Inferi's Harbor



Harry correu o mais rápido que pode, atravessando toda casa, em direção a porta dos fundos. Chegando lá, Hermione o segurou pelo braço.

-Cara, pelo menos... Explique-nos o que está fazendo! –falou Rony, ofegante as costas de Harry.

-Não temos tempo! Vocês já vão entender! –falou ele, escancarando a porta, e deixando entrar na casa o gélido ar noturno.

-Fala para onde estamos indo e vamos aparatar Harry! –falou Hermione, com uma voz chateada.

Harry virou-se para os dois amigos, umedeceu os lábios secos e cedeu.

-Está bem, está bem... Rony, você lembra daquele porto que nós vimos bem distante lá na praia?

-Sim, mas... –concordou ele relutante.

-Ótimo! Então você guia a Mione até lá!- falou ele de um modo quase doentio. E num rodopio, desaparatou. Hermione e Rony, contrariados, o seguiram.

Alguns instantes mais tarde, Harry pode sentir o cheiro de sal, e a brisa marinha fustigar-lhe o rosto sensível. Hermione e Rony apareceram logo depois e o seguiram pelo cais deserto.

-Cara, que cheiro horrível! –exclamou Rony, tapando o nariz com a manga das vestes.

-É peixe, Rony... –respondeu Hermione, adiantando-se para alcançar Harry, que caminhava a passos largos em direção as docas de navios aportados.

-É exatamente o que eu estava achando... Está cheio de mágica! –murmurou ele, para si próprio, no momento em que parou a frente de uma doca vazia.

-O que você quer dizer com isso, Harry? –perguntou Hermione, medindo palavras. Harry parecia fora de si, aos olhos dos amigos.

-Esta doca... –falou ele, a indicando com um dedo muito trêmulo. –Pura magia...

-Harry, eu não sei o que você viu, mas só está vazia! –falou Rony.

Harry virou-se imediatamente para o amigo.

-Não está só vazia, Rony! Não se lembra que da ultima vez que estivemos aqui ela também estava? –falou ele.

-Pode ser mera coincidência, Harry, você sabe disso! –ponderou Hermione, com um dedo apoiado num queixo, pensando febrilmente. –O que você vê para afirmar que há mágica aqui?

-Alguma coisa me atraiu para cá, está bem? Não sei dizer o que é!

Rony que estava sentado em um tronco nos quais os navios eram amarrados, de repente pareceu muito branco, como se estivesse passando mal.

-Rony? –chamou Hermione, correndo ao encontro dele. –Você está bem? Rony não! –exclamou ela, ao ver o que o amigo estava prestes a fazer.

Rony havia se levantado e estava apoiado em apenas um pé sobre o grosso tronco, e se balançava continuamente para frente e para trás. Do nada, como se uma mão invisível o tivesse empurrado, ele caiu no mar, mas não se debateu, e nem ao menos tentou subir a superfície.
Harry desesperado ao ver o cabelo ruivo do amigo afundando cada vez mais, jogou-se no mar tentando ajuda-lo. A água estava congelada, e parecia como se mil facas atravessassem seu corpo de uma só vez. Abriu os olhos, e mais ao fundo enxergou Rony, que continuava a afundar, cada vez mais.
Harry começou a nadar o mais rápido que seus braços e pernas congelados lhe permitiam. Agarrou o braço de Rony o mais forte possível, e o puxou para si. Mas foi como se Rony tivesse uma bala de canhão presa ao tornozelo, pois continuou a afundar, cada vez mais. Harry, sentindo que não agüentava mais sem oxigênio, retornou a superfície. Antes de mergulhar novamente alertou Hermione.

-Mione, o Rony não vem para cima, não importa o que eu faça, lance um feitiço ou algo parecido... –e mergulhou novamente. Mas seu mergulho foi em vão, pois o corpo de Rony saiu da água rapidamente, como se fosse um peixe recém-pescado.

