um encontro nada agradável



Capítulo 8: um encontro nada agradável


Os primeiros testes passaram, os segundos vieram! Gina estava a fazer um pequeno intervalo dos estudos dando um pequeno passeio pelos terrenos, perto da orla da floresta. Avistou Harry, mas não acenou nem fez sinal porque Dino estava por perto e ele quando queria era mesmo ciumento, e se a visse com Harry sozinha era capaz de o partir todo!
De repente um par de mãos a agarrou, uma tapou a boca a outra puxou-a. Tentou resistir, mas de nada adiantou! Essa pessoa fosse lá quem fosse, era baixa e usava muito perfume! Gina começou a enjoar do cheiro.
Chegaram a uma clareira e o homem que a carregavam lançou-a contra uma árvore o que a deixou quase inconsciente. Ataram-lhe uns panos á volta dos olhos de forma a que ela não pudesse resistir nem perceber os próximos movimentos da pessoa, e não para que ela não a reconhece porque senão não teria falado:
- Finalmente! Vá lá que o Senhor me deu uns minutos, disse que tu resistias muito… E não é que resistes mesmo! Mas não tanto assim! Parecia até que estava segura que alguém vinha te salvar! Não seria essa pessoa o Santo Potty? – ela reconheceu a voz fria de Malfoy!
- Me larga! Draco Malfoy ! SEU FILHO DA P***!!!! TA ME MACHUCANDO! – disse ela quando já não sentia a circulação nos braços.
- ok, ok! Eu afrouxo um bocadinho! Mas não vou ser burro a ponto de te largar!
- TU É BURRO! AGORA ME LARGA! AI! O QUE É QUE VOCÊ TÁ FAZENDO?!
- Sabes é bem bonita e muito bem feita e não é todos os dias que temos umas oportunidades assim!
Umas das mãos começou a movimentar-se lentamente enquanto a dor de ter os joelhos dele espetados nas pernas começava a martelar. Conseguia ouvir a respiração dele, e aí percebeu que os planos dele não eram um simples strip, mas uma violação, estrebuchou ainda mais, mas isso não fez diferença a Draco, que a começou a beijar ardentemente! Ás tantas ela conseguiu libertar uma das mão e empurrá-lo com toda a força. Ele caiu ao chão e ela se levantou e tirou a venda. Começou a correr, mas o terreno era muito acidentado, o que a atrasava um pouco. Esteve assim uns 5 minutos até que Malfoy a alcançou.
- Pensou que is escapar de mim? Bom, e agora, graças á sua maravilhosa fuga já não temos tempo pra nada! Temos que ir andando.
- Andando? – Gina ao mesmo tempo em que disse isto se sentiu como se fosse observada… Não por Malfoy, mas por alguém à parte, como uma criatura… teve certeza de se tratar dum animal pois pouco depois ouviu galope! Um centauro ou um unicórnio?
- É. E como eu sei que vais tentar resistir: Imperius!
Ela nunca tinha treinado a resistência a esta maldição, por isso teve dificuldades em não obedecer.
O caminho decorreu sem revoltas e passado uma hora de viajem chegaram a uma cabana de madeira. Entraram, no meio da cabana tinha um alçapão, eles desceram e quando chegaram ao piso subterrâneo depararam-se com uma câmara iluminada por tochas com chama azul, forrada as pedras escuras e uma fonte que continha um líquido vermelho morbidamente parecido com sangue!
- Gina, minha querida! Há quanto tempo! Cresceu… Lembra de mim? – o Feitiço foi levantado, ela tinha agora vontade própria.
- Tom…? O QU…
- Fala baixo, calma! E a propósito, o meu nome é Voldemort, não Tom!!
- O QUE É QUE QUER DE MIM? – começava a entrar em pânico.
- Senta-te e bebe isto! – foi como se alguém a empurrasse, uma cadeira apareceu e uma força qualquer a empurrou para cima do assento. Correntes enrolaram-se á volta dos braços dela.
- Veritasserum? Nem em sonhos!
- Minha querida, tem andado a sonhar muito… Agora abra a boca que eu ajudo.
Ela permaneceu com a boca fechada. Fazia imensa força com os maxilares e já lhe doíam os molares de tanta força.
