FELIZ NATAL
Capítulo 10: FELIZ NATAL
Chegou o dia 23, os campos de Hogwarts estavam cobertos de neve exceto numa porção relativamente grande que seria usada para o baile.
Gina passou a manhã brincando com os rapazes do sétimo ano da Grifinória, Hermione e Luna na neve e depois de almoçar voltou para nve, levava bolas atrás de bolas mas conseguia mandar as suas. Hermione saiu às 17:00 para se preparar. Ela e Luna ficaram. Os rapazes decidiram atacá-las todos ao mesmo tempo, mas Gina teve a brilhante idéia de usar o feitiço protego, e as bolas ricochetearam. Eles ficaram cobertos com as suas próprias bolas e Gina acabou com o feitiço para rir, como Luna também não conseguia parar de rir foram novamente atacadas, tiveram que fugir com os rapazes no seu encalço. Eram 18:00, e Gina tinha de se ir preparar.
Ela e Luna subiram.
Tomou banho e com um feitiço pôs o cabelo com os caracóis mais definidos nas pontas do cabelo e o resto pôs liso. O cabelo ficava quase pela cintura.
Maquiou-se e se vestiu.
Faltando quinze minutos para as oito, desceu.
Dino não estava lá, então decidiu sentar-se à espera dele. Já passavam cinco minutos do início do baile e ela resolveu ir ao quarto verificar se ele não tinha descido.
Bateu e ninguém respondeu. Então abriu a porta e viu que estava vazio.
Desceu para o baile e ia entrando num corredor quando teve uma vontade inesperada de ir ao banheiro. Virou e quando estava pegando na maçaneta da porta ouviu encontrões na porta oposta. Virou-se curiosa. Mas depois pensou que não tinha nada a ver com aquilo.
Só não esperava ouvir a voz de Dino no meio daqueles barulhos todos. Afinal sempre tinha a ver com o assunto!
Abriu a porta repentinamente e deparou-se com Dino e Parvati agarrados aos beijos.
Dino largou Parvati num segundo.
- Não é o que parece.
- Claro que não! – Gina virou costas e foi para o banheiro. Não chorou, na verdade a única coisa que sentia era raiva por ter sido trocada, nem um pouco de desgosto. Fez o que tinha a fazer no banheiro e saiu. Decidiu que Dino não merecia que ela não fosse ao baile, por isso desceu até aos campos e entrou na parte encantada dos jardins.
O espaço estava lindo, decorado em prateado com os arbustos cheios de fadinhas e com os maravilhosos vestidos de todas as raparigas. Havia um palco onde uma orquestra completa atuava. Gina lançou um olhar ao céu preto e limpo cheio de estrelas douradas.
Olhou em volta para as mesas e lá estava ele, Harry sentado, com uma túnica verde-garrafa, olhando para a pista de dança, não, não estava a olhar para a pista, estava a olhar para ela! Gina caminhou até ele e sentou-se ao lado.
- Estava olhando para o céu… Ta vendo aquela estrela super brilhante?
- Aham.
- É a estrela mais brilhante do Universo, chama-se Sirius. – disse ele com alguma melancolia.
- Sentes mesmo a falta dele, não sente?
- Sim, mas não posso fazer nada senão seguir em frente…
- Ten razão.
- Porque é que não está com o Dino?
- Acabou tudo, apanhei o menino com a Parvati numa sala.
- Sério? – Harry não conseguiu esconder um sorriso no meio da curiosidade.
- É, mas nunca gostei dele dessa forma, então… não faz muita diferença.
- Tu é maravilhosa, ele é um burro!
- Obrigada… – Gina agradeceu e sentiu corar.
- Quer dançar? – convidou Harry
- Pensava que não sabia dançar…
- Esta é calma, claro que sei!
- Ok.
Harry levantou-se com Gina e foram até a multidão dançante e começaram também a se movimentar ao ritmo da música. Pelo menos baladas ele dançava maravilhosamente. Ninguém conduzia ninguém, entendiam perfeitamente o outro, era como se tivessem preparado aquilo dias antes.
