Capítulo 4



Capítulo 4

Muitas eram as pessoas que andavam de um lado ao outro naquele hospital em busca de medicação para seus ferimentos. Mesmo com esses problemas o lugar era tranqüilo e sem alvoroço algum, até porque já era noite e alguns pacientes necessitavam de repouso absoluto e outros de sono profundo. Mas mesmo assim uma placa com uma enfermeira bruxa pedindo silêncio não impedira de Pablo entrar com Agata sangrando em seus braços e pedindo socorro.

“Por favor algum médico, esta mulher está correndo risco de vida e...” - não sabia ao certo se diria isso mas Agata disse claramente para salvar o seu bebê, então é provável que ela esteja grávida e esse é mais um motivo grave para que ela fosse atendida imediatamente - “pode perder a criança que espera.”

Muitos em sua volta ficaram chocados com suas ultimas palavras, visto que era sempre triste quando uma mulher perdia sua criança ainda em seu ventre.

Uma das enfermeiras que atendia ao balcão de informações se aproximou dele e o guiou até um quarto no terceiro andar onde haviam médicos prontos para atende-la.

“Sr. Stein?” - um médico com os cabelos grisalhos e olhos verdes se aproximara de Pablo reconhecendo seu antigo aluno de graduação. - “Que surpresa...” - e ao ver a mulher ensangüentada e ainda desmaiada parou imediatamente o que iria dizer. - “Mas o quê...?”

“Não posso dar explicação agora Dr. Kuhn... a única coisa que posso lhe dizer é que ela está grávida...”

“Ahh... minha nossa...” - o homem ficara assustado com o que ouvira e então chamara duas enfermeiras que imediatamente vieram para levar Agata. Colocaram-na em uma maca e a levaram até um quarto onde iriam tratar dela.

Quando o médico ia dirigindo-se para o mesmo quarto Pablo segurou-o por um braço e o olhou com os olhos marejados.

“Foi bom te encontrar... por favor salve a minha esposa... se eu pudesse...”

“Pablo... nessas horas toda a sua experiência não valem de nada. Por mais eficiente que você seja, não iria conseguir fazer nada... o que você pode e deve fazer é rezar por sua mulher e por seu filho.” - ao dizer isso o mais velho entrara no quarto e deixara Pablo pensativo do lado de fora.

Um filho... Agata ia ter um filho dele... até aquele momento não havia se dado conta daquilo, mas mesmo assim o que mais lhe importava era a vida de Agata, da pessoa que mais amava no mundo...

Ahhh por que? Do que lhe adiantava ser médico se não podia salvar a vida daqueles que amava? Baixou a cabeça e como nunca antes chorou, chorou por ele, por Evelyn e, principalmente, por Agata...

Do outro lado da porta, varias tentativas estavam sendo feitas para acordar Agata e para evitar um aborto espontâneo. Max Kuhn era um médico eficiente e muito procurado por todos do hospital. Enquanto examinava Agata, sua mente voltava ao passado e lembrava de um garoto, um adolescente tão frágil e ao mesmo tempo tão forte para a idade batendo a sua porta pedindo abrigo, pedindo amor de pai... aquelas lembranças não estavam fazendo bem para ele, disto Max tinha certeza, mas ele não podia deixar de olhar para aquela mulher desacordada a sua frente e não pensar em seu marido, em Pablo Tessler, seu filho adotivo, seu filho do coração, que lhe trouxe novamente a vida e a alegria.

Mas aquele não era o momento para remoer o passado. Tinha em suas mãos duas vidas e precisava salva-las imediatamente.

“Vamos Agata... seja forte!” - Max dissera seriamente e então lhe aplicara algum remédio para evitar que ocorresse mais alguma hemorragia, já que o problema de aborto estava descartado no momento. Respirou profundamente e então olhou-a novamente. Não podia mais fazer nada. Já havia feito o que estava ao seu alcance, como parar a hemorragia. Era preciso esperar Agata acordar e esperar algumas horas para que o remédio fizesse efeito e também para que Agata reagisse. Dependia apenas dela e de Deus...

Pablo estava sentando em um sofá esperando por notícias de Agata. Sua cabeça estava abaixada deixando os cabelos loiros lhe caírem no rosto, pelo menos isso escondia seus olhos vermelhos de tanto chorar.

No momento ele não sabia exatamente o que fazer. Precisava avisar a sua família, a sua filha. Evelyn não devia estar sabendo de nada, muito menos que a mãe está grávida.

