O Ataque
O Ataque
– Espere aí, o Squize falou que o Tundy fez a Maggie ser demitida?
Remo parecia incrédulo. Tiago havia contado tudo que ouvira no porão para Remo.
– Mas o Tundy não teria coragem, teria?
– Eu não duvido de nada que tenha vindo desse elfo – falou Tiago – Ele é capaz de tudo.
– Mas essa é uma acusação muito grave, a que o Squize fez. Você pretende contar ao seu pai?
– Pretendo sim, assim que ele chegar. – disse Tiago – Acho melhor irmos dormir, já está ficando tarde.
Tiago e Remo saíram da sala de jogos e seguiram o corredor, agora escuro, até o quarto de Tiago. Então, ao abrirem a porta, viram Sirius sentado na cama, lendo um livrinho vermelho, com as palavras: NÃO LEIA. Era o diário de Tiago.
– EI! O que você está fazendo? – gritou Tiago indo até Sirius e tomando o diário das mãos do garoto.
Sirius olhou com um sorriso para Tiago. Remo parecia indignado.
– Você sabia que isso é invasão de privacidade? – perguntou para Sirius – Tiago tem direito de manter sua privacidade.
Sirius apenas continuava sorrindo.
– O que você leu aí? – perguntou Tiago, desesperado.
Nesse momento, então, Sirius se levantou. Foi até Tiago, e em seu ouvido sussurrou:
– Eu sei de tudo.
Tiago gelou. Será que ele sabia do maior de todos os seus segredos? Será que ele sabia do segredo que Tiago não havia contado a ninguém?
– Eu avisei que ia me vingar – disse Sirius passando pela porta, e antes de fechar, ele disse – E a minha vingança ainda nem começou.
Tiago ferveu de ódio. Como aquele garoto conseguia ser tão insuportável?
– Tiago, o que o Sirius sabe? – perguntou Remo, mas Tiago não respondeu. Apenas deitou-se em sua cama e esperou o sono chegar.
Será que Sirius tinha aberto o diário e folheado até a página que está seu segredo? Será que Sirius estava com Tiago em suas mãos? Ninguém poderia responder...
Lembrou-se de tudo que havia escrito no diário. Cada segredo, cada revelação, cada pensamento. Mas o maior medo de Tiago é que Sirius tivesse lido a página 56, a página em que ele escreveu o maior de seus segredos.
Tiago sentiu um movimento em seu rosto, provavelmente Remo tirando seus óculos. A cada segundo, Tiago ficava mais atordoado, e tudo ficava mais pesado. Não conseguia raciocinar direito agora, provavelmente adormecera...
Tiago andava por um corredor escuro, sem portas, sem janelas, e aparentemente sem final. Seguia Sirius, que ria com o diário em suas mãos.
Tiago corria com força, mas cada vez que ele se aproximava de Sirius, ele se afastava mais. Então, Tiago caiu.
Sirius parou, e surpreendentemente esticou o braço para Tiago se levantar. Tiago primeiramente não segurou, mas depois agarrou o braço de Sirius, e eles saíram andando juntos pelo corredor. Então surgiu uma mulher segurando um bebê, e momentos depois, apareceu um rato e um vulto. O rato guinchava alto, enquanto o vulto empurrava Tiago, que caiu. O vulto depois empurrou a mulher, que caiu também. Mas quando o vulto tentou empurrar o bebê, o vulto tropeçou e caiu, enquanto o bebê saia andando sozinho pelo corredor, com o rato atrás dele.
Tiago no dia seguinte não se lembrou do sonho que teve.
– Tiago. Tiago. Tiago. Acorda.
Tiago acordou assustado. Viu Remo em sua frente.
– O que é? – perguntou, ainda com sono.
– Squize quer falar com você.
– O que ele quer?
– Mostrar uma carta, pelo que parece.
Ao ouvir essas palavras, Tiago pulou da cama.
A carta de Maggie, pensou ele.
E lá estava Squize, sorrindo, com um pergaminho na mão.
– Aqui está a carta que Mestre Tiago pediu.
Tiago pegou o pergaminho e viu uma carta catastrófica. Uma letra horrível, com inúmeros erros gramaticais. E, para dificultar ainda mais a leitura, estava manchada de grossas lágrimas.
Squize Aqi é a Maggie. Aqi em Oguartz ista tudu muinto ben. Mais Maggie aimda ista muinto diprimida poque ela nãu fes iço que todu mundu ista dizendu que Maggie fez. Mestri Dumbedor credita en Maggie, eli é um bon mestri. Maggie acha qi foi Tundy qi colocou o saco de dinhero no avental, poque quando Maggie pegou o aventau ja istava con dinheiro e aqele aventau era de Tundy. Pergunta a Tundy se foi ele, Squize. Bejos, Maggie
Então o avental era do Tundy? Seria Tundy mesmo o culpado?
– TIAGO! SIRIUS! REMO! Corram aqui, agora! – era a voz de Andrea Potter, pelo visto ela havia chegado.
Tiago e Remo correram e encontraram a Sra. Potter na sala de estar. Ela tinha um olhar apressado e preocupado. Segurava sua varinha na mão. Sirius chegou logo após dele, Tiago o ignorou.
