Tarefas



Harry entrou no Salão Principal na manhã seguinte e sentou-se ao lado de Mione, ignorando as habituais vaias e xingamentos dos sonserinos. Estava mais confiante, e a amiga percebeu.


- Harry, o que houve? Você achou uma maneira de passar pelo dragão, não foi? - o rosto dela se iluminou.


- Também. - deu um grande sorriso e se serviu de torradas e suco.


- Também? Então não foi só isso, não é? - intrigou-se. Ele apenas sorriu em resposta, e continuou comendo. - Harry! Eu não acredito! - falou baixinho, finalmente percebendo que ele não parava de olhar para onde Gina estava sentada, com Dino. - Vocês -


- Mione, aqui não é o local adequado para esta conversa. - cortou. - Além do mais, tenho que ir pra arena. - levantou-se para ir onde os diretores tinham marcado para eles irem.


- Só um minuto! - aproximou-se. - Espero que você não se importe, mas eu disse pra Cho o que ia ser a prova. Não é porque ela é um ser desprezível que não mereça ter as mesmas chances dos outros campeões.


- Obrigado, Mione. Eu ia avisá-la, mas esqueci...


- Posso imaginar por quê! - alfinetou.


* * * * * * * * *


Não tinha como não ficar nervoso na ante-sala onde os campeões estavam aguardando o início da prova. Cho roía as unhas compulsivamente, Krum andava de um lado para o outro da sala, e Louise estava francamente apavorada, o rosto branco pouco contrastando com os cabelos louros. Harry tentava praticar o feitiço convocatório em pequenos objetos da sala, ao mesmo tempo torcendo para não tirar o monstro negro. Ludo Bagman entrou na saleta, enquanto escutavam o tropel dos que subiam para as arquibancadas, postas para que assistissem a primeira tarefa.


- Bom dia, Campeões. A tarefa consiste em pegar um ovo de ouro, que estará num ninho, protegido por um obstáculo. - tirou de um bolso interno uma sacola púrpura, e foi para onde Louise estava. - Por favor, minha querida, tire uma miniatura do seu obstáculo, aqui.


Louise tirou um pequeno Verde-Galês, como o número dois no pescoço. Cho tirou a sua em seguida, um Focinho-Curto Sueco, com o número um. Harry engoliu em seco, e o estômago deu umas duas reviravoltas completas quando viu que Krum tinha tirado o Meteoro-Chinês, com o número três. Resignado, pegou sua miniatura do Rabo-Córneo, com o número quatro.


Bagman foi começar a narração, e logo ouviram soar o apito que avisava os campeões que era hora de entrar, na ordem que havia nos dragões do sorteio. Não sabiam o que era pior; escutar a narração às cegas ("Essa foi por pouco!" ou "Assim não vai conseguir chegar viva ao outro lado!"), ou ser chamado para enfrentar seu "obstáculo".


Cho foi a primeira, seguida por uma Louise com um tom esverdeado pouco saudável no rosto. Krum não parava de andar de um lado para o outro, e Harry estava numa espécie de transe, olhando para a sua miniatura do Rabo-Córneo Húngaro. Depois que o búlgaro foi para a arena, o outro campeão de Hogwarts sentiu o desespero tomar o lugar do seu sangue, nas veias. "E se eu não conseguir convocar a vassoura? Ou se eu paralisar de medo?" - atormentava-se.


Ouviu o apito, deu um suspiro de resignação e estranhamente lembrou-se do beijo de Gina, na noite anterior. Ela estava tão confiante que ia dar certo, que ele subitamente se acalmou. Os que estavam assistindo sua entrada achavam que ele estava drogado; tinha sido o único campeão que entrara na arena sorrindo.


- Accio Firebolt Ultra! - gritou, e esperou, impávido, olhando nos olhos amarelados do dragão. Em menos de um minuto, a vassoura encontrou o dono, e ele a montou.


Seus ouvidos zumbiam, como quando estava jogando quadribol. Subiu uns 20 metros de altura, e viu o dragão ficar pequeno, e o pequeno brilho dourado do ovo no ninho. "Certo; é só um pomo!" - convenceu-se, e começou a tentar fazer com que o bicho levantasse vôo, para que ele pudesse se aproximar.


Depois de um tempo, viu que o dragão não ia sair do chão se não tivesse certeza que fosse pegá-lo. Engoliu em seco, e começou a voar mais próximo do monstro, que ora bufava, impaciente, ora lançava chamas que não o atingiam por milésimos de segundo.


