Escolhas...
Cap. 12
Tiago estava apavorado. O sonho, ou melhor, pesadelo, havia sido tão real. Nunca passara por experiência de morte, e por mais que tenha sido um sonho, nunca havia sentido algo tão real. Procurou acalmar-se, respirou fundo, tentou afastar seus pensamentos, tentava pensar em coisas bobas, fúteis para distrair-se. Seu esforço foi em vão. Por mais que tentasse, de algum jeito sempre voltava a pensar nela, no seu pesadelo, na sua morte.
Resolveu tomar banho. Não enxergava nada a sua volta, estava se sentindo como um cego. Foi tentar ir ao banheiro de acordo com sua memória – “É, acho que é por aqui, um pouco mais pra frente, dois passos à direita..” – POF – ‘AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA MEU PÉÉÉÉ” – pensou, fazendo um esforço danado para não gritar e fazer barulho. Tentou ouvir se alguém tinha acordado, mas não ouviu nada além dos usuais roncos de Rabicho, que mais pareciam uma sinfonia desafinada. Rabicho era obrigado a dormir mais tarde pois ninguém conseguia dormir com aquele barulho. Era uma mistura de rato guinchando com cavalo dando coice e porco com fome.
Tiago se apoiou na parede e começou a massagear seu pé. Se a luz tivesse acesa, veriam que Tiago tentava não lacrimejar de dor – “HOMEM NÃO CHORA!!!” –pensou Tiago dando pito em si mesmo – “mas se bem que...ninguém está vendo mesmoo....’ – raciocinou marotamente – “NÃO!HOMEM NÃÃÃO CHORA” – e por puro orgulho não deixou cair uma lágrima sequer.
Estava apoiado na parede quando sentiu alguma coisa incomodar na altura de sua cintura. Era uma maçaneta. Girou – a e entrou. Fechou a porta e começou a procurar o interruptor, mas não achava – “Que estranho” – pensou – “Tenho certeza que ficava aqui...bom, mas no escuro nada é onde agente pensa que é, não?” – e foi em direção ao chuveiro. Bom, ao menos onde pensava que era.
Deu um passo e sentiu que estava sufocado, parecia que havia algo o pressionando estava ficando sem ar. Tentava andar, mas não ia para nenhum lugar. Começou a ficar desesperado, começou a socar aquilo, mas socava e voltava, não adiantava. Virou à direita e tentou andar, deu uns passos e sentiu um odor horrível. Era muito forte, sentia que ia desmaiar. Tentou achar a saída, e começou a bater na porta desesperado. Parecia que o cheiro estava perseguindo-o. Alguém estava pregando uma peça nele. Estava ficando sem ar, começou a espirrar incessantemente.
De repente a porta se abre e Tiago cai estirado no chão. Em volta dele estão Remo e Sirius, com muita cara de sono e confusos. Haviam acordado com barulhos, estavam meio atordoados. Rabicho, para variar, continuou a dormir. Apenas virou de lado. Dava para ver que seu travesseiro, azul bebê estava mais para azul-marinho naquela hora.
Sirius vira Tiago com o pé. Tiago estava enjoado, com cara de que ia vomitar. A razão foi voltando aos poucos para Remo e Sirius. Olhavam a porta, olhavam para Tiago, olhavam para a porta, olhavam para Tiago. Por mais que estivessem lúcidos, estavam intrigados. O quê raios Tiago fazia no armário?? Bolavam teorias e mais teorias, mas nenhuma fazia sentido. Bom, eram teorias muito boas para aquele nível de sono.
Eles ajudaram Tiago a se levantar, e meio cambaleando, fizeram-no sentar na cama. Aos poucos foi retomando a cor normal. Por fim Sirius perguntou :
- Cara, o que você estava fazendo no armário? Eu juro que já pensei em todas as opções e nenhuma faz o menor sentido. A não ser que você quisesse cheirar as cuecas do Rabicho huhuhu.
- Armário?!? – a cara de surpresa de Tiago demonstrava que não tinha noção que estava no armário. – Eu pensei que era o banheiro!?!?
- Então por que você pensou que o armário era banheiro? – perguntou Lupin.
- PONTAS! –Sirius fechou a cara, mas ao mesmo tempo estava com um olhar malicioso. – Você queria fazer suas necessidades no armário?? Creeedo que noooooooooojooo. – e fez extrema cara de nojo, fazendo Lupin soltar uma risada abafada.