- Com que disse que não sabia dançar!
- Sabe como é… não tenho paciência para recusar convites estúpidos… a única maneira de evitar ser convidado é dizer que danço mal…
- Olha, o convencido! Pensando que as meninas iam te convidar – disse ela na brincadeira
- Na verdade, mesmo depois de dizer que dançava terrivelmente mal umas dez ainda me convidaram… Recusei todos…
- E no entanto está aqui dançando! Porque é que não queria ser convidado?
- Eu queria, mas por alguém em especial…
- E logo esse alguém é que não te convidou! Sorte desgraçada, hein? – disse ela enquanto rodava segurando a mão de Harry no alto.
- Podes crer… – disse ele numa entoação estranha.
- Harry! Vamos mudar de pares! – sugeriu alguém atrás de Gina
- Tu quere dançar com a tua irmã? – perguntou Harry a Ron
- É…
- Ok, então.
Harry começou a dançar com Hermione e Ron com a sua irmã.
- Porque é que não está com o Dino?
- Promete continuar dançando e não fazer nada de que te arrependas depois?
- Prometo.
- Apanhei-o com a Parvati.
- O quê?
- Olha, eu nunca gostei dele, eu também não fui grande coisa como namorada!
- Tá bem, mas se ele queria andar por aí na marmelada com a Parvati pelo menos que acabasse tudo!
- Não te irrite Ron, eu sei que ele já fazia isto há muito tempo… mas nunca tive razão para acabar a coisa…
- Muito bem! Hei Neville! Deixa-me voltar à Hermione! – Agora já era Neville quem dançava com Hermione, Gina dançou um pouco com Neville até se cruzar com Luna que estava dançando com Harry.
- Gina, o Harry é um excelente dançarino, aproveita! – disse Luna e depois piscou o olho.
Dançou com Harry durante mais duas músicas e depois os dois foram sentar-se junto de Ron e Hermione para comer e beber um pouco.
- Harry ou me diz onde aprendeu ou me ensina a dançar, porque a Hermione não parou de me repreender por não dançar tão bem como tu!
- Ouve a música! Eu sei que é um clichê, mas é o que eu faço…
- Ok, Mione, vem testar a técnica do Harry??? – perguntou Ron, provocando risos na mesa.
- Ahhh, está bem… – respondeu ela.
Os dois levantaram-se e foram dançar. Os seus lugares foram substituídos por Luna e Neville.
- Harry, diz-lhe lá se ela não está linda… – pediu o rapaz
- Tá Horrível! Tá maravilhosa, aliás tão as três lindas! Tu, a Mione e a Gina!
- Vê que não sou só eu? – disse Neville beijando-a suavemente.
Naquele momento passaram por ali Ron e Hermione e puderam ouvi-la falar:
- Ta muuuito melhor! Parabéns!
Ron corou muito e já fora do alcance dos quatro disse algo que fez Hermione virar a cara envergonhada.
Pelo que parecia tinham entrado num jogo de elogios.
Pouco depois do início dessa conversa elogiosa os dois pararam de dançar e beijaram-se, primeiro timidamente e depois a sério.
Harry, Gina, Neville e Luna levantaram-se para os congratular.
- Aleluia! – disse o “dançarino”
- Estava na hora! – felicitou a ruiva.
- Estava escrito nas estrelas! – saudou a loira.
- Toma bem conta dela, que vai ser a melhor coisa que te vai acontecer! – afirmou sabiamente Neville.
Ron ainda embaraçado respondeu – Tomarei!
E Hermione abraçou Gina.
Harry sorriu mais abertamente que todos, e ela sabia porquê. Ao longo dos sete anos passados em Hogwarts estava obvio que aqueles dois eram perfeitos um para outro! Mas sempre o negaram, era horrível conviver diariamente com essa situação!
O baile continuou e passados cinco minutos a receber felicitações Hermione e Ron fartaram-se e subiram, sabe-se lá para fazer o quê…
Gina e Harry dançaram mais uma ou duas vezes e depois foram dar um passeio e destruir a brancura imaculada da neve.