Finalmente fez com que o bicho abrisse as enormes asas, e levantasse vôo. Estava muito quente, e as lentes dos óculos de Harry estavam embaçadas. Preocupado, porque não estava enxergando direto, só percebeu o ataque do dragão quando este já estava para acertá-lo. Tentou se esquivar, mas foi ferido no braço esquerdo; um dos chifres da cauda do bicho quase se cravara perto do ombro.


Apesar da dor excruciante, ele se manteve firme na vassoura, e continuou atraindo o dragão para cada vez mais alto. Quando estavam a quase 50 metros do chão, Harry virou a vassoura perigosamente na vertical e mergulhou, em direção ao ninho.


Foi tudo muito rápido. O borrão vermelho desceu do alto, seguido pelo pesado borrão negro. Harry nunca voara a essa velocidade, a não ser num testrálio, numa aula de Trato das Criaturas Mágicas, no seu quinto ano. Ele esticou o braço bom e segurou firmemente o ovo, tornando a subir, conseguindo se livrar do dragão, que não teve como evitar a queda.


O estrondo do bicho batendo no chão parecia que tinha acordado os ouvidos de Harry, que então escutava os vivas e aplausos da multidão, inclusive de Ludo Bagman, que estava francamente impressionado.


Quando pôs os pés no chão, foi abraçado por uma imensidão de pessoas, mas mal retribuía o abraço, com o ombro latejando. Ele queria ver os amigos, mas talvez eles não conseguissem atravessar aquele mar de gente.


- Harry! Meu Deus, você foi simplesmente magnífico! - falou uma Hermione ofegante, jogando-se nos braços dele, que fez uma careta de dor, mas se recompôs ao ver Rony do lado dela.


- Harry, eu - os olhos de Rony brilhavam.


- Rony, não precisa - Harry tentou cortá-lo. Só de estar falando com ele, já estava feliz.


- Precisa sim! Eu fui um idiota! - baixou os olhos, por um momento. - Desculpa, cara... Acho que fiquei com inveja de você... - admitiu, num tom quase inaudível.


- Rony, se eu pudesse, você sabe que eu não estaria aqui. E nem permitiria que um amigo meu estivesse passando por isso!


- Você me desculpa?


- Cala a boca, seu ruivo idiota! - e o puxou para um abraço, que logo foi cortado pela dor que o cingia no ombro. Mione enxugou discretamente as lágrimas, e abraçou de leve os dois.


- Harry, vão dar as notas agora. - disse Neville, desistindo de lhe dar um abraço e apertando-lhe a mão.


Ludo Bagman, a despeito que ele tenha se ferido, lhe deu um dez. Mais condizentes, Dumbledore e Sr. Crouch lhe deram nove, Madame Maxime um oito, e Karkaroff um desdenhoso quatro. Rony revoltou-se, dizendo tantos palavrões com o diretor de Durmstrang que a profª. McGonagall lhe tirou dez pontos pela boca suja.


E, independente de estar empatado com Krum em primeiro lugar no Torneio, Harry não se importava nem com a injustiça de Karkaroff, agora que tinha seu amigo de volta. Mas sentiu falta da ruiva.


* * * * * * * * *


Passou a tarde na ala hospitalar. Madame Pomfrey não parava de resmungar que era um absurdo trazerem dragões para duelar com alunos, que era muito perigoso... Ela o queria um tempo em observação, pois espinhos de dragões eram muito venenosos. Para Harry, não havia mais motivo para ficar lá; a dor já sumira, e agora só havia uma fina cicatriz no seu ombro, que ela garantiu que desapareceria com o tempo.


Saiu de lá direto para o jantar, e quando entrou no salão principal foi ovacionado. Até uns poucos da Sonserina o aplaudiram. Harry sentiu-se muito envergonhado, e, muito vermelho, sentou-se ao lado de Mione e Ron, que ainda conversavam sobre a tarefa.


- E que feitiço foi aquele que a francesa fez? Ridículo!


- Rony! Não fale assim! - Mione tentava ficar séria. Virou-se para Harry e explicou. - Ela tentou transfigurar uma pedra num cachorro, eu acho, mas a pedra só criou pernas, mais especificamente cinco pernas, todas esquerdas. A criatura tentava andar, mas acabava rodando em círculos, uma coisa realmente ridícula! - desistiu de se manter séria, e caiu na gargalhada.


