de uma maneira tão... Tão...


Harry alisou o rosto dela levemente, no que ela fechou os olhos. Quando ela abriu os olhos novamente, estava a centímetros de Harry, com seu coração batendo forte ao encarar mais uma vez aqueles olhos verdes apaixonantes. Harry tirou uma mecha de cabelos do rosto dela e, colocando a mão em sua nuca, venceu a distância que ainda existia entre eles, colando seus lábios nos dela. Melissa também colocou uma mão na nuca de Harry, permitindo que o beijo de aprofundasse.


Quanto tempo ficaram ali, nenhum dos dois poderia dizer. Para eles, o tempo parara e nada mais importava. Tudo o que acontecera era passado e todas as pessoas não existiam mais. Eram apenas os dois ali, naquela sala de estar escura, iluminada apenas pela lareira. Poderiam ficar ali para sempre, envoltos naquele beijo calmo e cheio de sentimentos escondidos.


Eles se separaram algum tempo depois. Harry baixou o olhar e surpreendeu uma lágrima rolar pelo contorno delicado do rosto de Melissa.


-Desculpa, Harry, eu... – disse a garota, enxugando a lágrima com raiva e baixando a cabeça, tentando evitar mais lágrimas e esconder as que teimavam em cair. – Eu não... deveria ter feito isso.


De cabeça baixa, vermelha do esforço de segurar as lágrimas, Melissa saiu da sala de estar.


Garotas... Quem as entende? Pensou Harry. Contando com Cho, Melissa era a garota mais complicada que ele já conhecera. Não só em atitudes, mas em emoções também. Como uma vez dissera Rony: Que tipo de garota chora quando está sendo beijada? E pensar que ele achava que só a Cho era assim... Grande engano, o dele, pelo visto.


Ele voltou para o quarto que dividia com Rony, contando os passos. Bocejando, ele passou as mãos no cabelo e sentiu o perfume adocicado de morango da garota impregnado nele. Não pode conter um sorriso. Entrou no quarto nas pontas dos pés, tirou os óculos e se deitou. Em segundos, adormeceu.


 


 


Harry estava num aposento mal iluminado, em pé de frente a uma janela suja, com as mãos para trás. Ouviu o ranger da porta ao abrir e passos adentrando o aposento. A porta bateu de leve. Os passos pararam.


-Com ordens de quem, Amico, vocês atacaram o Beco Diagonal? – perguntou com uma sibilante, fria e controlada, sem se virar para as pessoas às suas costas.


-Milord, eu.. – disse a voz de um homem, trêmula.


-Pensei que você, Bella, tinha mais juízo. – disse
Harry novamente, cortando Amico.


-Sim, Milord, é que eu... – disse a voz de uma mulher também trêmula, mas mais firme que a do homem.


-Dá próxima vez que quiserem se divertir, torturem o Rabicho! E não fiquem atacando pessoas e gastando tempo com Sangues-Ruins e ralé da pior espécie, enquanto temos coisas mais importantes a tratar! – disse Harry, com a voz mais ameaçadora dessa vez.


-Sim, Milord – disseram três vozes.


-Vão – disse Harry sem paciência. – Menos você,
Bella.


Os outros dois saíram e Bellatriz ficou a esperar pelo que o Lorde das Trevas tinha a falar com ela.


-Já os encontrou? – perguntou Harry, se virando para a mulher. Ela estava fazendo uma reverencia tão exagerada que se ajoelhara e quase beijava o chão.


-Não, Milord. Eles sumiram do mapa – respondeu a mulher com a voz firme, mas com um quê de medo nela.


-Cinco pessoas não desaparecem no ar, Bella. – disse Harry, entrelaçando as mãos aranhosas e extremamente brancas na cabeceira de uma poltrona que se encontrava ali.


-Sim, eu sei Milord, mas...


- “Mas”, “mas”, “se”, “se”, é tudo que eu tenho ouvido ultimamente, Bella. Não importa o quanto custe, eu quero saber por onde andam. – disse Harry, já impaciente. – Quando foi a última vez que eles foram vistos?


-Em uma estação em Londres, no começo de julho, Milord.


