Capítulo XI
- Harry, você precisa se acalmar! – Rony falou, mas não ousava aproximar-se do moreno. Já estavam de volta ao Largo Grimmauld, e todos se encontravam na sala de reuniões.
- Ela nos traiu! Ela me traiu! – ele disse, visivelmente descontrolado. Um jarro de flores que decorava a mesa explodiu.
- Temos coisas mais importantes para resolver agora – todos olharam abismados para Gina; a ruiva aparentava uma calma inexistente entre os outros membros.
- Eu não sei se você entendeu bem, Gina, mas tínhamos uma traidora entre nós! Quem sabe há quanto tempo estamos sendo enganados? Merlim... A Hermione... – ela olhou penalizada para o amigo, embora estivesse de mãos atadas. Não saberia como ele reagiria se contasse a verdade, Harry poderia estragar os planos de Hermione, se resolvesse tentar resgatá-la.
- Vamos tentar manter a calma, não é o fim do mundo – Gina disse – Dividam-se. Precisamos interrogar nosso prisioneiro, e nossas atividades de espionagem não podem parar. Vão agora, eu cuido dele...
- Você tem certeza? – Rony questionou preocupado, ainda estava bastante abalado, não sabia exatamente como agir.
- Sim – ela afirmou, e aos poucos as pessoas começaram a deixar a sala, restando apenas os dois.
- Eu... Eu... Não consigo acreditar – ele falou, estava de pé e de costas para a ruiva – O que eu fiz de errado?
- Nada, Harry.
- Então por que ela fez isso? – o garoto se virou, e a ruiva pôde ver lágrimas na face dele – Será que tudo foi uma grande mentira? Será que as palavras dela não passavam de uma enganação?
- O que você acha? – Harry a encarou, confuso.
- O que eu acho? Gina, eu vi a marca negra...
- Não perguntei o que você viu ou ouviu, perguntei o que você acha. Harry, você realmente acredita que a Mione te trairia?
- Claro que não, mas...
- Era apenas isso que precisava ouvir – ela sorriu, então caminhou até o moreno, e segurou suas mãos – Eu imagino que está com raiva, confuso, agora, mas não diga coisas das quais um dia possa se arrepender.
- Gina... Você sabe de algo...
- Shh – ela o silenciou tocando levemente os lábios dele – Confie em quem você ama, Harry.
- Gina... – tentou mais uma vez.
- Você a ama? – ele desviou o olhar, e apenas balançou levemente a cabeça – Então, confie nela... – a ruiva sorriu.
- Shh... Calma, eu prefiro não falar agora, há varias coisas que ainda preciso descobrir. Eu só gostaria de te pedir que confie em mim.
- Mas é claro que eu confio em você – ela desviou o olhar – Eu confiaria minha vida a você, meu amor.
- Eu te amo, Harry – ela disse, deixando-o sem fala. Ele continuou acariciando a face dela.
- Também amo você – sussurrou, ainda perto de seus lábios.
- Lembre-se... Confie sempre em mim, Harry – pediu mais uma vez. Harry apenas sorriu, antes de beijar-lhe os lábios novamente.
- Eu confio – ele murmurou, recordando-se do dia anterior. Encarou Gina, sabia que não conseguiria mais informações dela, mas começava a ter noção do que estava realmente acontecendo – Será que ela vai ficar bem?
- Eu também confio na Mione, Harry – o moreno deu um pequeno sorriso, antes de abraçá-la.
- Obrigado, Gina.
***************
Já estava ali há quase uma semana, e quando não estava na presença de Voldemort ou outros comensais, Hermione era obrigada a ficar trancada em seu quarto. O bruxo disponibilizou diversos livros, todos envolvendo magia negra, e embora Hermione preferisse outro tipo de leitura, os lia, por falta de opção. Naquele momento, encontrava-se de pé, próxima à janela. Já era noite e chovia forte, a atenção dela foi desviada para a porta, ao ouvir uma leve batida.
- Senhorita Granger, o mestre a espera para o jantar – o comensal avisou. Havia um vestido vermelho sangue em suas mãos – Ele pede que vista esse traje.
- Alguma comemoração especial?
- O mestre espera alguns convidados – ele disse.
- Entendo. Muito obrigada – ela caminhou até o comensal e tomou o vestido – Estarei pronta em poucos minutos.
