Preocupações

Eles chegaram a Toca um tanto quanto calados. A Sra. Weasley preferiu não perguntar e deixou que eles seguissem para seus quartos.

- Subam meus queridos e descansem, se vocês quiserem algo podem ficar à vontade.

Harry jogou sua mala sobre a cama e saiu do quarto. Precisava falar com Hermione, ela estava estranha, distante, o evitando todo o tempo. Ele parou em frente à porta do quarto das meninas e bateu.

- Quem é? – ele ouviu Gina perguntar

- Sou eu, Harry.

A porta se abriu e Harry pode ver as três garotas.

- Entra Harry! – disse Mônica

- Não obrigado, eu só quero falar com a Mione. – ele então se virou pra ela – será que você podia vir aqui, por favor?

Hermione o olhou sem entender.

- Claro – disse ela se levantando.

Os dois caminharam lado a lado pra fora da casa, se sentaram embaixo de uma árvore. Fazia frio naquela época, mas ficariam mais à-vontade.

- Ta tudo bem? – ela perguntou

- Acho que eu deveria perguntar isso – disse ele sarcástico

Hermione suspirou e revirou os olhos. Odiava quando ele fazia isso, aquele sarcasmo a irritava.

- Olha Harry, dá pra você parar com isso e me dizer logo qual é o problema. Eu não sei por que você ta me tratando assim.

- Te tratando como? – perguntou ele rindo

- Você ta sendo frio e grosso. – disse ela já nervosa

- Ah Hermione, pelo amor de Deus! Sem drama ta bom?

- Drama?

- É. – disse com a voz alterada – Quem ta me tratando diferente é você. Não fala mais direito comigo, fica me evitando o tempo todo, anda distraída e quando te pergunto alguma coisa você me dá uma resposta vaga.

Hermione abaixou a cabeça tentando se acalmar. De certa forma ele tinha razão, ela andava meio estranha ultimamente, mas tinha motivos pra isso, só não queria dizer a ele o que era, para não preocupá-lo.

- Então, vai continuar sem falar nada ou vai me dizer alguma coisa? – perguntou ele mais calmo.

- Harry...

Ela se calou novamente e os dois ficaram em silêncio por algum tempo. Até que Harry criou coragem pra dizer o que achava que ela tinha, mas tinha medo que fosse verdade.
Ele engoliu em seco.

- Você quer terminar não é? – perguntou baixinho

Hermione levantou a cabeça assustada e o encarou.

- De onde você tirou essa idéia? – disse ela com o coração apertado

- Hermione... – Harry a encarou – esses são os sintomas claros de quem quer terminar com um cara, mas não tem coragem, porque tem medo de machucá-lo. Então espera que ele termine, ou então vai ter que fazer isso.

Ele terminou com os olhos brilhando e abaixou a cabeça. Hermione não podia acreditar que ele havia pensado nisso, se sentiu tão mal por fazê-lo sofrer.

- Você ainda não entendeu não é? – disse ela com um sorriso fraco

- Entender o que?

- Olha pra mim – pediu ela em tom de suplica.

Então ele a encarou e ela pode ver que ele estava chorando. Ela sorriu novamente, colocou sua mão no rosto dele e o viu fechar os olhos.

- Ainda não entendeu que eu te amo Potter, como jamais amei alguém? E se depender de mim quero passar o resto da minha vida ao seu lado. Quantas vezes você vai precisar que eu diga isso? – ele sorriu quando ela terminou de falar

Hermione pos sua outra mão no rosto dele e o beijou na testa, depois desceu para os olhos molhados de lágrimas e então para a boca, onde iniciou um beijo calmo, mas profundo, como se quisesse mostrar pra ele que estava ali e que não ia a lugar nenhum. Não sem ele.

- Eu te amo! – disse ela quando pararam de se beijar.

- Eu também te amo, e muito... é maior do que você possa imaginar – disse ele com a voz rouca e colando sua testa à dela.

- Me desculpe por te fazer pensar nisso, eu só não queria preocupá-lo e por isso tentei fingir que nada tava acontecendo, mas eu fui uma boba mesmo. – disse rindo enquanto limpava as lágrimas dele.

Eles se beijaram novamente, Harry parecia ter tirado um enorme peso das costas.

- Será então que você podia me dizer o que ta acontecendo? – perguntou ele se afastando para olhá-la – É algo muito sério? Eu to tão preocupado com você!

Ela parecia criar coragem pra falar. Harry acariciou o rosto dela e a beijou de leve, então percebeu que ela havia começado a chorar. Ele a abraçou forte.

- Hei, calma! Não precisa dizer agora se não estiver preparada. Não chora, não chora.

- Ta tudo bem – disse ela tentando se acalmar – é só que dói muito falar sobre isso.

- Eu espero ta bom? Me desculpa ter forçado a barra.

- Não, eu preciso falar. – disse se afastando e parando de chorar – preciso contar o que aconteceu.

Harry a encarou como se desse coragem a ela, seu olhar era penetrante e a fortalecia.

- Eu to aqui pra te ouvir, sempre que você precisar! – disse ele lhe dando um beijo rápido.

- Na semana passada – começou ela – eu recebi uma carta dos meus pais, e nela tava a pior notícia que eu já recebi na vida...