-E, desde julho, você não os viu mais. Eles
simplesmente sumiram. – disse Harry. Fechou as mãos aranhosas com raiva. – Cinco crianças fizeram você de boba, Bella.


-Desculpe, Milord.


-Desculpas não os trazem aqui! Eu quero por minhas mãos no último Guardião ainda esse milênio, se possível! No Guardião, nas Três Almas, e no Potter, mas com essa eficiência, já será século 21 quando você os encontrar (N/a: pra lembrar, a historia se passa no ano de 1997.). – Harry respirou fundo. – Junte alguns homens que você julga de confiança e eficientes e aja rápido.


-Sim, Milord – disse a mulher, se levantando e saindo dali ainda curvada e de costas para a porta.


-E Bella – disse Harry, quando ela colocou a mão na maçaneta da porta. – Mate as Três Almas somente se necessário. Traga Potter e o Guardião vivos.


 


 


Harry acordou ofegante, com a cicatriz queimando. Pensara que esses sonhos tinham acabado, já que uma vez disseram que Voldemort agora usava Oclumência contra Harry. Bom, Harry só sabia que ele tivera aquele sonho. O porquê de ser justo agora, ele não sabia.


Tentando controlar a respiração, com a cicatriz ainda ardendo extremamente, ele se sentou e colocou os óculos. Ainda não amanhecera, mas o pedaço de céu que aparecia pela janela já estava com uma coloração bem clara.


Ele levantou, trocou de roupa e saiu do quarto o mais silenciosamente que pode. Ao chegar na cozinha, nem um pouco surpreso, viu Sra Weasley na boca do fogão, Lupin e Tonks sentados à mesa.


-Bom dia – cumprimentou o garoto, sentando-se à mesa.


-Bom dia – disseram Lupin e Tonks ao mesmo tempo. Harry já havia notado que, ultimamente, esses dois andavam muito grudados. Achou que, talvez, depois daquele dia na enfermaria de Hogwarts, eles finalmente se acertaram.


-Bom dia, Harry querido! – disse Sra Weasley. Logo em seguida, foi colocando vários tipos de comida no prato à frente de Harry, como sempre fazia.


 


 


-Não, não e não! – disse Melissa teimosa, segurando o cobertor acima da cabeça.


-Ai, larga de criancice, menina! – disse Marie,
tentando tirar a amiga de debaixo das cobertas.


-Não saio daqui, nem arrastada! – disse a garota,
virando de costas para as amigas.


-A, você já ta me estressando! – disse Ann, cruzando os braços e bufando.


-Licença. – disse Lewise, empurrando Ann e Marie para o lado. Pegou uma ponta do cobertor e puxou com força.


-Sem graça! – disse Melissa, sentando na cama, depois que a morena lhe tirara a força à coberta.


-Você não vai passar o dia debaixo das cobertas. Não enquanto a gente tiver aqui! – disse Lewise, jogando a coberta para um canto qualquer.


-Ai, meu Merlim. Alésage.


-Vous aussi. Agora, levanta daí ! – disse Lewise, pegando a
amiga pelo pulso e puxando-a com força. Depois a empurrou para o banheiro e fechou a porta.


Balançando a cabeça levemente, Melissa tirou o pijama e entrou no chuveiro. Enquanto a água morna caía, ela se lembrou da noite anterior, com um sorriso. Sentia-se meio burra por ter saído daquele jeito à noite, sem dar-lhe uma explicação melhor. Queria mais que tudo no mundo poder ficar ao lado daquele garoto para todo o sempre, mas, infelizmente, seria doloroso demais tê-lo mais que amigo quando chegasse o momento da verdade. Ela tomou uma decisão, enquanto se enxugava, prometeu a si mesma que falaria com ele assim que descesse. Diria a ele que aquilo foi um erro, foi o fruto de um momento, um impulso. Diria que deveriam mesmo é deixar aquilo de lado e continuar como amigos, mesmo que isso significasse fingir que nada acontecera. Foi com esse pensamento que saiu do banheiro, se trocou e saiu do quarto. Sim, claro, seria doloroso para ambas as partes, mas era preciso.


Pensara em cada palavra a dizer, cada virgula, cada ponto de exclamação. Ouvia as vozes das amigas falando com ela, mas ela não se dava ao trabalho de responder, afinal, ela não entendia nada do que lhe era dito. Mas nem queria saber. Queria mesmo é se concentrar para poder falar com Harry.


