O Herdeiro de Griffindor



Harry olhou rapidamente para o local onde ouvira as sinistras palmas ecoarem. Sentiu um pavor eminente percorrer seu corpo, e preparou sua varinha, a mente ocupada em distinguir os menores ruídos.

Dumbledore estava rígido e atento ao seu lado, mas o que mais lhe preocupava era o fato de não sentir Rony ou Moody próximo a si. Uma brisa soprou. E uma vela acendeu-se ao fundo, iluminando apenas uma parede lisa, sem adornos.

-Então lhes pareceu correto arrombar meus domínios e entrar sem um prévio convite? –murmurou uma voz fria, vinda daquele local mais a frente. –Ora, Dumbledore, e seus bons modos?

Dumbledore deu um passo à frente, os óculos de meia lua cintilando a luz bruxuleante da distante vela.

-Por que, antes de nos reprimir, Riddle, não mostra seu rosto para nós? O que teme? –respondeu Dumbledore.

-Então Potter, sente falta da pirralha? Veio buscá-la? –perguntou Voldemort, ignorando a pergunta direta de Dumbledore.

-Vim acabar com você, seu imundo! –murmurou Harry, alto o bastante para que sua voz ecoasse pelo salão.

-E é com essas pessoas que pretende acabar com Lorde Voldemort? –debochou Voldemort, ainda ao fundo. –Um velho pirado, não! Minto! Dois velhos pirados... Um mero garoto sem sua varinha e você? Um idiota qualquer que se acha pelo simples fato de carregar consigo minha marca?

-Todos meus AMIGOS valem muito mais do que uma infinita quantidade de idiotas que andam ao seu lado, dizendo serem seus servos, amigos, mas que o abandonam na primeira oportunidade! –gritou Harry, aproximando-se da luz. –Acha que temos medo de você? Um bastardo abandonado pela própria mãe, que preferiu morrer a criá-lo?

-BASTA! Expelliarmus! –gritou Voldemort, agora mais próximo. –Jamais torne a insultar-me, seu mestiço!

Harry desviou do feitiço, e percebeu o contra ataque de alguém mais atrás. Voldemort protegeu-se com um feitiço escudo imediatamente.

-Chama a mim de mestiço? Olhe para você! Um resto de bruxo, isso é o que você é. Um covarde! Um covarde que prefere matar aos outros para escapar de um destino que espera a todos nós! –gritou Harry.

As luzes se acenderam. Voldemort flutuava a alguns centímetros do chão, a varinha empunhada, os olhos em feitio de cobra ardendo em ódio. As fendas de seu nariz achatado tremendo ligeiramente.

-Avada Kadavra! –gritou, murmurando o feitiço em direção a Harry, que se protegeu a tempo com um contra feitiço. –Avada Kadavra! Morra maldito! Vá junto aos seus pais e não me atrapalhe mais!

Naquele mesmo momento, uma dúzia de bruxos encapuzados aparataram no salão. Todos ao redor do pequeno grupo, suas varinhas em punho, prontos para atacarem ao comando de Voldemort.

-ATAQUEM! ACABEM COM ESSES MALDITOS! –gritou Voldemort do fundo. –Peguem a criança, peguem a criança!

-Por que diabos você não vem e luta aqui Voldemort? –contrariou Harry. –Tem medo de arriscar a própria pele? Lute como um bruxo deve lutar, venha aqui, para eu poder acabar com você...

-AVADA KADAVRA! –gritou Moody em direção a um dos Comensais que assistia a briga. –Um a menos! –comemorou, quando o corpo caiu com um estrondo.

Dumbledore aproveitou a brecha de tempo entre a surpresa e a raiva dos Comensais para desferir o golpe sobre outro deles. Não sabiam dizer quem era quem, mas sabiam que enquanto não terminassem com os comensais, Voldemort não lutaria para proteger sua última Horcrux, a cobra Nagigi.

-NÃÃÃO... –veio um grito próximo a si. Virou-se temeroso a direção do grito.

