IV Capítulo



-Bom dia – ele disse as minhas costas, sentando-se a mesa.

-Oi. O café logo estará pronto.

-Isso é ótimo. Mas você deveria ter me acordado.

-Oh. Desculpe-me – sorri. – Mas você estava tão pacífico e inocente dormindo... não quis perturbá-lo. Você tem alguma coisa para fazer hoje? – perguntou dividindo os ovos mexidos que fizera em dois pratos.

-Não exatamente. E você?

-Acho que vou preparar algumas poções.

-Certo. Então quer distância de mim, não é?

-Se você quiser ficar... – toquei seu cabelo – mas não quero que me atrapalhe, você consegue ficar quieto?

-Bom, nunca se sabe, nós podemos tentar.

-Pelo jeito seu horror a poções passou.

-Desde o dia em que uma mudou e salvou minha vida – ele deu uma piscadela.

-Sorte a sua, Potter – disse sorrindo enquanto comia.
***

Quinze minutos depois, expulsei Harry do laboratório. Ele não conseguia ficar quieto, não me deixando quieta também. Quero dizer, ele aprende muito rápido os pontos fracos das pessoas... O que é ruim, apenas para mim – se você olhar do ponto de vista profissional. -, já que eu tenho diversos desses pontos. E acho que Harry, nesses quinze minutos, descobriu mais alguns deles...

Ele decidiu ir para sua casa, e voltar mais à noite, o que foi um alívio para mim. A porta da sala bateu, não acredito que ele mentiu para mim. Tirei o avental e me dirigi para a sala.

-Harry eu não acredito que

-Merlim. Isso é assustador! – Gina estava na minha frente. – É como se eu tivesse uma irmã gêmea – ela disse me rodeando.

-O que você está fazendo aqui? – consegui dizer. – Você só deveria voltar daqui a quatro dias!

-Ah. Pensei em você, não achei certo que ‘ficasse nessa’.

-Ah sim.

-É. Não achei certo me divertir e você estar aqui com Harry, fazendo sabe-se lá o que.

-Me poupe dos comentários sórdidos.

Massageei meu pescoço e franzindo a testa me dirigi ao laboratório. Procurei um “antídoto” para a poção e bebi.
Havia voltado a ser Hermione Granger.

-Obrigado por pensar em mim – me forcei a dizer. – Harry vem hoje a noite falar comig- com você.

-Certo.

-E como foram os três dias?
***

Estava no sofá em posição de lótus, lendo um livro. Enquanto Gina estava contando pela milésima vez sobre o quando haviam sido divertidos aqueles dias. Não abri a boca para retrucar ou lhe dar lições de moral, não me atrevi. Estava muito mais interessada em recordar meus dias , e se quer saber, duvido muito que Gina tenha se divertido mais que eu, e descoberto coisas como eu. Como, por exemplo, que eu estive, todo esse tempo, apaixonada por Harry...

A campainha soou e eu, sem querer, estremeci, fechando, com mais força do que queria, meu livro.

-Deixa que abro.

Minhas mãos suavam e tremiam ligeiramente quando abri a porta. Meu coração disparando. E lá estava Harry que não conseguiu disfarçar a surpresa em me encontrar em casa.

-Oi! – ele falou sorrindo por fim.

-Olá Harry – disse baixando meus olhos por um segundo. E então senti seus braços me apertarem como nunca tinham feito, a não ser quando estive como Gina. E, fechando meus olhos, o abracei também com a mesma força. Sentindo-o mais uma vez.

-Eu senti tanta saudade de você – murmurou em meu ouvido – quis tanto te ver quando esteve como... Eu senti tanta saudade!

-Senti sua falta também, meu amigo – e nunca me doeu tanto dizer algo como esse tão forçado “meu amigo”.

Ele abriu a boca, mas não disse nada. Gina estava vindo em nossa direção. – Harry. Vem entra – ela disse segurando sua mão, lhe puxando para a sala. – Se você não se importar, nós poderíamos ficar aqui, com a Mione. Ela chegou hoje e ainda tenho tanto para conversar com ela.

-É claro que não ligo. Eu também quero saber de tudo. Então, Mione, preparada para me contar tudo?

-Não há nada demais. É sempre tudo muito igual – disse voltando minha posição inicial.

-Tenho certeza, então, que Gina tem algo a me contar!

-O que seria? – ela perguntou me cedendo uma taça com Martini, assim como tinha posto para ela e Harry.

-Ah. Não sei – ele gesticulou sorrindo. – Conseguiu terminar a poção corretamente, mesmo eu lhe importunando? Quer dizer, você me expulsou do laboratório, por que mesmo? Ah. Aquele truquezinho – ele lhe deu uma piscadela. Me engasguei com a bebida, sentindo minhas bochechas ganharem cor. O “truquezinho”, como poderia me esquecer? Algo com as mãos dele no meu corpo enquanto eu tentava fazer a poção do morto-vivo.

-E-eu consegui sim – Gina disse me olhando de lado. – Você está bem, Mione? – perguntou preocupada.

-Ó-ótima. Tudo bem – disse gesticulando muito. – Se não se incomodam... Vou me retirar.

-Mas já? – Harry perguntou.

-Você não sabe quanto vou cansativa minha viagem. Nós ainda teremos muito tempo para conversar Harry – retruquei lhe estalando um beijo no rosto e outro no de Gina. – Tenham uma boa noite.

-Você também, Mi – Gina respondeu.

***
(continua)
***

Bom, desculpem a demora...
E algum erro tabém.
Obrigado pelos comentários e as respostas foram respondidas? :D

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