- E como ela passou? - perguntou Harry, também rindo, ao imaginar a cena.


- Acho que o dragão ficou, sei lá, hipnotizado... - voltou a rir, Rony. - Mas cada vez que ela tentava passar, o dragão ia pro lado dela. Então, depois de uns dez minutos, ela transfigurou mais umas duas pedras com pernas dessas, conseguiu distrair o dragão e pegar o ovo.


- E os outros?


- Tanto Krum quanto Cho tentaram o feitiço Conjutivictus, mas não se deram tão bem. Cho estava tão nervosa, que não conseguia acertar os olhos do Focinho-Curto, e quando conseguiu, o dragão já estava tão irritado, que ela quase foi pisoteada. Não sei como, ela conseguiu passar por debaixo das pernas do bicho e pegou o ovo. Já o Krum foi o mais rápido, depois de você. O problema foi que o dragão dele, depois que recebeu o feitiço, cambaleou e pisou em alguns ovos, e que fez com que ele perdesse pontos. - explicou academicamente Hermione.


- Mas o imbecil do Karkaroff deu um dez pra ele! - rosnou Rony, servindo-se do jantar que tinha acabado de aparecer.


Harry sorriu, e também se serviu. Depois de um tempo, Krum se aproximou, e sentou num espaço entre Harry e Mione, recebendo olhares estranhos de Rony.


- Harry, focê foa muito bem! Eu estafa obserfando... Parabéns, você merece estar em primeiro lugar no Torneio!


- Obrigado. - foi só o que disse, constrangido, e deu um sorriso para o búlgaro. Mione também sorriu, e começaram a conversar amenidades, os três, sob o olhar desconfiado de Rony


- Meus caros, - chamou Dumbledore, com a voz magicamente ampliada - tenho alguns informes. - a sala caiu em silêncio. - Primeiro, quero parabenizar indistintamente os quatro campeões do Torneio Tribuxo pelo excepcional desempenho de hoje. - aplausos. Harry sentiu o olhar do diretor, e ficou, pela primeira vez, orgulhoso por estar no Torneio. - A outra notícia é que, na noite de natal teremos um baile para celebrar a data, além do Torneio e das nossas ilustres visitas. - mais aplausos. - O baile será para alunos do quarto ano em diante, e peço que, quem ficar, inscreva-se para passar as festas de fim-de-ano.


A sala caiu num burburinho excitado. Harry sentia muitos olhares sobre si, mas nenhum era o que ele queria. Alguns alunos dos três primeiros anos estavam tristes, mas essa tristeza não chegava nem de perto a embaçar a felicidade dos que tinham idade para ir à festa.


- Devo lembrá-los - continuou o diretor. - de que já podem convidar os seus pares, e alunos até o terceiro ano só poderão vir à festa nessa circunstância. Boa noite a todos.


Harry sentiu toda a felicidade de ter conseguido se safar do monstrengo mais cedo se esvair, ao ver Dino prontamente convidar Gina para ir ao baile com ele, e ela, sem titubear ou olhar para os lados (mais especificamente, o lado dele), aceitou. Levantou-se, com raiva, e quando ia virar-se para ir para o salão comunal, viu Cho esperando para falar com ele.


- Harry, eu estava pensando se você não queria ir ao baile comigo. Íamos fazer um grande par: os campeões. O que você acha?


"Eu acho que você é doida de pedra!" - queria ter dito, mas, quando viu a cara de ódio de Gina para a chinesa cara de pau, pensou: "Vamos ver o que você acha de ter um pouquinho do seu veneno, ruiva!".


- Claro que eu aceito, Cho! Vai ser uma honra! - respondeu, na maior falsidade, e saiu do salão, deixando os amigos boquiabertos, e a ruiva fumegando. Foi direto para o dormitório, e, quando chegou lá, achou um pergaminho sem assinatura na sua cama.


Estou orgulhosa, Campeão!


Ele sorriu. Sabia que era dela, da ruiva orgulhosa. Trocou-se e ainda estava rindo, quando Rony entrou no quarto. O amigo estranhou, mas não falou nada.


* * * * * * * * *


O mês passou rápido, apesar de Mione todo dia lhe cobrar de descobrir o que era o ovo de ouro. Ludo os tinha avisado que a próxima tarefa ia se realizar em 24 de fevereiro, e que o ovo os iria ajudar a saber o que seria. Harry não tinha cabeça para pensar na tarefa; estava ocupado tentando se esquivar de Cho, que tinha se convencido de que ele era apaixonado por ela.


