Remo J. Lupin
Todos olham para os lados, procurando de onde vinha o som. Os centauros tornaram a erguer os arcos, os olhos muito atentos. De repente nada menos do que uma grande motocicleta cai diante deles. Ela era montada por um homem de aparência levemente fraca, mas de um coração extremamente bondoso.
_Remo! - dizem Harry, Gina e Rony se aproximando e o abraçando. Firenze faz um gesto para os centauros abaixarem a guarda. Eles abaixam os arcos, desconformados. Eles se viram e adentram a floresta, desaparecendo de vista.
_Harry, Rony, Gina, pelo amor de Deus, vocês estão bem? - perguntou Lupin, com um tom de voz muito preocupado. - Eu vi dragões voarem sobre o lago, peguei um telescópio velho, vi que as presas que os primeiros levavam eram vocês! Dei um salto e quase caí da janela, então corri desesperadamente pelo castelo, pensando em ir às garagens pegar uma vassoura, mas aí passei diante da porta do porão onde esta estava guardada... - ele olha significantemente para os três. - Vocês estão realmente bem? O que houve? Meu Deus, como - dragões?
_Remo, leve a gente até o castelo, queremos ter notícias...
_Tudo bem, montem! - os três sobem, com espaço de sobra na enorme motocicleta, se seguram, e Lupin acelera, fazendo-a dar um salto de uns dez metros no ar, e voando ligeiramente rápidos em direção ao cartelo.
Harry se lembrou de uma conversa que ouvira, anos atrás a respeito de uma moto voadora. Hagrid, que assim como todos na época, pensava que Sirius era um assassino, dissera enquanto Harry ouvia por baixo de uma mesa de bar "Tirei o garoto das ruínas, coitadinho, com um grande corte na testa, e os pais mortos... e Sirius Black aparece, naquela moto voadora que ele costumava usar. Nunca me ocorreu o que ele estava fazendo ali."... Será que essa era a moto de seu padrinho, Black? Sobrevoaram a floresta, Harry viu a distância em que os Dragões o levaram, e ao se aproximarem do castelo, Lupin diminui bastante a velocidade. Passam com tristeza sobre as ruínas da cabana de Hagrid, depois passam pelo campo de Quadribol, na altura das balizas, e diminuem a altura rapidamente logo que passam o Salgueiro. Pousam em frente ao castelo. Godric estava rindo animado. Com certeza fazia um bom tempo que não via o castelo. Os quatro descem, sobem os degraus da porta do Sagüão de Entrada, Lupin levando a motocicleta, em alto contraste com o Salão, tão clássico. Notando a curiosidade de Harry em relação à moto, Lupin diz enquanto entravam em um corredor ao lado da escadaria de mármore. - Esteve guardada por muito tempo, muito tempo, em um porão no castelo... O motor deu um salto quando eu o liguei.
_Lupin, é... - começa Harry.
_É. A moto de Black. - disse Lupin, alisando-a. - Quando Hagrid foi buscar você nos escombros da casa de seus pais, logo após o ataque de Voldemort, ele encontrou Sirius, e Sirius lhe emprestou ela... - deu um longo e triste suspiro. Harry olha a moto com o olhar desfocado, sentindo água saltar de leve dos olhos. Ele olhou para Gina e Rony, que se mostravam muito comovidos realmente. Harry ainda não se consolara da morte de seu padrinho. Eles passaram pelo quadro de um velho de barbas ralas, onde Harry sabia ser a entrada para o Salão Comunal da Lufa-lufa, e viram à direita em um corredor escuro. Assim que os três jovens ergueram as varinhas para executar o Feitiço de Luz, Lupin ergue a sua e diz. - Flacolumino! - as tochas nas paredes se acenderam rapidamente, impressionando os garotos, que tornaram a guardar as varinhas. Lupin parou em uma porta velha - Allorromora! - a porta se abriu, e ele levou a moto para dentro da salinha escura.
Harry, assim como com certeza Gina e Rony, se emocionara voltar ao castelo. Os quatro subiram pelos corredores e escadas tão conhecidos, até a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Quando voltou-lhe o ânimo para falar, Harry perguntou a Lupin:
_O que decidiram a respeito de Hogwarts?
Lupin se senta desanimado em um sofá, já na sua sala, com um gesto indica o sofá de frente aos três. Gina, Harry e Rony se acomodam. Todos ficam quietos, e Harry tem por um segundo a impressão de que Remo não ouvira a pergunta. Então Lupin fala:
_A gente discutiu seriamente o caso - disse baixinho. - Parece que Hogwarts não lecionará este ano.
Os três ficam muito tristes com a notícia. Mas após o assassinato da professsora McGonagall, talvez assim fosse melhor. Eles ficaram quietos mais um tempo até que Rony pergunta:
_E o caso de Grayback?
Lupin o olha e diz:
_Grayback foi assassinado por Voldemort e seus comensais, uma semana após o ataque a Hogwarts... por causa de sua arrogância.
_Isso é bom!... não é?
_De certo modo sim, uma alma ruim a menos no mundo... mas Grayback era quem me mantinha no grupo de lobisomens, os outros me odeiam. E após sua morte... tive que fugir. Agora não tenho mais como investigar de dentro do grupo.
_Ao menos você não corre mais tanto perigo! - diz Rony.
Um silêncio curto se segue, e Gina pergunta:
_Onde está Hagrid?
