Um adeus diferente



Capítulo 1

UM ADEUS DIFERENTE

Harry acordara assustado, cheio de suor, havia tido um sonho terrível, pensando em ter sido o pior pesadelo de sua vida, Harry se levanta e vai até a janela, se debruça na mesa e coloca sua cabeça para fora para respirar um pouco de ar puro. Tinha sonhado com a batalha final, ele, cara a cara com Voldemort, em um cemitério, porém não aquele mesmo cemitério onde uma certa vez ele fora parar, era um cemitério diferente, e onde ele tinha visto um túmulo, não um qualquer, mas o túmulo de sua mãe. Então, olhou em volta procurando o de seu pai, e lá estava, ao lado do de sua mãe. Ele havia se debruçado sobre o túmulo de sua mãe, então resolveu abrir o túmulo, e em vez de poeira e um esqueleto, havia um Voldemort, um Voldemort cheio de vida, disposto a matar, Harry via em seu olhar frio e calculista a fúria, então Harry começou a correr, correu muito, ele não sabia por que, mas por alguma razão sua varinha não estava com ele. Harry agora estava mais desprotegido do que qualquer outra vez que enfrentara um perigo. Ele estava sozinho, sem sua varinha, em um cemitério com Voldemort. Ainda correndo, Harry mal se atrevia a olhar para trás, até que bateu em algo duro que o fez cair. Era o muro que cercava o cemitério, Harry então olhou para trás, Voldemort estava gargalhando, e ele ali, caído no chão, sem sua varinha, sem ninguém para ajudar, já estava perdendo as esperanças, era o fim, certamente era o fim, ele não conseguira pegar todos os horcruxes, não conseguira matar Voldemort, e agora lá estava ele, a meio caminho da morte, o que poderia ser feito? Harry olhou para os olhos frios de Voldemort e começou a se perguntar o que seria do mundo dali em diante, depois que ele estivesse morto, quem mais sabia dos horcruxes de Voldemort? O tal de R.A.B.? Quem mais teria poder suficiente para matar Voldemort? Sem contar que antes disso precisava destruir os horcruxes. Era o fim, Harry tinha certeza, Voldemort depois de tanto tempo, conseguiu, seguiu-se vitorioso finalmente. Voldemort ergueu sua varinha para Harry. Harry ficou de pé então, pensando que se era para morrer, que fosse como um homem fechou os olhos e esperou, ele podia ver até com seus olhos fechados, o rajado de luz que saia da varinha de Voldemort, então aconteceu uma explosão e...Harry acordou, viu-se deitado em sua cama na casa dos Dursley, na Rua dos Alfeneiros n°4. Foi tão real, Harry pensava, ainda olhando para fora. Eram quatro e meia da madrugada, com o olho inchado e a cabeça doendo, Harry deitou-se novamente olhando o teto de seu quarto. Foi tão incrível, Harry continuava a pensar, e o mais incrível de tudo, era que sua cicatriz não havia doído, ele passara sua mão sobre a testa, e lá estava ela, normal, sem dor. Ainda contemplando o teto, tudo foi ficando embaçado e Harry logo adormeceu.
- Harry Potter! – gritou tia Petúnia no andar de baixo
- Já vou. – respondeu Harry ainda deitado em sua cama, olhando para fora e vendo que já estava claro, e começou a pensar em tudo que havia sonhado. Harry levantou-se, colocou sua calça e seu moletom e desceu a escada em direção à cozinha.
- Mãe! Eu quero ir com Pedro no cinema amanhã! – gritava Duda com sua mãe.
- Mas meu anjo, eu já disse que vamos para a casa de sua tia Guida!
- Há muito tempo que não tenho uma oportunidade de ir visitá-la em sua casa – disse Tio Valter por trás do jornal.
- Iremos à casa de Guida? – arriscou Harry. Todos olharam para ele como se não o tivessem visto ali.
- Eu, Petúnia e Duda! – bufou Tio Valter. – Você não! – disse abruptamente.
- Então...- começou Harry mas Tio Valter o interrompeu.
- Você moleque, poderá ficar em qualquer lugar, menos dentro de casa!
Harry se sentiu maravilhado! Poderia sair e ir pra qualquer lugar que quisesse, não teria que ficar agüentando Duda pelo resto do dia seguinte. Tio Valter vendo que Harry se alegrara, disse rapidamente.
- Você acha que vai se divertir não é mesmo? Mas e quanto à comida? Creio que não tem nenhum dinheiro com você, para comprar algo enquanto dá uma passeadinha por aí.
A felicidade de Harry se apagou da mesma forma que veio. Porém não disse mais nada, se sentou e começou a tomar seu café da manhã. Faltava apenas dois dias para que ele fosse livre, para que completasse dezessete anos. Mas do que adiantaria? Para onde ele iria? Onde moraria? Essas perguntas rodearam na cabeça de Harry enquanto comia um pedaço de torrada. Harry passou o resto de seu dia trancado em seu quarto, pensando no que seria dali para frente, em como iria sobreviver. Desde que retornou à casa dos Dursley, eles logo avisaram que quando Harry completasse sua maioridade, teria que ir embora. De repente, de um salto, Harry levantou-se de sua cama, pegou um pedaço de pergaminho e uma pena, molhou-a no tinteiro e começou a escrever.

