Heron



N/A - -> gente, essa musica que segue na fic se chama CURSED (amaldiçoado), é do Mest, uma banda muito³ boa. A música não segue o mesmo contexto do capítulo em todas as partes, mas descreve uma noite tão assustadora quanto a descrita na fic. Faz tempo que espero ansiosamente pra escrever uns certos momentos e esse é um deles. SEMPRE que ouço essa música, esse capítulo se passa perfeitinho na minha cabeça. TENTEM OUVIR!




O plano era levar pequenos grupos de alunos pelos corredores mais escondidos e sombrios do colégio até seus dormitórios, de onde poderiam usar pó-de-flú para ir para casa.

Os professores que estavam ali há mais tempo e conheciam melhor as passagens do castelo começaram logo a evacuação, enquanto, em um corredor totalmente banhado pelo breu, não muito longe dali, Harry, Madame Pomfrey e McGonagal corriam contra o tempo na tentativa desesperada de salvar Hermione e a criança dentro dela.


Is this good bye?

Isso é um adeus?

Well you'd be better off dead

Bem, você estaria melhor morto

Than lying here alone

Do que mentindo aqui sozinho

I'm desperately waiting

Eu estou esperando desesperadamente

For the beating of my heart

Pela batida do meu coração

It just won't come

Simplesmente não virá


Ainda correndo desesperado pelos corredores escuros de Hogwarts com Madame Pomfrey e McGonagal, Harry baixou os olhos rapidamente para o corpo inerte de Hermione em seus braços.

Agora, as roupas que ela usava estavam com uma enorme mancha de sangue. Seu rosto sem expressão passava uma sensação de serenidade que, estranhamente, desesperava ainda mais Harry. O rapaz tinha a impressão de que seria menos desesperador vê-la chorar, gritar ou qualquer outra coisa.

Ele voltou a olhar o caminho a sua frente, que parecia ficar mais longo a cada passo que ele dava.

“Agüente firme... Agüente firme...”, ele pedia, esperando que, milagrosamente, Hermione pudesse ouvi-lo.

Suas pernas começaram, lentamente, a arder. Seus braços formigavam terrivelmente, insistindo em segurarem e protegerem a morena em seus braços.

De repente, como se fechasse os olhos para dormir, imagens de momentos que vivera desde o primeiro ano em Hogwarts lhe surgiram na cabeça.

Viu-se conhecer Hermione no expresso de Hogwarts, no primeiro ano. Lembrava-se de como o cabelo dela era armado, sendo completamente compensado pelo sorriso branco e angelical.

Viu-a petrificada, no segundo ano. Deitada na cama da ala hospitalar, a menina jazia com a mesma expressão que tinha no momento. Aquele ano era, mais uma coisa que devia a ela. Como impediria Hogwarts de fechar sem a ajuda de Hermione? Como sobreviveria ao basilisco? Simples, não sobreviveria.

Depois, quase podendo sentir uma brisa gelada lamber-lhe o rosto, lembrou-se de quando haviam voado juntos em cima de Bicuço. Quem imaginaria que, anos depois de voarem juntos em cima do animal que simbolizava o amor, eles teriam ficado juntos? Aí estava mais um ano, em que devia quase tudo a ela.

A imagem seguinte foi provavelmente a mais bonita. Eram os olhos dela, apenas os olhos castanhos-mel olhando para ele com preocupação. Preocupação essa que a amiga sempre tinha com ele, um cuidado absoluto.

As imagens seguintes já não significavam tanto para o rapaz, eram apenas de Hermione no quinto ano, ajudando-o a organizar as reuniões da AD.

Ele tornou a abrir os olhos, que dessa vez estavam rasos em lágrimas.


Unless you creep into this night

A menos que se arraste nessa noite

Find me, rip it from my chest

Me ache, arranque isso do meu peito

Now my love is meaningless

Agora, meu amor não tem sentido

For my death you won't confess

Pela minha morte você não irá confessar


- Chegamos! – anunciou McGonagal.

Ele pôde contemplar a estátua de gárgula que guardava a entrada do escritório de Dumbledore.

- Vamos logo. – apressou Madame Pomfrey. – Não temos tempo, a menina corre sério risco de vida!

McGonagal se deu apenas alguns segundos para encarar Hermione. A professora estava claramente aterrorizada.