Antes de Harry retornar novamente a superfície, avistou algo se movendo devagar na areia ao fundo. E então, Harry reconheceu. Um Inferi de uma mulher de cabelos negros caminhava lentamente abaixo de si. O medo tomou posse de seu corpo, e ele percebeu que o corpo sem vida preparava-se para atacá-lo. Sentiu uma mão fria prender ao redor de seu tornozelo, e a primeira coisa que fez, foi olhar para cima, a procura de Hermione.
Parecia que a garota havia reparado sua situação, e imediatamente uma luz muito forte apareceu da ponta de sua varinha, e a mulher morta o soltou instantaneamente.
Harry nadou o mais rápido que pode, e Hermione o ajudou a sair do mar revolto.

-Você está bem? –perguntou ela, com a cara séria e preocupada.

-Estou e Rony? –perguntou ele, batendo os dentes de frio.

-Ele tomou muita água, não está muito bem, mas ao menos está respirando... Vamos levá-lo para casa, é só preparar uma poção muito simples e ele já vai estar bom novamente. –respondeu ela, correndo para levantar Rony. Mas imediatamente voltou, e sem dizer uma palavra, apontou sua varinha em direção a Harry, e este sentiu sua roupa secar e aquecer-se.

-Obrigada, Mione... –agradeceu ele.



-Como ele está? –perguntou Sra. Weasley ansiosa ao cruzar a entrada da casa. –Ora essa... Primeiro meu Gui é atacado por um lobisomem, agora o Roniquinho é atacado por um inferi... Francamente...

-Ele está bem Sra. Weasley, eu dei a ele uma poção do sono para ele dormir por mais algumas horas... –respondeu Hermione.

-Você é uma ótima bruxa, Hermione... Obrigada por cuidar do Ronald...

-Se você quiser, Dobby pode lhe levar até os aposentos de Rony... –falou Harry.

-Oh, sim, seria ótimo... –respondeu ela, subindo rapidamente as escadas, logo atrás de Dobby, que caminhava o mais rápido que podia.

Harry aproximou-se de Gina, que estava parada no tapete do hall, sem fala, e os olhos inexpressíveis.

-Então, Gina... Você parou definitivamente de ir à escola? Sua mãe nos contou ainda ontem, quando a avisamos da situação de Rony. –perguntou Harry, encabulado. Fazia tempos que não via a garota, mas o sentimento prevalecia.

-Certamente que não, não é mesmo Gina? –perguntou Hermione, a observando com um olhar ameaçador, muito parecido com os olhares da professora Mc. Gonagall.

-Infelizmente sim... Mas não foi uma decisão minha... –respondeu ela. –Bem a Mc. Gonagall decidiu fechar a escola no Natal, muitas mortes, e todo mundo quer ficar o mais perto possível da família... Eu ia ficar até o Natal, mas com essa coisa do Rony, como não tinha ninguém em casa para acompanhar a mamãe até aqui, eu resolvi sair de uma vez....

-Mas como assim, a Minerva não pode fazer isso... –reclamou Hermione, indignada. –Quero dizer, não é certo interromper nossa carreira escolar...

-Olha só quem fala... –riu Gina, e o seu olhar encontrou o de Harry por breves instantes. –Mas eles entregaram um suplemento extra. Nossos pais podem nos ensinar, e nos prestaremos os exames no ministério. De qualquer forma, a escola vai permanecer aberta. Só não com os propósitos de uma escola normal... Bem... Não sei explicar ao certo o que vai acontecer. Assunto confidencial do Ministério da Magia, sabem como é...

Hermione e Gina riram, e saíram em direção ao quarto de Hermione.

Alguns minutos depois, quando Harry estava na cozinha sozinho, observando alguns papéis, a Sra. Weasley entrou na cozinha, arregaçando as mangas, com Dobby em seu encalço.

-Bem, a comida de Dobby deve ser maravilhosa, mas vamos dar uma folga a ele... –falou ela, retirando uma grande panela de ferro, embaixo da pia. –Sabe eu não consigo ficar sem cozinhar para os meus pequenos...

-Está bem então, Sra. Weasley... –concordou Harry, rindo. Com um toque na varinha fez os papéis em cima da mesa sumirem.

-É uma bela casa que você tem... –comentou ela, enquanto ordenava as facas para cortarem uma porção de batatas.

