Magia a Dois
Havia chegado a hora, Harry, Rony, Hermione juntamente com os alunos do 6º ano da Grifinória e da Sensorina já se encontravam na sala de aula aguardando o profº Snape. Era uma sala escura, ar sombrio, com um grande lustre dourado, muito antigo pendurado bem ao centro do teto e algumas tochas de fogo pendiam nas paredes de pedra. Diante da turma havia uma grande mesa de madeira escura e antiga com uma poltrona de couro preto com o brasão de Hogwarts impresso no encosto.
Subtamente, a porta da sala se abriu num rápido estrondo e fechou-se novamente com a mesma rapidez. O profº Snape entrou andando apressadamente com sua enorme capa preta varrendo o piso da sala. Parou atrás de sua mesa, correu os olhos pela turma em silêncio e apontou o dedo para os alunos.
_ Abram o livro na página 17 e a leiam até o fim. Hermione ergueu o braço e Snape fingiu não perceber, sentou-se à mesa, pegou uma pena e começou a anotar alguma coisa em um pergaminho. Como Snape não lhe deu a palavra Hermione falou:
_ Profº Snape! Profº Snape! Profº Snape!
_ O QUE FOI SRTA. GRANGER! Respondeu Snape em voz alta depois de fingir ao máximo não estar ouvindo os chamados da aluna.
_ Eu já li essa página.
_Pois leia novamente.
_ Já li três vezes senhor. Snape deu um leve sorriso ao canto da boca.
_ Hermione Granger, uma típica aluna da Grifinória – disse Snape apontando para ela, os alunos da Sonserina abafavam risadinhas, - você pensa que já sabe tudo, não é?
_ Não senhor, eu...
_ SILÊNCIO! Não me interrompa garota estúpida. Draco Malfoy deu uma forte gargalhada e Harry se segurou para não discutir com ele, sabia que se retrucasse Snape ficaria ao lado de Draco.
_ Vocês, alunos, pensam que sabem alguma coisa de DCAT porque lêem algumas páginas de livros. Vocês pensam que sabem tudo porque tiveram algumas aventuras ridículas em outros anos, disse Snape encarando Harry, pois eu lhes digo que vocês não sabem nada, nada, ouviram? A arte de se defender contra os males das trevas é para poucos talentosos, afirmou Snape se aproximando da mesa de Draco Malfoy. O restante... bem... esses costumam ter um final doloroso e fulminante.
Hermione não se atreveu mais a abrir a boca durante todo o resto da aula de Snape que prosseguiu sempre com o professor falando como se apenas os alunos da Sensorina estivessem em sala.
_ Hoje eu resisti, mas não sei por quanto tempo vou suportar isso. Disse Harry a Hermione e Rony quando já saiam da masmorra onde se localizava a sala de Snape.
_ Acalme-se Harry e não responda às provocações de Snape, sabe que ele sempre procura motivos para nos tirar pontos, apenas estude, respondeu Hermione.
_ Que aula temos agora?
_ Você não leu os horários, Rony? Perguntou Hermione.
_ Eu... eu li, só que esqueci agora
_ Arrrrr! Agora temos aula de Poções com o profº Quilmers e se apressem, estamos atrasados.
A sala do profº Quilmers era o oposto da sala de Snape, era muito arejada e clara com todas as janelas abertas e também muito limpa e organizada. Em um enorme armário preto atrás da mesa do profº havia centenas de pequenos frascos com líquidos de várias cores, uns completamente cheios, outros pela metade. Provavelmente se tratava de amostra de algumas poções que Hermione observava com grande curiosidade. Todos aguardavam o professor com um relativo silêncio, quando de repente ele surgiu de trás do armário.
_ Bom dia! Eu sou o profº Quilmers e minha especialidade é Porções Mágicas. Também já estive aí no lugar de vocês. Isso mesmo, já fui aluno dessa escola há muito tempo atrás e tenho boas recordações daqui. O profº Quilmers apanhou um frasco que estava sobre a sua mesa que continha uma poção muito azul, aproximou-se das mesas dos alunos e disse:
_ Esta é uma das mais belas artes da magia. Quem aprender a incrível magia das porções será, sem dúvida alguma, um grande bruxo, mas, atenção – o profº colocou o frasco com o líquido azul de volta à mesa e pegou um outro frasco bem menor com um líquido vermelho sangue e também o ergueu perante a turma – as poções podem ser usadas para o bem, porém, podem também serem usadas para o mal e nesse caso uma única e minúscula dose pode ser mortal. Draco olhou para seus amigos Crabbe e Goyle que pareciam um pouco assustados e deu um sorriso um tanto sinistro para os dois. O profº prosseguiu:
_ Hoje vamos aprender uma porção que extingue qualquer tipo de dor que um bruxo possa vir a sentir. Peguem seus caldeirões e fiquem muito atentos aos ingredientes e suas medidas, um único erro pode gerar um efeito contrário aumentando ainda mais a dor que se sente. As instruções estão todas no quadro, boa sorte!