- Ô jegue, deixa de ser bobo – e deu um tapão na cabeça de Sirius, fazendo seus cabelos irem para frente e para trás. – eu acordei no meio da noite e queria ir ao banheiro, aí eu num enxergava nada e acabei entrando no armário por acaso, e como não sabia que era o armário, estava me sentindo claustrofóbico...aí eu estava ficando sem respirar...e eu comecei a bater nas roupas e elas voltavam...Aí eu fui pra direita e veio um fedor que eu quase desmaiei....Aí vocês abriram a porta e me salvaram! – e deu um sorriso pomposo. Então falou quase gritando. – SEUS PORCOOOS....QUEM AQUI QUE NÃO LAVA AS ROUPAS E AS PÕE DE VOLTA NO ARMÁRIO!???!?
Sirius e Lupin se entreolharam e deram de ombros.
- Sei lá! – responderam em coro. – Iiii Tiago, acho que o culpado é a pessoa que perguntou... – falou Lupin comicamente. Sirius o olhou com uma cara estranha, pois não era do feitio de Lupin fazer comentários assim, mas logo começou a rachar o bico, e Tiago ficou com cara de bobo.
Logo após os três foram em direção ao armário e Tiago mostrou a parte do fedor.
Curiosamente, era a parte mais bagunçada, em que ficava as roupas velhas, as que não foram lavadas, mas de todo mundo. Os três se entreolharam e deram muita risada.
Sem falar nada, mas sabendo exatamente o que cada um estava pensando, eles começaram a fuçar. Foram jogando as peças pelo alto para achar alguma interessante.
Tiraram vestes velhas, furadas e muito pequenas, acharam feijõezinhos de todos os sabores, e quandoTiago foi experimentar um teve um acesso. Não sabia distinguir do que era aquele sabor, e viu na caixa que o doce havia expirado há mais de um ano e um aviso bem pequeno:
“O ministério da magia adverte: Quem come feijõezinhos de todos os sabores estragados irá sentir o gosto do que mais odeia em tudo que comer por uma semana.”
Tiago, irado, jogou longe a caixa de feijõezinhos. Comer era um de seus prazeres prediletos, e agora, estava fadado a comer uma semana de jiló misturado com alfafa, aveia (daquelas horríveis de mastigar e sem gosto nenhum) e pimenta malagueta.
Lupin e Sirius simplesmente ignoraram os xingamentos de Tiago e continuaram fuçando. Havia uma cueca suja, fedida que suspeitavam ser de Pedro ( se bem que era pequena, então podia ser de qualquer um deles de quando eram pequenos, mas a culpa era sempre de Rabicho...então para que mudar o costume?)
Depois de muitas cuecas sujas, meias cheias de lama dura, cachecóis tricotados pelas mães com as iniciais de cada um, um pomo de ouro de brinquedo(Olha só! Procuro isso aqui desde o primeiro ano!), um caderno surrado com nomes de meninas de Sirius ( Sabe o que é, quando comecei queria contar, mas depois que esse caderninho acabou, resolvi deixar para lá hehehe – sorriu presunçoso), livros de mágica para iniciantes (cheios de pó) de Lupin ( Nossa, pensei que estavam em casa! Olhem só, ainda tem minhas anotações....Nossa, como minha letra é feia hahahaha). À medida que tiravam as coisas, o cheiro ficava mais forte, e não achavam a fonte. Estavam desistindo, quando Tiago se enfiou dentro e pegou uma caixinha bem escura, apodrecendo, mofada e parecia estar sendo comida por cupins.
No momento em que a trouxe para perto, o cheiro ficou muito mais forte, obrigando-os a pegar o cachecol e cobrir seus narizes para não respirar o fedor.
- Prontos? – Perguntou Tiago. – Prontíssimos – Responderam os dois ansiosos.
Ao abrirem a caixa, o cheiro piorou. Dentro havia muitos frascos, todos sujos, mas com algum líquido dentro. Em alguns havia algo dentro. Era nojento, viscoso, pegajoso. Os três, que eram muito bons alunos, não sabiam o que eram aqueles frascos.
De súbito sentiram algo se mover contra eles, pegando a caixa. Era Pedro, com muito sono, mas, ao mesmo tempo, seus olhos estavam muito atentos, arregalados.
