Rumo à Mansão!
Rony decidiu pedir ajuda a Harry e Mione para inventar a mentira do século, a que iria enganar Percy.
Logo que desceu as escadas, encontrou Harry no jardim. Ele estava sentado olhando um pequeno gnomo brincar perto da sebe.
Rony sentou-se ao lado dele.
- E aí, Harry?
- Fala, Rony. Já terminou a carta?
- Já. Mas agora temos um problema maior. Como mandar a carta? Por Píchi?
- Podemos usar Edwiges sem problema algum.
- Não podemos, não! – Hermione estava parada no vão da porta da cozinha.- Edwiges não é uma coruja, hã, discreta, Harry. Olhe a cor dela. É linda, mas não se esqueça que Fudge a viu aquela vez n’O Caldeirão Furado. Eu, pelo menos, não esqueceria de ter visto uma coruja tão rara e bonita como ela. Vai dar na cara.
- Foi isso o que eu pensei. E Errol não temos condições de usar. Ele demoraria uma semana, no mínimo, para chegar ao Ministério. E toda a família daria falta dele durante esse tempo.
- É... vocês têm razão. Então...
- Então eu pensei em Hermes, a coruja do Percy. Mas ele sem dúvida iria querer saber para quê eu quero usá-lo, para quem estou mandando cartas, esse tipo de coisas. E eu não posso falar a verdade, precisamos ter uma mentira muito bem bolada e convincente. E precisa parecer uma coisa de extrema urgência. Conheço meu irmão. Ele não vai me emprestar,a não ser que eu realmente precise dele.
- Certo. Então, temos que inventar uma boa história... hum...- Hermione fez a mesma cara que sempre fazia quando estava pensativa, tinha uma expressão de estar em qualquer outro lugar, menos ali do lado deles. – Já sei! Você precisa encomendar livros, ou uniforme, sei lá, com antecedência, uniforme, porque... Porque o do ano passado está rasgado e apertado em você. Então, precisa mandar uma notificação a Madame Malkin para avisar que irá lá buscar suas roupas daqui a algumas semanas.
- Muito bom,Hermione! Se não soubesse que é uma história, até eu mesmo acreditaria e te emprestaria Píchi para mandar a tal carta. Mas você está esquecendo de duas coisas. Primeira: eu não compro uniforme. Uso o dos meus irmãos. Provavelmente ele vai dizer que isto seria uma completa perda de tempo, me fazer entrar no quarto dele e experimentar os uniformes velhos que ele mesmo usava. Segunda: eu não cresço mais. – Rony tinha um pequeno sorrisinho divertido no rosto. – e ele sabe disso. “Pare de comer tanto, Ronald, você não está mais em fase de crescimento, vai acabar virando um hipopótamo!”- Rony falou, imitando sarcasticamente a voz do irmão.
- Gggrrr!- fez simplesmente Mione.
- Bem, voltamos ao ponto de partida. Precisamos convencer Percy de que Rony realmente precisa do Hermes.
- Você faz parecer tão fácil, Harry... – Suspirou Mione.
- É fácil a resposta está bem na nossa frente, vocês vão ver!
Subitamente, o rosto da menina iluminou-se.
- É claro! Como não pensei nisso antes? Rony- voltou-se para o amigo.- você acha que Percy negaria o pedido de uma visita que precisa falar com os pais porque esqueceu...ah... esqueceu o uniforme em casa?
- Acho que ele nem pensaria em dizer não... – Os olhos de Rony brilharam.
- Então... está feito. – Disse ela, levantando-se.
- Onde você vai, Mione?- Harry perguntou.
- Pedir Hermes ao Percy, não é óbvio?- e saiu pela porta da sala, levando seu sorriso maroto consigo.
- Rony... a minha namorada é um gênio!
Rony simplesmente riu baixinho.
**
Gina acordou com o barulho da pesada porta de madeira abrindo. Não fazia idéia de quanto tempo dormira, mas parecia que não pregava o olho durante semanas, tão cansada estava ao acordar.