Harry sentiu-se paralisado ao observar a cena que se passara. Um dos Comensais lançara a maldição fria e cruelmente em direção a Rony, que sem sua própria varinha, ficou sem meios para defender-se. Percebendo a cena, Moody atirou-se a frente de Rony, visando protege-lo com um escudo invisível, mas o feitiço não foi rápido o bastante, e a maldição desferiu-se sobre ele. Sugou-lhe a vida em átimos de segundo.

E Rony gritou, ajoelhado ao lado do corpo inerte do antigo professor. Harry observou por segundos o olho normal e o de vidro extinguir a luz de outrora, mas logo desviou sua atenção. Voldemort sumira.

-Não... –lamuriava-se Rony, sem ligar para os Comensais que aproximavam-se.

-Levante-se Weasley, salve-se! –gritou Dumbledore, numa batalha não-verbal com um Comensal, que pelos cabelos claros que apareciam por debaixo do capuz, Harry supôs que fosse Lucio Malfoy.

-Rony, não há tempo! –chamou Harry, ansioso. –Expelliarmus! –gritou em direção a um bruxo que apontava sua varinha diretamente em seu rosto. A varinha do bruxo voou da mão do dono e caiu com um estrépito no fundo do salão.

Harry uniu toda a raiva que sentia, imaginou-se terminando com Voldemort.

-Avada Kadavra! –gritou com uma voz que não conheceu. Uma voz fria, maldosa, cruel. Uma voz que fez um pedaço se si formigar de prazer ao assassinar o bruxo a sua frente.

Esse caiu de boca no chão, e neste momento Rony aproximou-se de Harry, com uma varinha na mão.

-Moody... –falou, para justificar-se. –Não vai funcionar tão bem, mas serve...

Então Harry sentiu algo queimar seu rosto. Algo indistinguível, doloroso como uma faca em brasas que cortasse a pele macia do rosto até a nuca. E então veio a dor. Uma dor insuportável na cicatriz, que há muito não sentia. Ficou cego de dor, o crânio parecendo que racharia se aquela dor não passasse naquele momento.

Então tudo ficou escuro.




Passos afobados. Respiração ofegante. Cheiro do limo penetrando em suas narinas. O corpo leve como uma pluma.

Levantou a cabeça, e percebeu que estava sendo carregado por algo invisível. Rony corria a sua frente, o cabelo ruivo esvoaçando a cada passo que dava. Ele corria apressado.

-O que aconteceu? –perguntou, levando a mão ao rosto, ainda dolorido. Sentia uma leve dormência.

-Você foi atacado. Estávamos apenas nós e Dumbledore... –murmurou Rony, ainda correndo, mas liberando Harry do feitiço para que pudesse caminhar sozinho. –Quando percebi, estava encurralado. Dumbledore nos salvou, acho que levou alguns Comensais para o túmulo naquele momento, pois nenhum o atacou. Me mandou bater em retirada e procurar a Lílian...

-Onde está ele? –perguntou Harry afoito. –Onde estamos?

-Dumbledore ficou para trás, para atrasar os Comensais. –respondeu Rony ofegante, parando por um instante. –E não sei na verdade onde estamos só sei que estou subindo a um bom tempo. Devemos estar na torre principal. Dumbledore acha que Lílian e Voldemort devem estar aqui.

Dito isto, apertou firmemente as costelas, a face em feitio de dor.

-Gostaria de ter notícias de Gina e Hermione... –murmurou Harry. –E do resto da Ordem. Não gosto de pensar o que pode ter acontecido a elas.

-Falei isso para Dumbledore quando você estava desacordado... –falou Rony, ele e Harry voltando a correr. –Ele disse que Draco Malfoy, ou melhor, seu fantasma irá ajudá-los. Tudo que podemos fazer agora é esperar que dê certo, e tentarmos salvar Lílian.

-Certo... –respondeu Harry, subitamente percebendo que seu lábio sangrava.
Depois de caminharem por um tempo desconhecido, porém longo, chegaram ao topo da rampa por onde haviam subido. Tentaram aparatar, mas fora em vão. A sua frente encontrava-se uma maciça porta de madeira, a tranca feita em bronze, sem nenhum orifício por onde passasse uma chave. No lugar disso, uma boca com dentes pontiagudos fora colocado.