Voldemort colocou os dedos nas bochechas dela obrigando-a a abrir a boca. Enfiou-lhe o liquido pela goela abaixo e esperou.
- Onde está a profecia?
- Foi destruída. – respondeu ela, sem conseguir controlar.
- Como sabes?
- Ouvi o Dumbledore e o Harry comentarem sobre uma profecia que tinha sido destruída!
- Sabes de alguém que saiba o conteúdo dela?
- Não, mas desconfio que o Harry e o professor Dumbledore saibam!
- Claro, claro… – murmurou ele – E que tipo de relacionamento tu tem com Harry?
- Somos amigos.
- Ele contou-te alguma coisa a respeito disto?
- N-n-não…
- NÃO MINTA! Ele te contou alguma coisa a respeito disto?
- N-NÃO!
- Crucio!
-AAARGH! – Gina sentiu facas a lhe espetar no corpo e as correntes a queimarem sua pele.
- Vou perguntar isto uma última vez: Ele te contou alguma coisa a respeito da profecia?
- NÃO!
- Crucio!
- AAAAAAHHHHHHH! – agora a dor era tanta que era indescritível! Esta vez durou tanto que devido ao tempo e à intensidade da maldição ela começou a sangrar no nariz!
Já cega de dor Gina sentiu um grande alívio quando a maldição foi interrompida. Abriu os olhos e, apesar de só ver borrões, conseguiu perceber que além dela, de Voldemort e de Draco estavam lá mais duas pessoas.
- ELA NÃO SABE NADA SOBRE A PROFECIA! DEIXA-A EM PAZ!
- Calma Harry, só queria saber o que a profecia dizia a respeito de mim…
- Ta, mas ela não sabe nem sequer uma palavra dessa estúpida profecia!
- Ela é só uma aluna Tom, ainda não tem defesa suficiente para magia tão poderosa! Podia tê-la matado!
- Lupin, ora ora, acha mesmo que eu a mataria?
- Não vejo porque não… já matou tanta gente não foi? – respondeu o professor de DCAT
Gina não prestou atenção na resposta de Voldemort visto que alguém lhe desamarrou as correntes.
- Vai… foge! O Lupin toma conta do Voldemort e eu fico com o Draco. Foge, vai para o castelo e avisa o Dumbledore, lá fora tem um centauro amigo do Firenze, ele leva-te até ao castelo!
- Obrigada…
Gina levantou e correu o mais rápido que pode e aí começou a ouvir alguns feitiços e maldições, subiu as escadas, com algum receio de que alguém ali se machucasse muito!
Do lado de fora da cabana, como Harry dissera, encontrava-se um centauro completamente diferente do Firenze, tinha cabelo e pelo preto e a pele muito clara, não era propriamente uma visão agradável, mas parecia amável.
- Anda, sobe!
Ela montou o centauro que desatou num galope tão rápido como uma bala. Agarrou-se ao tronco do animal e protegeu a cara de ramos e galhos que a pudessem cortar. Chegaram à orla da floresta e continuaram sob os olhares curiosos dos outros alunos, no entanto Gina não teve que entrar nas instalações para falar com Dumbledore, ele estava num passeio pelos campos da escola.
- PREFESSOR, PROFESSOR! – chamou ela enquanto desmontava do cavalo.
- Sim, Srt. Weasley.
- O Professor Lupin, e o Harry! Estão em perigo, na floresta! Voldemort… TEMOS QUE OS AJUDAR!
- Só lá está Voldemort?
- Não! Draco… ele também lá está!
- Muito bem, fique aqui, eu vou!
- Mas-
- Não. Srt. Weasley, você fica aqui!
Gina consentiu e viu o diretor partir correndo. Foi até aos degraus de pedra e sentou-se lá à espera da chegada dos três.
***
Não esperou mais que meia hora! Apareceu Dumbledore à frente montado no centauro e depois Harry ajudando Lupin a aguentar-se em pé. Harry tinha apenas um arranhão, alguns rasgões nas vestes e algumas folhas no cabelo. Lupin, como era de esperar, estava cheio de manchas negras, não conseguia andar sem ajuda, mas vinha satisfeito. Dumbledore, claro, vinha intocado!