Foi quando parou de repente. Algo lhe veio à mente, inesperadamente e nem um pouco a ver com o que pensava anteriormente. Um súbito de clareza, como uma luz se acendendo em um quarto totalmente escuro. Uma simples lembrança... Um detalhe. A vida é feita de detalhes. Perca um, e você pode perder muitas informações importantes. Um simples detalhe, foi o que deixou escapar. E por isso não viu. Mas agora estava claro como água. Ela se virou rapidamente e começou a correr escada acima.


-Melissa, aonde você vai? – perguntaram as meninas aos sussurros, por estarem no corredor do quadro da Sra Black.


Mas ela não se deu ao trabalho de responder. Abriu a porta do quarto e adentrou novamente.


-Mishtikkio, você é tão óbvio! – disse a si mesma meio que rindo, procurando um livro em especial. Assim que o encontrou, apoiou-o em uma mesinha que havia ali e o abriu. Correu algumas paginas e logo encontrou o que estava procurando. – Isso! – disse, dando um tapa no livro e saindo correndo dali e indo direto à biblioteca da mansão.


 


 


Harry estava na metade do café da manhã, tentando lembrar o sonho que tivera. Voldemort e Bellatriz conversavam... Falavam alguma coisa sobre Lestrange não estar conseguindo localizar alguém... Diziam algo sobre “o último Guardião” e “as Três Almas”, mas Harry não fazia a mínima idéia do que falavam... Só sabia que, quem quer que eles fossem, tinham alguma ligação com Harry, apensar de não ter a mínima idéia de como. Estava tão perdido em pensamentos que nem percebeu a entrada das garotas na cozinha.


-Bom dia, Harry! – disseram as três em uníssono, mas, como não as ouviu, não respondeu.


-Hunpft! Grosso! – murmurou Annie, ao se sentar. – Sabe, Harry, não responder quando falam com você é uma baita falta de educação! HARRY!


A ruiva deu um meio grito e deu um pequeno soco na mesa, fazendo o garoto se sobressaltar.


-Ham... Desculpe... O que você disse?


-Ai, nada, deixa pra lá...


Realmente, pensou Harry, essas francesas têm um parafuso a menos, por fatos comprovados. Deu uma ultima garfada nos ovos mexidos e saiu para ver se Rony ou Mione tinham acordado. Ele viu os amigos descendo as escadas.


-Rony, Mione, preciso falar com vocês. – disse ele, com uma cara séria.


Minutos depois, na sala de
visitas, Hermione e Rony estavam estupefatos.


-Mas, Harry – disse Hermione, quebrando o silencio que durava muitos minutos. –, você não disse que não sonhava mais com Voldemort?


-Não vai começar, né, Mione?! – exclamou o garoto, num tom entediado.


-Pense comigo. – teimou a
garota. – se você...


-Harry. Estive pensando –
disse Rony, devagar.


-Rony pensando? É o fim do mundo? – disse uma voz na porta. Eles se viraram e viram Gina.


-Muito engraçado – retrucou o ruivo. – Cai fora, Gina, esse assunto não é por seu bico.


-Eu seria mais educado comigo se fosse você. – disse a menina, entrando na sala e se sentando perto deles.


-O que você faria?


-Eu te azaria.


-Você não pode; só tem
dezesseis anos.


-É, mas não tem mais Hogwarts para me expulsarem, então, se cuide. – disse a menina, apontando a varinha para ele ameaçadoramente. Ela olhou para Harry, como se esperasse que ele falasse alguma coisa.


-Acho que Rony tem razão, Gina. – disse Hermione. A garota se virou para a amiga, olhando-a surpresa. – Esse assunto não é pra você.


-Por que todo mundo me exclui das conversas? – disse a menina, indignada. – Eu quero participar!


Eles olharam para Harry, que esteve pensando seriamente se deveria contar tudo a Gina. Ele se virou para a ruiva e contou, bem resumidamente, sobre os Horcruxes e sobre a profecia de dois anos atrás. Se a decisão de quem deveria saber de que era dele, então, porque não a garota saber? Quanto mais falava, mais os olhos, não só de Gina, mas de Rony e Hermione se arregalavam. Parecia que nenhum dos dois esperava por tal atitude. Bom, agora não tinha mais remédio. Quando terminou, Gina parecia confusa, tentando absorver os fatos e associar tudo rapidamente.