-Espere! Eu me lembro disso... –declarou Harry, os olhos fixos na peculiar fechadura. –Hagrid me deu uma carteira alguns anos atrás, que possuía esta mesma tranca!

-E o que é que tinha que fazer para abri-la? –perguntou Rony, as mãos apertando as costelas.

-Tinha de se fazer carinho, se não me engano... –respondeu Harry apreensivo. –Mas não creio que seja uma boa idéia colocar a mão ai...

-Também acho que não... Ei, espere! O que vai fazer? –perguntou Rony assustado, quando viu a mão de Harry aproximar-se da porta hostil. –Está louco? Este negócio vai arrancar sua mão!

-Aí é que está Rony! –respondeu Harry, a mão a meio caminho andado. –Voldemort gosta de sacrifícios, e posso fazer isso por Lílian tranquilamente...

-Certo, está bem... –respondeu Rony, ponderando, mas branco como uma vela.

Harry continuou com a mão parada, meio caminho andado em direção a estranha maçaneta. Hesitou por átimos de segundo, e resolveu continuar. Mas quando finalmente encostou nesta, ela não devorou sua mão como esperado, apenas estremeceu levemente, e abriu-se, convidando os rapazes a enxergar o que escondia suas entranhas.

E a surpresa não podia ter sido maior, quando Harry percebeu que o lugar onde estavam era a Câmera Secreta. Harry caminhou rapidamente pelo chão de pedra, Rony em sua cola, ambos lembrando-se daquela última vez em que lá estiveram. Não parecia ter mudado muito, salvo pelo fato de que um enorme esqueleto estava jogado ao chão, abandonado e esquecido. Ali jazia o que sobrara do antigo Basilisco de Sonserina

-Como... Mas o quê? –balbuciou Rony, confuso, olhando para as estátuas serpentinas feitas em pedra. –Será que Voldemort conseguiu criar esse lugar com uma passagem para Hogwarts?

-Acho muito pouco provável... –respondeu Harry, receoso, a varinha novamente em riste, pronto para atacar. –Creio que Shyltren havia deixado uma passagem para voltar a Hogwarts no momento que bem entendesse e...

Mas Harry não terminou sua frase. Houve um raio amarelo canário muito intenso, e então, Rony foi jogado no ar, rodopiando feito um pião, para assim, cair com um estrepito no chão de pedra.

-RONY! –chamou Harry, correndo na direção do amigo, que levantava-se com dificuldade.

Soltou um suspiro de alívio quando percebeu que o ruivo estava bem, e muito pouco machucado.

-Como você está? –perguntou Harry, ignorando a fonte do disparo.

-Estou bem, mas o feitiço atingiu a varinha de Moody, estou sem defesas e...

-Que bom, então, não é pirralho metido? –murmurou a voz fria de Voldemort. – Gente da sua laia não merece a honra de lamber o chão onde piso...

-Crucio! –gritou Harry, reunindo toda sua coragem, ao que Voldemort repeliu o feitiço apenas com um gesto manual.

-Ora, ora, precisamos conversar, Potter... –falou Voldemort com desdém. Enquanto falava aquilo, Harry percebeu algo diferente. Aos pés de Voldemort, algo arrastava-se. Algo grosso, grande, viscoso.

Enfim então, após tanto tempo de procura pelo último Horcrux de Voldemort, lá estava ele, bem abaixo de seus narizes, serpenteando pelas masmorras de Hogwarts?

-Deixe-me morde-lo... Quero sentir seu sangue quente jorrando em cima de mim... –sibilou Nagigi para seu mestre, as fendas de seu nariz farejando o ar, e aproximando-se de Harry.

-Não! –ordenou Voldemort. –Fique onde está, fique segura!

-Está com medo que liquidemos sua última esperança, Riddle? –perguntou Harry, desdenhoso, observando a cobra enrolar-se aos pés do mesmo.

-AVADA KADAVRA! –veio uma voz do fundo da Câmara, um voz feminina.

A luz verde atravessou o local em instantes, e desferiu-se rapidamente sobre a cobra, que pendeu a cabeça para o lado, e morreu. Harry aguardou pelo pior. Não imaginara que seria tão fácil terminar com a serpente, principalmente estando ela sob os olhos ansiosos de Voldemort, por mais de anos.