Rony estava uma pilha. Depois de muito relutar, ele foi convidar Mione para ir com ele, mas ela disse que já tinha par. Por mais que ele tivesse insistido, ela não disse com quem ia, e ele achou que ela estava apenas inventando, para não ir com ele. Quando disse isso a ela, ela simplesmente lhe deu as costas e não lhe dirigiu mais a palavra. Então chamou Lilá Brown, que era só risinhos para ele, quando passava.


- É bom ficar com alguém que não me insulte de cinco em cinco minutos! - justificou-se, quando Harry perguntou por que ela.


- Pois eu preferiria, mil vezes, estar com alguém que me insulta a cada cinco minutos a ir com a Cho! - decretou, sonhador, ajeitando a veste de gala preta, em frente ao espelho. Rony já estava pronto há horas, e disse que ia na frente, cansado de esperar o amigo.


Gina estava terminando de se arrumar. Mione tinha lhe pedido que fizesse a ronda dos monitores em seu lugar, para que pudesse se arrumar com mais calma, e assim a amiga o fez. Resolvera deixar os cabelos caírem pelos ombros e costas, soltos, levemente cacheados nas pontas. Olhou-se no espelho e sorriu do resultado; o vestido tomara-que-caia preto justo lhe moldava o corpo, e dava graça, ao mesmo tempo.


Desceu apressada as escadas, mas parou de súbito ao ver Harry lá. Ele estava sentado numa poltrona, em frente à lareira, com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça enterrada nas mãos. Gina praguejou baixinho, e se aproximou, para ver o que estava acontecendo.


- Harry? - falou suavemente, encostando a mão no rosto dele, e percebeu que estava ardendo em febre. - Harry!


Ele levantou os olhos febris para ela, e a olhou como se nunca a tivesse visto. Ela estava começando a ficar assustada, e tentou fazer com que ele reagisse, puxando-lhe a mão, para que se levantasse.


- Eu morri? - ele perguntou, distante.


- Harry, não brinca! Vamos, levante-se, vou te levar à ala hospitalar...


- Você é um anjo, não é? - ele deu um sorriso débil, passando a mão vagarosamente pelo rosto dela, que estava na mesma altura do dele, ainda tentando puxá-lo. Ela estacou ao sentir-lhe a mão, e ficou olhando para seus olhos absurdamente verdes, que se tornaram negros por um instante; ele deu um grito alto, com as mãos na testa, caindo em seguida, desmaiado.


- Meu Deus! Harry! - tentava reanimá-lo, mas ele agora estava frio, no chão. - Por favor! Alguém ajude, aqui! - começou a gritar, na sala comunal.


Os únicos alunos que tinham ficado e que não iam ao baile eram Jo-Jo e Liam, que desceram as escadas correndo, para ver o que acontecia.


- Jo-Jo, por favor, chame a profª. McGonagall e o prof. Dumbledore e diga-lhes que nos encontre na ala hospitalar. - pediu Gina, tentando manter a voz calma, pois Liam estava em choque, ao ver o irmão no chão, daquele jeito.


- Gina, ele está -


- Liam, ele desmaiou por causa de uma febre, acalme-se. Vamos levá-lo logo!


* * * * * * * * *


Madame Pomfrey tinha dado uma poção revigorante para Liam, e estava medicando Harry. Gina abraçava-se, tentando não pensar se o tivesse deixado lá, sozinho, talvez ele estivesse morto. A porta se abriu, e Dumbledore veio, seguido da profª. McGonagall, Jo-Jo e Dino Thomas. Os mais velhos foram conversar em particular com a enfermeira.


- Vamos para a festa, Gina. Vim te buscar. - falou, possessivamente.


- Dino, sinto muito, mas não vou sair daqui. - até ela mesma se surpreendeu com o que dissera.


- Você não pode fazer mais nada aqui! E não vai me deixar feito um idiota, sozinho na festa, pra velar o Campeão de Hogwarts, não é? - acrescentou, sarcástico.


- Não fale assim, Dino! - irritou-se. - Se você não percebe, há outras pessoas aqui, que não precisam presenciar esse teu chilique! E vou repetir: não saio daqui enquanto Harry não melhorar!