-Por onde começamos? – disse, após uns segundos de silencio.


-Começar o que, Gina? –
perguntou Hermione.


-Ora, a procurar esses tais
Horcruxes. Não temos que acha-los logo?


-Opa, opa, opa! “Nós”? –
disse Rony, meio que irritado. – Você não vai, Gina.


-Quem disse?


-Eu estou dizendo!


-E quem é você pra dizer o que faço e o que deixo de fazer?


-Sou seu irmão!


-Isso não é grande coisa.
Desde quando você tem autoridade sobre mim?


-Desde que sou mais velho que você; e estou dizendo que você não vai!


-Acho que não é propicio
brigar agora, gente! – disse Hermione, mas sem sucesso.


-Fala sério, Ronald, você acha mesmo que eu vou te obedecer? Cai na real garoto!


-Não, cai você na real, Gina! É muito perigoso!


-Também era muito perigoso lá no Ministério e eu me saí bem, não foi?


-Mas lá...


-OK, chega! – disse Harry, num tom mais alto que o dos dois irmãos; e olha que eles já estavam começando a gritar. – Gina, - começou ele, no que a garota se forçou a olhar para ele, já que estava mais a fim de pular no pescoço do irmão – não acho uma boa idéia você ir, mas – emendou ele, assim que ela abriu a boca para protestar. – não vai ser eu quem vai te impedir. Ainda não sabemos nada sobre onde eles estão, mas quando soubermos, lhe diremos. Agora, se não se importa, eu tenho uma conversa com Rony e Mione da qual você não precisa e não vai saber.


Foi a maneira mais educada que Harry arranjou para tirar a garota dali. Ela não pareceu muito feliz por sair dali, mas foi sem dizer mais uma palavra.


-O que dizia, Rony?


-Bom, eu estive pensando... - disse o garoto, como se a irmã nunca tivesse entrado no meio da conversa – Se Você-Sabe-Quem pode saber o que se passa na sua cabeça, por que você não pode invadir a dele? E, sabe, descobrir onde ele escondeu as Horcruxes e coisas assim?


-Rony, é muito mais complexo que isso. – disse Hermione, antes que Harry pudesse dizer alguma coisa. – O cérebro humano não é um livro que se pode abrir na hora que quiser. É algo que nem mesmo o mais sofisticado e avançado computador trouxa sabe como desvendar mistérios. Além do mais, Harry precisaria ser muito mais que excelente em Oclumência e Legismência para poder entrar numa mente tão maligna e tão protegida como a de Voldemort. Além de que, Harry correria riscos inimagináveis.


-Não é bem assim, Hermione. – disse Harry, no que a garota olhou para ele sem entender. – Na noite em que ele matou meus pais, Voldemort meio criou um vinculo entre nós, como eu já disse. A cicatriz me avisa quando ele está por perto ou quando está com muita raiva ou, o que raramente acontece, quando está muito alegre. Tanto Voldemort pode entrar na minha mente, quanto eu na dele. Só que, infelizmente, ele descobriu e começou a usar Oclumência contra mim. Então, acho que sua hipótese pode ser descartada.


-Tá, mas essa não é a questão. – disse Hermione. – A questão é: a quem ele se referia? Até onde eu me lembro, nunca li nada em nenhum livro que dissesse nada sobre Três Almas ou esequer sobre um Guardião.


-E por que ele estaria
interessado nessas pessoas? – ponderou Harry.


-Será que são alguém que a gente conhece? – perguntou Rony.


-É bem possível. Na minha
opinião, deve ser alguém bem próximo da gente, ou de Harry.


-Eu só fico imaginando quem seria e o que Voldemort quer com essas pessoas. – disse Harry, afundando a cara nas mãos.


-Eu não sei – disse Hermione. – Mas, se queremos mesmo descobrir, temos que nos concentrar bastante.


-Ou seja, biblioteca – disse Rony, sem muito entusiasmo.