-Obrigada... Era a casa de inverno dos meus pais... Você ficaria impressionada com o bosque ali atrás...

Ela sorriu. Harry acenou a varinha, para ajudá-la a por a mesa.

-Sabe no Natal vocês vão ter que ir todos lá em casa... Vai ser a despedida de Gui! –falou ela, em tom carinhoso.

-Despedida?

-Oh, sim, Rony não lhe contou? –perguntou ela. –Ele e Fleur foram transferidos pelo Gringotes. Vão para a Suíça no ano que vem...

-Mas isso é ótimo! Deve ser uma oportunidade e tanto... –exclamou Harry, enquanto conduzia uma pilha de pratos brancos para a mesa.

-Acho que talvez não seja tão maravilhosa assim... –comentou ela.

-O que quer dizer? –perguntou Harry, agora colocando os talheres agilmente ao lado doas pratos.

-Bem, eu e Arthur achamos que Fleur botou esta idéia na cabeça de Gui... Ela está apavorada... –suspirou a Sra. Weasley, limpando as mãos no avental que havia colocado instantes antes. –Acha que quanto mais longe da Inglaterra estiver, melhor.

-Não podemos realmente culpa-la, não é mesmo?

-Não, não, claro que não... Mas vou sentir falta de Gui. E do meu netinho... Meu primeiro netinho...

-Netinho? -perguntou ele curioso.

-Oh, sim, eu não lhe contei? Fleur está grávida! De uns dois meses... –falou ela carinhosa. –Não é maravilhoso?

-Nossa, é uma ótima notícia! –respondeu Harry, no momento em que Hermione e Gina entravam silenciosamente na cozinha. –Você ouviu Mione? –perguntou Harry, voltando-se para ela.

-Eu já contei todas as fofocas para ela, sim... –respondeu Gina.

Hermione lhe lançou um sorriso constrangido.

-Como está Rony? –perguntou Hermione, sentando-se em uma cadeira próxima a mesa.

-Está dormindo como uma pedra, mas está com uma aparência ótima! –falou Sra. Weasley. –Você fez um bom trabalho, Hermione. A única coisa que eu não entendo... Por que ele ainda está assim? Afinal ele só engoliu um pouco de água quando foi puxado pelo corpo...

Hermione olhou significativamente para Harry, antes de responder.

-Achamos que o porto é amaldiçoado... –respondeu ela baixinho.

-Mas é um porto de trouxas, o que teria para ser... –interrompeu sua própria frase, e seu olhar captou o de Harry. –Tem alguma coisa haver com você-sabe-quem?

-Exatamente... Estamos procurando algumas coisas, e acho que achamos! Mas isso é bom, Sra. Weasley... –completou ele, ao ver o olhar aflito no rosto dela. –Eu e Mione vamos descer lá novamente e vamos procurar algumas pistas. Vamos amanha cedo.

-Vou também! –falou Gina, com o rosto vermelho, aparentando não gostar da idéia de ficar sozinha.

-Não, de jeito nenhum!

-Não! –exclamaram Harry e Sra. Weasley ao mesmo tempo. A garota cruzou os braços, de uma maneira assustadora.

-Claro que vou!

-Não, Gina, é perigoso! –falou Harry.

-Não me importo, é mais perigoso não ajudar e ficar esperando Voldemort bater lá na porta de casa! Eu vou, e ponto final!

Ao final desta declaração Harry entendeu. Devia dar a ela a oportunidade de vingar certos atos, e de proteger seus familiares.

-Está bem, se a Sra. Weasley concordar, você pode ir conosco. Mas com uma condição! –falou ele, com ar muito cansado.

-E qual é? –perguntou ela, um tanto petulante.

-Você vai usar a capa da invisibilidade!

-Está bem! –concordou ela. –Eu posso ir, não é mesmo, mamãe?

-Está bem, você pode... Nas mãos de Harry você está segura! –cedeu ela, ao que uma inconfortável sensação percorria o corpo de Harry, que baixou o olhar aos próprios pés. Gina se manteve calada também, quando a mão voltou-se as panelas.

