Diamantes e Utopias
Narcisa acordou agitada. Estava encharcada em suor. Levantou-se e foi até a janela. Não estava mais chovendo. Era uma madrugada fresca e convidativa.
- Andie, você está acordada? – ela não pôde resistir –
- Estou. – respondeu Andrômeda – Você também teve pesadelos com aquele lugar?
- Sim. – mentiu Narcisa –
Fora Bellatrix que havia povoado seus sonhos. Havia um cheiro insuportável de sangue no ar. Havia dor e sofrimento. E Narcisa não sabia explicar isso, era como se houvessem dementadores a sua volta. Talvez a experiência recente estivesse mesmo influenciando seus sonhos. E Bella apenas estava lá, porquê ela estava sentindo saudades da irmã.
- Vá acordar o Sirius, eu vou chamar o Rabastan.
- Mas Narcisa, o quê você quer fazer?
- Não se preocupe, Andie. Dessa vez nós vamos lá pra fora.
Narcisa saiu e deixou a porta aberta. Andrômeda hesitou, mas acabou indo ao quarto de Sirius e o chamou. Seu primo era uma pessoas muito difícil de acordar e ela teve de arrastá-lo pelo corredor.
Narcisa e Rabastan já estavam esperando e ele parecia animado. Talvez ela tivesse compartilhado o que estava se passando um sua mente, ou talvez esse só estivesse abobalhado porquê Narcisa havia entrado em seu quarto no meio da madrugada. Narcisa entrou no quarto delas, saiu e entrou no quarto de Sirius.
Ela passou correndo pelos dois e desceu com Rabastan no seu encalço. Então foi para a parte de trás da casa e saiu pela cozinha. Sirius tropeçou em uma estante, que Andrômeda conseguiu evitar que caísse, e finalmente acordou.
Já do lado de fora, Narcisa acendeu a luz da sua varinha e estendeu a mão para os dois, entregando-lhes suas varinhas.
- O que eu vou fazer com isso? – perguntou Sirius com deboche –
- Primeiro, eu havia pensado em nós virmos e jogarmos um pouco de quadribol. –
- Isso não seria nada mal. – interrompeu Sirius –
- Mas o meu irmão me ensinou um jogo interessante e achei que seria mais...apropriado. – concluiu Rabastan – É muito mais legal quando tem mais gente, mas nós podemos usar feitiços de multiplicação também. Nós nos escondemos na floresta. E cada um deve escolher se quer ser comensal da morte ou auror. Criamos várias cópias falsas de nós e deixamos pela floresta. E saímos a caça um dos outros. Quando encontrar o outro, devemos lançar o feitiço Flagrate e a pessoa ficará marcada. Se for a mesma coisa que você, você está automaticamente desclassificado, senão você tenta pegar o outro.
- Legal. – Andie não tinha realmente gostado –
- Podemos voar de vassoura depois? – perguntou Sirius –
- Bom, eu acho que se nós usarmos as vassouras na brincadeira, será muito mais divertido. – dessa vez quem falou foi Narcisa –
- E eu acho que você tem razão, priminha.
Eles pegaram suas vassouras e entraram na floresta. Não era difícil saber quem era comensal e quem era auror. Não era segredo que Narcisa e Rabastan escolheriam os seguidores de Voldemort, que odiavam os trouxas, e Andrômeda e Sirius ficariam aqueles que lutam por justiça, embora trabalhem no ministério.
A floresta estava escura e Andrômeda ficou com medo, mas não daria esse gostinho a Narcisa. Espalhou suas cópias pela floresta e ficou voando devagarinho, tentando achar um deles. Viu um cabelo loiro lá embaixo e lançou o feitiço, mas era apenas uma cópia.
Não demorou muito, Andrômeda desceu para ter ângulo para lançar o feitiço em uma cópia de Rabastan e foi pega por Narcisa, que havia preparado a armadilha.
Sobraram os três, e a coisa foi bem mais difícil. Se passaram quase meia hora e eles haviam conseguido escapar uns dos outros. E foi Sirius quem conseguiu dessa vez. Narcisa passou raspando por uma árvore e os galho fizeram barulho. Sirius veio por trás e a atingiu.
Ela se assustou e caiu da vassoura. Ele acelerou e conseguiu pegá-la. Já era a Segunda vez que ele conseguia impedir que ela caísse em apenas um dia. Rabastan devia estar morrendo de inveja. Ela ficou com raiva de ter sido eliminada e fechou a cara.
Sirius mergulhou nos olhos cinzentos da prima, antes de voltar ao ar. Aquilo era diversão. E Narcisa e ele não se divertiam juntos há muitos anos. E mesmo que ele quisesse pensar que aquilo poderia ser o começo de uma amizade, sabia que logo era não iria mais querer olhar na sua cara e voltaria a chamá-lo de traidor de sangue. Eles nunca seriam amigos.
