A Besta da Masmorra
Capitulo 4 – Exploradores de Cômodos Parte 3 – A Besta da Masmorra
Um ar de inquietação se espalhou pelo salão, porém ninguém ousou perguntar o que acontecera. Todos esperavam meu pai retomar novamente a palavra. Primeiro ele amparou o senhor Rockwood em uma cadeira e só então começou novamente sua oratória:
–Como era de se esperar, esse magnífico castelo não nos foi vendido por uma pechincha simplesmente porque seu dono não o queria mais. Descobrimos um laboratório de desenvolvimento de criaturas aparentemente abandonado há anos. Conseguimos vencer uma acromântula gigante, porém há indícios de uma quimera extremamente inteligente estabelecida lá.
Um ar de surpresa e consternação se espalhou entre os presentes. Jamais se ouvira falar de outro caso de uma quimera ter sido derrotada, a não ser aquela da Grécia há tanto tempo que o país nem se chamava Grécia ainda...
–Teremos de removê-lo de lá. Porém receio que nossos poderes sejam insuficientes. Aparentemente, a quimera não sabe sair do labirinto das masmorras e sente-se em absoluta segurança em seu covil. Tendo essas condições, esperarei minha grande e sábia amiga Rowena Ravenclaw que é esperada amanhã.
Bem cedo, uma mulher alta e esguia, com ar aristocrático, bateu a porta do castelo. Usava um vestido azul noite decotado e com longas mangas. Seus longos cachos negros eram embaraçados pelo vento cortante. Seus olhos de gato a tudo observavam. Um mau humor crescente se instalava em seu ser.“O que será que é tão importante para Slytherin ter me feito vir até aqui com esse tempo horroroso?!”
Sua mala de viagem flutuava suavemente atrás dela. A grande porta de carvalho da esquerda foi aberta pelo próprio Salazar Slytherin.
–Entre, entre, Rowena! Só Alá sabe como sua ajuda é necessária! Vou lhe explicar a situação...
Mais tarde, confortavelmente sentada em uma poltrona no escritório de Salazar tomando um chá preto bem quente, ela comentou:
–Isso é que se chama um grande problema! Não podemos abrir uma escola para nossos jovens onde atue uma quimera devoradora de gente!
–Isto é óbvio! Diga algo que eu não saiba. –comentou secamente o bruxo.
–Isto é uma grande descortesia de sua parte! Mas eu conheço um modo de tirarmos a quimera do seu antro. Porém é muito arriscado!
–Fale. –respondeu Salazar apaziguado. A única que realmente não se alterava com seu mau gênio era Rowena. Que mulher adorável!
–Bem...-começou ela pousando a xícara de porcelana em seu respectivo pires sobre uma mesinha –Teremos que mentir convincentemente que essa quimera é um monstro muito forte para nós e então lhe oferecemos um sacrifício de uma virgem para apaziguar sua ira e pedir sua clemência. Um dos grandes pontos fracos desse monstro violentíssimo é o seu orgulho.E não é necessário acrescentar que se julga tão esperto que qualquer bruxo possa enganá-lo.
–Quem você sugere? –perguntou ele prevendo o que ouviria, mesmo não querendo ouvir.
–Uma moça, de preferência que seja bonita e morra de medo de escuro!
–Você está sendo irônica...
–Em absoluto! O medo é extremamente necessário para ser convincente! Senão o monstro vai perceber nossas intenções!
Salazar cobriu o rosto com suas mãos magras. Parecia muito cansado.
–Não quero perder minha filha!
–Oh, meu caro! Isso é que não vai acontecer. Veja bem o que vamos fazer...
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Ela estava estarrecida com a notícia. Seu pai, seu próprio pai, a ofereceria como sacrifício a um monstro daqueles para salvar sua pele! Estremeceu só de pensar.
Levantou-se da confortável cama e andou até a janela. Não podia ser....E no entanto, ele mesmo viera avisá-la. Frio e distante como sempre. Foi como se alguém tivesse arrancado seu coração. Uma grossa lágrima rolou em sua face. Mas todo medo, toda raiva e indignação, todos os sentimentos deram lugar a um vazio interior inexprimível e mesmo assim opressor.
“Será que sempre foi apenas isso? Será que nunca passei de um peão de xadrez ...?”
Então ouviu uma batida leve, quase imperceptível na porta de seu quarto. Viu quando mãos finas e magras abriram a porta. Lá estava aquela mulher. Mais parecia um grande corvo, devia ter sido ela que tivera essa idéia!
–Vamos, está na hora.
Desceram juntas a grande escadaria de mármore. Lá estava seu pai. Nada disseram um ao outro. Apenas abriram a porta que dava para as masmorras. Era com em um sonho mau: lentamente ela foi encaminhada a escuridão que reinava naquele corredor escuro...Seria impressão ou um ar gélido soprou? Passou a soleira e descia as escadas...Então, com um ruído característico, a pesada porta de pedra se fechou.
“Não! Não me deixem aqui!!” gritou, arranhando em vão a porta pesada. Nesse instante ela ouviu: um ruído de passos pesados, uma respiração pesada, como se estivesse farejando o ar.
Escorregou junto à porta, caindo nas escadas.O medo paralisando seu corpo. Não conseguia se mover nem um centímetro! E então esperou e esperou, tremendo,
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