- Bata na porta assim que terminar, e eu a levarei até o mestre – Hermione apenas acenou positivamente, antes de ver-se sozinha no aposento.
Caminhou até um imenso espelho que havia no quarto, e colocou o vestido sobre o corpo. Era de fato muito bonito, mas dificilmente ela usaria um vestido assim em outras ocasiões. Suspirou, antes de começar a despir-se para colocar o outro traje. A seda deslizou suavemente por sua pele, e o vestido delineou suas formas. A morena amarrou-o na região do pescoço, havia um decote provocante que deixava a mostra parte de seu colo. Nas costas, havia tiras de brilhantes que se entrelaçavam.
Hermione mirou-se e não pôde evitar um sorriso; jamais esteve tão provocante. Harry veio aos seus pensamentos, e ela imaginou se ele a acharia sensual com aquele vestido. Balançou a cabeça levemente para afastá-lo de sua mente. Levou as mãos aos cabelos e o prendeu num coque despojado, com alguns fios soltos. Enfim, calçou uma das sandálias que havia no guarda-roupa, considerou-se pronta. Após informar ao comensal, ambos caminharam até a sala de jantar.
Uma música instrumental podia ser ouvida vagamente, mas à medida que se aproximavam da sala ficava cada vez mais audível. Quando a porta foi aberta, Hermione empalideceu levemente. Ali não estavam apenas bruxos procurados, mas também pessoas ricas e influentes, as quais ela jamais imaginaria participar do círculo perigoso de Voldemort.
- Ah... Só faltava você, querida – Voldemort sorriu, caminhando até Hermione. Tocou-lhe levemente as costas, provocando um arrepio na espinha da moça.
- Boa noite – ela cumprimentou.
- Venhas comigo – o bruxo a guiou até o centro do salão. Os convidados conversavam entre si, mas ao chegar ao centro, Voldemort chamou a atenção de todos – Boa noite a todos. Agradeço a presença de todos em minha reunião.
- Espere... Esta não é... – disse um homem baixo e robusto que não tirava os olhos de Hermione. Parecia estupefato ao ver a morena ali.
- Exatamente... Esta é Hermione Granger – Voldemort anunciou, arrancando murmúrios dos convidados.
- É impossível! Hermione Granger é amiga de Potter – um outro falou, e este Hermione reconheceu. Era um membro importante do Ministério de Magia. Jamais imaginaria que pudesse estar ao lado de Voldemort.
- Era, meu senhor – a moça disse com um sorriso provocante. Seu coração batia acelerado, mas aprendera divinamente a não demonstrar suas emoções – Harry Potter agora é tão inimigo meu quanto de qualquer um presente neste salão!
- Eu não posso acreditar... Deve ser uma farsa! – alguém falou. Voldemort franziu o cenho.
- Fraude? Por que razão faria isso? – o bruxo questionou.
- Oras... Para conseguir nosso apoio! Nosso dinhei... – sem conseguir completar a frase, o homem foi jogado contra a parede. Seu corpo parecia estar imobilizado por alguma força invisível, que o prendia de braços aberto contra a parede.
- Eu tomaria mais cuidado com as palavras, senhor Charles – Voldemort olhava friamente para o homem; ninguém ousava dizer uma só palavra – Lembre-se quem sou! Posso não estar com todo meu poder como há anos atrás, mas acabo com você facilmente... Desejas que eu te prove isso também?
- Não, claro que não, senhor... – Charles balbuciou – Perdoe a minha insolência.
- Sabia decisão – e no instante seguinte, o homem caiu no chão. Ainda tremendo tentou levantar-se, mas antes que pudesse ficar de pé, arregalou os olhos ao ouvir a maldição.
- Avada Kedavra! – Voldemort disse, e o corpo de Charles caiu imóvel no chão – Sabia decisão... Pena que foi tarde demais... Tirem-no daqui! – ele ordenou e sem demora comensais levaram o corpo do homem – Perdoem-me... Alguém mais deseja questionar a identidade dessa jovem?
Ninguém respondeu. Hermione tinha seu corpo levemente paralisado de medo. Voldemort a atemorizava cada vez mais. A cada dia de convivência percebia o monstro que era. Ele precisava ser destruído o mais rápido possível.
- Como estava tentando dizer, a senhorita Granger é uma de nós agora – o homem sorriu para Hermione, que correspondeu – E ela é a chave de nossa vitória, senhores!