- Tá com frio?
- Não ainda estou quente de dançar…
- Ah, ok. Como é que consegue não estar zangada com ele? Com o Dino…
- Oh, eu estou, mas só por ter sido trocada… Não tenho qualquer desgosto em que a coisa tenha acabado.
- O Dino foi mesmo burro, ou se calhar não se contenta só com uma… Não o compreendo! Desperdiçou um tesouro! – quando é que iria ele deixar de a elogiar, ela não gostava nada de ficar da cor do seu cabelo!
- Harry… Não é por nada, mas ta me envergonhando…
- Eu to dizendo a verdade, mas se te incomoda eu paro.
Ele retirou a varinha do bolço, derreteu alguma neve e secou a água, tirou o casaco e estendeu-o no chão.
- Senta! – convidou gentilmente.
Gina - sentou-se.
- Acredita que haja alguma força superior que “mande” em nós? - perguntou Harry sem mais nem menos.
- Como assim?
- Os trouxas acreditam que haja um Deus que tenha criado o mundo. O que acha?
- Acho que é estúpido, o meu pai já tinha contado sobre as guerras que foram feitas com o pretexto da religião, milhares de pessoas morreram. Os druidas e as Sacerdotisas, porque acreditavam numa Deusa, e as bruxas que eram queimadas, apenas que essas fugiam sempre, eu acredito na ciência trouxa, mas nós somos diferentes, não sei, talvez uma atividade cerebral diferente…
- Então o que acha que acontece quando morremos?
- Ah, o cérebro fica inativo, não vemos, não sentimos, não falamos, não ouvimos, não provamos, não cheiramos e, sobretudo não pensamos. Pessoas mortas não sentem, nem sequer saudades.
- Então fico melhor sabendo que o Sirius não sente saudades de viver… – ele ficou pensativo durante um ou dois minutos e depois se virou para o lado como se fosse buscar com qualquer coisa.
- AHH! HARRY! – Gina tinha a cara coberta de neve e virou-se para pegar em mais neve, mas ele mandou-lhe outra e outra… Começaram uma guerra de neve.
Ás tantas Gina tremia encharcada pela neve acumulada no seu vestido e pele, devido ao reboliço. Mas “O inimigo” não estava melhor! Ela reconfortou-se com essa idéia enquanto se levantava. Estava cansada e queria dormir, amanhã, a mãe vinha buscá-los e passariam o dia de Natal na Toca.
- Harry, que horas são? – perguntou enquanto sacudia o “algodão” do traje, e o pior é que a neve tinha-se acumulado dentro do próprio decote, teve que se virar de costas para ele de forma a poder tentar tirar a maior parte.
- Onze, falta uma hora para o baile acabar, quere voltar? – ele olhou para o relógio no seu pulso e respondeu-lhe.
- Nam… Acho que vou subir… vamos acordar cedo amanhã, não quero parecer um zombie!
- Ten razão… Mas olha, eu vou voltar. Até amanhã.
- Boa noite… – e já fora do alcance dele completou a frase –… Sr. Perfeito!
Subiu e enquanto andava no castelo pensava nele. O quanto ela adorava aqueles olhos, afinal era fácil perceber como é que James se tinha apaixonado por Lillian. Como ela amava aquele sorriso com as covinhas no meio das bochechas, que até nos momentos mais escuros lhe alegravam o dia. E aquele cabelo negro, sempre bagunçado, no entanto sedoso e macio, dava-lhe uma vontade de acariciar!
Mas, sobretudo, ela adorava aquela cicatriz. Ela sabia que não devia ser nada bom aquelas dores todas, mas não conseguia deixar de gostar do raio cravado na testa dele. Era como uma marca, uma marca que só ele tinha, era o que dava a certeza a Gina, que era Harry e só Harry! Era o que o tornava tão diferente!
- Brigada, Voldemort – murmurou ela, mas não esperava que a ouvissem.