Ela fez uma pausa, se segurando para não chorar, mas era inevitável e mais lágrimas molharam seu rosto. Harry secou-as delicadamente enquanto ela recomeçava a fala entre soluços.

- Meu avô Harry... ele não agüentou... ele era tão forte, e morreu antes que eu pudesse me despedir...

Harry sofria com a dor dela, e a abraçou forte enquanto ela se deixava chorar no ombro dele. Era tão melhor assim, tão menos angustiante tê-lo perto, poder sentir todo o amor dele naquele abraço.

- Eu sinto muito meu amor! – disse ele com uma dor dilacerante no peito – eu sei o quanto ele era importante pra você, e imagino a dor que você deve ta sentindo.

Eles ficaram em silêncio por um bom tempo. Não precisavam de palavras, ele sabia o quanto ela sofria e o quanto precisava daquele abraço, e ela se sentia tão segura nos braços dele, como se aquela dor não pudesse consumi-la por intero com ele por perto.
Harry esperou ela parar de chorar e a encarou.

- Por que não me contou antes? – perguntou ele sem entender

- Eu não sei. Eu só não queria trazer mais problemas, coisas das quais nós não precisávamos no momento, sem importância.

- Escuta! – chamou ele desesperado – nada que seja sobre você é sem importância pra mim entendeu?

Ela balançou a cabeça e ele a abraçou novamente.

- É tão mais fácil com você por perto. – disse ela tranqüila.

Harry a beijou no pescoço.

- Eu não conheci seu avô, mas sei que onde ele estiver ele ta te olhando e que, de alguma forma, ele se despediu da neta que ele tanto amava. E tem mais, - disse ele se afastando - ele me deixou aqui pra cuidar dela.

Eles sorriram. Harry a beijou de forma doce e desesperada, odiava vê-la sofrendo.


x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x—x


Mais tarde na hora jantar as coisas ainda não pareciam bem. E sabiam disso por um único motivo, Rony na falara nada durante todo o jantar e depois nem sequer reclamou de ter que ajudar a mãe a arrumar a cozinha. Por um lado era engraçado, mas por outro era preocupante.

- Seja lá o que for é muito sério. – disse Harry rindo e fazendo os outros rirem.

- Pára Harry! – disse Hermione o repreendendo – pode ser sério mesmo.

Nessa hora ele apareceu na porta da sala, mas não entrou.

- Eu já vou deitar boa noite! – disse sem meias palavras

- Hei cara, espera aí! – disse Harry, agora sério.

Rony parou de costas pra eles, suspirou profundamente e depois se virou, mas continuou calado.

- Você não quer conversar? – perguntou Gina sem obter resposta

- Sobre?

- Ta acontecendo alguma cara? – dessa vez foi Draco quem perguntou

- Só uma preocupação boba, nada demais – ninguém disse nada, como se esperassem que ele continuasse a frase. Rony se mexeu impaciente – É a Thereza ta legal!

- Qual é o problema?

- Ela vai conhecer a mamãe daqui a três dias, e isso ta me deixando louco. Tenho medo do que a mamãe pode falar ou fazer. – disse impaciente

- Você já contou a ela? – perguntou Gina assustada

- Ainda não. – disse ele. Gina abiu a boca pra dizer algo, mas ele já sabia – eu sei que eu devia contar logo, mas você já imaginou como ela vai ficar quando souber? Ela não vai me deixar em paz!

- Isso não vai dar certo. – disse Gina mais pra si mesma do que pro irmão.

- Eu sei disso! – disse ele começando a rir – Mas uma hora isso ia ter que acontecer. É inevitável.

Todos na sala começaram a rir com ele e dele. Quando Rony parecia mais calmo eles se ocuparam de conversar banalidades.

- O papo ta bom, mas eu to quase cindo de sono. – disse Cedrico – Vamos dormir amor?

Perguntou ele dando um beijinho em Mônica.

- Dá pra vocês pararem de fazer isso na minha frente? – perguntou Harry

Os dois sorriram e se beijaram mais intensamente.

- Melhorou? – perguntou Mônica sorrindo

Harry sorriu e resolveu não desafiar mais, odiava ver aquela cena.

- Eu também já vou – disse Hermione

- Ah não! Fica mais um pouquinho aqui comigo? – disse Harry distribuindo vários beijos no rosto dela.

- Pode parar aí também – disse Mônica colocando a mão entre os dois – se eu não posso você também não pode!

- Vai dormir Nina, vai logo! E no quarto das meninas viu, com ele bem longe no quarto dos meninos. – disse ele desafiador

- Sem problemas – começou Cedrico – meu prazer é saber que você também vai dormir bem longe da Mione.

Harry bufou de raiva e fez careta pro loiro.

- É Harry, dessa vez você sobrou – disse Draco rindo

- Bom, boa noite! – disse cedrico saindo abraçado com a namorada.

- Espera aí – pediu Harry – o que vocês acham de irmos na casa amanhã?

- É uma boa idéia – disse Rony

Todos concordaram e aos poucos a sala foi se esvaziando


-------------------------------------------------------------------------------------
Desculpem a demora...
esses vestibulares não me dão tempo nem de respirar
obrigada pela paciência e comentem
xau

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.