Sonhos e realidade
Ele acordara, mais uma vez, muito suado naquela noite. Por duas vezes naquele mês acordara assim, essa já era a terceira. "Não tenho sonhos assim há tnto tempo que nem consigo me lembrar.", ele pensou, ainda deitado, enxugando o suor. Sentou-se na confortável cama, passou a mão pelo rosto de forma cansada e se levantou, pondo os chinelos brancos. Andou até a cozinha, abriu a geladeira e pegou um grande copo com água. Voltou ao seu quarto, sentou-se na escrivaninha de madeira, pegou um livro, uma pena e um pote de tinta e começou a escrever sobre o sonho que tivera, narrando-o em voz baixa.
"30 de Agosto. Mais um sonho perturbador. Não saberia dizer se são sonhos ou pesadelos o que ando tendo. Tenho de saber o que eles querem dizer. Esta noite parece que eu finalmente descobri o que eu havia me perguntando esses dias. Apesar de terríveis, esses sonhos têm sido úteis. Conversei com Minerva sobre isso e talvez eu procure alguém que possa me ajudar no final do ano que está por vir. No momento, espero poder ter mais desses pesadelos, mesmo que tenha que acordar suado e tremendo todos os dias. Quanto ao meu sonho, houve apenas uma descoberta para mim, já que quase o sonho todo se repetiu, como fez semana passada e a retrasada. Depois do que ele fez, parece a mim que alguém, de alguma forma, descobriu o que se passava e, sendo quem era, o seguiu. Devo admitir que não fiquei tão espantado como ficaria se fosse outra pessoa. No final, algo trágico aconteceu. Não me atrevo a lembrar, muito menos a escrever aqui para guardar esse momento desse meu sonho. Só me encorajo o suficiente para dizer que não houve definitivamente um final no final. Seja como for, espero apenas que esse meu sonho não aconteça, seria muito... trágico a realidade se misturar com sonhos dessa maneira."
Ao terminar de escrever, ele suspirou, deixou a pena de lado e fechou o livro. Pegou a varinha, que estava no bolso das vestes e apontou-a para o livro. Um fino traço dourado saiu da ponta da varinha e se enlaçou em torno do livro, selando-o. O homem guardou-o em uma das gavetas da escrivaninha. Em seguida, levantou-se e olhou através da janela. O sol já estava quase nascendo. Ele suspirou mais uma vez e disse para ninguém:
- Amanhã será o começo de um novo ano. Temo pelo que aconteça, porém não deixo de sentir curiosidade. Uma curiosidade pela qual sinto que vou me sentir triste de ter sentido mais tarde. - e, dizendo essas palavras, ele sorriu por trás das longas barbas prateadas, apesar do sonho horrível que acabara de ter, ao ver o nascer do sol. Apesar do sorriso verdadeiramente alegre, seus olhos, azuis-céu, estavam com uma expressão que muito poucos já haviam visto nele, carregavam tristeza, arrependimento e coragem, mas, acima de tudo, podia-se ver claramente pelos oclinhos meia-lua que ele usava, um medo espantosamente grande.
Alvo Dumbledore não pôde controlar uma lágrima rolar pelo seu rosto ao lembrar-se de uma das cenas de seu sonho. Ficara muito mexido com tudo que "vira", apesar de saber que não era a realidade. Ele andou até o banheiro, tomou um banho e se vestiu, pondo, por último, uma longa capa azul marinho.
- Não posso aparecer nesse estado. - ele falou em voz baixa, para si mesmo, olhando para o espelho. Logo depois, lançou um feitiço em si mesmo, que o fez parecer muito feliz e contente. Satisfeito com a própria mágica, pôs o chapéu pontudo azul marinho na cabeça e seguiu, decidido para fora do quarto.
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