Olhou para o alto. A lua chamou sua atenção. Estava cheia. Onde estaria Remo nesse exato momento? Provavelmente precisando dele. Seu melhor amigo estaria mal agora e ele estava ali se divertindo.
Um mundo em que ele e Narcisa e Rabastan viviam em harmonia. Aquilo era pura ilusão. Pobre Remo.
Um feitiço o atingiu em cheio. Rabastan o havia pego. Eles desceram. As meninas estavam esperando. Logo amanheceria. Narcisa correu e Rabastan foi atrás dela e a derrubou na grama, fazendo cosquinhas. Ele e Andrômeda foram guardar as vassouras.
Se recolheram e voltaram a dormir. No dia seguinte, eles saberiam que havia sido real, mas prefeririam fingir que fora um sonho. Todos estavam na mesa, tomando café da manhã quando cinco corujas invadiram o aposento, pousando na frente de cada um. Eles recolheram suas cartas rapidamente, já sabiam que era de Hogwarts.
Narcisa abriu a sua com avidez e então soltou um gritinho agudo. Todos se viraram para ela:
- Monitora!!! – exclamou mostrando sua insígnia e com brilho nos olhos –
- Que maravilhoso. – Rabastan foi o primeiro a cumprimentá-la –
Então todos o fizeram. Narcisa seria ainda mais paparicada agora que se tornara monitora. Andrômeda e Bellatrix, que havia deixado a escola a dois anos, não haviam conseguido.
Andrômeda cursaria o seu sétimo ano. Rabastan também. Os dois já haviam feito seus testes de aparatar e conseguido permissão. Os dois já eram maiores de idade. Sirius pensou que eles eram sortudos. Ele estava no mesmo ano que Narcisa.
Subiu e foi escrever para Tiago e Remo. Mas antes que ele tivesse saído, Rabastan debochou:
- Diga a Tiago que ganharemos a taça novamente.
Rabastan era goleiro do time de quadribol e eles haviam levado a taça ano passado, o que tinha irritado muito Tiago. Além de Ter que agüentar ele, Lúcio, que é o capitão e apanhador e Avery, que é batedor, ele ainda tinha que agüentar o Ranhoso.
No jantar comeram somente o que Narcisa queria, porquê aquele dia era todo dela. E no dia seguinte voltariam a Londres, porquê iriam ao beco diagonal. Daqui a uma semana estariam em Hogwarts.
Quando chegaram ao beco diagonal, se separaram. Rabastan sumiu. Andrômeda se enfiou na Floreios e Borrões. Sirius foi a loja de vassouras, onde ele havia combinado de encontrar Tiago e Remo. E Narcisa foi com a mãe comprar tudo novo, já que uma monitora não deveria usar o mesmo material ou as mesmas vestes que no ano anterior.
Sirius encontrou os amigos. Tiago havia sido nomeado capitão do time e Remo havia se tornado monitor.
- Você também? – perguntou Sirius com uma careta –
- Como assim também? Quem mais? – perguntou o garoto –
- Narcisa. Bom, infelizmente você terá que conviver com ela daqui pra frente Aluado.
Remo sorriu infeliz. Desde que recebera a carta, Narcisa voltara a ser desagradável. Depois de um dia cheio de compras, eles voltaram a mansão. Rabastan estava misterioso.
No jantar, o pai de Narcisa deu a ela um lindo par de brincos de diamantes, como presente por ter se tornado monitora. Sirius achou aquilo um exagero. Narcisa adorou.
Ela subiu e colocou os brincos na orelha, mirando seu reflexo no espelho. Ela estava linda. Rabastan entrou no quarto logo depois.
- Você está linda. – ele exclamou –
- Obrigada.
Era tudo o que ela queria ouvir. Ela se encheu de orgulho e se sentiu muito bem. Ele também estava com um pacote.
- Quando eu sumi, eu fui comprar isso.
Ele entregou a ela, que abriu delicadamente. Era uma pulseira de ouro branco com vários pingentes, todos eles com detalhes em diamantes.
- Rabastan, obrigada. É lindo.
- Eu sei que você adora diamantes.
Ela lhe deu um sincero abraço de agradecimento. Então percebeu que estava muito exposta.
- Eu realmente fico agradecida. Mas, agora, eu estou exausta e gostaria de dormir.
- É claro. – ele acrescentou rapidamente – Tudo bem. Tenha uma boa noite.
- Você também.