-Ainda bem que a biblioteca daqui tem vários livros que nunca encontraríamos disponíveis em Hogwarts. – disse Hermione, se levantando.


-Ainda bem que precisamos de mais coisas para procurar. Nós nunca sequer fomos à biblioteca. Hoje. – ironizou Rony ao se levantar. Harry riu do que o amigo disse e o seguiu.


 


 


 


 


 


 


 


-Melissa Lílian Wyndi, me de um bom motivo pra você estar enfornada nesse quarto! – disse Lewise, ao chegar perto da porta do quarto que dividia com as amigas. Ao abrir a porta, viu a loira com capa de viagem nos ombros e arrumando uma mochila.


-Aonde você vai? – perguntou Annie. Ela olhou em volta: gavetas abertas, o guarda-roupa revirado.


-Achar um Smiljk.


-Saúde – respondeu Annie.


-Que? – exclamou Lewise,
olhando as costas da garota.


-Hoje? – exclamou Marie junto com a morena.


-O que eu perdi? – perguntou Annie, mas nenhuma das três respondeu.


-Mas você disse que não
sabia...


-Eu sei, Ise, mas descobri
agorinha mesmo, e, se possível, partirei agora mesmo.


-Mas, onde, Lis?


-Nas montanhas, Marie.


-Mas você tinha dito...


-Alguém pode me explicar?


-... que era no litoral!


-Não, eu errei. – a loira foi
até a cama e pegou uma folha de pergaminho. As três garotas se aproximaram e viram que era o mesmo mapa que vinham analisando há meses. A loira apontou um ponto mais ou menos no meio dele. – Olhem aqui. Não era bem praquele lado. – ela apontou para a direção do mar. – Mas para esse. – ela apontou para o lado oposto ao anterior, onde parecia ser uma cadeia montanhosa. – É pra lá que eu vou. Só espero estar certa.


-Aaaah, agora eu entendi! – exclamou Annie, no que Marie revirou os olhos.


-Santa lerdeza...


-Ora, o que quer que eu faça? A única que lê pensamentos aqui é a Lis!


-E você vai imediatamente, Lissa? – perguntou Ise.


-Não, ainda tenho que fazer uma coisa. – disse a loira, retirando a capa dos ombros e indo a direção da porta.


-Aonde você... e ela já foi.
– disse Annie, logo depois que a porta se fechara. – Odeio ser deixada
falando sozinha.


Do outro lado da porta, Lissa tentava criar coragem para fazer o que tinha que ser feito. O problema é: quais seriam as conseqüências? Afinal... Potter já se mostrara bem imprevisível e, mesmo ela odiando ter que admitir isso, não conseguia mais ver o que se passava na mente daquele garoto. Ela respirou fundo e saiu a procura do garoto.


 


 


 


 


Harry estava quase dormindo em cima dos livros. Nunca pensou que teria uma biblioteca tão entediante como a de Hogwarts. Pelo menos, na da escola, havia mais barulhos do que as bufadas de Hermione por não estar encontrando nada, ou os resmungos de Rony, ou o barulho de folhas sendo remexidas. Harry chegava a sentir falta até de Madame Pince, a bibliotecária, que vivia passeando entre os alunos e repreendendo-os e assustando-os nas horas mais improváveis. Até aturar os desaforos de Malfoy eram mais convidativos do que ficar enfurnado em uma biblioteca, soterrado em livros.


p class="MsoNormal" style="text-align:justify">-Tédio... tédio... tédio...
– murmurava Rony, enquanto lia, ou fingia ler, um livro bem grosso.


-Ei, aonde você vai? –
perguntou Hermione, quando o garoto se levantou.


-Se eu ficar sentado mais um segundo nessa cadeira, eu mofo.


-Mas ainda temos muitos livros pra procurar, e...


-Eu já volto, Hermione. Só vou jogar água na cara. – disse o moreno, bocejando e saindo dali antes que ela o amarrasse na cadeira.


-E você? Onde pensa que vai? – perguntou Hermione, quando Rony também se levantou.


-Eu vou com o Harry!


-Não mesmo, senta aí e me ajuda. – disse a garota, naquele tom autoritário que só ela sabia fazer.


-Mas... – ela o olhou com um cara séria. – Tá bom. – e ele voltou a se sentar.