Esfregou os olhos com a ponta dos dedos e passou-os pelos cabelos ajeitando-os de maneira que pudesse enxergar. Não estavam muito grandes, mas apenas o suficiente para lhe cegar. O que causava motivo de risos a sua filha e motivo de agrado a sua esposa... por que ele tinha que lembrar de momentos agradáveis nos momentos difíceis? Era só para se martirizar mesmo...

Levantou-se do sofá e então caminhou até a recepção, onde uma mulher atendia a qualquer dúvida e informação.

“Oi... eu gostaria de mandar uma notícia através de alguma coruja...”

“Você não gostaria de usar o telefone? Pode ser um objeto trouxa, mas nessas situação são muito melhores...” - a mulher de cabelos ruivos dissera com um sorriso bondoso.

“Pois é... me esqueci completamente que isso exestia...” - e havia esquecido mesmo. Na Alemanha ele não era muito de usar a coruja para mandar e receber recados. Era só mesmo com sua filha que isso acontecia, ou então para os desavisados que não possuíam telefone. Mas aqui em Londres ele nem pensou nesta possibilidade, mesmo sabendo que os pais de Agata haviam acabado de comprar um de um trouxa qualquer. Evelyn lhe jurava que seus avós não sabiam usar muito bem o telefone e que o tinham para fazer inveja a comunidade bruxa. Como se isso fosse algo grandioso...- “é... posso?”

“Claro!” - a mulher colocou o aparelho a seu alcance e então Pablo discou o número correspondente a casa dos Tessler. Teve que discar duas ou três vezes até conseguir lembra o número exatamente, mas enfim... depois de alguns toques uma voz familiar atendera o telefone.

“Evelyn?”

“Sim...”

“Oi querida... sou eu, seu pai!”

“Pai! seu inconsequente! Como você tem a coragem de me deixar aqui aflita e de não me contar que a mamãe fora seqüestrada!” - já era de se imaginar... o que Evelyn não descobria? Mesmo não querendo aquela menina descobria segredos, até os mais guardados.

“Falaremos disso depois... agora o que importa é que já encontramos sua mãe...”

“Sério! E como ela está? E você?”

“Eu estou bem... estou te ligando do Hospital que sua mãe está internada...”

“O que?”

“Fique calma.. Não é nada grave...” - como queria acreditar nisso, mas o que não se diz para se acalmar a pessoa que ama? Principalmente se essa pessoa é metida a valentona e a salvadora da pátria... por que ela tinha que puxar aquele sangue...?

“Não acredito em histórias de fada... onde vocês estão? Eu estou indo para aí...”

“Mas...?”

“Eu quero ver minha mãe!”

Pablo suspirara derrotado, era o direito dela e afinal de contas precisava dela ao seu lado, queria alguém que pudesse lhe acalmar...

“Venha então minha filha...traga Annette e John junto, Agata precisa da família junto a ela... estamos aqui no St. Mungus...” - desligou o telefone e o entregou a mulher ruiva do outro lado do balcão. Agradeceu e então voltou para a sala de espera. Para sua surpresa um homem moreno estava sentado lá, possuía o olhar perdido e parecia estar totalmente aéreo.

“Black...?” - o homem pareceu acordar com o chamado e então olhou para Pablo sem muita expressão.

“E então, alguma notícia?”

“Não... o médico está examinando ela... eu não sei... não sei o que está acontecendo...”

“Vai ficar tudo bem... ela é forte... sei que é...” - dizia isso mais para si do que para o loiro a sua frente.

“Tenho medo de que ela perca o bebê... de que ela...”

“Isso não vai acontecer Pablo...” - Sirius dissera ao mesmo tempo em que o médico se aproximava deles. Sua expressão era séria e cansada, o que assustou um pouco Sirius, já Pablo não se abalou, afinal todos os médicos tinham aquela expressão, ele próprio já havia acostumado em fazer aquele tipo de expressão.

“Trago boas notícias, ela reagiu bem , embora continue dormindo por causa dos sedativos. Mas as chances de um aborto não foram totalmente descartadas. Nenhum dos dois corre perigo, mas é importante que vocês saibam que o que ocorreu com Agata foi algo muito grave e que isso pode tornar-se a se repetir... daqui para frente ela vai precisar de repouso absoluto, ou seja, oito meses compridos em cima de uma cama e sem incomodações, de preferência.