Ele se aproximou e beijou sua bochecha de maneira meio desajeitada. Nem parecia o Rabastan popular que andava por Hogwarts de nariz empinado e tinha todas as garotas de Sonserina aos seus pés. Exceto por uma. A única que ele queria.
Sozinha no quarto, finalmente Narcisa reparou que havia um pacote em cima de sua cama. Ela pegou a carta rapidamente, quando de longe reconheceu a caligrafia.
“Cissy,
Logo estará de volta a Hogwarts. Definitivamente separadas. Por isso te enviei esse presente. Sempre que você sentir saudades, apenas diga o meu nome e eu aparecerei. Não me mande corujas ou tente falar comigo pela rede de flú.
Bella.
Ps: Serve como espelho normal também.”
Ela abriu o presente com avidez. Era um lindo espelho feito de prata. E acompanhando vinha um linda escova. Ela queria chamar a irmã naquele exato momento. Mas resistiu. Ela deveria se acostumar com a distância. Talvez fosse melhor para as duas ficarem separadas, poderiam finalmente descobrir quem elas realmente eram, livres da influência uma da outra e do amor que sentiam, seriam muito mais capazes, muito mais fortes. Ela não tocaria nesse espelho a não ser que fosse um emergência.
Guardou o espelho com muito cuidado no seu malão de Hogwarts e foi ao quarto de Rabastan. O garoto estava lustrando sua vassoura e ficou embasbacado de ver Narcisa ali.
- Eu pensei que você fosse dormir.
- Eu desisti.
Ela se sentou ao lado dele na cama.
- Você não vai desistir de procurar tudo relacionado a artes das trevas comigo, né?
- Não, claro que não. Se você ainda quiser. Desde que não tenhamos que levar Sirius e Andrômeda conosco.
- Eu não acho que eles vão querer fazê-lo novamente. Bom, Sirius eu já não tenho tanta certeza. Mas nós escapamos por muito pouco.
- Se não fosse por você...
- Se não fosse pelo livro de Bellatrix, nós ainda estaríamos lá. É melhor nunca subestimar minha irmã – ela estava pensando no espelho. Poderia realmente haver tanto perigo que ela precisasse da irmã? –
- É. Apenas uma consulta e já foi bem útil.
- Eu venho lendo o livro há semanas, Rabastan. Foi um presente da Bella logo que chegamos.
- Ah. – ele tinha que pensar no que falar – Eu acho que aquelas coisas eram inferis.
- É. Eram sim. Eu usei um feitiço para afastar inferis. Eu demorei um pouco a entender que era aquilo que eu deveria fazer, o livro de Bellatrix está cheio de metáforas e códigos. Acho que eu não sou tão inteligente quanto eu penso.
- Que besteira. Provavelmente qualquer um de nós não teria entendido as instruções até agora.
- Então, você me ajuda? Eu realmente não quero me meter em mais passagens secretas que vão dar em lugares em que quase morremos. Mais eu queria levar algumas coisas para estudar em Hogwarts.
- Você quer levar artefatos das trevas pra estudar em Hogwarts?
- Bom, eu não pretendo levar nenhum artefato cheio de magia negra, que eu tenho certeza que Dumbledore poderia farejar a quilômetros de distância. Mas como ele pode diferenciar um livro de magia oculta de um outro qualquer se ele nunca vê-lo?
- Eu acho que você tem razão.
- É. E eu ainda vou trocar as capas com livros comuns.
- Boa idéia. Então, a partir de amanhã?
- A partir de amanhã.
Narcisa saiu do quarto realmente satisfeita. Rabastan era um bobo muito útil. Aquele poder que eles haviam presenciado era uma coisa inexplicável. Ela não entendia porquê lhe ensinavam tanta besteira em Hogwarts. Quando ela lançou o Ressalvare, perdeu todas as suas forças, era um feitiço tão poderoso que ela quase morreu. Mas ela não contaria isso a mais ninguém.
A partir do dia seguinte, eles começaram a fuçar na biblioteca. Acharam apenas um que poderia ser útil. No dia seguinte, entraram em quarto adjacente ao quarto dos pais de Rabastan e ali encontraram material realmente interessante. Depois de muito procurarem e de dar uma olhada em todos os livros, Narcisa fez uma seleção de quatro ou cinco que levaria para Hogwarts. Rabastan disse ao pai que era ele quem levaria para estudar e o Sr. Lestrange ficou orgulhoso. O dia estava chegando. Finalmente eles retornariam a Hogwarts.
Narcisa lembrou-se de colocar suas jóias no malão. Talvez houvesse uma ocasião. Ela esperava muito que houvesse uma ocasião...
N/A: Ninguém está comentando. Falem mal se não estiverem gostando. Mas eu já parei de escrever. Se não comentarem, não escrevo mais.
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