Harry andava pelos corredores da Mansão Black meio sonolento. Não sabia se era o conhecido efeito que uma biblioteca lhe causava, ou se era porque não dormira muito bem. Nem sabia se estava, de fato, indo para o seu quarto, só sabia que continuava andando. E como, nem ele sabia explicar.


A alguns passos à frente,
Melissa andava, também distraída. Ela ia olhando o mapa que acabara carregando na mão, sem perceber; e se perguntava como pode ser tão burra a ponto de ficar procurando um Smiljk no meio do mar aberto. Uma idéia ridícula, como sempre passara pela sua mente. Mas, quem podia garantir que, como fizera com o último a ser encontrado, não tivesse sido escondido numa caverna, que, simplesmente, não aparecia em mapas atuais?


Ela se chocou com alguém e recuou dois passos, com a força do impacto.


-Desculpe – disse uma voz
muito conhecida sua e era exatamente quem estivera procurando. Mas, por algum motivo, ela ficou meio sem ar e sentiu o rosto arder.


-Não, tudo bem. – disse a
garota, dando um leve sorriso despreocupado para Harry.


-Vai viajar? – perguntou o
garoto, como quem pergunta algo sobre o tempo, apontando o mapa na mão da loira.


-Não... Quer dizer, é... –
disse a garota, com aparente nervosismo. Ela suspirou e encarou o garoto nos olhos. – Harry, posso falar com você?


O garoto encolheu os ombros e eles seguiram pelo corredor.


-Olha... espero que você não se zangue... mas... bem, eu... sabe – dizia Melissa, aparentemente incomodada com algo; ela mexia as mãos impacientemente e fala com o chão enquanto andava. –... eu estive pesquisando... bem...


Ela parou de falar e apontou uma porta mais à frente. Ela entrou e ele a seguiu; eles ficaram frente a frente, Harry esperando ela parar de gaguejar e ir logo ao assunto, seja ele qual for.


-Eu queria dizer que... Harry, espero que não se zangue, mas... – ela suspirou pela enésima vez desde quando começara a falar. Ela deixou de olhar o chão e passou a encarar o moreno nos olhos. – Você não é o único que está à procura dos Horcruxes.


Ela disse aquilo como se
soltando uma bomba, falando quase depressa; Melissa se sentia extremamente aliviada e apreensiva. Dissera o que deveria ter dito a muito, mas não sabia como o garoto a sua frente reagiria a aquela informação.


Naquele momento, Harry imaginou que sua cabeça deveria ter dobrado e tamanho devido ao número de pensamentos que se passavam por ela. Como ela pudera esconder aquilo dele? Ela sabia disso há quanto tempo? Será que Dumbledore dissera a ela? Afinal, uma vez ele disse que só havia uma única pessoa que soubesse desses Horcruxes além de Voldemort. Mas, ela estaria falando a verdade ou era só uma brincadeira de mau gosto? Porque, se fosse, não tinha graça alguma. Pensamentos e teorias não paravam de surgir em sua mente e ele já nem sabia o que pensar.


-Harry – disse Melissa,
trazendo o garoto de volta a Terra. A voz dela tinha saído meio trêmula e ela
parecia meio receosa. – Antes de você pular no meu pescoço, deixe eu te
contar uma coisa.


“Acho que você deve ter se perguntado porque alguém como Dumbledore se daria ao trabalho de conversar com uma garota como eu. Eu também me perguntei isso quando... – ela hesitou por um segundo - ... quando recebi a carta dele no ano passado. Na carta, ele contava tudo, tudo o que eu precisava saber. Ele contou a mim, de um modo muito mais resumido do que contou a você, sobre o passado de Voldemort e sobre seus Horcruxes. Ele disse... ele disse que, se o pior acontecesse; se, por algum motivo, ele não pudesse mais continuar procurando por eles, eu deveria... – ela hesitou novamente - ... deveria continuar essa busca. O que ele não me disse foi que você sabia dessa história. Devo dizer que, no dia em que nos conhecemos, eu fiquei surpresa em descobrir que você também estava atrás deles. De certo modo, fiquei chocada. Não passou pela minha cabeça que o Professor tivesse dito as mesmas palavras que disse a mim, a você. Por outro lado, fiquei aliviada. Não seguiria sozinha. Só que, até o dia de hoje, eu não tive coragem suficiente de te dizer tudo.”