- O quê? Como....onde vocês acharam isso? – perguntou com a voz levemente esganiçada.
- No armário...no meio das roupas velhas....Rabicho....isso aí é seu? – Lupin perguntou. – onde você arranjou isso? Parece....hmm.... parece....err – ele tentava encontrar as palavras certas...
- Não parece! Isto É algo das artes das trevas! Rabicho onde você pegou isso hein? E por quê?!? – Perguntou Sirius com seus olhos brilhando e extremamente compenetrados apenas em Rabicho. Adquiriu uma feição séria, muito rara de ser vista nele.
Ao tocar aquele braço aconteceu algo. Ao tocar aquele braço tudo ficou claro. Ao tocar aquele braço lembranças e sensações voltaram. Ao tocar aquele braço lembrou de si mesma. Ao tocar aquele braço, a pessoa iluminou. Ao tocar aquele braço Lílian viu seu avô. Ao tocar aquele braço seus olhos brilharam. Ao tocar aquele braço seus olhos marejaram...
- Nossa, Si-si - sirius...d-d-da onde você tirou essa idéia maluca? – perguntou Rabicho disfarçando seu nervosismo.
- Não se esqueça onde moro Pedro. Naquela casa só tem apetrechos malignos e eu sei reconhecer um quando vejo.
- Tem certeza Almofadinhas? – interveio Tiago. – É muito grave o que você está falando.
- Absoluta. – respondeu sem tirar os olhos de Pedro – Só quero que responda Pedro. Onde você arranjou isso?
- Vô? É você mesmo vô? Mas...como?? Você está aqui mesmo na minha frente? Em carne e osso? – e começou a apertar seu braço – É...é de verdade? – e apertou novamente – É...é de verdade... – lágrimas já escorriam de seus olhos. – Vô...fala algo...não fique sorrindo assim...por favor, qualquer coisa...É aflitivo vô! – E começou a chocoalhá-lo. Nisso, ele pegou e abraçou-a:
- Saudades de você netinha... – Ao fazer isso, Lílian caiu em prantos desesperadamente. Seu avô, seu querido e amado vovô estava lá, com ela, abraçando-a mais uma vez. Quantas saudades....
- Eu...eu...isso....e-e-eu...não sei!
- Deixe de ser cínico! – O tom de voz de Sirius aumentou um pouco.
- Mas é verdade! – Guinchou Rabicho.
- Covarde! Não tem coragem de contar a verdade por medo! Você, um grifinório. Um grifinório sendo covarde. Não pensei que este paradoxo existiria. Mas aqui está. Parado bem na minha frente. – Suspirou. – Parado bem na minha frente. – repetiu.
Sirius virou-se e foi embora.
- Sirius – falou Tiago – não vá embora!SIRIUS! NÃO OUSE SAIR DAQUI!
De nada adiantou. Sirius já havia descido e não planejava voltar até que Pedro dissesse a verdade.
- Mais essa pra aturar agora. Briga entre melhores amigos. Eu realmente não preciso disso agora. – reclamou Tiago.
- Pontas... – falou Lupin. E olhou para Pedro. – Então Pedro. Vai nos contar a verdade ou não? – e ergueu uma sobrancelha.
Depois de um longo tempo Lílian soltou-se de seu avô.
- Nossa minha netinha. Que abraço mais caloroso. Como se não nos víssemos há séculos! – E deu o sorriso caloroso que Lílian amava. Abraçou de novo.
- Anos...Anos vovô..que você...se foi...Mas com certeza parecem séculos... – e olhou para seus olhos redondos e amendoados e se sentiu em casa de novo.
- Para você minha netinha, pois para mim faz apenas poucos dias.
- Como assim? – olhou-o intrigada, afastando-se. – O tempo...eer..depois da..hmm...você sabe o que...é...hmm..menor?
- É diferente...mas isso não vem ao caso. Mas eu não a vejo há dias. Eu sempre encontro uma maneira de vê-la. Ver sua mãe, sua irmã, sua avó. Sempre entramos em contato! Nem depois de morto consigo me livrar dela! – E soltaram uma gargalhada. – Aaa mas como a amo...amo todas vocês!E sinto muita falta.
- Jura vô? Você está mesmo nos vigiando? Então...é verdade mesmo?
- Bom, não o tempo inteiro. Sabe, eu vou encontrar meus amigos para farrear um pouco. E também conheci pessoas muito interessantes aqui!