Os alunos começaram a se movimentar, alguns muito atentos ao quadro outros como Rony fingiam ler as instruções enquanto repetia cada movimento que Hermione fazia.
_ Profº Quilmers ! Chamou Hermione com o braço erguido.
_ Pois não srta. Granger.
_ O senhor teria uma amostra da porção para vermos?
_ Certamente. Um instante só. O profº se dirigiu até o armário, pegou um frasco com um líquido verde.
_ Aqui está, disse colocando o frasco sobre sua mesa, essa é a coloração ideal de uma porção contra a dor e ela não deve ficar aguada, prestem a atenção às instruções.
Depois de alguns minutos mexendo suas poções nos caldeirões, os alunos já se aproximavam de cumprir todas as instruções que havia no quadro. A porção que mais se aproximava de alguma coisa verde era a de Hermione. A de Harry estava roxa e a de Rony estava um verde cada vez mais claro, quase transparente embora tivesse observado a risca cada ingrediente que Hermione acrescentava em seu caldeirão.
_ Parabéns srta. Granger! Está muito bom, disse o profº que já começava a andar entre as mesas dos alunos avaliando a qualidade das poções.
_ Obrigada Profº Quilmers, eu....
_Baaammmmmm ! Um forte estampido foi ouvido na sala e todos olharam para saber o que tinha acontecido e puderam observar Neville coberto por um líquido cinza.
_ Sr. Longbotton, você está bem? Perguntou o profº Quilmers se aproximando rapidamente dele.
_ Acho que sim, eu... Ai! Ai! Ai!e Neville caiu no chão e começou a gritar de dor.
_ Esse é o efeito contrário quando a porção é feita com excesso de ingredientes. Vou levar o sr. Longbotton até a enfermaria, não toquem em nada. E o profº saiu com Neville sob as risadinhas de alguns alunos da Sonserina e também da Grifinória.
_ Pobre Neville, como é distraído ! Disse Hermione a Ron e Harry quando se dirigiam para o salão principal na hora do almoço.
_ Soube que ele ficará bem, amanhã já poderá sair da enfermaria, disse Harry quando os garotos já se sentavam à mesa para o almoço.
No fim da tarde Harry estava deitado em sua cama no dormitório da Grifinória, não quis ir para a biblioteca com Ron e Hermione, preferiu estudar lá mesmo. Mas, 30 minutos depois, vencido pelo sono, acabou adormecendo sobre os livros e acordou de sobressalto com uma voz que o chamava.
Harry olhou para os lados e não havia ninguém no dormitório, à sua frente apenas as camas vazias de Neville e Rony, era uma voz doce, uma voz de mulher. “Talvez eu estivesse sonhando”, era bem possível pois Harry reconheceu aquela voz como sendo a voz de Emille Wells. Levantou-se, organizou alguns livros e pergaminhos que estavam espalhados ao redor de sua cama e com a cabeça um pouco zonza saiu do dormitório para caminhar um pouco pelo castelo.
Na sala comunal da Grifinória havia alguns alunos do 1º ano conversando, comentavam o quanto tinham achado assustador a aula com o profº Snape, Rony e Hermione ainda não haviam voltado da biblioteca e quando Harry foi se aproximando da porta de saída alguém o chamou.
_ Harry.
_Olá Gina.
_ Soube que aula com Snape não foi muito agradável.
_ É. Na verdade nunca foi não é?
_ Onde vai Harry?
_ Bem, eu estava estudando no quarto e acabei dormindo em cima dos livros, acordei e resolvi andar por aí, talvez encontrar Ron e Hermione na biblioteca.
_ Errr.... Eu, eu posso acompanhar você? perguntou Gina constrangida e corando as bochechas.
_ Claro Gina, vamos, e os dois saíram.
Em seus pensamentos, no fundo Harry preferiria estar sozinho pois, desejava encontrar Emille e não saberia como agir se Gina estivesse por perto. Caminharam pelos corredores em direção à biblioteca, um silêncio um tanto constrangedor entre ele e Gina já deixava os dois um pouco sem jeito. Para quebrar o gelo Gina pensou em fazer um comentário qualquer.