Caro Rony,

Como creio que sabe, meu aniversário será daqui a dois dias. Serei de maioridade e a proteção que Dumbledore colocou aqui, se desfará, meus tios disseram que quando eu completasse meus dezessete anos, teria que ir embora, na verdade, não me importo em sair daqui, o problema é que não tenho para onde ir. Será que eu poderia ficar com vocês até arranjar um lugar para ir? Espero sua coruja. Mande abraços para todos!

Atenciosamente
Harry.

Harry baixou a pena e releu a carta, estava boa, pensou ele. Só teria que esperar Edwiges voltar para enviar a carta. Então, pegou um livro de Defesa Contra as Artes das Trevas e começou a folhear. Dali a dez minutos Edwiges retornou e Harry colocou a carta em seu bico e pediu que ela entregasse para o Rony, ela deu uma bicadinha carinhosa na orelha de Harry e voou pela janela.

*****

No dia seguinte, Harry acordou cedo devido a um barulho em seu quarto, abriu os olhos colocou seus óculos e viu que Edwiges havia voltado, pulou da cama imediatamente, pegou a carta do bico da coruja, lhe fez um carinho e abriu a carta.

Caro Harry,

Recebi sua coruja ontem à noite. Mostrei sua carta para meus pais e eles disseram que seria uma honra tê-lo conosco, principalmente em seu aniversário. Papai irá arranjar um carro do Ministério para ir buscá-lo amanhã de manhã. Acho que Hermione virá também, enviei uma coruja para ela logo depois de ler a sua carta. Deixe tudo arrumado e papai disse que seria melhor se você avisasse os Dursley antes.

Atenciosamente
Rony.

Harry estava maravilhado, releu a carta várias vezes, no fundo ele já sabia que poderia ir, mas era tão bom pensar que amanhã ele completaria mais um ano de vida e iria para A Toca rever todo mundo, depois de algumas semanas infelizes ao lado dos Dursley. Harry vestiu-se e desceu. Quando entrou na cozinha, Tio Valter o olhou e disse:
- Olha moleque, nós estivemos pensando melhor, e você poderá ficar em casa enquanto imos à casa de Guida, mas iremos trancá-lo em seu quarto! – bufou Valter Dursley. Harry só pensou em uma coisa para dizer.
- OK! – Ao meio dia e meio, todos os Dursley já estavam prontos para sair, Tio Valter acompanhou Harry até seu quarto, olhou para ele e disse:
- Se quando nós voltarmos, tiver alguma coisa fora de ordem, VOCÊ vai ver! – E saindo do quarto, bateu a porta logo atrás de si, depois houve um barulho de chave e Tio Valter trancou a porta. Aquela tarde não foi tão divertida como Harry esperava, ficara trancado no quarto sem poder nem ao menos ir ao banheiro, mas uma coisa era certa, estava mais feliz agora do que em todo o tempo que passara com os Dursley nesse último verão. Amanhã cedo o Sr. Weasley viria buscá-lo para levá-lo à Toca, onde veria Rony e Hermione novamente. Sem contar que seria seu décimo sétimo aniversário e que em breve seria o casamento de Gui e Fleur, seria uma grande festa. Harry pegou seu Livro Avançado de Poções, aquele que pertencera ao Príncipe Mestiço, que Harry no final de seu ano passado descobrira que se tratava de Snape. Uma fúria cresceu em seu interior ao lembrar de Snape então folheou para ver se encontrava mais alguma coisa interessante que Snape havia escrito, mas ele já havia visto aquele livro milhares de vezes e nada de importante encontrou. Fechou-o violentamente e deitou-se na cama mirando o teto. De um salto levantou-se novamente, havia esquecido que teria que deixar sua mala pronta para quando o Sr. Weasley viesse buscá-lo amanhã de manhã. Harry já havia tomado uma decisão, não voltaria para Hogwarts mesmo se ela reabrisse, iria atrás dos Horcruxes de Voldemort, mas mesmo assim pegou seus livros e outros materiais escolares porque sabia que poderiam ser úteis. Ele não tinha a menor idéia por onde começar a procurar os Hocruxes, mas sabia que contaria com a ajuda de seus melhores amigos, Rony e Mione, sem se esquecer de sua nova namorada Gina, que também se propôs a ajudá-lo.