- Aqui? – Lílian então percebeu – Vô... – seus olhos arregalaram-se – Então eu estou....
- Morta? – Seu avô suspirou – Creio que sim.....
Rabicho encarou-os por um longo tempo e decidiu sentar. Suas pernas estavam ficando bambas. Não costumava ficar tanto tempo em pé. Seus pés estavam se mexendo freneticamente. Suas pernas eram pequenas e mal encostavam o chão. Olhava para os pés e para a caixa alternadamente. Para seus amigos, parecia que estava pensando em nada, como sempre parecia. Internamente estava pensando muito bem no que ia falar a seguir escolhendo as palavras com muito cuidado.
- Vocês querem a verdade? – perguntou sem desviar o olhar de seus pés – OK, eu vou contar....é que...é que....eu...fui obrigado!
- Como assim obrigado? – Perguntou Remo incrédulo
- Obrigado! – e levantou a cabeça – Obrigado a guardar essa caixa!!
- Então quem o obrigou a guardá-la hein? Hein? – Perguntou Tiago desconfiado.
- É hmm bem...o pessoal da Sonserina....
- Quem especificamente? – tornou a perguntar Tiago – e por que você?
- A Bela....digo Belatrix! Eu não sei o por quê, mas ela me obrigou a isso! Ela falou que ia me azarar e fazer da minha um inferno! Eu não tive opção!
- Você SEMPRE tem uma opção!- vociferou Potter – Você poderia ser homem e enfrenta-la, que tal? É tão difícil assim Pedro??
- Exatamente Pedro! – concordou Lupin – E se alguém descobrisse que você mantém uma caixa com coisas malignas aqui hein? Sabe o que aconteceria conosco? SABE? – Aumentando sua voz em um tom – Nós seríamos EXPULSOS! – e mostrando a palma da mão – Me dá essa caixa! AGORA!
Pedro ficou mudo por alguns momentos, pensando...então falou, ou melhor sussurou:
- Não...
- Não? Como não? Eu estou mandando Pedro, não pedindo! Nós não vamos ficar com essa caixa aqui no quarto, entendeu? – falou Lupin firmemente.
- Essa não é a hora de dar uma de macho Pedro! – Falou Tiago de supetão – Nós estamos fazendo a coisa certa! Você deveria ter dito não àquela maldita sonserina, e não a nós!
- Mas...mas ela me ameaçou de morte se eu perdesse ou fizesse algo com a caixa – falou amedrontado.
- Car...caramba Pedro!!! Como pode alguém ser tão frouxo?!?? – afirmou Tiago – Se ela for tentar mata-lo nós vamos protege-lo entendeu? Afinal, nós somos seus amigos não?
PAF
- E apesar de todos seus defeitos, nós sempre estaremos aqui por você, faremos tudo por você...Morreremos por você se necessário... – Falou Sirius abrindo a porta com muita força, assustando todos que estavam presentes.
- Ju-ju-jura? – Gaguejou Pedro.
- Para você ver o quanto gostamos de você – falou Lupin – Agora – e estendendo a mão - a caixa, por favor?
Pedro ficou fitando a caixa por um bom tempo...
- Não! Não! Não! Não estou! NÃO POSSO!!
- Por que não pode estar morta netinha querida?
- Porque não! Como...onde...quando??
- Você não lembra Lilianzinha? Você estava no lago....e começou a congelar....ficou hipotérmica....acho que é assim que se fala..
- Mas...morta?
- Bom....não exatamente... – e seu avô desviou o olhar.
- Hein?? Então eu estou viva?
- Mais ou menos...
- Como assim?? AAA já seei!!! Eu sou uma morta-viva!!! – Exclamou Lílian como se aquilo fosse a conclusão mais óbvia do mundo.
Seu avô fitou-a estupefato e começou a rir.
- Pensei que fosse mais inteligente....você está em COMA.
- E sou.....nossa olha o que o desespero faz com uma pessoa....então eu não estou morta?
- Não completamente...você está meio a meio...
- Então...tenho chances de virar um inteiro? O que devo fazer?!?
- Bem.... – seu avô falou....
Enquanto isso, os marotos tentavam arranjar um jeito de sumir com a caixa.
- Nenhum feitiço que conheço faz isso sumir! – exclamou Lupin.
- Eu tenho uma idéia! E se nós botássemos fogo nisso? – falou Tiago.