E então veio. A explosão que fez com que os alicerces do local sucumbissem, com um estrondo terrível. Tudo que deu tempo a Harry de fazer, foi jogar-se contra aquela voz, aquela linda voz que ele conhecia tão bem. Sentiu seu corpo contra o de Gina, protegendo-a das pedras que começaram a despencar do teto e acumular-se sobre aqueles que lá se encontravam.

-AHHH... –gritou alguém ao longe, enquanto as pedras rolavam.

Depois de intermináveis minutos, tudo cessou. Tão rápido como viera,se fora.

-Wingardium Leviosa! –ordenou Harry a sua varinha, usando apenas único braço que não havia quebrado para mover as pedras de cima de seu corpo. –Gina... –murmurou para a moça em baixo de si. Harry notou que Gina tinha um grande corte na testa, de onde jorrava sangue sem parar -Você está bem?
-Sim, Harry, estou bem, mas você está muito ferido, deixe-me ajuda-lo... –respondeu ela, limpando o sangue com a manga das vestes. Segurou sua varinha próxima a Harry, sem dizer nada.

Harry sentiu algo quente apoderar seu corpo, inundando-o de energia para continuar. A cura chegara, e ele logo conseguiu colocar-se de pé. Ele e Gina tinham os rostos sujos, e devido a poeira, não conseguiam respirar corretamente. Mas mesmo assim abraçaram-se.

-Gina, não consigo detê-lo, não consigo achar Lílian...

-Achei que tivesse perdido você, quando encontrei o corpo de Moody inerte no chão, pensei que o pior tivesse acontecido... –sussurrou ela, sem deixar as lágrimas a abalarem.

-Ahhh... –veio um gemido ao longe.

-ME AJUDEM! –gritou a voz de Rony, ansiosa, interrompendo o abraço dos dois.

Harry e Gina foram o mais rápido que podiam em direção a apavorada voz, seus pés os guiando rapidamente por sobre os escombros.

-É Hermione... –declarou Rony, com o rosto pálido. Seus cabelos ruivos mesclavam-se a cor vermelha de sangue que lhe escorria do topo da cabeça em direção a boca, mas ele não parecia ligar. –Ela está desmaiada, estou sem varinha... Não consigo ajudá-la...

-Calma, Rony, é só fazer um feitiço simples... –falou Gina, ajoelhando-se ao lado da amiga e tomando seu pulso. –Foi ela mesma quem me ensinou...

-Enquanto você a reanima Gina, vou atrás de Lílian... –falou Harry determinado, seguido por Rony, que se colocou de pé rapidamente. –Encontre-nos rápido Gina, o mais rápido que puder.

-CRUCIO! –ouviu-se a voz de Voldemort as suas costas.

Harry virou-se para defender-se, mas Rony, sem varinha ou defesa qualquer foi acertado. Harry assistiu por breves segundos a agonia de Rony, a dor crua estampada em seu rosto, os olhos azuis marejados no momento em que debatia-se no chão.

-RONY! –gritou Hermione, a qual Gina já devia ter reanimado.

-EXPELLIARMUS! –gritou Harry, em direção a Voldemort. A única coisa que podia enxergar era a sombra negra e esvoaçante que era sua capa, enfurnando-se pelos cantos mais escuros da câmera.

Seu feitiço não o acertou, e Harry pode enxergar pelo canto do olho o amigo debatendo-se em agonia.

-EXPELLIARMUS! –gritou novamente, a raiva aparente em si, as mãos ligeiramente trêmulas. –É a mim que você quer! EXPELLIARMUS! Deixe Rony em paz! EXPELLIARMUS!

No primeiro momento, após gritar pela última vez o encantamento, pensou ter acertado Voldemort, mas um milésimo de segundo bastou para perceber que Voldemort contra-atacava, liberando Rony da maldição e dor extrema.

Uma luz roxa berrante veio em sua direção, e Harry sentiu seu corpo ser jogado com força contra a parede, e mente anuviar-se. Perdeu os sentidos. Mal à pena enxergava um vulto ruivo dançar por de cima das pesadas rochas caídas no chão, esquivando-se de luminosos feitiços.