Gina levantou-se e correu até eles, passou o outro braço do professor pelos seus ombros. Harry agradeceu.
- O que aconteceu? – perguntou Gina ansiosa
- Bom… Eu tive 2 minutos de duelo com o Draco, nos quais ele tentou por duas vezes me matar… Depois colaborei com o professor e conseguimos pôr Voldemort inconsciente. O professor foi muitas vezes pro chão nos primeiros dois minutos… estávamos a caminho da escola quando o Dumbledore apareceu.
- Ah ta… mais você ta bem? – exclamou a menina que logo depois de harri sacudir a cabeça em um movimento de sim perguntou. – Harry, de que profecia é que ele falou.
- Acho melhor não contar, por enquanto, como viu Gina, ele vai achar que tu sabe…
Desta vez ela concordou e calou-se, fizeram o resto do caminho em silêncio.
****
Dumbledore não mencionou os acontecimentos. Mas fez uma comunicação que causou grande excitação:
- A data dos bailes está definida: o primeiro será na véspera da véspera de Natal, por tanto, 23 de Dezembro. O segundo será dia de S. Nunca à tarde. Isto é, em princípio, não haverá outro baile para além do de Natal. Podem se recolher para uma Boa Noite de sono.
Ouviam-se lamúrias por todos os lados do salão, afinal só um baile seria realizado!
A consolação de todas era que no dia seguinte era Halloween e haveria uma visita a Hogsmaede seguida de um extraordinário banquete! A maioria das meninas iria aproveitar para comprar os seus vestidos. Felizmente Gina não tinha que experimentar e comprar vestido nenhum! Molly Weasley adorava costurar fosse em que tecido fosse! Pelo que a mãe lhe tinha dito o vestido seria um espetáculo! Gina o desenhara: Corpete e saia seriam feitos de cetim e tule! Verde-seco e dourado, e o seu cabelo Vermelho flamejante combinaria perfeitamente, disso ela tinha certeza!
Como ela não precisava de nada de Hogsmaede decidiu ficar no castelo e fazer alguma coisa, menos estudar!
****
Todos já tinham ido para a aldeia (desta vez até os 1ºs e 2ºs anos puderam ir) e ela estava aparentemente sozinha.
Pegou num pedaço de pergaminho, numa pena e num frasco de tinta e pôs-se a rabiscar um vestido, o mais lindo que ela alguma vez tinha desenhado, imaginou que seria o vestido que ela usaria no seu casamento com Harry. «O desenho é quase tão impossível quanto o casamento» ela pensava. E de tão absorta nos pensamentos e no desenho não reparou que alguém havia descido.
- WOW, é mesmo lindo!!! Foi tu??? IMPOSSIVEL! Nunca me contou que eras uma ótima estilista!
- HARRY! Quer me matar de susto?
- Não, pah! É só que tava tão concentrada no desenho e eu vim ver o que era… Mesmo lindo, devia ser estilista.
- Esti o quê?? – perguntou Gina.
- Estilista, ah, nunca deve ter ouvido falar, são os trouxas que desenham roupas.
- Ah, mas prefiro ser Auror.
- Uh… gostei! Eu também! De qualquer forma como é que consegue desenhar assim? – ele falava muito rápido como se tivesse acabado de tomar uma poção de energia.
- Tive de esperar onze anos para vir parar aqui, desde sempre que desenho, durante as férias principalmente, como estou quase sempre sozinha…
- Ah… – a ultima frase afetou Harry um bocadinho, parte da culpa dela estar sempre sozinha era do trio que estava sempre junto – mesmo assim, desenhas espetacularmente bem!
- Obrigado. E tu? Porque não foi a Hogsmead?
- Não me apeteceu e também foi um pouco para deixar o Ron e a Mione sozinhos, pra ver se eles se entendem… – olhou para o relógio – Temos duas horas até o pessoal começar a chatear-se e voltar para o castelo, quere continuar a desenhar ou fazemos qualquer coisa?
Gina já tinha acabado o desenho e decidiu fazer outra coisa qualquer.
- O Quê? – indagou ela enquanto arrumava as coisas dentro da sua mochila.
- Ah, sei lá! Pique esconde?
- Aqui? – interrogou duvidosa, a verdade é que o jogo era um pouco infantil.
