Peça do Destino



Capitulo 5 – Peça do Destino



Enquanto Magnólia esperava ser devorada pelo monstro, nem percebeu o barulhinho característico de uma aparatação. Rowena e Salazar aparataram para dentro da masmorra mais próxima da porta que dava para o saguão. Tudo já estava preparado anteriormente. Eles aguardavam, pacientemente e sem fazer o mínimo ruído, a fera aparecer.
Poucos minutos depois, eles ouviram um leve farfalhar de rabo e um barulhinho semelhante a um rato cheirando comida. Era a fera! O monstro caíra direitinho na armadilha! Mas ainda tinham que esperar ele chegar mais perto... Era arriscado, caso chegasse perto demais, a vida de Magnólia correria sério perigo.
Rowena começou a contar nos dedos...1...2...(ouviram o monstro suspirar de contentamento, além de parecer que dizia algo do tipo “carne fresca”)3...agora! gritou a bruxa.
–Estupefaça!-mentalizou Ravenclaw atingindo o peito da fera. A quimera cambaleou, mas não estava vencida.
Observava agora os dois bruxos enraivecida. Salazar murmurava rapidamente um feitiço enquanto fazia complicados gestos com sua varinha.
Rowena nunca vira tal feitiço sendo executado e se distraiu por um momento. Porém a quimera percebeu sua distração e mandou uma baforada de fogo em direção a ela. Naquele momento, uma luz azul invadiu o corredor a frente dos dois bruxos. Slytherin terminou seu feitiço dizendo bem alto “Refleto Ígneo Totallis” e o fogo lançado pelo monstro refletiu na barreira de luz azul. O fogo voltou em direção a quimera, só que da cor azul, e rodeou o monstro formando uma gaiola.
Magnólia estava paralisada. Lentamente, começou a entender o que acontecera...Nem percebeu quando Rowena Ravenclaw puxou seu braço, levantando-a gentilmente do chão frio. Uma onda de raiva como jamais sentira invadiu seu corpo. Ela conhecia aquele encantamento que seu pai usara. 50% tinha de chance de falhar.” Quer dizer que, se não funcionasse, eu seria comida de fera ou viraria churrasquinho!” pensou. Olhou para seu pai, ocupado em dominar a maldita quimera.
-Me solta!-gritou. Saiu correndo, subiu as escadas mais ligeiro que um pufoso procurando jóias, e se trancou em seu quarto. Um vazio imenso a invadiu.
Não sabia definir o que sentia exatamente. Era como se um dia cinza tivesse se instalado em seu ser.Deixou-se cair no chão, escorada na porta. E ali ficou a tarde inteira, olhando para o vazio...
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–Onde está Magnólia?!Onde está minha filha??
–Acho, meu amigo, que ela ficou com raiva que colocamos sua vida em perigo... Concluiu Rowena franzindo as sobrancelhas bem delineadas,um gesto típico seu diante de problemas que não podiam ser resolvidos prontamente.
Fazendo uma cara de desagrado, Salazar continuou retirando o coração da quimera recém abatida. Enquanto colocava o órgão em um vidro com liquido colorido do tamanho apropriado, comentou meio incerto se estaria certo:
–Mas ela vai ter que entender!
–Ora, ela é uma mocinha! Não uma bruxa experiente como eu e você! Aliás, você está deixando de ser o herói da vida dela para passar a ser um ser humano com defeitos como qualquer outro..
Salazar resmungou alguma coisa sobre “idéias modernas” enquanto retirava o cérebro da quimera pelo nariz com grandes ganchos de prata.
–Mas não podia ser feito de outra maneira! –continuou ele.
–Bem...Na verdade poderíamos simplesmente invadir as masmorras, cair nas muitas armadilhas mágicas preparadas pelo monstro e sermos devorados por ele!
–Esse não é um assunto engraçado, Rowena! –replicou Salazar zangado, fazendo respingar um pouco de sangue dos instrumentos nas vestes da bruxa ao gesticular.
–Deixe que eu termino isso! Tenho certeza que poderemos fazer varinhas poderosas com esses pêlos! Não suje isso com o sangue!
–Vai me ensinar como separar os ingredientes para poções?! –respondeu furioso o grande bruxo.
–Não...Mas vê essas ranhuras na pedra? Servem de canal para coletar o sangue que cai por aqui, onde eu pus esse barril.
–Muito interessante... –respondeu ele com ironia.
–Não é? –replicou Rowena fazendo-se de salame –Bom, agora vá lá falar com a jovem Magnólia. Vamos, deixe de ser orgulhoso! Seja um bom pai uma vez na vida e se mexa daí!
Salazar ia abrir a boca para protestar indignado, porém Rowena o empurrou masmorra afora.
Ainda olhando a porta que acabara de fechar, falou com seus botões:
–Que gênio ruim tem esse daí! Puxa vida! Temperamental como ele só...Mas tem uma mente brilhante! Acho que, se tivéssemos uma guerra contra as tropas que ele comandava lá no oriente,com certeza eles nos conquistariam! Salazar é um estrategista brilhante!
Voltou a seus afazeres, ainda lembrando do dia em que o conhecera, na distante porém incrível cidade de Bizâncio. Bizâncio era o centro cultural do Império Romano Oriental. Viajara para lá atrás de ingredientes exóticos para poções, mas também para receber uns livros raros que tinha comprado. E então que deparara com o imponente Salazar Slytherin e sua filha. Eles estavam fugindo de um bruxo poderoso que queria o lugar de Slytherin na milícia de um nobre trouxa que possuía muitas terras. Bem, Rowena ajudara a escondê-los, afinal ninguém podia se queixar de seus feitiços de disfarce! No fim, os Slytherin voltaram com ela e se estabeleceram como fabricantes das mais variadas poções e fabricantes de varinhas.
Mas isso fora há muitos anos já. Agora eles já tinham recuperado sua fortuna, ao que parece estava escondida naquela igreja grande de Bizâncio...
Sim, era pra isso que eles tinham viajado ano passado.E com parte do dinheiro, Salazar comprara o castelo para fundarem a tão sonhada escola de magia! Anda faltava reformarem boa parte do castelo, acrescentarem umas passagens secretas e outras coisas, definir onde seriam os dormitórios dos alunos e deles próprios...
O principal motivo era a perseguição dos trouxas. Era perigoso aprender a ser bruxo naquela época. Então eles tinham se juntado e decidido construir uma escola para preparar os pequenos bruxos de modo que todos pudessem se defender e se beneficiar da magia... Principalmente os bruxos nascidos trouxas teriam como se defender... é seria muito bom um lugar assim...

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