_ Eu achei legal a aula de poções com o profº Quilmers, ele parece ser bem le..._ antes que Gina continuasse, Cho Chang surgiu à frente de Harry quando iam entrar na biblioteca.
_ Olá Harry!
_ Cho! O-o-o-olá. Como vai?
Gina fechou a cara, em nada parecia com a garota tímida de bochechas coradas que oferecera companhia a Harry a poucos minutos.
_ Eu encontro você lá dentro, Harry, avisou Gina já entrando apressadamente para a biblioteca.
_ Bem e você Harry? Harry se preparava para responder quando Emille Wells passou a poucos metros dele saindo da biblioteca.
_ Harry? Algum problema? Você ficou pensativo de repente.
_ Não, tudo bem Cho, é que... Emille já sumia no corredor, “preciso alcançá-la”, ele pensou.
_ Agora eu preciso ir Cho. Agente se fala depois, e foi se afastando rapidamente deixando Cho para trás com uma expressão não muito agradável na cara.
Harry correu pelo corredor mas não conseguia ver Emille. “Droga! Eu a perdi”, pensou e caminhou desanimado sem olhar bem para onde estava indo, quando entrou em um corredor vazio. Levantou a cabeça e a poucos metros estava Emille observando um antigo quadro da parede.
_ Olá Emille!
_ Olá Harry!
_ Vi você saindo da biblioteca. Gosta de quadros?
_ Gosto desses, e apontou para o quadro que admirava, que continha uma antiga paisagem de campo.
_ Me traz boas recordações. Bem, preciso ir para Corvinal.
_ E-e-e-mille, eu posso acompanhar você?
_ Claro, vamos conversando.
E foram andando pelos corredores até que Emille parou diante de uma enorme janela em forma de arco onde se podia observar a bela paisagem do fim daquela tarde que apesar de fria e cheia de ameaças de chuva, ainda era possível vislumbrar os últimos raios de sol do verão que se despedia. Foi ali, diante daquela bela vista que Harry e Emille conversaram animadamente durante todo o fim da tarde, ele estava encantado com a sabedoria de Emille que falava de arte, história de Hogwarts e de sua belíssima arquitetura. Harry poderia passar o resto de sua vida ali escutando a voz doce dela e admirando a beleza de seu rosto.
_ Harry onde estava? Perguntou Rony já à mesa do jantar quando Harry chegou atrasado e com um ar distraído.
_ Eu fui à biblioteca encontrar vocês mas no caminho encontrei uma colega e ficamos conversando e... bem, nos distraímos e eu nem vi e tempo passar.
_Você conseguiu terminar os deveres, Harry? Perguntou Hermione um pouco desconfiada da responsabilidade do amigo.
_ Terminei, mentiu Harry. “Os deveres!”, pensou ele e de fato nem lembrou da pilha de deveres e trabalhos incompletos que deixou em cima da cama ao sair. Daria um jeito, faria na última hora, o importante foi que passara o fim de tarde mais inesquecível de sua vida ao lado de Emille. Mal podia esperar para vê-la novamente.
Durante toda a semana aquele dia se repetiu, Harry assistia as aulas pela manhã e tarde e no início da noite, algumas horas antes do jantar ele ia para a biblioteca com Rony e Hermione e depois dava um jeito de escapar e passava o resto do tempo ao lado de Emille caminhando pelos corredores junto a ela. Às vezes entravam em alguma sala vazia, exceto apenas pela presença de alguns fantasmas que de vez em quando passavam por lá, e conversavam por algum tempo.
Harry estava encantado com Emille, ela era inteligente, bonita, bem humorada, educada, muito doce e ao contrário da maioria das garotas de Hogwarts não vivia rodeada de amigas fofoqueiras todo o tempo, ele nunca viu Emille em meio a rodinhas de garotas bobas, por isso ela lhe parecia bem madura e muito segura ao contrário de Cho que mal sabia o que falar diante de dele, coisa que o deixava ainda mais tímido. Com Emille, embora ele gostasse mais de ouvi-la, conseguia conversar e falar de suas idéias. Harry estava realmente muito feliz por ter conhecido alguém como Emille e por causa disso até as aulas de Snape estavam mais suportáveis pois, ele passava o tempo todo sentado e calado olhando para frente sem responder às provocações do professor que talvez estivesse pensando que ele estava mesmo atento às aulas quando na verdade, nos momentos em que o profº Snape discursava sobre as longas teorias de DCAT, na cabeça de Harry só havia espaço para um assunto, uma coisa, ou melhor, uma pessoa, Emille Wells.
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