- Você não entendeu Pontas? Nenhum feitiço faz esses frascos sumirem, quebrarem ou até pegarem fogo! – respondeu Sirius.
- Aaaa mas vocês não entenderam! Vamos fazer isso do jeito trouxa!
Sirius e Lupin entreolharam-se como se Tiago fosse doido. Tiago, alheio a tais olhares, foi para sua mala e pegou uma garrafinha e despejou todo seu líquido dentro da caixa. Pegou sua varinha e fez uma faísca correr em direção aos frascos molhados. No momento em que se encontraram, houve uma explosão que foi abafada pois Tiago fechou a caixa nesse momento.
A caixa começou a pegar fogo. Tiago tacou-a no chão, pois o fogo alcançou suas mãos. Miraculosamente a caixa continuou fechada, mas em chamas.
O assoalho, que era de madeira, começou a pegar fogo, forçando os meninos a apagarem. Após apagarem tudo, começaram a chegar perto da caixa e abriram-na para ver se a idéia louca de Tiago tinha dado certo.
Nesse mesmo instante, a enfermaria já estava fechada, mas havia uma agitação. Lílian havia sido transferida do hospital para Hogwarts novamente. Os médicos achavam que não havia nada a ser feito, a não ser esperar, e então seus pais decidiram que era melhor leva-la de volta para o colégio. Quem sabe o ambiente familiar não lhe fizesse bem?
Esse horário, que era tarde, era o melhor a ser feito a transferência, pois não havia muito movimento no hospital.
Momentos depois, Lílian havia sido bem acomodada naquela cama e foi deixada sozinha...
- Só depende de você....
- O que eu devo fazer?
- Você sabe... – respondeu se avô
- Não não sei! E não venha me dizer que a resposta está em meu coração e aquelas coisas que tem nos filmes trouxas porque eu NÃO SEI! Eu preciso de indicações! Eu sou uma pessoa prática! Me fala o que eu tenho que fazer e eu faço!!
- Eu vou deixa-la sozinha por uns instantes... – respondeu com um meio sorriso.
- Peraí! Não não não!! Nem vem que essa é uma daquelas jornadas da vida que eu tenho que repensar minha vida inteira e encontrar uma conclusão filosófica e muito importante e aquela coisarada toda! Porque isso simplesmente não vai acontecer! Eu tenho apenas 16 anos! Eu não tenho essa maturidade emocional!
- Só vou dizer uma coisa...você está no caminho certo... – e a voz virou apenas um sussurro, para desaparecer logo depois...
- Oo saco.... – e balançou a cabeça, jogando sua cabeleira ruiva para trás. – que fazer agora? – e pegou uma mecha de cabelo e começou a procurar pontas duplas e arranca-las.
- Caramba! – exclamou Lupin – Esse troço ta inteiro!
- Putz....o que agente faz agora? – Perguntou Tiago.
- Eu...posso...dar..um...jeito – falou Rabicho quase sussurando.
- E o que você faria hein? _ Perguntou Sirius, ríspido.
- Confiem em mim...vocês nunca mais vão ver isso na sua vida..
- Será? – os outros três olharam-se desconfiados.
- Me dêem uma chance, só uma...
- Uma chance, Rabicho, uma chance... – poderia ser qualquer um dos três que falou isso, pois todos pensaram a mesma coisa...
- Aiaiaiai...o que fazer agora? Cansei de arrancar minhas pontas... – E começou a gritar pelo avô. Inútil, pois não aparecia. Deitou naquele chão que poderia muito bem estar frio, mas não estava e começou a pensar...
“ Viva ou morta?”...”morta ou viva”. Morte sempre foi algo que a apavorou, mas agora que estava nela – ou quase lá – não a apavorava tanto. Sabia que se decidisse ficar ali veria muitas outras coisas, não só aquele espaço sozinha, pensando... “ O que viria depois?’ – pensava – “ Acho que uma aventura emocionante...vou poder fazer tudo o que quiser...” – e quanto mais pensava mais a morte lhe era atrativa...
Rabicho voltou de mãos vazias cerca de uma hora depois. Os marotos estavam na cama, esperando – o, morrendo de sono
- Pronto, dei um jeito
- O que você fez? – perguntou Lupin, sonolento..
- Amanhã eu conto...boa noite...
Ninguém reclamou pois estavam muito cansados...e dormiram profundamente...