- Claro... Vamos – ela encarou a gárgula, fazendo um gesto rápido com as mãos. – Biscoito de ervilha! – exclamou.

Mais que imediatamente, a estátua começou a fazer movimentos circulares, revelando a escada que dava acesso a sala de Dumbledore.

- Vamos, suba você primeiro, querido. – disse McGonagal, empurrando ansiosamente Harry para cima pela escada.

Ele subiu apressado, embora tivesse dificuldades de fazê-lo com Hermione nos braços.

Madame Pomfrey tratou de abrir a porta do escritório do diretor e abrir espaço para que os outros dois passassem.

Os três foram até a lareira e, em cima da mesa de Dumbledore, acharam o pó-de-flu.

Madame Pomfrey foi a primeira, para garantir que, quando Harry chegasse, não deixaria Hermione cair. Logo em seguida foram Harry e Hermione, consumidos pelas chamas esmeraldas e, por último, Minerva.

Lá encontraram Lupin e Tonks, sentados no sofá da sala do Largo Grimmauld. Eles, que pareciam distraídos com o profeta diário, se levantaram assustados os verem por três vezes chamas esverdeadas se levantarem na lareira, revelando McGonagal, Pomfrey e Harry, mas, o que mais os chocou, foi o fato de Hermione estar desfalecida nos braços de Harry, sangrando abundantemente.

- O que aconteceu? – Tonks perguntou, horrorizada.

- Hogwarts. – disse McGonagal apenas, enquanto subia as escadas para o andar superior, acompanhada por Harry e Madame Pomfrey e posteriormente, por Lupin e Tonks. – O castelo está sendo atacado. A menina foi atingida por Malfoy e tivemos que traze-la para cá com urgência.

Eles todos entraram no primeiro quarto que viram.

- Precisamos fazer um parto rápido e seguro, ela corre perigo de vida! – disse a enfermeira.

- Parto?

McGonagal puxou Tonks para dentro do quarto enquanto Harry deitava Hermione na cama.

- É uma longa história... Ajude-nos aqui e eu te explico. Enquanto isso, Potter, espere com Lupin lá fora.

- De jeito nenhum, eu vou ficar aqui.

Madame Pomfrey bufou, irritada.

- Não vai, não. – ela disse, empurrando Harry e Lupin para fora do quarto. – Se quer ver seu filho vivo, cale-se e espere!

A porta do quarto se fechou com um estrondo e Lupin apenas olhou para Harry, confuso e, ao mesmo tempo, severo.

- Seu filho?

- Não dá tempo de explicar. A escola está sendo atacada, você precisa mandar todos os aurores disponíveis à ordem de ajudar Dumbledore.

- Você ainda vai me explicar essa situação direitinho, Harry Potter!


We have cursed this night

Nós amaldiçoamos esta noite

The blame play, start my lies

O jogo da culpa, começam as minha mentiras


- Alvo, todos os alunos já evacuaram o castelo. – disse Alisson. – Alguns alegaram terem visto sombras e vultos, por isso selei completamente a saída dos fundos.

- Ótimo, fico grato que tenha ficado para me ajudar. – disse o velho, encarando pensativo, a porta do grande salão.

Em vários pontos do salão principal, feixes de luz iluminavam pequenos pontos do lugar, a lua lá fora estava grande e brilhante como nunca.

Os professores estavam todos em silêncio, com as varinhas sacadas apontando para o nada.

- O que você acha que acontece agora? – ela perguntou. – A última das batalhas?

- Não... – ele disse vagamente, mas com a certeza do que dizia, clara na voz. – Mas está próxima...

- Você acha que os protagonistas dessa guerra estão prontos para se enfrentar? Estão prontos pra esse momento que há tanto tempo esperamos? Digo, a mim, Harry Potter parece um rapaz como todos os outros, ainda que não seja.

- Essa guerra terá mais protagonistas do que você imagina, Allison.

- Repito o que perguntei, eles estão prontos?

- Quase... – Dumbledore levantou os olhos para uma das janelas no topo das paredes do salão, vendo a lua redonda preencher a visão que a janela dava de fora do castelo. – Falta apenas uma pessoa...

- Você acha que Harry não está pronto para enfrentar Voldemort?

- Harry sempre esteve pronto. O que me preocupa é uma outra pessoa...

- Quem?

- Alguém imprevisível... Que eu creio não estar pronta para o que está para acontecer. – ele finalmente encarou a professora – Voldemort não é nosso único problema. A partir de agora, Harry tem uma outra missão além de lutar e vencer Voldemort.