- O quê? Eu ouvi bem? Gina Weasley a santinha, a agradecer a Voldemort? Pode-se saber o quê? – a voz fria do rapaz cortou-lhe a respiração, a ultima vez que tinha estado com ele não fora nada divertida.
- Com certeza a tua existência não é, Malfoy. – infelizmente o rapaz alegara estar sobre a maldição Imperius na outra tarde e não puderam arranjar provas para que ele fosse expulso.
- Ixi! De mau humor? Vamos lá… acalma-te! O que estavas a agradecer?
- Vai pastar. Não tou para te aturar.
Os olhos cinzentos de Draco fulminaram-na e pareceu passar-lhes uma luz, como uma idéia… Mas tão depressa como apareceu a luz desapareceu. Ele virou costa e seguiu.
«Estúpido!»
Quando Gina chegou ao dormitório ainda teve outra surpresa, não muito agradável…
- E agora Dino, também não é o que parece? – provocou ela, quando viu Thomas montado em cima de Parvati no sofá. Ele espantou-se ao ouvir a voz dela, mas mal se recompôs levantou-se e falou:
- Ouve Gina, temos de admitir, já não dava mais!
- Tudo bem eu admito, acho que é melhor como amigo do que como namorado, mas talvez seja só comigo… Mas eu agora dou um conselho: Arranjem um quarto!
Parvati e Dino coraram. Gina desejou Boas Noites, não estava de modo algum chateada.
Dormiu que nem um anjo.
No dia seguinte acordou cedo e arrumou as suas coisas para voar para a toca. O pai, Arthur Weasley, tinha conseguido que o Ministério da Magia lhe emprestasse um carro.
Quando finalmente acabou de guardar as suas coisas desceu e encontrou-se com o irmão e Harry. Só faltava Hermione.
- Desculpem a demora! – disse ela quinze minutos mais tarde.
- Vamos?
Todos seguiram para Hogsmaede onde um carro verde os esperava. Arthur Weasley saiu lá de dentro com um sorriso. Cumprimentou a todos e ajudou-os a arrumar a mala no porta-malas do carro.
A viajem foi calma e Gina não deixou de se sentir incomodada por ir mesmo ao lado de Harry. «Pára de ser tão envergonhada!» pensou ela enquanto não conseguia evitar que os olhos descessem para a proximidade das pernas dele.
Quando chegaram a Srs. Weasley deu um abraço a cada um.
- Oh, Harry! Continuas tão magrinho! E tu, Ronald Weasley, também anda a aprender com ele? Estão os dois esqueléticos! Isto assim não pode ser!
- Calma, mãe, nós não vamos desaparecer! – riu-se Ron.
- Pois, mas se a coisa continuar assim, não me admirava! Então, tenho uma semana para engordar voces, né?
- Eu não quero ficar gordo, melhor magricela que obeso! Eu estou bem assim!
- Ah, Harry, também não te quero obeso… Mas se engordasse um bocadinho…
Harry deu um sorriso deslumbrante – Obrigado por se preocupar.
- É verdade mãe, devo dizer que é tão repetitiva, quanto a criticar os físicos! Eu já não posso com a velha conversa dos cabelos compridos! – Gui vinha de dentro da cozinha – Olá a todos! Gina! Que saudades! Como vai a minha maninha preferida?
Gina abraçou o irmão mais velho, adorava-o! Ele tinha sido o único homem em toda a casa a conseguir falar com ela como se ela fosse da idade dele! Ele sabia todos os segredos dela, nem na altura do diário ela tinha deixado de lhe contar as suas coisas. E ele também lhe confidenciava tudo! Eles tinham grande consideração um pelo outro! Mesmo que só tivessem estado cerca de dois meses e meio separados ela tinha umas saudades enormes dele…
Sentiu-se muito bem quando os braços dele lhe esfregaram as costas.
- Bem, visto que sou a tua única irmã acho bom que seja a tua preferida! – brincou ela – vou muito bem, obrigada, e tu?
- Oh, otimamente! Tenho imensas novidades… Mas conto-te depois,
- Ah… Vamos, o almoço já está na mesa! – interrompeu a Srs. Weasley
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