Segundos de silencio seguiram-se depois das palavras de Lis. Ela parecia estar sendo sincera, mas, mesmo assim, as palavras dela pareciam absurdas aos ouvidos de Harry.


-Não acredito. – disse o garoto, por fim. Melissa suspirou
tristemente.


-Não estou pedindo para acreditar em mim, Harry. Estou apenas contando o que aconteceu.


-Por que não disse antes?


-Já disse, não tive coragem... Além do que, eu pensei que soubesse... – disse a garota, encolhendo os ombros ligeiramente, como se dissesse que não teve culpa nessa parte.


-É, mas não sabia! – disse Harry, num tom completamente irritado e
alto.


-Por favor, Harry, não grite comigo; pelo menos, me deixe terminar. – disse, encarando o chão novamente. O garoto nada disse, apenas bufou, esperando. Ela tomou fôlego e, mais uma vez, olhou-o nos olhos.


-Resolvi contar hoje porque acho que encontrei uma Horcruxe... E queria que fosse comigo – completou ela, e esperou o teto da mansão cair sobre sua cabeça.


-Você achou um... Mas, como...?


Melissa suspirou, aliviada.


-Harry, não tenho tempo para te explicar, mas um dia eu te conto. Ou será que você se esqueceu que o tempo não pára para a gente conversar? Harry, não acha que , em vez de ficarmos discutindo a altos brados, seria melhor nos juntarmos nessa?


Harry fingiu pensar por um segundo, logo depois sorriu. No que a loira sorriu de volta. A loira se adianta para a saída e tromba com Gina, que ia passando.


-Garota, olha aonde anda! – disse a ruiva, encarando Lis com uma cara nada amigável.


-Desculpe, Vossa Majestade, mas eu não enxergo através de portas. – respondeu a outra, azeda.


-Ora, pensei que podia. Quem é a toda poderosa aqui não é você?


-Se enxerga, pirralha, se eu quisesse fazer alguma coisa contigo, eu já teria feito. Só que eu não quero me rebaixar a esse seu nível.



-Rebaixar? Haha, pra você chegar perto do meu nível, você vai precisar de uma escada, querida.


Harry olhava de uma para a outra e podia jurar que saíam faíscas dos olhos de ambas. Gina olhava para Melissa com uma cara cínica, e Lis olhava a ruiva de cima a baixo, com as mãos na cintura.


-Olha aqui, pigmeu de jardim... – disse Melissa,
empurrando Gina levemente com o indicador no ombro da ruiva.


-Lis – disse Harry, tentando, de alguma forma,
amenizar o clima que surgiu.


-Não rela em mim, sua magricela azeda.


-Gina – disse Harry mais uma vez, já achando que teria que pular no meio das duas se ela começassem a brigar de verdade.


-Je préfère être un maigre acidifie de celui un porc ­
disse Melissa, olhando Gina com um olhar superior.


-Quê? – fez Gina, não entendendo nada do que a loira disse, no que esta abriu um sorriso cínico.


-Lis! – disse Harry mais uma vez. Mudando o sorriso falso para um divertido, ela se vira calmamente para o garoto.


-Sim, Harry?


-Pensei que não tínhamos tempo pra discussões estúpidas – disse
ele, num tom ligeiramente irritado.


-Contigo não. – disse a loira. Ela se virou para falar mais alguma
coisa com Gina.



-Lis. – disse ele mais uma vez.


-Sim, Harry? – ela se virou para ele mais uma vez, ainda sorrindo. Ele mostra o relógio de pulso para ela, como se dizendo “olha a hora”.


-Ah, sim. – disse a garota, num tom cômico. Ela se virou para Gina
mais uma vez – Tchauzinho,
porc.


A loira saiu depressa dali juntamente com Harry, seguindo para a
biblioteca falar com Rony e Hermione. Antes de estarem longe o bastante, ouviram Gina bufar com raiva.


"Times New Roman";mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language:PT-BR;
mso-bidi-language:AR-SA">-Você não presta – disse Harry, num tom entre o
divertido e o repreendedor. Ela riu e encolheu os ombros.

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