- Ele irá conseguir, Alvo.

- Não, Allison, ele tem que conseguir.

A mulher apenas encarou Dumbledore confusa, tentando, em vão, imaginar o que se passava pela cabeça do diretor.

Suas hipóteses, contudo, foram interrompidas por um forte estrondo vindo de fora do salão.

- Eles querem arrombar a porta principal! – ela gritou aos outros. – Vamos bloq...

- Não! – disse Dumbledore. – Armem suas varinhas e esperem. A Ordem da Fênix já está a caminho daqui!

O estrondo se fez audível novamente.

- Alvo, a porta não vai agüentar, a ordem precisaria chegar em segundos. O que você pretende?

- Cumprir o meu destino. – ele disse sereno. – E vocês farão o mesmo.

Com um barulho extremamente alto, a grande porta do salão principal se fez em pedaços e, detrás dela, dezenas de feixes de luz dispararam salão adentro, cortando o ar velozmente.

Enquanto a maioria dos professores se defendiam, Dumbledore aponto a varinha para o meio da escuridão atrás da entrada.

- Expelliarmus! – bradou.

Uma luz azul cortou o lugar e, ao longe, chocou-se com um corpo coberto pelo breu, arremessando-o longe.

Aquilo foi como uma declaração de guerra para que muitos comensais invadissem o lugar, lançando feitiços furiosamente.

A luta finalmente havia começado.

Os professores revidaram, mas não conseguiram o mesmo efeito devastador dos comensais.

- E então, Dumbledore, como é ver sua escola sendo completamente devastada? – perguntou uma voz fria, vindo pela escuridão até dentro do salão.

Dumbledore olhou para a direção de onde a voz vinha.

- Me diga você, Tom, como é a sensação de destruir a escola onde você estudou?

- Simplesmente deliciosa. – Voldemort respondeu cinicamente.

- Assim você me força a usar métodos que eu gostaria de não ter que utilizar com você. – disse Dumbledore, apontando a varinha para o bruxo negro.

- Qualquer método que você queria usar será inútil contra mim. – disse Voldemort, sorrindo maldosamente. Ele apontou a varinha para a mesa onde os professores costumavam jantar e a sacudiu.

Em instantes, todos os talheres que estavam rigorosamente arrumados para o jantar daquela noite saíram em disparada a Dumbledore. O diretor fez semelhante gesto com sua varinha, arremessando a mesa de jantar de uma das casas, a sua frente, usando-a como escudo.

A partir daí se deu inicio a uma acirrada luta entre os dois.

Os comensais pareciam vencer com facilidade os professores, mas naquele momento, a ordem da fênix entrava em peso no castelo, conseguindo acabar facilmente com os comensais mais fracos.

Dentro daquele castelo, já havia sangue espalhado por todos os lados.



Well I'd be better off dead

Bem, eu estaria melhor morto

Than lying here alone

Do que mentindo aqui, sozinho

I cursed you and I

Eu amaldiçoei a mim e a você

With my psychopathic mind

Com a minha mente psicopata


Dumbledore e Voldemort continuavam a duelar bem no centro do salão principal, mas quanto a comensais e aurores, a batalha já havia se espalhado para outros cantos a escola.

Voldemort, astutamente, fez novamente um gesto rápido com a varinha, dessa vez lançando a mesa de madeira que Dumbledore havia usado como escudo em direção ao próprio.

A mesa caiu pesadamente sobre o professor, partindo-se em milhares de estacas afiadas, mas Dumbledore apenas apareceu atrás de Voldemort, estuporando-o.

- Como você fez isso? – o bruxo negro perguntou impressionado, enquanto se levantava do chão. – Não se pode...

- Aparatar em Hogwarts? Tom, se você tivesse sido um verdadeiro aluno dessa escola, saberia mais sobre seus segredos.

- Em breve não haverá mais escola, portanto nenhum segredo!

Voldemort usou a varinha para lançar as estacas de madeira furiosamente em Dumbledore, que desta vez não conseguiu se esquivar e acabou sendo ferido por todo o corpo.

- Eu deixaria você morrer aos poucos vendo sua escola querida afundar e ser destruída, mas como sou absurdamente misericordioso, te matarei aqui e agora. – ele apontou a varinha para Dumbledore. – Avada Kedrava!