No dia seguinte, quando acordaram, a cama de Rabicho estava vazia. Não sabiam onde estava, onde fora...parecia que estava evitando-os.
Julia e Sirius estavam no salão comunal de Grifinória, abraçados, olhando a lareira. Estavam bem de novo, ainda distantes, mas algo tinha melhorado. Não queriam ficar sozinhos naquele momento. Estavam dando risada, até que Julia parou e perguntou?
- ...será que ela vai acordar? – perguntou Julia, triste.
- Espero que sim...sinto falta dela... – respondeu Sirius.
- Eu também...
Tiago e Lupin estavam sentados, estudando (Tiago mais rabiscando seu pergaminho que qualquer coisa) e Tiago de vez em quando pegava uma garrafinha e dava um gole.
- Tiago – perguntou Lupin – quando você vai parar de beber?
Tiago levantou a cabeça, muito surpreso.
- Você quer que eu morra de sede, Aluado? – respondeu com um meio sorriso.
- Não é desse tipo de bebida. – e apontando seu dedo para a garrafa – é para seu whisky de fogo que você fica bebendo o tempo inteiro. Não negue, não sou estúpido. – falou quando viu que seu amigo ia negar. - Sabe Pontas, desde o acidente da Lílian você tem andado assim. Eu sei que você gosta dela, todos gostamos e sentimos falta. Mas você não nos vê enchendo a cara todo momento, vê? – terminou a sentença com um ar rígido e paternal.
Tiago, sem defesas suspirou e cobriu o rosto com as mãos. Lupin levantou – se e levou – o para fora da sala comunal. Tiago estava muito cabisbaixo. Chegando numa sala de aula vazia, sentaram-se em cima das mesas. Tiago começou a falar:
- Não sei porque estou assim. Desde aquele dia fico tendo pesadelos que ela morre. Mas são tão terríveis que chegam a ser insuportáveis. Eu sei o que você está pensando, que eu gosto dela. Sim, gosto mas não daquele jeito – frisou Tiago ao perceber o olhar de Lupin – Só que você não sabe como foi aquele dia, Remo. Ela não saía da água, ela estava roxa e imóvel e eu não podia fazer nada! Essa sensação de impotência que me mata. Eu estava lá e não fiz nada...NADA!
Lupin simplesmente o fitou. Pensou por alguns momentos e falou:
- Não diga isso Tiago. Você entrou naquele lago arriscando sua vida, fez o que pôde para salva-la. Mas estava fora de seu alcance, entende – pegando – o pelos ombros – Olhe para mim. – Tiago levantou a cabeça – Certas coisas na vida estão simplesmente fora de nosso alcance. Certas coisas não dependem de nós para acontecer, elas acontecem. E não podemos culpar –nos, nem fazer nada. Só nos resta ter esperança e esperar isso passar.
- Sabe Aluado – respondeu Tiago com um leve sorriso – Você vai ser um ótimo pai um dia...
Lupin não demonstrou nenhuma reação...em sua mente sabia que não teria um filho, sequer uma mulher...sua condição complicara tudo para ele..não gostaria de causar sofrimento para eles...
E os dois abraçaram-se selando ainda mais sua amizade.
Sirius estava lendo o Profeta Diário. As notícias do dia eram mais mortes causadas por Voldemort que queria erradicar os “sangue – ruins” do mundo bruxo. Lívido de raiva amassou e tacou na lareira.
- Odeio isso...pessoas de cabeça fechada que acham que ser puro sangue é o que importa...mas isso vai mudar...e eu vou ajudar a isso acontecer..
- E eu vou ajudar... – falou Julia – todos vamos fazer parte disso...
Rabicho, que tinha entrado no salão comunal, ao ouvir isso deu meia volta e foi em direção a cozinha...
“ Eu vou poder conhecer pessoas, fazer o que quiser...muito interessante” – Lílian estava cada vez mais seduzida por essa idéia.
- Antes de você tomar qualquer decisão é bom você ver os dois lados da situação.. – falou seu avô, que estava ao seu lado agora.
- Mas vovô, por mais que eu fique desse lado, eu vou rever todos de qualquer maneira.
- Sim, verdade mas...é diferente...
- Como assim?
- Deixe-me mostrar algo para você...
