O Lorde
Capitulo 1 – O Lorde
O céu estava escuro e tempestuoso. Chegamos ao castelo por volta do ocaso. Meu pai e senhor estava impaciente para reunir-se com o Lorde Districh, o proprietário do enorme e semi-abandonado castelo, o qual meu senhor queria comprar. Após vasculhar a Bretanha inteira, meu senhor encontrara o inexpurgável castelo: de um lado, um enorme penhasco que terminava em um profundo e enorme lago, de outro, uma floreta com mata fechada, recheada de bestas ferozes que o estranho Lorde denominava de “meus bichinhos de estimação”, e por fim o caminho por onde vínhamos.
O Lorde só concordara em vender a propriedade a meu senhor porque este também era um nobre bruxo de sangue puro, mesmo que vindo de terras distantes.
Nesta época, em geral nós, mulheres, não temos muito valor. Alegra-me que meu pai e senhor pense diferente: ele me ensinou muito do que sei e pretende passar seus conhecimentos aos filhos e filhas dos nobres bruxos puros que estiverem interessados.
Outros grandes bruxos e bruxas concordaram com meu pai: o nobre senhor Godrico Gryffindor, a sábia Rowena Ravenclaw e a bondosa senhora Helga Hufflepuff. A primeira vista, Hufflepuff não me agradou, parecia uma daquelas matronas estabanadas e meio... bem, ignorantes. Quando estivemos em sua residência, ela estava cheia de pirralhos sangue ruim, gente de rua mesmo! Não entendo com uma bruxa de alta estirpe (pelo menos seu falecido marido o era!) se mistura tão irresponsavelmente com aquela gente! Quando o pai me contou que ela ensina aqueles pivetes, francamente! Acho que ela não tem noção do perigo que isso constitui! Pelos menos, a senhorita Ravenclaw me pareceu ter melhor bom senso que sua amiga!
Chegamos ao castelo antes da chuva! Me alegrei com isto porque não desejava que meu novo vestido se estragasse. Seu tecido era muito fino e não suportaria a água da violenta tempestade que se aproximava. Também não desejava envergonhar meu senhor diante de tão ilustre família.
Um mordomo abriu a enorme porta de carvalho da entrada. Subimos os degraus e entramos em um saguão enorme, o teto era tão alto que era impossível vê-lo. O criado guiou-nos a uma sala de tamanho médio, a esquerda da porta de entrada. A lareira estava acesa e nossos anfitriões nos esperavam para o chá. Tapetes turcos cobriam o chão. Os móveis eram feitos da mais sólida madeira, todos com pés em forma de garras. Ao fundo, defronte a lareira, estava sentado o Lorde em sua escrivaninha de tampo de mármore. Belíssimos castiçais de cobre iluminavam a sala com suas velas laranjas. Lady Silvara estava justamente servindo chá em seu serviço de prata. Ela estava magnífica em seu vestido verde esmeralda e rendado de vermelho e branco. Formava um belíssimo par com seus cabelos avermelhados e seus olhos verde cinzentos. Seu marido, o Lorde, tinha vastos bigodes, já meio grisalhos. Vestia-se com seu casaco de gola alta, mas, ao contrario dos homens da corte, usava as calças por cima das botas. Ainda depois de ter ido para a reserva, conservava seu porte militar. Ele e sua família tinham uma espécie de milícia porque tinham desavenças com uma outra família de suas terras distantes. Tudo era muito confuso e o Lorde não falava nisso. Ao entrarmos ele nos saudou:
–Salazar Slytherin e sua filha Magnólia! Entrem meus caros, temos muito o quê conversar!
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