A metamorfose
Capítulo 2º: A metamorfose
O que os anjos se tornam após sua morte?
Essa foi a pergunta do dia, que segundo Sr. Witter, novo professor de defesa contra as artes das trevas, vai ser a primeira de várias que estão por vir...Bom, se os próximos questionamentos não implicarem em 2 rolos de pergaminho pro dia seguinte, responderei ao mesmo com prazer.
Mas, sério, o que acontece aos anjos se eles morrerem?
Anjos podem morrer?
Pensei que anjos fossem seres imortais, mas pelo visto, não, então, para onde vão?
Existiria um mundo dos mortos só para os anjos? Virariam eles fantasmas?
Sinistro...Bizarro.
Ai, esse pensamento tão filosófico me deixou com fome...
[*barriga ronca*]
Opss...
Será que algum elfo doméstico pode me ceder comida fora de hora?
Eu tava estudando e esqueci de comer...Poxa.
Caminhei convictamente até a cozinha, se alguém me visse nos corredores a essa hora, estaria mais que morta, estaria em detenção.
Mas minha sorte acaba onde qualquer outra coisa começa...
Estava tudo muito escuro, os archotes de luz estavam todos apagados, duvidada muito que algum elfo estivesse acordado, era muito, muito tarde.
Mas meus pés não estavam em sincronia com meu cérebro, já que era mais ou menos 3 da manhã e não ingeria nada mais substancial que café desde o almoço.
Então eu continuei andando, e pra meu desespero, ouvi alguém chegando perto, o corredor parecia não acabar...
E os passos me acompanhavam, ai!
Comecei a preparar mentalmente minha defesa, claro, a última coisa que eu queria pra minha primeira semana de aula era uma noite inteira polindo troféus, ou limpando a tapeçaria...Definitivamente não.
Os passos começaram a ficar mais e mais audíveis, já tinham notado minha presença...E então, muito calmamente, corri.
Inútil, sei bem, o dono de tais passos correu junto...Estava começando a se tornar uma situação patética, então, parei...
“Olha, Sr Que está andando atrás de mim, é a primeira semana de aulas ainda e então, sabe, um desconto seria muito apreciado”.
Comecei a falar, mas então, duas mão agarraram meus braços e me empurraram pra dentro de uma sala e silenciosamente fechou a porta atrás de nós.
Pânico? Não, acho que essa palavra não estressava bem o que senti no momento, talvez histeria...Sim, sim, estava histérica.
Fiquei quieta e encolhida, e então ouvi uma voz sussurrar em meu ouvido:
“Tem professores fazendo ronda pelo castelo, você não sabe? Pode pegar mais que uma detenção por isso, principalmente em tais circunstâncias”.
A voz era familiar, fria...Mas a curiosidade era o maior de meus maus.
“Que circunstâncias?”.
“As mudanças atuais... Você sabe, Weasley, ou realmente é mais lerda do que eu imagino?”.
“Hum, você... O que acha que está fazendo?”.
“Me parece que estou salvando a pobre Weasley de se ferrar, de nada, aliás”.
É um fato, Draco Malfoy era repugnante.
“E por que você faria isso?”.
Malfoy ficou sem responder por um segundo, me senti muito superior, sabe, calar Malfoy, não era coisa que qualquer um conseguia fazer, mas então...
“Porque é isso que se faz com os pobres, você os salva, de outro que outro jeito a Inglaterra teria um aspecto tão similar a um esgoto?”.
“Não sei, talvez se espalhassem Malfoys por aí o resultado fosse o mesmo”.
“Talvez, mas você nunca vai saber, pois não se pode espalhar Malfoys, você precisa de permissão para tocá-los”
“Estou te tocando agora, e não pedi permissão”
“Não, Weasley, eu estou te tocando”.
Disse isso e me empurrou pra longe da porta, por onde saiu rapidamente, batendo-a em seguida.
Fiquei parada encarando o nada por uns segundos...
Fome, ai que fome!
15 de setembro
Quando cheguei na mesa de café de manhã, Rony, Hermione e Harry discutiam calorosamente sobre algo que tinham lido no jornal.
“Deixa eu escrever isso” o Rony disse com uma cara de pateta que nunca tinha visto antes.
“Não precisa, eu já decorei” claro que Hermione tinha decorado, alguém achava o contrário?
“Mas você não vai esquecer até o fim do dia, sabe isso é uma informação muito importante” Contestou Harry.
