No mundo não existem coincidên

No mundo não existem coincidên



Capitulo 1: No mundo não existem coincidências

- Droga! – Berrou Janine Farquedah
A moça tinha 30 anos (continuava inteira parecia ter uns 20), cabelos castanhos aloirados ondulados, uma boca um tanto carnuda, e um rosto bonito (e o corpo, também!). No entanto, seus olhos... seus olhos tinham algo diferente, eles eram cinza muito estranho, eles não tinham intensidade, afinal, ela era cega. Não podia ver nada, seus olhos eram azuis antes.
Virou cega por causa de uma brincadeira de criança ao qual caiu em cima de uma poça de uma substância química, e então entrou no reino da escuridão. Na época tinha apenas 11 anos, no mesmo dia chegou uma carta cancelando sua ida a Hogwarts, e a convidando a ir cursar uma escola de magia especial para bruxos com deficiências como cegueira, surdez ou mudez.
Isso a machucou, mas nunca foi amarga ou fria por isso. Sempre sustentava um sorriso no rosto. Gentil, sincera e muito inteligente, ela se prendera nos livros como um jeito de escapar um pouco do tédio, pois quando cego, não se faz quase nada. Já era perseguida pelos outros antes mesmo de ser cega, por ser tão quieta, educada e inteligente.
Sempre fora presa aos livros, já que sua mãe não tivera a mesma sorte que ela. Sim, sua mãe era uma prostituta a única alternativa que parecera-lhe sobrar, após o marido ser morto numa dessas brigas de ruas.
Janine lembrava-se que os dois sempre diziam pra ela que essa seria diferente deles, seria uma advogada, ou uma executiva, ou uma empresária, que seria alguém importante e rica. Seus boletins eram sempre “A”. Nenhum dever de casa não feito, nenhuma falta e por ai ia. Quando ficou cega, assim continuaram as coisas. Teve uma certa dificuldade a se acostumar, mas acabou se acostumando e hoje em dia era uma mulher bem sucedida, e uma empresaria de sucesso.
Bem o motivo de ela estar “xingando” era ter deixado o pão torrar demais. Seu cachorro Ben latiu pra ela avisando. Ele era um ótimo cão! Ajudava-a muito quando Nancy, sua empregada, não estava em casa.
Ela tratava a todos igualmente, dava férias e descanso a todos. Sua mãe sempre comentara com ela como os patrões costumavam a serem maldosos com os funcionários.
Passou os dedos em cima do relógio que sua mãe dera, especial para cegos, percebendo que estava atrasada. Fez carinho em Ben e saiu correndo. Pegou seu sobretudo e um óculos, seus olhos incomodavam algumas pessoas, que os achavam nojentos. Então foi até o ponto de táxi com auxilio de sua bengala para cegos.
- Por favor, rua principal de Londres, avenida Albert Millen, n°239.
O taxista assim fez, não adiantava olhar pela janela a paisagem, afinal só veria algo preto, essa era a vida dela... a vida na escuridão.




- Prof° Dumbledore! – Berrou Severus Snape para o seu chefe, mas mais do que um chefe pra ele, um pai.
- Sim, Severus? – O homem disse olhando por trás daqueles óculos de meia lua.
- Preciso ir ao Beco Diagonal comprar ingredientes para poções, tudo bem? – Ele falou parando em frente a Dumbledore.
- Claro, ainda não estamos em aula não é? Pode sair livremente Severus!
- Obrigado senhor. – Falando isso Snape, correu pra sua sala, pegou uma bolsa de dinheiro e correu para aonde ficavam as carruagens. Iria a Hogsmeade e aparataria de lá.
Enquanto ia, se lembrava que seria o aniversário de sua mãe naquele dia. Ela costumava a preparar bolo de chocolate que por dentro tinha um recheio de caramelo. Depois ela mesma fazia cerveja amanteigada. E os dois comemoravam juntos, e então, depois ele voltava para Hogwarts.
Sua infância não fora tão boa, sua mãe ralava muito para sustenta-lo, seu pai era um bêbado, e batia nele, enquanto não batia em sua mãe, pois a amava. Mas sua mãe se separara de seu pai, pois não agüentava mais aquilo, desde então os dois tiveram de se sustentar sozinhos.
Ele começou a trabalhar num restaurante lavando copos e pratos, pelo menos ganhava um dinheirinho e ajudava a mãe. Depois, sem que sua mãe soubesse ele começara a ajudar alguns homens das minas, pois assim ganharia muito mais, e sem perceber fora prejudicando sua saúde. Mesmo assim ele sempre fora o melhor da classe, tinha uma incrível habilidade de se safar de brigas.
Por causa das minas, ele adoecera por um longo tempo, e isto fora horrível para sua mãe. Ela não pudera ir trabalhar e acabaram quase perdendo a casa, pelo atraso do aluguel.
Por fim, aos 11 anos Severus fora convocado para ir a Hogwarts, mas ai chegou a questão. Como pagariam? Dumbledore os visitou no dia, e explicou tudo, que sue avô era um grande amigo dele, e pagara tudo antecipadamente, pois sabia que o filho dele( pai de severus) era um bêbado irresponsável.
Snape embarcara então para Hogwarts formando-se. Quando tinham se passado alguns anos sua mãe fora morta, e alguém lhe dissera que foram Aurores e foi aí, que ele sentira vontade de se tornar um Comensal e assim o fez.
Depois voltara para o caminho do “bem” por sua mãe, sabia que era isso que ela desejaria. Mas tudo continuou o mesmo desde que sua mãe morrera, ele começara a viver em trevas, seu coração vivia nas trevas. Ele era amargo, na verdade sempre fora com os outros, só com sua querida mãe ele era gentil, e mostrara ser um homem gentil. Sim, e graças à morte de sua mãe, ele também deixara sua aparência piorar, seus cabelos eram agora oleosos e sebosos. A escuridão era aonde ele vivia, era sua morada.
Parou de pensar quando a carruagem parou, ele desembarcou e então ali mesmo aparatou.