E ficou sozinha novamente. Só que o cenário havia mudado. Estava em sua casa e se via muito pequena. Estava brincando com Petúnia. Deviam ter 6 anos. Como eram amigas nessa época...
Depois viu-se um pouco maior, com dez anos...ao invés de brincar estava discutindo com Petúnia...cena que se repetiria com freqüência nos anos que viriam a seguir.
Com onze anos, no expresso de Hogwarts. A primeira brincadeira de mau gosto de Tiago. Saiu de braços cruzados, muito brava.
As próximas cenas eram de Hogwarts, seus amigos, como era feliz.. No terceiro ano, com Tiago sendo legal com ela. Quando descobriu que era um plano...o que é a vida sem decepções?
Seus namorados, as aulas, os choros, as brigas...até o baile. Sozinha no lago, lembrou-se do que sentiu. Como estava confusa, solitária...e como parecia que essa sensação não ia passar nunca.
Então voltou àquele lugar, e seu avô estava lá.
- Sim, viver foi muito bom, mas eu estou aqui, certo? Deve ser por alguma razão...não é a toa.
- Você tem uma escolha Lílian...pense no que perderia se ficasse aqui...
- Eu não sei o que aconteceria no futuro...será que eu realmente estaria perdendo algo?
- Tudo tem seu lado negativo e positivo Lílian...mas no final tudo vale a pena..
- O que você está querendo dizer vô? Você sabe de algo que eu não sei?
- Tenho uma ligeira noção...mas não sei exatamente pois o futuro está em constante mudanças...nada é para sempre... Tudo aqui é diferente...e você nasceu por alguma razão....
- Mas...aqui é tão...
- Sedutor? Sim...e é tão sedutor quanto lhe parece...Mas reflita mais um pouco...você tem o poder da escolha minha cara...
E desapareceu novamente....
“Diferente...aqui tudo é diferente...o que será que eu faço?”
Passado alguns instantes, se viu mais velha, de vestido de noiva. Era uma cerimônia pequena, mas pareciam muito felizes... Com quem iria se casar?
A cena mudou e se viu lutando com Comensais. Estava muito ferida, mas não desistia. Era uma confusão de luzes saindo das varinhas. Era uma verdadeira guerra. Olhou ao redor e viu vários de seus amigos, inclusive alguns caídos no chão, mortos. Ao vê-los, sentiu seu coração despedaçado e começou a gritar. Mas não podia fazer nada pois estava apenas observando. Era uma dor irascível, não queria viver aquilo, era demais para suportar...
A cena transformou-se. Estavam em um enterro, todos muito tristes, chorando, mas unidos... Sirius estava transtornado. Lílian estava chorando no ombro de Tiago e este estava consolando-a de uma maneira que só de olha-lo fazendo isso se sentia consolada. A Lílian de luto recompôs-se e foi em direção a Sirius e o abraçou, reconfortando-o . Foi nessa caminhada que percebeu que estava barriguda...estava grávida. Tiago foi em sua direção e começou a acariciar sua barriga, dizendo algumas palavras inaudíveis. A Lílian observadora sentiu-se muito feliz apesar da atmosfera triste. No entanto, novamente seu coração despedaçou ao ver de quem era o túmulo. Sentia-se de coração partido...não queria sentir isso novamente...era doloroso demais...
E voltou ao lugar que estivera esse tempo todo. Refletiu o que era um bom tempo e soube a decisão certa a tomar. No mesmo instante que tomou a decisão uma luz apareceu...e foi em direção dela sem medo...
- PONTAS!!! ALUADO!! –Gritou Sirius para os dois escancarando a porta Atrás dele estava Julia e Olívia, as duas apreensivas – Alguma coisa aconteceu com a Lilian! Estão nos chamando para a enfermaria!
- Algo bom ou ruim? – Perguntou Aluado.
- Não sabemos – respondeu Sirius – Quando a prof. Minerva nos chamou não estava com uma cara muito boa. – falou meio triste. – Mas...a esperança é a última que morre, certo?
Estavam todos indo em direção a enfermaria quando Sirius viu que Tiago não havia se movido.
- Que foi cara? Você não quer saber o que aconteceu com ela?
- Não tenho muita certeza...E se...ela...você sabe...- falou apreensivo.
- É o que vamos descobrir. Não vamos pensar nisso...e se isso ocorreu....agente vê o que faz a partir daí...Vamos Pontas.