Dumbledore, em fração de segundos, viu as faíscas verdes da morte correrem para si lançou um feitiço, ainda que com dificuldades. – Scuto Anima! –proferiu se erguendo.

A luz verde de Voldemort de chocou no ar com a luz amarelada de Dumbledore e ficaram duelando entre si, numa disputa para ver quem chegaria ao seu alvo.

O efeito dos feitiços unidos produziu uma aurora de luzes coloridas que percorreram o salão como em uma explosão de luz.

Em cada canto daquele castelo as luzes coloridas se acenderam, dando uma sensação de paz profunda a quem as via.

Em poucos segundos, em meio aquele mar de cores, o feitiço de Voldemort estava a pouco de vencer.

- Seu tolo, você nunca vai vencer! – disse Voldemort, empunhando a varinha firmemente.

- Será que eu sou o tolo, Tom? Eu nunca irei te vencer, realmente... Mas a questão é que você já está vencido. – Dumbledore disse, segurando a sua varinha com a mesma determinação que o oponente.

Era quase possível ver um sorriso malicioso nos lábios do professor.

Os dois deram mais um impulso nas duas forças mágicas, que por não poderem derrotar uma a outra, acabaram explodindo em uma luz branca infinita, que poderia cegar alguém que, de olhos fechados, estivesse de frente pra ela.

Lupin, que estava à porta do salão, teve tempo de apenas segurar o braço de Dumbledore e desaparatar dali.


I cut you deep, stitched you up

I te corto fundo, e te costuro novamente

Until there's nothing left but scars

Até não sobrar nada alem de cicatrizes

I know I'm wrong for what I've done

Eu sei que estou errado pelo que tenho feito

Condemn me to a life alone

Me condene a uma vida sozinho


- Ai! – Hermione gritou acordando, enquanto sentia fortes e doloridas pontadas na barriga.

A dor subia por todo seu corpo, quase a deixando inconsciente mais uma vez. Ela sequer reparou que não estava mais em Hogwarts.

- Eu acho que ela não está bem. – disse Tonks, aflita.

- Você também parece não estar, Tonks.

- Digamos que eu não goste de situações como essa.

Minerva olhou para o rosto claramente desesperado da auror. – Neste caso, vá lá fora e fique com o Potter.

Tonks assentiu e saiu dali sem reclamar, enquanto ouvia Hermione gritar novamente.

- Granger, querida, sei que deve estar morrendo de dores, mas senão for forte agora, não conseguirá salvar a própria vida, quanto mais a do seu filho. – disse Madame Pomfrey, vendo o olhar severo de McGonagall. – Oras, não temos tempo de ser sensíveis. Venha, Minerva, me ajude aqui.

Uma ajudava Hermione a levantar os joelhos, enquanto a outra apenas posicionava algumas toalhas embaixo da garota.

- Ai, ta doendo muito. – a morena tornou a reclamar, desta vez chorando desesperada.

- Minerva, vá até o banheiro e pegue uma bacia com água, depois a esquente. – disse Madame Pomfrey. A enfermeira caminhou até Hermione e acariciou seu rosto. – Seja forte, querida, seja forte.

Os olhos castanhos dela brilharam para a mulher, marejados.

- Por favor, salve meu filho. – ela pediu, a dor estampada no seu rosto causava-lhe um medo que nunca sentira antes. – Não me importo com o que vai acontecer comigo, mas salve meu filho.

A mulher, comovida, não respondeu, apenas foi pegar a bacia que Minerva acabara de trazer.

- Professora. – Hermione novamente implorou. – Salva o meu filho, por favor.

McGonagall deixou algumas finas lágrimas escaparem pelos seus olhos, enquanto tirava os cabelos cacheados de Hermione do seu rosto angelical.

- Me perdoe. – a professora pediu. – Eu juro que não deixarei nada acontecer a você, não depois de toda a injustiça que cometi.

Com dificuldade, Hermione conseguiu sorrir por uma fração de segundos, mas uma nova pontada de dor a fez gritar.

- Minerva, ela está sangrando muito. – disse Madame Pomfrey.

- Ela ficará bem. – disse a professora, com determinação na voz, embora chorasse junto à menina.

- Eu espero que sim, mas a criança precisará de cuidados por ser prematura, preciso que, assim que ela nascer, leve-a e lhe dê cuidados especiais, até que eu consiga estancar o sangramento.