Um grito. Um barulho de algo caindo estrondosamente no chão. Os sentidos voltando devagar, e ele a implorar a si mesmo que tivesse forças para levantar-se do chão de pedra úmida.

-GINA! –ouviu o grito, a voz de Hermione chorosa.

Recobrou os sentidos. A cena era paralisante. Meia dúzia de Comensais haviam se unido ao mestre, Gina jazia jogada ao chão, com vários cortes por onde escorria lentamente seu sangue espesso e vermelho. Hermione tentava acudi-la, mas fora acertada por algum feitiço e perdera a varinha temporariamente. Rony estava fora de seu campo de visão.

E o que fez seu sangue gelar. Lílian flutuava tranquilamente por sobre suas cabeças, como se nadasse no ar.

-LILY! –gritou ele, reunindo todas as forças de seu corpo, a varinha em riste para puxar a filha para seus braços.

Houve uma explosão. Harry não conseguiu pegar Lílian, que agora chorava impaciente, os olhos verdes lacrimosos e perturbados. O chão tremeu sob seus pés. E do meio da fumaça colorida, produzida por feitiços, surgiram Fred, Jorge, Sr. Weasley, Hagrid e Dumbledore. Podia-se enxergar ao fundo também, Profª Minerva, e Prof° Flitwick.

Estes começaram a atacar os Comensais, numa grande luta onde o máximo que podia se ver eram os raios luminosos produzidos por feitiços, e raramente um ou outro bruxo, desferindo um golpe sobre seu oponente.

Algo acertou Harry novamente, e este sentiu o sangue afluir de sua boca, manchando a gola de sua camisa. Harry não sentiu o golpe, o ignorou e correu para onde podia ver a filha, flutuando acima da cabeça de Dumbledore. Este não a havia visto, pois duelava avidamente com um Comensal mascarado.

Mas quando Harry ergueu a varinha para convocar a filha para perto de si, algo a puxou na direção oposta. Harry viu ao longe Voldemort tomando-a nos braços repugnantes, e Harry sentiu o desespero tomas conta de si. Não poderia atacar Voldemort agora, ou correria o risco de acertar Lílian.

-Mas ela é um diabinho, não é mesmo? –falou Voldemort debochado, alto suficiente para ocultar o choro nervoso do bebe em seu colo. –Fugiu flutuando do seu esconderijo... Parece que herdou alguns poderes da avó, não acham?

-Solte Lílian, agora Riddle! –falou Harry, mal ousando abrir a boca, a varinha em riste, pronta para o ataque, os olhos rápidos acompanhando cada movimento do inimigo.

Harry mirou sua varinha lentamente até o braço de Voldemort que não segurava Lílian, e estava pronto para atacar quando ouviu uma música serena, triste para alguns, reconfortante para outros. Uma música que há muito não se escutava nos terrenos de Hogwarts, e por um breve momento, todos esqueceram de onde estavam, e mantiveram seus olhos colados na magnífica criatura que entrou voando placidamente no local.

Fawkes, a fênix de Dumbledore, que sumira tempos atrás, voltava agora, com algo brilhante e prateado preso por entre suas gigantescas garras. Sobrevoou as pessoas que ali encontravam-se e soltou o objeto aos pés de Rony. Seguiu então em direção a Gina, e aninhou-se ao braço da garota desmaiada, as grossas lágrimas escorrendo de seus olhos, mas Gina continuou imóvel.

-Ei, isso é... –murmurou Rony, sem completar sua frase.

-Pegue-a, Sr. Weasley, é sua! –gritou Dumbledore do outro lado da câmera.

-Mas essa é... É a espada de Grifinória! –murmurou ele, pegando o objeto incrustado de rubis.

-Então a erga com orgulho, filho, pois ela é sua! –falou Sr. Weasley, ignorando os Comensais e Voldemort que os encaravam boquiabertos.

-“E só quando Ravenclaw perdoasse a Griffindor é que reinaria a paz...” –falou Hermione, os olhos fixos em Rony, que erguia solenemente a espada acima da cabeça.

-E a espada retorna ao dono... –completou Dumbledore, quando uma luz ofuscante uniu Rony e a espada, e o resto escureceu.

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