“O que será, desta vez?”, ela pensou. “Será que não é suficiente me fazer passar por isso?”.
A porta não abriu completamente, mas Gina pôde ver uma sombra masculina no corredor. Uma voz repugnante e arrastada, mas familiar, soou:
- Weasley?
Gina não podia acreditar. Rezava para estar errada. Justamente quando pensara que as coisas não poderia piorar, elas pioraram. O que ela teve vontade de dizer foi algo do tipo “Não, você errou de quarto.”, e continuar em seu cativeiro, sozinha. Mas o que poderia fazer? E, além do mais, era bom escutar uma voz humana depois desse tempo (que pareceu uma eternidade para ela), mesmo que fosse aquela voz.
- Sim, sou eu. Mas o que diabos você está fazendo aqui? Como me encontrou?
- Isso não vem ao caso. Não me faça perguntas que eu não possa responder.
- Ah, é claro!- ela sentiu se corpo pesado, e sentou-se no chão de pedra.- Como eu não percebi antes? Era lógico que você teria alguma coisa a ver com isso, não é mesmo? O que você quer aqui? Não pode esperar para em atazanar na escola?
- Escute aqui, eu vim aqui para sabe se você queria sair desse lugar desprezível, mas pelo jeito com que me tratou está claro que não quer.- ele irritou-se.
Gina não soube o que dizer. Estava, acima de tudo, surpresa. Ficaram um certo tempo em silêncio.
- Está vestida?
- E por que diabos eu estaria despida em um lugar como este?- ela falou rispidamente.
- Bom... nunca se sabe...- o som de sua voz passava sarcasmo.- Isso quer dizer que eu posso entrar.
Dizendo isso, o rapaz abriu completamente a porta, fechando-a devagar em seguida, para fazer o mínimo barulho possível. Gina levantou-se e encarou-o. como seus olhos já estavam acostumados ao escuro, pôde ver que seu palpite estiver coreto:
- O que você quer, Malfoy?
- Eu achei que tivesse sido claro: eu quero te ajudar.
- E por que nesse mundo você faria alguma coisa assim por mim? Onde eu estou? Por que estou aqui? Quem me trouxe para cá? Por que foi você que entrou por aquela porta, e como, por exemplo, você pretende me ajudar, e por quê?
- Weasley, menos perguntas, ok? Eu não posso responder nem a metade delas. Só o que eu posso dizer é que vou te ajudar mostrando o caminho para escapar daqui, e que o motivo pelo qual sei onde estamos é que essa é a minha casa.
- Sua casa?! Não, um momento! Agora estou totalmente desnorteada!
- Tudo bem, fique desnorteada, ou o que você quiser, mas assim que sairmos daqui! Ande, alguém pode entrar a qualquer minuto. Eu saio primeiro para ver se o corredor está vazio. Não preciso nem mencionar que ninguém pode vê-la andando pela casa.
Sem esperar pela resposta, caminhou até a porta, abriu-a e colocou a cabeça para fora. Depois falou:
- Tudo certo. Venha. E não se esqueça de falar baixo. Eu vou te levar por um túnel subterrâneo por baixo da mansão. Acho que meu pai não sabe da existência do túnel, mas não tenho certeza. Em todo o caso, a parte mais difícil vai ser chegar a ele, que fica no corredor da copa, dois andares abaixo de nós. Quando chegarmos lá, metade do caminho estará percorrido, e eu vou te deixar na entrada do alçapão que leva à entrada do túnel. Ficou tudo claro?
- Ah...
- O que foi?
- Malfoy, eu...- Ela começou.
- Agora não há tempo. Depois você me diz isso. Vamos de uma vez!- disse ele, puxando-a pelo braço em direção à porta.
Gina não teve tempo nem de concordar com a cabeça, pois um segundo depois estava no corredor da Mansão Malfoy.