- Agora é Harry, não é? Porque você não o chama mais de Potter? Você tem estado estranha desde o fim do mês passado... Algumas pessoas me avisaram que te viram com ele, mas eu garanti que você não faria uma coisa dessas comigo! Mas agora, olhando pra você, é tão óbvio, que eu estou impressionado por ter sido tão ingênuo! - o tom de voz dele ia aumentando, a cada palavra.


- Não seja ridículo! - sibilou. - E fale baixo, você está num hospital!


- Não se faça de santa, ruiva! Porque não me diz logo que ficou com ele, ou que quer ficar com ele, e que está me fazendo de idiota?


- Te fazer de idiota é algo impossível; você já se fez sozinho!


Harry acordou naquele momento. Tentava abrir os olhos, mas não conseguia. Ouvia duas pessoas discutindo, então percebeu que uma delas era Gina, e que estava perigosamente irada.


- E você, é uma vagabunda, mesmo! Correndo para o Harry, agora que ele é o Campeão da escola! Eu achei que você se dava mais respeito! - despejou sua frustração na ruiva. Ela, por sua vez, sacou a varinha tão rápido, que ele não teve nem reação.


- Se você não tem respeito por mim, tenha por Harry, que precisa descansar! - falou num tom ameaçador. Harry sentiu-se arrepiar com a voz da ruiva, mas Dino estava fora de si, e replicou.


- Eu quero que o Harry se fo -


- Calado! - a varinha agora apontava para o coração de Dino. - Nunca mais olhe na minha cara; está tudo acabado e saia daqui imediatamente, antes que eu esqueça que sou uma monitora e acabe com você, aqui mesmo!


Ele viu que ela falava sério, e saiu da sala, sem dizer mais nada. Liam e Jo-Jo a olhavam boquiabertos, sem reação. Viram um movimento na cama de Harry, e Gina se aproximou, entregando-lhe os óculos, sentando-se na cama dele, em seguida.


- Você está bem? - perguntou, passando a mão carinhosamente pelos cabelos dele.


- O que aconteceu?


- Você desmaiou, na sala comunal. Eu e Liam o trouxemos para cá. - o irmão se aproximou.


- Eu estava perguntando dessa discussão... - Gina ficou vermelha, e Liam respondeu por ela.


- Era o ex-namorado da Gina, dando escândalo porque ela tinha salvado a sua vida, ao invés de estar levando pisões nos pés de dançar com ele! - Gina não pôde conter o riso, e deu um beijo no rosto do garoto.


- Foi exatamente isso o que aconteceu. - ficou séria de novo. - O que houve, Harry? O que te fez gritar daquele jeito?


- Eu só me lembro de estar muito cansado, como se tivesse corrido o dia inteiro. Então um anjo apareceu pra mim, e, em seguida, eu senti como se a minha cicatriz fosse rasgar a minha cabeça. É só do que eu lembro.


Ela ficou calada, olhando pra ele. Passou os dedos de leve pela cicatriz, e ele estremeceu, fechando os olhos.


- Dói? - tirou a mão.


- Não. Mas a cicatriz está formigando. Quando você a tocou, ela parou de formigar um pouco. - pegou-lhe a mão, beijou-lhe a palma (o que a deixou arrepiada da cabeça aos pés), e repôs a mão dela na cicatriz. - Obrigado. Por ter me salvado, por ter acalmado meu irmão, por estar aqui comigo...


- Essa escola não ter a mínima graça sem você... - ela sorriu. - Quem eu iria infernizar?


Ele riu, e Liam percebeu que estava sobrando. Ele fechou os olhos, enquanto ela fazia carinho nele. Por mais que tentasse resistir ao sono, em pouco tempo estava dormindo profundamente. Ela se levantou da cama lentamente, olhou para os lados, para se certificar de que estavam sozinhos, então se abaixou, desejou-lhe um "feliz natal" baixinho, e lhe deu um selinho.


* * * * * * * * *


Engraçado; tenho várias fics como favoritas, e coloquei as minhas nas favoritas, por experiência. Só recebo notificação de atualização das minhas. Acontece isso com vocês? Alguém recebeu notificação da NOVO TEMPO? Enfim, deixemos estes assuntos burocráticos para lá...

Obrigada pelos comments e votos, e até o #8.

p.s. só devo postar na segunda =| no fim de semana vou viajar...

Bjos a todos! =D

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Comentários (1)

  • Bárbara JR.

    Ain que lindo, vendo essas cenas eu imagino se fosse realmente o filme. Só ouço as meninas suspirando lá no fundo na parte da Ala Hospitalas UAHSAUSH'

    2011-04-10
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