– Arrumem suas malas. Vamos à Paris. Houve mais um ataque. Marco e Blake já estão lá. Não há tempo para explicar. Corram.
Tiago e Remo correram para o quarto. Quando chegaram lá, colocaram apressadamente algumas roupas em suas malas. Tiago não lembrou de pegar sua vassoura, que estava embaixo da cama. Algum tempo depois, os dois estavam descendo rapidamente as escadas, encontrando Sirius, que já estava pronto.
– Estão prontos? – perguntou Andrea, descendo as escadas, puxando uma mala.
– Como nós vamos? – perguntou Tiago.
– Chave do Portal. Quando eu contar três, vocês tocam nesse malão. Um, dois, três.
Tiago pegou no malão de sua mãe, e sentiu um solavanco no umbigo. Tiago não conseguia tirar a mão do objeto, as cores passavam rápido por eles. Não se podia ver nada nitidamente. Quando finalmente seus pés bateram no chão.
Eles estavam em um beco estreito, com um grande prédio do lado. Andrea caminhou, virou uma curva e eles viram o que o prédio era. Era um grande hotel branco, com os portões dourados e um letreiro que dizia: “Mademoiselle Munier D'Hôtel”, algo como “Hotel Senhorita Munier”. Depois de olharem a placa, eles entraram.
Estavam em um amplo salão, provavelmente de um hotel trouxa cinco estrelas, muito movimentado. Andrea foi até o balcão e falou para o recepcionista, um homem elegante, com o nariz levemente empinado:
– Com licença, meu marido reservou dois quartos para três pessoas.
– Como é o nome do seu marrido? – perguntou o recepcionista.
– Marcus Potter.
– Oh, oui, oui... – disse o recepcionista, checando em uma lista – Mademoiselle Potter vai ocupar os dois quarrtos agorra?
– Não, não... só um, em que deixarei as crianças.
– Oui, clarro.
O recepcionista foi entrou em uma salinha que ficava atrás do balcão e ficou lá por alguns minutos. Andrea virou-se para os garotos.
– Olhem aqui, prestem atenção, mocinhos. Esse é um hotel trouxa. Nada de gracinhas, de brigas, nem de qualquer tipo de menção a magia.
– Tudo bem, mamãe – disse Tiago – Nos comportaremos.
Andrea olhou desconfiada, mas o recepcionista chegou na hora.
– Aqui eston suas chaves. Esperro que tenha uma boa estadia.
– Ah, sim, teremos. Obrigada.
– Nom a de que.
Tiago, Remos, Andrea e Sirius subiram até o terceiro andar, quando entraram no quarto dos garotos, o quarto 305.
Era um grande quarto, com três camas aparentemente muito confortáveis. Havia um grande armário com três partes, uma televisão, uma mesinha, algumas frutas e um banheiro.
– Uau!
– Garotos, estou indo – informou Andrea – Comportem-se.
Passou pela porta e a fechou. Sirius olhou para Tiago maliciosamente.
– Página cinqüenta. “Eu quero ter um filho menino, e o nome dele será Arnold”, página cinqüenta e dois. “Meus pais brigaram. Talvez seja pra valer, dessa vez”, página cinqüenta e quatro. “O Remo me mandou uma carta hoje. Disse que o pai dele está fazendo novas pesquisas”.
Tiago gelou. Página cinqüenta, cinqüenta e dois, e cinqüenta e quatro. Será que ele havia lido a página que ninguém poderia ler?
Nessa hora a porta se abriu, e no quarto entraram Marcus e Blake, ambos com olhar preocupado.
– Cadê sua mãe? – perguntou Marcus. – Cadê sua mãe?
– Saiu. Ela disse para nós...
– Mudanças de plano – disse Marcus – Vocês vem conosco.
– Mas, por que? – perguntou Sirius, desfazendo o sorriso.
– Eles estão atrás de nós. Já sabem que estão aqui. Vamos, peguem suas malas.
– Eles quem? – perguntou Tiago.
Mas Marcus não respondeu, ficou bem próximo da mala de Andrea, e sem tocar nela, a analisou.
– Vamos, peguem na mala!
Mas nessa hora a porta do quarto se abriu e três homens encapuzados com máscaras entraram. Um deles apontou a varinha para a mala e falou:
– Accio Mala!
A mala foi até perto do homem encapuzado e o mesmo apontou a varinha para ela.
– Evanesco! – A mala desapareceu. O homem encapuzado sorriu, apontou a varinha para Marcus e falou – Agora sua mala está com o Lord das Trevas. Tsk, tsk. Ele vai ficar muito curioso para ver até onde ela leva. Será que é para sua preciosa casinha?
Os dois outros homens encapuzados riram. Um tinha a varinha apontada para Blake, enquanto outro tinha a varinha apontada para os garotos.
– INCENDIO! – berra o homem encapuzado que estava com a varinha apontada para Marcus, apontando a varinha para a cama. Um jato de fogo saiu da varinha e bateu na cama, que se incendiou na hora. – Não seria triste se, sem querer, empurrássemos uma dessas criancinhas pra essa caminha?