- Como ela irá nos ajudar, mestre – uma mulher alta e elegantemente vestida questionou.
- Ela é a única que sabe a localização da Ordem da Fênix – a moça gelou. Então esse era o plano de Voldemort? Usá-la para chegar à Ordem? – E após um planejado ataque surpresa, logo Potter não mais existirá... Só preciso da ajuda de vocês para fortalecer meu exército!
- E quando isso acontecerá?
- O mais rápido possível... Provavelmente daqui a uma semana! Não tardará a meu reino de trevas ter início! Saberei recompensar todos que me ajudaram.
Um burburinho se iniciou, fazendo Voldemort sorrir. Hermione apenas observava, enquanto tentava assimilar as informações em sua mente. Sabia que se esse plano se concretizasse, não só Harry e os membros da Ordem morreriam, mas ela também. Voldemort certamente a destruiria, afinal ela não era sangue-pura. Precisava descobrir o quanto antes a localização daquele lugar, e avisar à Ordem.
- Venha, querida... – o bruxo a convidou para um passeio entre os convidados. Apesar da tentativa de não demonstrar o ceticismo pela presença de Hermione, quase todos os presentes continuavam a olhar descrentes para a morena. Viu-se sozinha quando um bruxo abordou Voldemort para uma conversa particular.
- Ainda não posso acreditar no que meus olhos me mostram – uma voz atrás de si a fez virar-se.
- Boa noite, senhor White – ela deu um pequeno sorriso. Era o bruxo do Ministério que reconhecera. Peter White era um homem de quase quarenta anos, alto e forte. Alguns fios brancos misturavam-se com seus cabelos negros, deixando-o ainda mais charmoso. Contudo, ao saber do envolvimento dele com Voldemort, perdera toda a beleza para Hermione.
- Seria inconveniente questionar suas razões para abandonar Potter?
- De modo algum, senhor. Percebi, talvez até um pouco tarde, que pouco cresceria ao lado dele... Sou uma grande bruxa, e espero grandes coisas da vida. Meu novo mestre pode me guiar em minhas conquistas!
- Bem ambiciosa... Não sabia que eras assim – ele comentou.
- Há muitas coisas sobre mim que o senhor não sabe.
- Não há necessidade de chamar-me de senhor – Peter falou, tocando levemente a cintura de Hermione – Sabes da minha influência e poder no mundo bruxo, estarei a sua disposição.
- Agradeço a oferta, senh... Perdoe-me... Peter! – ela sorriu sensualmente para o homem. Por dentro sentia-se nervosa, não sabia se seria capaz de seduzir um homem como Peter White.
- Assim é bem melhor – ela pôde sentir os dedos do homem percorrerem a pele que estava a mostra de suas costas.
- Tem certeza? Eu acho que pode ficar ainda melhor – sussurrou de forma provocante perto do ouvido dele, fazendo-o sorrir – Vou pegar uma taça de vinho, deseja algo?
- Uma taça para mim também – ela apenas balançou a cabeça antes de se afastar. Peter a acompanhou com o olhar, além de percorrer todo o corpo de Hermione com o mesmo.
- Aonde vai, querida? – Voldemort questionou ao ver Hermione passar ao seu lado.
- Pegar duas taças de vinho, mestre – ela sorriu enquanto disfarçadamente apontava com a cabeça para Peter – Um dos nossos convidados especiais deseja.
- Trate-o bem, Hermione – ele disse – Peter é muito importante para nossos planos.
- Eu sei, mestre. Não precisa se preocupar – a morena sorriu antes de seguir seu caminho. Um sorriso de satisfação se esboçou nos lábios do bruxo, enquanto voltava para uma conversa com vários bruxos.
Hermione pegou as duas taças de vinho, e voltou para perto de Peter. Após entregar-lhe a taça, caminharam lentamente até um lugar mais vazio do salão.
- Então... O senhor ajudará o mestre? – ela questionou enquanto tomava um gole de vinho.
- Penso que sim – Peter não conseguia tirar os olhos da morena – Agora mais que antes.
- Não se arrependerá.
- Voldemort pediu que me convencesse?
- Também... – Hermione aproximou-se propositadamente – O mestre não é o único que deseja algo de você.
