prólogo-um ultimo abraço
ra uma noite em que tudo parecia ter um certo ar de tristeza.As nobres ruas de Londres apesar de bem limpas e iluminadas não eram convidativas a um passeio noturno. Havia uma serie de ocorrências estranhas em todo o país. Crimes passionais e sem sentido, pessoas desapareciam sem deixar vestígio, mortes sem explicações convincentes e desastres naturais que nenhum cientista conseguia entender, ou explicar.
O mundo preste a entrar em colapso...
”E o fim do mundo” apregoava alguns religiosos...mas quem seria nosso carrasco?
Mas por mais absurdo que pareça, à meia noite do dia 31 de outubro, em uma praça pequena e bem ornamentada, de um bairro distante do centro de Londres; uma mulher muito jovem vestida com um casaco preto, cabelos castanhos, rosto amorenado por um sol tropical e um pouco corado pelo frio, em um ponto mal iluminado por um candeeiro distante aguardava algo . A chegada de um velho amigo.
Há quase um ano aquele país não era mais seu lar. Por todo esse tempo ela fugiu para guardar um segredo e agora iria carregar outro consigo e pelo mesmo motivo. Salvar alguém.
Do seu ponto de vigília pode avistar a cinueta de uma outra pessoa. Seu modo de andar era desengonçado como o de quem carrega algo frágil nos braços.Vinha lendo... Receoso.
Ao se aproximar do lampião porem toda a imagem de tristeza daquela rua se refletiu naquele homem...Alto, forte, bonito...mas naquele momento não passava de um rascunho do que era...era simplesmente alguém que sofria.
Estava carregando um bebê. Recém nascido pelo que se notava, pois o homem parecia aflito com cada gemido dele.
Quem passasse por aquela praça naquele momento acharia aquilo no mínimo suspeito. Um casal jovem como aquele, passeando por uma praça inóspita, com um bebe recém nascido, numa madrugada fria de outono.
Ela sorriu para o homem quando os dois se sentaram em um banco próximo a fonte naquele horário desligada.Ele retribuiu meio forçadamente. Apertou um pouco mais a criança em seus braços, como se assim ele pudesse fazer com que ela não saísse de perto dele.
Mas a criança gemeu.Ele ninou-a um pouco até ela se acalmar.
A mulher observava a criança um pouco apreensiva.
-teêm certeza de que querem me entregar esse bebê? Não preferem esperar mais um pouco? Pode ser que ele...
-Ele sumiu há dias. Mas vai volta...
-E eu não vou estar aqui, você sabe o quanto eu o temo.
O homem si calou de novo.O bebe agora dormia.
-Eu não tenho a coragem de vocês.-disse ela fitando o resto da praça, pondo a mão maquinalmente no ventre.
-Vai ser melhor assim...Só quero proteger...Essa parte de mim...Não vou poder fazer isso por mais ninguém...
-E como ela está?-tinha um tom preocupado
-Bem...Conformada.
-Eu duvido muito...-ela descobriu um pouco o rostinho do bebê e sorriu- Que gracinha.
-Sabia que acharia isso. É de família.-ele riu.E passou o bebe para os braços dela sentindo que não tina mas chão sob seus pés.
Ela sabia o quanto isso era difícil para ele. Era um pedaço seu que ele estava lhe dando e se sentia extremamente honrada pela confiança que muitos nessa época tão difícil não dariam. Ele estava lhe entregando um filho.sentiu-se na obrigação de reconfortá-lo e tranqüilizá-lo.
-Vocês vão se encontrar de no...-mas ele a impediu de falar. Selou seus lábios num beijo, doce...Fraternal.
-Vocês vão ficar bem?
-Vocês vão ficar bem?
O homem não respondeu. Ela olhou o rosto do bebe novamente.
-Nós vamos ficar bem.
-Então nós também vamos.
E os dois se levantaram para seguir seus próprios destinos. Mas antes disso os dois se despediram pela ultima vez na vida. Um ultimo abraço.
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