“Eu ainda sei meu nome, e já faz 16 anos que eu tenho ele, então por que vocês não largam essas canetas e me acompanham até a sala de Aritmância antes da aula de vocês?”.
Certo, ela é muito persuasiva, muito.
Os garotos a acompanharam, e me deixaram sozinha na mesa, solitária, tomando meu café.
O que era a tal informação importante?
Já disse que minha curiosidade era gigante...Segui os três de longe...Fui me aproximando pelos lados e então quando chegaram aos corredores das colunas consegui ouvir a conversa:
“Você acha que aquele livro é mesmo o horcruxe?” Hermione disse para só e diretamente para Harry, sabe, ela era muito grossa com meu irmão de vez em quando.
“Tenho certeza... Era como se eu já tivesse encostado no livro antes, não sei explicar...”
Teria seguido como ouvinte penetra se uma mão não tivesse me parado, inconvenientemente.
“Você esqueceu isso ontem”.
Malfoy segurou um colar em minha frente, chacoalhando-o.
“Isso não é meu!” resmunguei olhando em direção ao trio que se afastava.
“Enroscou no meu anel quando eu estava saindo”.
Encarei o colar, era comprido e o pingente era uma ampulheta pequenininha.
“É o vira tempo da Hermione!” encarei o garoto muito maleficamente e disse em acusação “Você roubou!”.
“Por que eu iria quere devolver se tivesse roubado?” Disse ele com deboche.
“E você acha que eu entendo como sua mente doente funciona?”.
“Quer saber, segura isso” ele colocou o colar na minha mão “E tenha o fim que lhe for conveniente”.
E saiu, andando, com muita graça...Quero dizer, andando e ponto final.
No final do dia os Grifinórios pareciam estar se amontoando dentro do salão comunal, me juntei a Hermione que estava no canto lendo.
“Hermione, isso é seu?”.
Mostrei o vira-tempo. Ela o encarou e balançou a cabeça em negação.
“Mcgonnagal tomou o vira-tempo de volta quando decidi não usá-lo mais para as aulas. Onde você o conseguiu?”.
“O que? Não é seu? Ai, meu deus, meu deusinho, e eu acusei ele de roubar!”
Contei pra Hermione a cena que ocorrera mais cedo e com olhar de “sou inteligente e sei de tudo” ela disse:
“Por que você não pede desculpa pré ele e dá o vira-tempo pra mim, ou entrega ele pra um professor?.
“Acho que você tem razão... Mas o que você faria com o vira-tempo?” Disse desconfiada.
“Entregaria pra um professor”.
Claro, que pergunta idiota.
Disse a Hermione que eu mesma entregaria o vira-tempo e pediria desculpas pro idiota do Malfoy, e tampei o rosto com a almofada.
De repente, um estalo dentro do meu cérebro.
“Hermione, o que acontece com os anjos quando eles morrem?”.
Não sei por que tanta curiosidade sobre isso da minha parte, mas mesmo assim, queria saber.
“Bom” começou ela com ar de professora “Li que o que ocorre depois de suas mortes é um fenômeno chamado de ‘Metamorfose contrária’”.
Ela me encarou e entendeu que eu não fazia idéia do que aquilo significava, então prosseguiu.
“Metamorfose contrária, é, literalmente, o processo contrário da metamorfose, por exemplo, uma borboleta, pra se tornar uma borboleta, passa por várias fases, pra um anjo, isso seria, como regredir... O livro dizia que o anjo tornava-se uma espécie de inseto voador, uma libélula”.
Fiz uma cara de “nossa”.
“Diz também que as libélulas são apenas anjos sem seus corpos, logo, quando morrem, os anjos perdem seus corpos”.
Uhh! Legal, agora, eu só precisava escrever, muito rapidamente 3 pergaminhos sobre isso.
E pode apostar que eu tinha coisa pra dizer sobre isso. Assunto muito interessante, interessantíssimo!
* * * * * *
Nota: A linearidade de tempo da fic é a básica, pelo menos até agora, o tempo apenas correu mais rápido do que Gina esperava, afinal, isso realmente acontece com todos. Estou lendo Machado de Assis, e os superlativos, são facilmente explicados por esse fato.
Eu preciso de Reviews, pra viver, pra respirar, pra escrever.
O que vocês acham da fic, ein???
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Nota: Peguei um monte de sobrenomes do seriado Dawson’s Creek para os nomes dos professores, pois idéias para nomes estrangeiros é duro, né. Se eu escrever o nome dos professores errado, me avisem ta!
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