- E o que deseja de mim, Hermione? – questionou visivelmente afetado. Aquilo estava fazendo sorrir por dentro, agora. Jamais imaginou que conseguiria seduzir tão facilmente aquele homem.
- Não pode imaginar? – sussurrou perto do ouvido dele.
- Posso imaginar muitas coisas, querida – ela sorriu maliciosamente.
- Então, talvez eu deseje todas essas coisas...
- Posso ajudá-la a ser uma bruxa grandiosa, tenho influência para isso.
- Ótimo – Hermione tocou-lhe o tórax com uma das mãos. Sentiu-o tenso, e sorriu.
- Posso torná-la rica e conhecida!
- Hum... O que mais?
- Posso torná-la minha – Peter disse, o desejo brilhando em seus olhos.
- Chegamos onde mais queria – a morena depositou um beijo rápido no pescoço do homem.
- Hermione... Não me provoque... Não agora, querida – alertou sorrindo maliciosamente – Posso não conseguir me controlar.
- E quem disse que quero que se controle? – questionou deslizando sua mão pelo tórax firme do homem.
- Menina... – ela sorriu marotamente, então se afastou.
- Eu não queria esperar.
- Talvez não precisemos – sem conseguir mais se controlar, ele a envolveu pela cintura e a trouxe para perto de si. Hermione assustou-se ao sentir o quão excitado ele estava. Seu coração disparou, mas ela manteve-se calma. Já tinha um plano em sua mente, e não desistiria agora.
- Eu concordo – sussurrou para ele – Deixe-me pedir ao mestre um lugar para nós...
- Claro – não queria soltar-se dela, mas viu-se obrigado a deixá-la se afastar. Seria por pouco tempo, entretanto. Ele pensava.
Hermione se afastou, e não demorou a retornar para perto de Peter. Desta vez, Voldemort permitiu-lhe que andasse sozinha pelo castelo. Podia não conhecer todo o lugar, mas sabia retornar ao seu quarto sem um comensal ao seu lado. O bruxo das trevas parecia muito contente ao ver Hermione e Peter deixarem o salão. Com o apoio e dinheiro de Peter, poderia sentir-se vitorioso antecipadamente. A presença de Hermione não só o ajudaria a derrotar Harry, como também o ajudaria a construir seu reinado de trevas. Sorriu para si mesmo, maravilhosa a idéia de torná-la sua comensal.
Os dois caminhavam em silêncio pelos corredores. Hermione o guiava, enquanto sentia a mão dele em suas costas. Torcia para que tudo desse certo, era sua única chance. Pararam em frente ao quarto dela, e sem demora ela abriu a porta. Peter caminhou até o centro do quarto, e esperou Hermione trancar a porta. Ela, então, caminhou lentamente até o homem.
As mãos dele a envolveram e a trouxeram para perto de si. Hermione também o envolveu, mas suas mãos estavam por baixo do terno dele, percorrendo todo o corpo do homem, como se procurasse algo. Sentiu que ele beijava-lhe o pescoço e implorou para encontrar logo a varinha do homem. Não desejava beijá-lo nos lábios. Quando este parou para encará-la, notou um sorriso de satisfação nos lábios dela.
- Vejo que está gostando tanto quanto eu, querida... – ele disse – Mas está apenas começando.
- Tem razão... Nossa noite está apenas começando... – Hermione sorriu maliciosamente, enquanto puxava a varinha de um dos bolsos de Peter. Afastou-se e apontou o objeto para o homem.
- Mas o que...
- Shh... Como eu disse... Nossa noite está apenas começando! – ela sorriu ainda mais da cara de espanto dele.
N/A: Bom... Eu sei que havia dito que esse seria o último cap, mas... As idéias foram vindo e esse cap começou a ficar grande, e não deu para colocar a batalha final e a resolução da história!! xD Acredito que o proximo sim, será o ultimo e eu finalizarei a fic, oks?! Perdoem-me pela demora, mas como venho dizendo minhas aulas da universidade começaram e resta-me pouco tempo para escrever. Talvez demore um pouquinho a sair o próximo cap, mas ele virá sim, oks?! =D Espero que tenham gostado (eu adorei escrever esse cap, principalmente a parte da Mione seduzindo o homem, eheuiheuiheuiheuieh!!). Perdoem-me caso não esteja legal!! Agradeço a todos que leram, comentaram e votaram!! Um grande bju a todos!! Pink_Potter : )
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