“Claro, claro, faremos tudo o que nos pedir, mas não vai ficar nenhuma sequela na criança doutor?”

“Ainda é muito cedo para saber Pablo... ela está com um mês e meio de gestação... teremos que esperar, pelo menos, quatro meses para conseguir ver alguma coisa, e mesmo assim vai ser difícil detectar absolutamente o que a criança pode vir a ter com esse susto que nos pregou...” - nisso o homem sorriu deixando Pablo mais confortável diante aquela situação.

Sirius olhava tudo atentamente. Suas lembranças passando por sua mente rapidamente. Em pensar que sonhou ter muitos filhos com Agata, e hoje ele recebe a notícia de que ela terá seu segundo filho com o loiro a sua frente. Definitivamente ele não conseguia tirar aquilo da cabeça, mesmo sabendo que não havia mais o que fazer ali.

O médico saiu em direção a uma outra porta daquele hospital deixando Sirius e Pablo novamente sozinhos.

“Ehh... parabéns pelo seu novo filho...” - Sirius dissera sorridente e apertara a mão direita do loiro que lhe encarava confuso.

“Obrigado... apesar do susto, como disse Max, eu me sinto mais aliviado e feliz por meu filho... bem... meu segundo filho.” - isso ele fez questão de ressaltar, embora soubesse que o moreno a sua frente não sabia da existência de uma filha.

Algum tempo se passou sem que nenhum dos dois dissesse nada, na verdade nenhum dos dois sabia exatamente o que falar ou que fazer, porém estavam aliviados por tudo estar ocorrendo bem com Agata e dentro de alguns minutos poderiam visitá-la.

“E sua família, ou a família de Agata não sabe ainda o que ocorreu?” - Sirius finalmente perguntara afastando de uma vez aquele silêncio.

“Bem... eu sou órfão, não tenho família e se tenho não conheço e nunca me deram alguma importância” - odiava falar na sua família. Havia sofrido muito com tudo, com a morte de seus pais e não queria relembrar aquele momento terrível que por sorte fora amenizado por uma grande pessoa que ele considera como seu pai ou um grande irmão. - “e quanto a família de Agata eu acabei de avisar, creio que logo estarão aqui...” - nisso Sirius abaixou a cabeça pensativo. Teria que encontrar novamente aquele sujeito, John Tessler. Foram tantas as palavras de acusação e ofenças que Sirius sentia a mesma raiva de sempre, mas por que disso agora? Esperava que aquele velho estivesse feliz por ter casado a filha com um sujeito mais rico, mais poderoso e enfim alguém mais repugnante do que ele próprio. Mas quanto a mãe de Agata, Annette Tessler, desta ele não podia dizer nada de mal, fora uma mulher que sempre quis o melhor para filha e se esta estava feliz com alguém, Annette tratava logo de aceitar e não questioná-la. Era uma pessoa totalmente diferente do marido que tinha. Se a encontra-se hoje faria questão de cumprimentá-la e de dizer o quanto gostava dela e a adimirava.

“Hm... acho que nesses momentos Agata se sente melhor ao lado de seus familiares...”

“Ao lado de quem a ama e ela ama...” - Pablo mal havia acabado de dizer isto, quando um casal e uma menina chegaram na recepção. Ele acenou para eles, que vieram ao seu encontro. Evelyn correu para abraçar Pablo, que suspirou aliviado.

“Onde está minha filha?” - John perguntou olhando furioso para o moreno sentado no sofá diante de Pablo. Sirius resolveu não levar aquilo em consideração. Estava mais interessado na menina que agora alisava o rosto do pai como se procurando algum machucado. Era linda, muito linda, muito mais do que nas fotos que recebia de Agata, a última que recebera fora quando a menina tinha 12 anos. Depois disso Agata não lhe enviou mais e as cartas foram diminuindo de frequência.

“Ela está em um quarto de observação... ela teve uma hemorragia e quase perdeu a criança...” - Pablo dissera a última frase com alguma cautela. Não saberia qual seria a reação deles.

“O que!” - desta vez fora Annette quem perguntara. Seus lábios formando um sorriso de orelha a orelha. - “Minha menina está grávida?”

“È... mas foi por um milagre que ela não a perdeu, por isso precisamos ter cuidado...”