Os três homens riram. O que estava com a varinha apontada para os garotos falou:
– Essa foi boa, Rodolfo!
– Cale a boca, imbecil! – gritou Rodolfo, e virou-se para Marcus novamente – Onde está o Medalhão?
– Eu não te entregarei o Medalhão, solte as crianças!
– Mas por que eu faria isso? – disse Rodolfo, com um sorriso – Eu aposto que as crianças querem ficar brincando conosco, não querem, crianças?
Blake fez menção de apontar a varinha para o homem que o ameaçava, mas o mesmo gritou: “Incarcerous!”, e cordas saíram da varinha e o amarraram.
– Diga onde está o Medalhão! – berrou Rodolfo.
– NÃO! – gritou Marcus.
Rodolfo sorriu e falou, baixinho:
– Não mesmo? – disse, e apontou a varinha para Tiago e falou – Imperius!
Foi uma sensação maravilhosa, Tiago se despreocupou de todos o seus problemas. Aquele ataque, Sirius, o diário, eram tudo bobagens.
Vá para o fogo! disse uma voz dentro dele, que ele reconheceu ser de Rodolfo. Vá para o fogo. Simplesmente vá para o fogo.
Tiago caminhou devagar até a cama incendiada, o fogo agora muito alto. A cada momento se aproximava mais do fogo. Podia sentir um calor quase insuportável agora. Estava quase a um pé da cama, então...
Voltou a si. Afastou-se rapidamente do fogo e olhou o que estava acontecendo. Sirius e Remo gritavam. Olhando mais, viu Rodolfo estuporado, e os dois outros homens indo atacar sua mãe, que acabara de chegar. Provavelmente havia sido ela que havia estuporado Rodolfo.
Marcus apontou a varinha para um dos homens e gritou:
– Impedimenta! – o feitiço errou o alvo. Apontando a varinha novamente para o homem, gritou: – Estupefaça!
O feitiço bateu no homem dessa vez. Ele começou a cair, e enquanto estava caindo, conseguiu falar, antes de desmaiar:
– Avery, mate-o!
Avery, o outro homem, apontou a varinha para Marcus e gritou:
– Avada...
– Petrificus Totalus! – berrou Andrea, e o homem ficou todo duro, caiu no chão.
– Incarcerous! – exclamou Marcus, e uma corda prendeu os três homens. Depois, cancelou o feitiço que prendia Blake e falou:
– Blake, você poderia levar esses três para o Ministério? – perguntou, apontando para os três homens – E tome cuidado.
– Sim, sim, claro, Marcus. – disse Blake – Mas tem certeza que ‘cês ‘não ‘cisam de ‘juda?
– Não, não, só iremos levar as crianças para um lugar seguro.
– OK, então – Blake fez um feitiço e levantou os três homens, quando ia aparatar, Marcus falou:
– Blake, você vai aceitar?
– Talvez.
– É melhor você aceitar. Eles estarão mais seguros.
– Aceitar o que? – perguntou Sirius – Quem estará mais seguros?
Todos olharam para ele. Isso não é da conta dele, pensou Tiago. Mas Marcus não parecia ter ficado zangado. Pelo contrário, ele sorriu.
– Blake recebeu um convite para ensinar em Hogwarts. Blake, mande mais aurores revistarem nossa casa, OK? Eles estão com a Chave do Portal.
– ‘Tou indo, então – disse Blake – Tchau pr’ocês.
No momento seguinte, nem Blake nem os homens estavam no quarto. Andrea estava aos prantos, com as mãos no rosto.
– Meu Deus! Você poderiam ter morrido! E é tudo minha culpa! Eu não deveria ter deixado vocês sozinhos. Se Marcus não tivesse chegado a tempo...
– Não é sua culpa, querida! Você fez o que eu pedi! Você jamais imaginaria que...
Tiago também estava chorando. Sua mão estava queimada pelo contato com o fogo, mas não era isso que o incomodava. Nunca estivera tão perto da morte como naquele dia.
Andrea viu que o filho estava chorando e o abraçou. Passava sua mão nas costas dele, fazendo carinho.
– Pronto. Passou, passou... meu Deus! Sua mão está queimada!
Andrea puxou a varinha e fez um feitiço, que fez com que a queimadura na mão de Tiago sarasse.
– Quem eram aqueles? – perguntou Remo – Por que ele queria o Medalhão da sra. Flor Potter?
– Eram Comensais da Morte. Seguidores de um bruxo das trevas que vem causando alguns ataques. E sobre, o medalhão, Remo... muitas pessoas iriam querer aquele medalhão, não posso dizer o motivo, por enquanto.
– Mas esse Bruxo das Trevas, ele está com a Chave do Portal que leva até a nossa casa. – exclamou Tiago – O que faremos?
– Blake vai mandar Aurores revistarem.
Nesse momento, Blake apareceu no quarto. Tinha uma expressão preocupada.
– Marcus, fui dar uma olhada n’casa, só p’ra conferir. Vi no Hall de Entrada. Vim correndo contar. Squize está morto.
Tiago gelou. Squize, morto?
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