- É! – respondeu ele.
- Hum… ok, eu me escondo e tu conta!
Fizeram mais algumas rodadas (Harry era excelente em encontrar lugares!) até se cansarem do jogo. Sentaram-se num sofá de três lugares e Harry deitou-se ocupando dois lugares.
- Como é que consegue arranjar lugares tão imprevisíveis?
- Se vivesses com os Dursleys também ia conseguir!
- Ah, é… Não me lembrei…
- Quem me dera também poder esquecer que eles existem… – disse com um ar sonhador – sabes antes, no 1º, 2º, 3º e 4º anos, vinha para aqui e esquecia-me de tudo o que se passava de ruim na Rua dos Alfeneiros e só me lembrava depois quando chegava a hora de voltar, me trancava, ou melhor, o meu tio me trancava no quarto e só saía quando os teus pais iam me buscar, então voltava a me esquecer de tudo desejando nunca mais voltar lá. Mais agora, que já sei porque tenho de voltar ano após ano… já não é tão fácil esquecer, aliás, toda a noite, penso naquela casa maldita!
Harry olhava para o teto enquanto falava e Gina, presumindo que seria a coisa certa a favor começou a acariciar o couro-cabeludo dele fazendo pequenas massagens. Ele aconchegou a cabeça dele no seu colo e continuou.
-A minha vida está cheia de merda, às vezes tento me esquecer, mas quando consigo e começo a viver num mar de rosas tudo parece ser um sonho, um sonho realmente bom, e com medo que tudo o que é bom desapareça quando acordar puxo à mente todas aquelas porcarias que me atormentam só para ter a certeza que a minha vida é real, tu, o teu irmão, a Mione, a escola, tudo! Porque se eu agora acordasse com 10 anos dentro do armário debaixo das escadas no nº 4 da rua dos alfeneiros, eu não sei o que faria…
Quando o rapaz acabou o desabafo Gina parou de o acariciar, Harry agarrou-lhe na mão e se sentou.
- E tu? Porque é que tentou se suicidar este Verão? – perguntou irrompendo na alma dela com o seu olhar.
- Não sei se quero contar Harry, não sei…
- Porquê? Não confia em mim? – indagou de sobrancelhas levantadas.
- Tenho, não é isso…
- Então o que é? Fui eu? Foi por causa de mim?
- NÃO! Não, foi por causa da minha estupidez! Eu é que sou e fui estúpida…
- Não é estúpida, Gina, tu não é estúpida, nem nunca foste!
- Fui sim! Não soube raciocinar o mais básico mais cedo! Fui estúpida!
- Não, não foi… agiste de cabeça quente, toda a gente faz isso de vez em quando…
- Mas tomei uma medida demasiado drástica! – embirrou ela. – ele a abraçou e no meio do abraço falou:
- OK, ok…vamos mudar de assunto, está bem?
- Por mim… – respondeu ela
Ele voltou a se deitar, pondo a cabeça no colo dela, o que a transtornou um bocado.
- Como é que foram as notas? Os NOM’s… não cheguei a te perguntar com aquelas confusões todas. – perguntou ele arranjando assunto.
- Na verdade eu não vi… Agora é que me lembrei!
- Não viu? Como?
- É que a carta chegou quando eu estava de cama e foi parar para debaixo dum monte de outras cartas, depois não me lembrei nem me recordaram de que ela tinha chegado, guardei as cartas todas na mala e vim para Hogwarts, tinha intenção de ler, mas quando não estava estudando, Dino estava comigo… nunca tive grande curiosidade em ler, tenho medo que me tenha saído mal…
- Tu? Se sair mal? Faz-me rir! Vai buscar a folha e vê agora! Se não forem boas, o que duvido, não me mostra… – sugeriu Harry.
- ok – então ele levantou a cabeça e subiu.
No dormitório ela remexeu no seu monte de pergaminhos, e encontrou lá o sobrescrito:

Srtª. Gina Weasley,
Toca

Abriu o envelope e tirou as notas para fora. Não as quis ver logo. Desceu e encontrou Harry sentado no sofá ansioso.
- Já viu? – interrogou ele rápido.
- Não… – disse ela desdobrando o papel lentamente.
Finalmente pode lê-lo.

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