“E quando podemos ver a mamãe?” - Evelyn perguntara e então olhara para Sirius que desviara o olhar um pouco envergonhado, já que ele não parava de olha-la. A morena então lembrou-se do homem sorridente ao lado da mãe na foto do quarto na mansão Tessler. Tinha que ser a mesma pessoa...

“Assim que ela acordar querida...” - Pablo respondera passando a mãe pelos cabelos loiros, e então sentara-se ao lado de Sirius. - “Teremos que esperar... não sei quanto tempo... por que vocês não vão para casa? Vai ser cansativo Sra Tessler...”

“Não... quero ficar aqui... preciso ver Agata... mas enquanto esperamos eu gostaria de tomar um café. Sei que no último andar eles fazem um ótimo café expresso. Você gostaria de me acompanhar Sirius?”

Sirius olhou-a surpreso. Pensou que haviam esquecido ali, como se fosse um móvel velho numa sala luxuosa. Realmente Annette era uma mulher fabulosa, Agata tinha a quem puxar...

“Claro Sra Tessler... será um prazer!” - nisso ele deu mais um de seus sorrisos brilhantes, despertando mais uma vez a curiosidade de Evelyn que naquele momento tinha certeza de que aquele homem era muito importante para sua mãe e que ela teria que conhecer mais profundamente.

Annette sorriu e então sem olhar para o marido furioso seguiu Sirius até o último andar, deixando Pablo, Evelyn e John silenciosos e esperando por notícias.
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Estavam mais uma vez reunidos em volta daquela imensa mesa retangular. Sendo que agora o ambiente era mais agradável e feliz, com algumas pessoas faltando e outras novas.

Dumbledore estava na ponta e olhava cada um ali presente com um sorriso simples, porém simpático. Olhou cada um por um momento, notando a sua fisionomia e como se comportavam, e por último seus olhos se mantiveram em um vidro no centro da mesa, cujo conteúdo era nada mais, nada menos do que um rato, ou melhor, do que um desprezível rato chamado Pedro Pettigrew.

Estavam conversando há algum tempo e esperavam a chegada do ministro Arthur Weasley para comunicarem o que havia acontecido e marcar então o dia em que poderiam levar a prova até o tribunal para a absolvição de Sirius. Mais alguns minutos se passaram até que a porta abriu-se revelando a figura de Weasley, que entrou e sentou-se rapidamente em um lugar especialmente arrumado para ele, ao lado direito de Dumbledore.

“Desculpe a demora... estava com alguns bruxos fugitivos e estava tentando interroga-los. Dei graça a Deus quando vocês me chamaram, só assim poderia fugir daquele lugar estressante. Mas... o que vocês querem de mim...?”

Estava tão acostumado em ir a Hogwarts para diversos assuntos, ora seus filhos, ora para a guerra, que naquele momento sentiu-se estranho por estar ali como Ministro da Magia, sendo que era seu primeiro ano de ministério depois da guerra e da morte do ex-ministro Cornélio Fudge.

Arthur estava tão imerso em seus pensamentos que levara um susto quando seus olhos pousaram sobre o vidro que estava no centro da mesa, cujo o rato fazia uma algazarra para tentar de qualquer maneira sair dali. - “Não me digam que é...?” - conhecia tão bem aquele rato que as vezes esquecia que ele não era mais o perebas da sua família, mas sim um criminoso.

“È sim Arthur... Chamamos você para ver isso... não é fantástico receber um criminoso dentro de um vidro lacrado e cheio de feitiços?” - Dumbledore disser sorridente e então percebera que os olhos do ministro não acreditavam no que viam.

“Mas como...?”

“Creio que no julgamento lhe explicaremos isso... Sirius e eu, assim como Snape e Lupin que são as testemunhas, diremos tudo o que aconteceu na frente do tribunal e do júri e é claro para você, que não terá outra escolha a não ser absolver Sirius Black!”

“Como você disse falaremos nisso durante o julgamento Dumbledore... Eu só espero que ele ou isto... este rato vá para o julgamente na forma humana. Não quero complicação para o meu lado. Você sabe que, mesmo Pettigrew sendo um criminoso, ele ainda tem seus direitos a serem cumpridos, ou seja, ele não pode ficar dentro de um vidro já que ele não foi submetido a nenhum julgamento ainda. Mas cá entre nós... eu adoraria poder massacrar essa coisa... mas como meu dever eu tenho que ouvir todas as testemunhas e etc.”