E foram em direção a enfermaria. Chegaram mas Mme Pomfrey não estava lá. Teve que sair, pois um aluno que estava treinando quadribol caiu da vassoura. Viram o leito de Lílian. Não podiam chegar perto, mas não se importaram. Estavam em volta de seu leito. Estava igual, exceto que estava pálida, sem cor. Parecia morta.
Tiago retirou sua garrafinha e tomou-a de um gole. Não melhorou.
Ficaram um tempo olhando o corpo imóvel de Lílian. Não acontecia nada. Julia e Olívia afundaram sua cabeças em seus ombros e choraram. Sabiam o que tinha ocorrido. Sirius e Lupin estavam com lágrimas escorrendo e com as mãos escondendo seus olhos, mas Tiago estava olhando a janela ao lado. Um dia tão bonito....
Então ouviram uma voz que parecia longe:
- Mas...o que aconteceu? Por que vocês estão chorando?
Todos continuaram nas mesmas posições, de choque. Estavam com medo de olhar. Julia e Olívia foram as primeiras a se desvencilhar e olharam para a cama e começaram a soluçar mais, só que não de tristeza. Lílian estava sentada na cama olhando com uma incógnita na cara. Não tinha noção do que havia ocorrido..
N/A: Olá! Hehehehe que cara de pau a minha né? Eu demoro séculos pra postar...é que eu sou muito enrolada e muito preguiçosa...queria pedir desculpas e agradecer a todos que comentam e esperam pela continuação.
Esse capítulo tava quase pronto em junho só que eu viajei e voltei faz pouco tempo. É pééssimo terminar de escrever um capítulo quando já ta metade feito...eu esqueço o que eu ia escrever, uma confusão...
Bom, queria pedir desculpas de novo e agradecer de novo pela paciência!
E como eu sou cara de pau, eu vou pedir mais comentários para saber o que vocês estão achando e mais uma coisinha....umas sugestões! Assim vocês podem me ajudar a tornar a história melhor!!!
Larissiiinha Greyback: ó viu, você não conseguiu me matar porque eu tava escondida escrevendo a fic huahuahuahua...sim eu demorei, vou tentar escrever a continuaçao mais rápido! Continue comentando e me ameaçando de morte que eu adooro hahahaha
Barbara Michele: não, não abandonei a fic, muito menos esqueci....bom aqui ta o capítulo...o que você achou?
maionese: aqui está sua resposta hehehehe...brigadao!!!
Cissy Evans e Amy Lupin : pelo jeito num vai ser dessa vez que as Lhamas Alienigenas do Tio Voldie vao prestar contas comigo né hehee....aaa quem sabe outra vez você vai consolar o Tiaguito né hehehehehe....muito obrigada meeesmoo por comentar tanto!!!!!!! = ) você deixa uma escritora muito feliz!!!!
Victória Conte: muitoo obrigadaaa!!!!!!!!!!!!!!!!! =)))) O que você achou?
zihsendin: eu num te matei de curiosidade né? O que você achou???
Mah Black x]: Nossa quantos elogios!!! Muito obrigada por ser uma favorita!! É uma honra!!!!!
bruna kappel: Eu num queria que o Tiago sofresse mas faz parte da história hehehe...a recompensa vai ser melhor!!!
karine marinho: Atualizado!! Alguma sugestão?
Nane Potter: Postei!! O que você achou???
A ツ DöriS BläcK: Desculpa por demorar tanto tempo....o que você achou?? Você tem uma capa pra essa fic?? Eu adoraria vê-las!!!!! Muito obrigada!!!!!!!!!!
*Tenshi Nati Black*: Obrigada pelo comment!!! Eu vou tentar dexar os ele e ela de lado...é que é difícil mudar hábitos hehee....mas vou tentar!!!!
*Vanessa Malfoy*: huahuahuahuahuahuahuahua imagina soh o burrinho do Shrek falando isso?? Piaadaa...o que você achou?? O que dá pra melhorar??
Lia Lupin: Demorei pra att d novo mas espero que tenha valido a pena...preu ser bem sincera acho q viajei muito hehehehe...o que você achou??
Gente, eu soh num vou responder aos outros comments pq ia demorar mt tempo hehee!!!
De agora em diante eu vou tentar responder aos comments ok?? Muitooooooooooo obrigada d novo e OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!! *Autora doida na frente do computador ansiosa pela paciencia e ansiosa por mais comentarios*
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