Minerva olhou rapidamente para o rosto choroso de Hermione.

- Professora, cuida bem dele, por favor. – a morena chorou. – Não deixe que aconteça nada com meu filho, nem com ele, nem com Harry, por favor.

Emocionada, a vice-diretora enxugou as lágrimas.

- Eu prometo, querida.

- Ótimo. – interrompeu Madame Pomfrey. – Mas agora precisamos ser rápidas. Hermione, minha querida, imagino que quase não esteja conseguindo suportar a dor, mas precisará fazer força. Preciso que faça muita força, respire e volte a fazer força. Você quer salvar essa criança, não quer?

- Mais do que qualquer outra coisa.

- Então... Posso contar com você?

- Absolutamente. – ela respondeu.

A enfermeira sorriu, enquanto se posicionava e fazia um sinal positivo para Hermione.

A morena fez força como a mulher a sua frente pedira, gritando escandalosamente de dor.

Madame Pomfrey a observava apreensiva.

Hermione parou e tomou fôlego. Cada momento que se passava trazia ainda mais lágrimas aos olhos dela. Tais lágrimas corriam pelo seu rosto, indo direto molhar os lençóis que a cobriam.

- Vamos, querida, mais uma vez.

- Aah! – ela tornou a fazer força, sentindo suas entranhas dilacerarem.

- Isso, está certinho. – dizia Madame Pomfrey.

Pela primeira vez desde que entraram naquele quarto, ela tinha os olhos rasos.

- Agüente firme, Hermione – apoiou McGonagall.

- Vamos lá, sua criança já está vindo a esse mundo. Mais uma vez. – exclamou Pomfrey, parecendo animada.

Hermione respirou fundo uma última vez, usando toda a força que ainda tinha no seu corpo. Concentrou toda a energia que lhe restava e novamente gritou.

Seu corpo perdeu todo o sustento e ela sentia que a consciência novamente se esvaía de seu corpo. Não tinha mais forças, não poderia ir adiante.

- Parabéns, querida, é um lindo menino.

Foi a última coisa que ela ouviu quando o rosto de Pomfrey se iluminou em alegria.

Ela sorriu discretamente, enquanto a primeira lágrima de alegria daquela noite escorria pelo seu rosto.

- Heron – ela sussurrou para Minerva.

Depois, apenas sentiu tudo escurecer e seu corpo desfalecer em cima da cama.


We have cursed this night

Nós amaldiçoamos esta noite

The blame play, start my lies

O jogo da culpa, começam as minhas mentiras

The ambulance cries out

A ambulância clama

It won't be long till sirens fill the sky

Não vai demorar até que as sirene encham o céu

Is this goodbye?

Isso é um adeus?


Harry já estava quase enlouquecendo de ansiedade. A idéia de, pela primeira vez, não poder fazer nada para proteger Hermione era terrivelmente desconfortável.

- O que será que estão fazendo lá dentro? – ele perguntou à Tonks, que a pouco saíra do quarto para tentar acalmar Harry, que parecia mais desesperado que qualquer outro ali.

- Sua melhor amiga está tendo um filho seu. – Tonks disse com naturalidade, folheando uma revista de moda.

- Como você pode estar tão tranqüila?

- Bom, eu... – um grito ecoou de dentro do quarto. – Ai meu deus, porque elas têm que demorar tanto?

Harry não respondeu, apenas virou-se para encarar a porta do quarto.

O que estaria acontecendo com Hermione?

Ele sentiu como se fosse entrar em pânico novamente. Suas pernas fraquejaram e ele quase caiu sentado no sofá.

- Vai dar tudo certo. – ele repetiu pra si mesmo.

Outro grito veio logo em seguida, mas desta vez, antes que pudesse se desesperar ainda mais, um chorinho se fez audível pelo lugar.

Ele olhou para Tonks, mas não teve o que dizer. Ela sorria abertamente.

Não mais que minutos depois, a porta se abriu e de lá saiu Minerva, com uma trouxinha de pano enrolada nos braços.

- Bom, parece que Harry Potter agora é pai! – disse Tonks, alegremente.

Ele se aproximou e olhou, sem coragem de pegar no colo, a minúscula criança no colo de McGonagall que, se não estivesse se mexendo, lembraria um pequeno boneco.

Um sorriso pulou de seus lábios enquanto uma lágrima descia pelo rosto.