Era um corredor estreito e comprido, com chão, paredes e teto feitos da mesma pedra que o quarto em que estivera era feito. As paredes eram lotadas de quadros com pinturas abstratas ou retratos de pessoas que ela nem imaginava quem poderiam ser. A menina não demoraria a notar que toda a casa era padronizada nesse estilo.
Malfoy ia na frente, guiando-a pelo que parecia um labirinto à garota. De vez em quando, geralmente antes de dobrarem uma esquina, ele estendia o braço na frente dela, barrando sua passagem, para se certificar de que ninguém viria.
Ela estava tão surpresa que não conseguia nem pensar direito. Tudo parecia tão sem nexo a um minuto atrás, até aquele garoto entrar no quarto com aquela determinação tão rara no seu semblante.
Não conseguia entender o que o levara a fazer aquilo. Ainda não estava totalmente segura de que ele estava sendo sincero. Como o dono da casa, conhecendo o lugar como a palma de sua mão, poderia muito bem estar levando-a direto para uma cilada.
Mas tudo acontecera tão rápido, ela não tiver tempo para considerar a possibilidade, fora que, sendo uma cilada ou não, ela não tinha muita escolha. Não estava em posição de recusar ajuda, mesmo vindo de Malfoy.
Gina poderia dizer que aquele rapaz alto à sua frente simplesmente não lembrava, nem de longe, o Draco Malfoy que ela conhecia, mas estaria errada. Apesar de estar fazendo aquilo, ele continuava a ser o mesmo de sempre. Sua expressão de superioridade continuava no rosto fino e pálido, e os olhos cinzentos ainda exibiam o mesmo sentimento. Aquele que Gina nunca fora capaz de decifrar.
Apesar de já ter escutado Harry, Rony e Hermione conversando sobre ele, sobre como ele tinha o sarcasmo estampado no rosto, no sorriso e nos olhos, a menina tinha a mais absoluta certeza de que não era o sarcasmo que ocupava os olhos daquele rapaz. Pelo menos não quando olhava para ela.
Tudo aquilo estava dando um nó na cabeça dela. Então, a menina resolveu preocupar-se apenas com o que mais a intrigava: o por quê. Mas não agora. Até porque não podia falar muito. Decidiu apenas prestar atenção nos quadros da parede e nos possíveis ruídos que pudessem soar no corredor.
**
Nem dez minutos depois, Hermione estava de volta à sala, com a gaiola de Hermes na mão direita e um sorriso de orelha a orelha.
Rony ficou boquiaberto.
- Hermione, não se ofenda, eu nunca duvidei que vice fosse conseguir, mas... tão rápido?! O que ele disse quando você pediu?
- Ele disse: “É claro, Hermione!”.- o sorriso dela aumentou.
- Hermione, você é um gênio! Simplesmente isso! Você tem noção do que você acabou de fazer? Um feito julgado impossível pela Humanidade! Até agora, pelo menos!- Rony estava incrédulo.
- Rony, você tem que entender uma coisa: não é o que você pede, mas o jeito que você pede! Tente falar de um jeito diferente de próxima vez que vir Percy.
- Viu só, Rony? Agora você tem a sua psicóloga particular!- disse Harry, abraçando a namorada pela cintura.
- Ah... Rapazes, eu não quero ser chata, mas acho que temos que focaliza nossa atenção no que realmente precisamos fazer. A carta já está pronta, Rony?
- Está aqui.
- Deixe que eu amarro o envelope na pata dela, Mione.
- Obrigada Harry. Quanto tempo vocês acham que vai demorar para a resposta chegar?
- Pelo que papai diz, eles lêem a carta assim que a coruja chega, e respondem assim que terminam de ler. Considerando que agora são três e meia da tarde, a resposta deve chegar umas onze da noite, ou até mais do que isso.
- Isso é ótimo! Se sairmos à noite, ninguém vai reparar que sumimos. E se tudo der certo, não devemos demorar a estar de volta, com Gina. – disse Harry.
- Vai dar tudo certo. Eu tenho certeza!- Rony estava mais convicto do que nunca.
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