“Claro... mas essas são medidas de prevenção se você não se importa e se não disser, nada saíra daqui... Agora é só marcar a data e estaremos lá prontamente para o julgamento.”

“Com certeza... e eu não vejo a hora de poder colocar minhas mãos nesse imundo” - nisso ele olhou de relance para o vidro e levantou-se. - “Espero vocês lá... muito boa noite!” - Saiu sem muita cerimônia da sala deixando Dumbledore sorridente, assim como Remo e Snape.

“Parece que a liberdade de Sirius está próxima.” - Remo dissera pensativo e ao mesmo tempo feliz por ajudar o amigo.

“Vamos torcer para isso Remo... Nós três faremos o possível para que isso aconteça...” - nisso Dumbledore olhou para Remo e Snape que concordaram com um aceno de cabeça.
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Não sabia o quanto de açúcar já havia colocado em seu café, só sabia que estava nervoso e que depois de 16 anos conversava mais uma vez com Annette Tessler, mãe da mulher que amava.

“Acho que desse jeito você precisará de uma xícara maior para colocar o açúcar...” - a mulher dissera sorridente, vendo que Sirius estava extremamente nervoso. - “Não precisa ficar sem jeito na minha frente querido, ainda sou a mesma, aquela que sempre apoiou você e Agata.”

“Sei disso... mas agora a única ligação que possuímos é uma grande amizade e você sabe o quanto eu queria ter sido seu genro.”

“Você que pensa Sirius... mas eu também queria ter sido sua sogra, mas não podemos prever o futuro e muito menos mudar o passado. Nós dois sabemos que Agata te amava e, quem sabe, ainda o ama... mas o que aconteceu era para acontecer...”

“Meu amor por Agata nunca mudou, mas o amor dela por mim deve ter acabado, ela agora terá seu segundo filho com Pablo, e isso basta para enfraquecer um amor que ela poderia sentir por mim... durante anos pensei que ela pudesse voltar para mim, mesmo em Askaban eu pensei que isso fosse possível, escreviamos cartas constantemente contando tudo o que acontecia um para o outro, é claro que as cartas eram sempre revistadas com centenas de feitiços, pois eu ainda estava preso, mas mesmo assim eu ainda tinha esperanças, mas acho que elas estão acabando.”

“Não sei o que dizer sobre isso, mas acho que no futuro vocês terão que se unir novamente, pelo menos para satisfazer a vontade de alguém” - estava indo longe demais, isso ela sabia que sim, mas aquele homem não podia mais viver na mentira, precisava saber que a garota que abraçava e que acariciava Pablo com um imenso amor de filha era dele, era fruto do amor dele com sua filha, Agata. Estava lhe doendo até agora a expressão no rosto de Sirius, quando este presenciou aquele carinho de pai e filha na sala de espera. Não era justo... simplesmente não era!

“Se você está falando em fazer sua vontade, eu ficaria feliz em realiza-la...”

“Pode ser... mas me conte como anda sua vida...”

“Nada interessante. Primeiro quero que você saiba que está falando com um fugitivo de Askaban e que não sou criminoso...”

“Disso eu sempre soube querido... mas depois de sua liberdade, o que você pretende fazer?”

“Dumbledore me convidou para dar aulas em Hogwarts, como professor de duelos. E irei comprar uma casa para morar com meu afilhado, Harry Potter, já que sou praticamente seu único familiar vivo, a não ser por seus tios, mas estes o odeiam, assim como Harry os odeia.”

“Ele é filho de Thiago e Lilian , não é mesmo? Aqueles que iriam ser padrinhos do seu casamento com Agata?”

“Sim... e que morreram nas mãos de Voldemort...” - nisso a mulher sentiu um leve tremor, não estava acostumada a ouvir aquele nome assim como metade da comunidade bruxa. - “mas prefiro não falar neles, mas se você quiser saber sobre Harry, terei o prazer de dizer, já que me sinto como pai dele.”

“Claro querido, claro... ouvi dizer que esse menino é um ótimo bruxo...”

“È sim... mas não porque ele conseguiu derrotar por várias vezes o Lord das Trevas, mas por ele ter um coração de ouro e ser muito corajoso. Hogwarts tem orgulho de ter um aluno como ele...”

“Disso eu não dúvido... pois sinto o mesmo de minha neta, mesmo não conhecendo-a muito. Ela tem uma coragem e uma determinação espontânea que Agata nunca teria. Realmente eu não sei por quem ela puxou...”