Dentro de si, Harry sentia como se seu coração tivesse encontrado novamente a paz. O rapaz sentiu o peito murchar em alívio, as batidas do seu coração desaceleraram, voltando ao ritmo normal.

Ele sentia como se não pudesse mais controlar seu corpo, tanto que não sentiu quando acompanhou Minerva até o quarto ao lado e a viu colocar o pequeno bebê na cama macia. Fora um ato quase automático.

- É uma linda criança, Potter. – disse Minerva. – E aparentemente, terá a sua cara.

Mais uma vez, Harry não respondeu, só sentou-se na cama, acariciando a cabecinha do filho.

- Meu filho. – murmurou radiante.



You're eyes are electric tonight

Seus olhos estão elétricos hoje a noite

Despite the condition you lie

Apesar da sua condição de mentir

Wipe the blood off your lips

Limpo o sangue nos seus lábios

With the kiss I taste the goodbye

Com um beijo eu provo o adeus

I taste the goodbye, goodbye

Eu provo o adeus, adeus


Era incrível, a idéia de ter uma família sempre fora algo platônico para ele, mas agora, ainda que não da forma como imaginava antes, ele tinha, novamente, uma família.

Ali, debaixo da sua mão, estava seu filho, uma criança que carregava consigo os genes da família Potter, era seu herdeiro, o neto de seus pais.

Ele não era somente um pedaço de si e isso o tornava ainda mais importante. Ele era um pedaço de Hermione misturado com seu pedacinho. Era uma mistura dos dois, um resultado daquele sentimento que começara no ano anterior, ou talvez, que sempre estivera ali.

O menininho tinha poucos cabelos castanhos, como os de Hermione e seus olhos também era idênticos ao da mãe, mas por outro lado, tinha a fisionomia de Harry.

- Se chama Heron. – disse Minerva. – A própria Hermione me disse.

- Heron?

- Sim, um lindo nome. – ela tornou a dizer. – Significa herói, Potter. Um novo herói...

Harry sorriu.

Hermione era um gênio. Não que ele nunca tivesse chegado a essa conclusão antes, mas ela cada vez se mostrava mais inteligente. Como conseguia?

Heron... Era definitivamente um lindo nome, bem como o rapaz que ele viria a se tornar, era um verdadeiro herói. Herói de Hermione... Herói do relacionamento deles... E ainda mais herói do que Harry poderia imaginar.

- E a Mione? Como ela está? – ele perguntou, sem deixar de admirar o filho, que de olhinhos fechados, tentava pegar sua mão.

A felicidade de Minerva pareceu diminuir consideravelmente.

- Madame Pomfrey está cuidando dela. – disse fazendo uma pausa e suspirando. – Escute-me, Potter, não vou mentir para você, Hermione está com sérios problemas, ela pode estar correndo sério risco de vida.

- Ela vai ficar bem... – ele disse, tentando se convencer disso.

- Nunca tive tanta vontade de ser tão otimista na minha vida. – ela murmurou. – E também nunca tive tanta dificuldade em ser hipócrita, achando que ela sairá andando por aquela porta no máximo amanhã.

Harry apenas a encarou, quieto. A expressão de Minerva o preocupava, ela parecia completamente desiludida.

- Professora, a senhora acha que a Hermione não... Não vai sobreviver? – ele perguntou, desejando não ouvir a resposta.

- Eu não sei, querido. Realmente não sei.

O rapaz olhou novamente para a criança, sem saber o que pensar.

Por um momento, sentiu um aperto no peito. Uma sensação ruim, como se algo estivesse prestes a acontecer.


We have cursed this night

Nós amaldiçoamos esta noite

The blame play, start my lies

O jogo da culpa, começam as minhas mentiras

The ambulance cries out

A ambulância clama

It won't be long till sirens fill the sky

Não vai demorar até que as sirene encham o céu

Is this goodbye?

Isso é um adeus?




N/A: gente, obrigado pela paciência que pelos comentário (que inclusive foram menos dessa vez ¬¬) bom, não vou reclamar não.

N/A: espero que tenham gostado do capítulo e da musica, agora que a fic ta chegando no fim *chora* eu pretendo colocar umas musiquinhas legais aqui pra vocês, blz?

N/A: nay, brigado DE NOVO por betar a fic. :*

N/A: CONTINUEM VOTANDO E COMENTANDO SEMPRE!

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