Hermione reparando na tensão entre os dois, tentou contar uma piada sobre leprachauns, a bruxa da idade média e sua vassoura, que havia ouvido de Fred e Jorge há algum tempo. Harry e Gina soltaram forçadas risadas. Além de o clima não estar bom, Hermione era péssima para contar piadas.

-Por que não me chamaram? Estou morrendo de fome! –veio uma voz da porta da cozinha.

-Rony! –exclamou Hermione, pulando em seus braços, ao que ele a abraçou. Harry reparou que seu pijama deixava aparecer um bom pedaço de seu tornozelo.

-Finalmente você alevantou! –falou Harry, enquanto Rony acariciava os cabelos enrolados de Hermione.

Ele a libertou de seus braços ao perceber o olhar de riso da Sra. Weasley. Sentou-se rapidamente em uma cadeira ao lado de Harry, com as orelhas vermelhas, e aparentemente muito quentes.

-Vamos jantar então! –anunciou a Sra. Weasley, servindo a sopa na frente de todos.



-Mas é claro que eu vou! Gina vai ir! –reclamou Rony contrariado.

Estavam no quintal dos fundos, com grossos cachecóis protegendo o pescoço e uma boa parte do rosto. O vento gélido rugia em suas orelhas, mas não impedia as de Rony estarem um tom de vermelho-fogo.

-Você não está totalmente curado! –retrucou a Sra. Weasley com as mãos no quadril. –Vai ficar em casa descansando, e ponto final!

-Já sou maior de idade! Tomo minhas próprias decisões! –retrucou ele.

-Você nem sequer lava suas próprias meias, Ronald. Você fica em casa, e não se discute mais! –falou ela, definitivamente arrastando o filho pelo braço, que finalmente vencido pela mãe, acenou para os amigos e a irmã, que se dirigiam a orla do bosque.

-Vem, Gina, eu te conduzo... –chamou Harry, oferecendo-lhe um braço. Ela o observou por alguns segundos, com os olhos o percorrendo de cima a baixo.

-Não, tudo bem, eu vou com a Mione! –respondeu ela, e Harry, boquiaberto, viu ela e a amiga desaparecerem no ar. Bufando, desaparatou e reapareceu na praia, e novamente havia várias gaivotas sobrevoando o mar agitado.

Por que Gina se negara a lhe acompanhar? Quer dizer, eles ainda eram amigos não eram?

-Harry? Vamos? –chamou Hermione, com a mão sobre seu ombro. Ele virou-se rapidamente. Gina estava correndo sobre algumas poucas dunas ao fundo da paisagem, e o corpo de Harry encheu-se de um calor inexplicável.

-Você a ama, não é mesmo? –perguntou Hermione, observando a garota também.

Harry não respondeu, apenas continuou a observá-la atentamente.

-Você não deve se culpar tanto, Harry... Você fez a coisa certa, e ela por mais difícil que seja, entende... E isso não quer dizer que você não possam ficar juntos mais adiante... De fato, acho que isso vai acontecer!

Harry engoliu em seco.

-É talvez... –respondeu ele com a voz dura, virando as costas para Gina.

-Gina! Vamos! –ele escutou Hermione chamar as suas costas. As duas garotas o alcançaram um tempo depois, quando se aproximavam do porto. Hermione parou de chofre, e apontou para algo mais no horizonte.

Harry olhou para a direção em que ela apontava e enxergou um grande farol localizado sobre uma grande falésia. Nele havia as inscrições Inferi’s Harbor.

-Inferi’s Harbor? Não é um nome bruxo, inferi? –comentou Harry, enquanto seguia rapidamente Hermione, que lhe passara e corria rapidamente em direção ao cais.

-Senhor! –chamou ela, quando enxergou um velho senhor barbudo, que descarregava peixes de um barquinho, com um jovem ajudante loiro. –Senhor!

Ele virou-se rapidamente para Hermione, que se aproximara devagar. Observou-a com o olhar desconfiado.

-Pois não?

-Senhor, gostaria de uma informação... Meu nome é Hermione Granger... –cumprimentou ela, estendendo a mão, ao que ele não respondeu.