“È claro que puxou por mim Annette!” - Pablo dissera seriamente.

“Oh Pablo, não vi você chegando... sim, deve ter puxado ao pai...”

“Vim avisar que Agata acordou, Evelyn está com ela e acho que logo Agata vai querer ver você Annette...”

“Se você permitir, eu gostaria de visitá-la Pablo...” - Sirius dissera seriamente e então sorrira para a mulher a sua frente.

“Bem... se não for pertuba-la, tudo bem...”

“Vamos então?” - Annette perguntara e então levantara-se e puxara Sirius por um braço para guiá-la. Pablo continuou ali e viu quando uma garçonete apresentava uma conta de dois cafés pretos a ele.

“O que?”

“A conta Senhor...”

“Mas...” - só lhe falatava essa, mas o que fazer? Ele tirou a carteira do bolso e então pagou a conta e saiu dali furioso para o andar onde se encontrava Agata. O que lhe deixava feliz era saber que sua esposa e seu único filho passavam bem...
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Estavam abraçadas há algum tempo e pareciam não querer se soltarem. Embora Evelyn fizesse força para não chorar ela não conseguia, era mais forte do que ela e ver sua mãe numa cama de hospital ligada a vários fios era demais para ela.

Agata olhava sua filha com um sorriso abobalhado no rosto. Ahh... se arrependimento matasse... havia se afastado de Evelyn tanto que agora se sentia culpada. Mas foram tantos os motivos, o trabalho a semelhança fisica e moralmente dela com Sirius era demais para Agata aguentar ficar perto da menina. Tudo lhe relembrava o passado, os momentos felizes dela com Sirius, mas ela não podia mais fazer aquilo, não podia deixar de amar sua filha, o fruto do seu amor com a pessoa que ela sempre amou.

“Mãe... por que isso foi acontecer?”

“Minha filha... eu também não sei, quando vi já estava em um lugar totalmente desconhecido e com um comensal da morte feito seu... mas isso não importa mais, o que importa é nos duas que estamos mais uma vez juntas.” - Agata beijou a testa da morena e então dera um suspiro aliviado.

“Você precisa descansar né? Você e o meu maninho...”

“È preciso... mas com você por perto...”

“Não posso ficar por muito tempo... os médicos não me permitem, apenas quando você for para um quarto melhor, por enquanto você tem que ficar em observação e principalmente em paz.”

“Quem está aí fora filha?”

“Papai e meus avós...”

“Quem?” - Agata sorrira meio contra a vontade, era orgulhosa demais para demonstrar sua felicidade por ver seus pais novamente, principalmente seu pai que lhe feriu tanto.

“Annette e John Tessler te lembram alguém?”

“Claro... Mas isso eu te explico outra hora...”

“E vai me explicar também essa foto...” - nisso a morena tirou uma foto do bolso de sua jaqueta e entregou a Agata que olhou surpresa.

“Onde você conseguiu isso?”

“Do seu quarto. Papai e eu estamos na sua antiga casa e eu estou no seu quarto. Foi quando vi essa foto... e esse não parece ser o papai, mas sim o homem que está aqui fora...Acho que o nome dele é Sirius ne?”

“Como?”

“Não se faça de desentendida mãe... ele esta na sala de espera e quer te ver...”

Agata olhou mais uma vez a foto sem responder a pergunta da filha. Eram momentos felizes aqueles, estavam se formando e iriam se casar depois de um ano, pelo menos eram assim que eles haviam planejado, mas...

“Mãe... você quer que eu saia...”

“Por favor querida... eu preciso ficar um pouco sozinha... Não conte a seu pai sobre essa foto... quando eu conseguir te conto tudo... tudo mesmo!”

Nisso Evelyn deu um beijo de despedida em Agata e saiu do quarto deixando Agata mais uma vez pensativa.

Não era possível que seu passado estava voltando para lhe avisar que todo esse tempo ela esteve mentindo para si mesmo, que seu coração esteve escondendo um sentimento da qual nem ela queria mais sentir, e o que falar para Evelyn? Cedo ou tarde aquela menina descobriria toda a verdade, principalmente através das semelhanças, embora poucas mas significativas... isso se Sirius já não percebeu.

Deixou tudo aquilo de lado mais uma vez e então fechou os olhos para sonhar mais uma vez em como seria a carinha do seu bebê...

Continua...

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