Lupin responde:
_Esteve acomodado no castelo. Muito, muito desanimado. Não sai do quarto para nada... Perguntamos se ele queria que consertássemos a cabana com magia. Ele disse que não teria ânimo para voltar para lá, não teria ânimo para voltar a viver. No dia seguinte ao... funeral de... Dumbledore... ele foi para o castelo...
_Nós não o vimos na estação.
_Ele não teve forças. Ficou dentro do quarto... E quando, no dia seguinte, chegou a notícia do que acontecera com McGonagall, ele ameaçara se arremessar pela janela. Sorte que não tinha tamanho suficiente. E não comeu durante três dias... - Lupin parou para conter lágrimas.
"Não encontraram o corpo dela... - fungou. - EU DEVIA TER IDO NO TREM! - bateu no braço do sofá com o punho fechado.
Gina chorava silenciosamente, no ombro de Harry, com os olhos fechados. Harry como Rony, estava de cabeça baixa, com o olhar desfocado de tudo, perdido na tristeza da morte. Passaram muitos minutos quietos assim. Lupin suspira pesadamente, levanta a cabeça desanimado e pergunta finalmente à Harry o motivo de estarem na floresta. Remo já sabia das Horcruxes, e Harry lhe conta sobre sua busca, sobre como chegaram até os dragões, e como foram levados até os centauros.
_...E destruímos a Horcruxe - finaliza ele.
_Isso é bom! - exclama Lupin. - Faltam então... somente três Horcruxes!
_Será que Voldemort não fará, ou está fazendo, mais Horcruxes?
_A Ordem está investigando, Harry. Não houve até agora qualquer indício de que Voldemort tenha feito mais delas. Mas ele está ciente de que duas foram destruídas, o Anel por Dumbledore, e o Medalhão ele não encontrou no Lago. Está ciente também de que Dumbledore sab-bia da existência das Horcruxes. Por isso ele mandou seus Comensais para assassiná-lo com tanta pressa. Se Voldemort está mesmo produzindo mais Horcruxes, está o fazendo muito bem escondido.
_Três Horcruxes... - volta Harry a pensar. - Uma quando tentou me matar, a quase desesseis anos... - ele pára de repente. - Lupin, Voldemort não me matara por causa do amor que minha mãe sentia por mim, foi o que Dumbledore me dissera... eu era muito novo e Dumbledore me poupara de muitos detalhes...
_É verdade, Harry, sua mãe executara o Feitiço da Proteção Materna - diz Lupin. Harry não sabia desse detalhe. Lupin continua. - Sim, um feitiço que - primeiramente só pode executar por uma mãe que ame muito, muito, seu filho - e que consiste em protegê-lo de quem lhe quiser mal. O feitiço fez efeito quando Voldemort levantara a varinha.
Segue-se um silêncio e de repente Harry pergunta:
_Mas... Quando ele levanta a varinha? Ele não executou o Avada Kedavra? - Lupin de surpreende ligeiramente com a pergunta.
_Sim, Harry. Na verdade não temos prova alguma de que ele tentou executar o Avada Kedavra. Na verdade não há prova alguma de que ele tivera a intenção de executar o Avada Kedavra...
_C-como assim? - pergunta Harry, estupefato.
_Harry, querido, por que você acha que ele queria lhe matar? - pergunta Remo, mas não em um tom de desafio, mas como se quisesse saber a opinião de Harry.
_Ora, por... por causa da profecia... o menino que teria o poder de matá-lo e tudo mais... "só um continuará vivo", e Voldemort queria que fosse ele!
_Harry, quanto a profecia... Dumbledore não lhe ensinara nada?
_Dumbledore disse-me que eram minhas escolhas que... faziam a profecia se realizar... era pelo meu desejo de vingança que "só um viverá enquanto o outro viver"...
_Voldemort é um grande tolo, Harry - disse Lupin. - Mais do que você imagina.
_Com certeza, amigo! - diz Gryffindor.
_Mas... - Harry estranha, porém batem à porta.
_Entre - diz Lupin. A porta se abre e o professor Flitwick adentra a sala.
_Olá Lupin! - diz ele fechando a porta. Somente quando se vira é que vê os três jovens.
_Sr. Potter! Sr e srta Weasley! - diz esganiçado. - Que prazer em vê-los! - ele não parecia muito feliz. Mas com certeza estava abalado por causa dos assassinatos. - Lupin, Hagrid não está aqui?
_Não senhor, ele estava em seu quarto quando o vi pela última vez - respomde Lupin, com um repentino tom de preocupação.
_Mas... ele não está lá!...
Lupin se levanta com muita pressa e sai correndo da sala, seguido de perto por Flitwick. Rony, Harry e Gina se levanta e correm também. Hagrid? O que estaria ele fazendo? Harry se lembrou da tentativa de suicídio que Lupin narrara. O coração de Harry se aperta dolorosamente, e Rony e Gina o encaram com uma expressão muito preocupada e angustiada. Eles chegam a um pequeno quarto, no segundo andar, Lupin abre a porta e confirma a falta de Rúbeo. Ele corre rapidamente até a entrada mais próxima para a escada de uma torre. Os cinco sobem bufando exaustos as escadas e chegam ao topo da torre, desesperados - onde o sol já estava a tempo de se por do outro lado das propriedades do castelo - em tempo de ver as enorme costas de Hagrid se jogando do parapeito e desaparecendo de vista. Todos gritam desesperados. Godric ficara pasmo, Lupin falha e o professor Flitwick fica perplexo. Harry desaba de joelhos e Gina desata a chorar alto e descontroladamente, enquanto Rony parecia não saber o que fazer.
Perderam Hagrid.
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