-Bem, eu sinto muito, mas eu estou ocupado no momento... –respondeu ele, virando-se de costas a garota, e continuando a empilhar os peixes em alguns baldes plásticos.

-Senhor, por favor! Escute-nos... –interrompeu Harry, dando um passo a frente. Ele sentiu a mão de Gina em seu ombro, e sentiu-se reconfortado.

-E qual é o seu nome, rapaz? –perguntou o marinheiro, erguendo o boné sujo que levava na cabeça.

-Harry Potter! –respondeu ele, estendendo-lhe a mão, ao que o homem novamente não respondeu, mas um súbito interesse pode ser visto em seus olhos.

-Potter, eh? Conheci alguns Potter, há alguns anos atrás... Moravam sobre a grande colina do povoado além das montanhas que cercam esta baía...

-Conheceu? –perguntou Harry.

-Bem, não os conheci de fato, não é mesmo? Era um casal reservado, raramente o pessoal da cidade os viam sair... Mas eu os vi uma porção de vezes examinando esta praia... Eu os via de longe, do meu barco de pesca... -respondeu ele, coçando a barba branca.

-Se chamavam Lílian e Tiago... Eram seus tios ou algo do gênero talvez? –perguntou o rapaz loiro que ajudava o marinheiro.

-Eram meus pais... –respondeu Harry, ao que o loiro e o marinheiro viraram suas cabeças com a expressão curiosa.

-Filho deles? –repetiu o marinheiro.

-Era sim...

Ambos ficaram quietos por alguns minutos, e depois voltaram a trabalhar, mas continuaram falando.

-Mas é sorte sua que sua avó o havia levado para a própria casa em Londres, não é mesmo? –comentou o rapaz loiro.

-Minha avó me levou para Londres? Como assim? –perguntou Harry. Ele estava na casa no dia em que Voldemort matara seus pais. Hermione o cutucou, e repentinamente Harry entendeu. Esta era a história para os trouxas.

-Então depois de tantos anos você retorna ao povoado... –falou assombrado o marinheiro, e pela primeira vez estendeu-lhes a mão nodosa. –Adam Green. E este é meu filho Doug. Vocês queriam me perguntar algo se não me engano...

Hermione deu um passo à frente.

-Poderia, por favor, nos explicar o nome do porto? Por que este nome afinal?

-Poderíamos, se soubesse o porquê! –respondeu Doug, olhando de esguelha para a garota. –Houve uma época em que alguns homens foram visto rabiscando a tal palavra “inferi”, nas areias desta praia... O nome, apesar de desconhecido, pegou...

-E mais uma coisa, Sr. Green... Por que aquela doca logo adiante permanece sempre vazia? –perguntou Hermione, apontando para a doca em que estiveram a algumas noites atrás.

Adam Green olhou assustado para os lados, como se esperasse que alguém os estivesse ouvindo. Depois quase num sussurro respondeu.

-Dizem que é mal assombrada... De uns quinze anos para cá, qualquer barco que atraque ali, afunda ou estraga de uma forma inexplicável...

Hermione, Harry e Gina caminharam devagar até a tal doca para observar de perto; até que Hermione os chama e aponta para algo perto da água.

-Quê foi, Mione? –perguntou Harry, tentando focalizar a visão, para o lugar onde ela indicava. Lá estava em uma pequena placa, gravada a marca de fogo, o número sete.

-Este é o número da doca? –perguntou Harry mais para si mesmo, do que para qualquer outro, quando se agachava para ver de perto.

-Sete... Você lembra o que significa Harry? –perguntou Hermione, baixando a voz a quase um sussurro para que os homens atrás de si não pudessem escutar sua conversa.
-O número mágico mais poderoso de todos... Foi por isso que Voldemort criou seis Horcruxes! Lembro-me de ter escutado isto no ano passado. Para dividir sua alma em sete pedaços, e tornar-se quase imortal pelo número mágico sete!

-Eu não aproximaria tanto se fossem vocês... –alertou o Sr. Green as suas costas. –Muitas pessoas morreram afogadas aqui próximo... Dizem que o mar é violento!

-Violento nada... –cochichou Gina. –Está infestado de Inferis...

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