****

- Mas quem será a essa hora da manhã? – gritou Tio Valter ao som da campanhia. Harry levantou-se depressa, havia mais uma vez esquecido de avisar aos Dursley sobre uma repentina visita.
- Ah, é para mim! – disse Harry descendo correndo as escadas.
- E quem é que quer vê-lo? – zombou Tio Valter.
- Esqueci de avisá-lo, mas o pai do meu amigo Rony veio me buscar para passar o resto das férias na casa dele!
- Então pegue suas coisas e vá logo! – bufou Tio Valter.
- Ok! – Harry subiu correndo, pegou seu malão e tornou a descer.
- Então, adeus! – disse aos Dursley, Tia Petúnia estava no corredor junto com Duda. – Talvez nós nunca mais nos vejamos. – Sr. Weasley tocou novamente a campanhia.
- Como assim moleque? – disse Tio Valter.
- A partir de hoje, eu sou de maioridade, o feit...digo, a proteção que havia nessa casa se desfez logo que o relógio apontou para a meia noite, talvez nos vejamos por aí, ou talvez eu morra antes disso. – Harry disse calmamente. – Então, tchau! – e saindo em direção a porta abriu-a.
- Ah, olá Harry, já está pronto? – perguntou o Sr. Weasley.
- Ah, sim! – de repente Tia Petúnia veio em sua direção correndo.
- Olha garoto, eu só queria lhe dizer uma coisa...- disse ela. – eu sei o que está acontecendo, você irá atrás de Voldemort, não é mesmo? – Harry confirmou com a cabeça perplexo. – eu sei que não será fácil e que você poderá morrer...mas – ela olhou pela primeira vez em toda vida de Harry, com um olhar maternal. – eu lhe desejo toda a sorte do mundo, Harry! – Harry boquiabriu-se, ela jamais havia o chamado de Harry daquele jeito, e muito menos desejado a ele boa sorte ou ter dado um adeus. Porém ele respondeu.
- Ah, obrigado Tia Petúnia! – ela sorriu, Harry olhou para os outros Dursley, Duda estava com a cara amarrada, mas Tio Valter estava meio corado.
- Tchau Tio Valter. – disse Harry.
- Ah, tchau, Harry! – respondeu ele.
- Então, vamos? – Sr. Weasley disse repentinamente.
- Sim. – e com uma última olhada para os Dursley e para a casa n° 4 da Rua dos Alfeneiros, onde vivera a maior parte de sua vida, Harry entrou no carro. Não sabia por que, mas sentira um leve aperto no coração, teve a leve impressão de que sentiria falta daquele lugar, mesmo que jamais tivesse sido feliz ali, mas era a irmã de sua mãe, eram seus únicos parentes vivos, não gostava deles, está certo, preferia ter vivido com Sirius, mas não deixavam de ser seus parentes. De repente ouviu um som de motor sendo ligado e logo estava partindo, deixando para trás um lugar que ele sabia que talvez jamais voltasse a rever, pois não tinha a menor idéia do que seria dali para frente.
- A propósito Harry – disse o Sr. Weasley ao volante. – Feliz Aniversário!
- Ah, muito obrigado Sr. Weasley.


N/A: Por favor, deixem seus comentários, gostaria de saber o que vocês estão achando para eu poder inserir outros capítulos.

Atenciosamente
Náira Malfoy

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