Janine chegou enfim a seu trabalho. Assim que chegou sua secretaria a entregou algumas folhas, e ela passando os dedos lera.
- Janine, parabéns! Sua proposta foi aceita! – Sergan, amigo de trabalho dela, dissera abrindo os braços.
- Oh! Sério? Não creio! Que bom! O chefe deve estar querendo me contar não é? Já vou entrando na sala da diretoria então!
- Vai lá garota! Vai, e mostre o que uma cega pode fazer! – Ele que dava socos no ar de felicidades parou ao pensar no que dissera. Janine parou, voltando-se para o amigo e então dando um suspiro continuou a andar.
Ela entrou na sala e foi recebida com aplausos, o que fez ela sentir um calafrio no corpo. Pensou estar suando frio. E com um fio de voz disse:
- Me mandou vir até aqui, sr Mcllen?
- Ah, sim. Gostaria de informa-la que adorei seu projeto, o escolhi, parabéns! – Outra salda de palmas foi direcionada a ela, que sentiu o rosto corar e apenas disse um “obrigada” tímido. – pode começar o projeto quando quiser.
- Obrigado, senhor. Não sabes como isto é importante para mim. Muito obrigada, senhor! – E saiu com passos rápidos.
Ouviu a voz de outro colega e amigo de trabalho, Matt Kinslay esse a rodou e disse:
- Parabéns, chefe! Me diga o que fazer!
- Depois, Matt! Tenho que ajeitar tudo isso e já poderá começar o trabalho. Como estou feliz!
Janine pôs-se a trabalhar, estava tão empolgada! Em seu computador com teclado especial para cegos, e que se algo dava errado o computador falava, ela digitou tudo passo a passo, quando terminou faltava pouco tempo para o almoço. Saiu, e pensou em ir ao Beco Diagonal comer algo. Com a ajuda de Tom, o dono do caldeirão furado entrou no Beco Diagonal, e com um feitiço que a guiava chegou até um restaurante. Sentou-se em uma cadeira que achou que era de uma mesa vazia, não vira o homem lendo um “profeta diário” na sua frente.
Não havia se tocado da presença dele e ele tampouco da sua. Ela pediu ao garçom uma água com gás e abriu o jornal de cegos bruxos. E assim ficaram um tempo, até o homem largar o jornal e pedir algum prato para ele. Olhou para Janine que lia passando os dedos no jornal, e deu um muxoxo:
- Com licença, porque estás sentada aqui?
- Ahn, que? Desculpe-me, mas não entendi. – Janine olhava para todos os lados, mesmo sabendo que era inútil, não veria nada.
- Você se sentou aqui, e eu já estava aqui. Não enxerga não?
- Não, não enxergo, satisfeito? Sou cega sim e daí? O que eu posso fazer? Ah! Aposto que vai dizer! “Olha o olho dela! É tão medonho! Tão feio, tão sem vida!” - Janine bufou e depois de beber um copo d’água se acalmou.
- Não precisava se exaltar! Olhe, pode continuar na mesa, só não faça um escândalo de novo viu? – O homem, ou melhor Snape disse ao perceber que metade do restaurante olhava para os dois.
- Você deve estar falando isso por causa dos cochichos das pessoas a nossa volta, eu sou cega, mas não sou surda.
- Eu diria, que você tem um gênio indomável.- Ele ironizou. – Sou Severus Snape, e você?

(continua..)

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