terceiro.
#Contos de Fadas - um conto de Nah Black.
- Não quero brigar com você, Gina. - Hermione disse, discutindo pela milésima vez com a ruiva, que teimava em encarar algum ponto fixo que não os olhos da amiga - por favor, acredite! Ele está diferente!
- Não, Hermione. Eu sabia que você estava revoltada contra os garotos e tudo mas foi longe demais! - Gina exclamou - eu achei que você nem ao menos olhava para a cara daquele marginal... - murmurou, e a última parte saiu com um sussurro - e você o beijou.
- Gina, entenda, ele mudou! Mudou muito, muito mesmo! - insistiu, sentindo-se estranha.
- Eu não vou discutir com você, Hermione. - ela murmurou baixo, a voz fria - você não vai mudar de opinião, eu sei disto. Só quero confirmar se está fazendo a coisa certa. - ela finalmente virou-se para olhá-la, e segurou suas mãos.
Hermione a olhou com carinho, e deu um sorriso curto.
- Eu nunca estive tão certa, Gin. - ela disse e depois abraçou-a.
- Mione... - ela começou, hesitante - Harry nos disse que... que gosta de você.
Hermione sentiu uma onda de calor quente dentro de si. Bem diferente do que havia sentido quando soubera da aposta. Felicidade? Por saber aquilo de Harry? Não. Talvez prazer. Por saber que ele gostava dela e não podia tê-la de jeito nenhum agora. O seu sorriso se perdeu no rosto.
- Draco também me disse. - ela murmurou, abrindo um pequeno sorriso - se formos pensar bem, Harry não merece.
- E aquele Malfoy merece? - ela perguntou, erguendo as sobrancelhas, como se a resposta fosse óbvia.
Refletiu por um instante. Aquele Malfoy realmente parecia outra pessoa. Não que deixasse de lançar aqueles olhares frios e risadas falsas para as pessoas às vezes. Mas Mione sentia que com ela era diferente. E sabia também que não estava iludida. Fora ele quem havia ido atrás dela.
Acenou positivamente com a cabeça, meio zonza.
- Só será difícil convencer Ron disto, ele morre de ciúmes de você. - Gina falou, sorrindo.
Hermione riu.
- Ah, qual é! Ron vai superar. - ela exclamou, entre os risos.
- Talvez, com um feitiço imperdoável ou dois.
E elas gargalharam.
- Ah, não, Hermione! Você poderia namorar um ogro, mas o Malfoy? Ele é asqueroso, sinceramente... Não. - Ron exclamou as orelhas muito vermelhas.
O fato de Hermione já saber de sua resposta a fez sorrir. Um ogro. Podia comparar Harry a um ogro? Talvez nos sentimentos, ao apostá-la. Não agora que ele dizia gostar dela. E não pela aparência física, sinceramente não.
- Rony, ele mudou muito, e ele gosta de mim. - ela disse em voz baixa, ao contrário dele.
- É claro que gosta. - disse Ron sarcástico, se desvencilhando das mãos de Hermione - eu não acreditei quando Harry falou, sabe, mas agora vejo que pirou completamente.
- Eu estou lhe informando que estou com ele agora, porque você é meu amigo, e não lhe pedindo permissão. - ela disse, firme.
- Ótimo. Por que não namora com Voldemort? Talvez ele te agrade também - ele falou, sarcástico, olhando para os lados de soslaio.
- Não precisa ser tão estúpido, também! - ela exclamou alto, atraindo a atenção de alguns segundanistas tímidos do outro lado do salão comunal.
- Estúpido?! Talvez sim, agora você é a namoradinha do Malfoy, não é?
- Eu não deixei de ser sua amiga, Rony! Tanto que eu estou aqui, te contando o que está acontecendo, não estou?
- Mi... tudo bem, olha, quer namorar, namora. Eu não concordo, mas infelizmente meus poderes de persuasão não são exatamente aguçados.
- Você é um pentelho - Hermione riu, passando um braço pelo ombro de Ron para puxá-lo em um abraço.
- Olha, por favor - ele pediu, sincero, depois de fazer cócegas nela - por favor, não mude por causa desse cara. Não se envolva com os sonserinos, pelo amor de Deus.
- Ron, eu não vou mudar nada. Só vou namorar um deles, isso não significa exatamente... muita coisa. - ela refletiu, de repente - mas quer saber? Harry é quem está diferente.
- Não, Hermione, Harry está como sempre foi. - ele respondeu, encontrando seus olhos com firmeza - ele ainda é o garoto que conhecemos há seis anos, mas agora ele tem 17 anos, e não 11.
Hermione sentiu uma nostalgia, de repente. Como se afastaria tão drasticamente de Harry?
- Por favor... me ajude a esquecê-lo... - ela pediu com sinceridade, sentindo os olhos se umedecerem.
Ron a soltou, meio devagar. Olhou para ela hesitante. Não podia fazer isso.
- Não me peça isto, Mione. - ele murmurou baixo.
- Por favor, Ron...
- Não, Hermione, me peça o que quiser. Menos isso.
- Mas eu quero isto...
- Não!
- Não o quê? - a voz de Harry feriu seus ouvidos. Ele entrava no salão comunal com os cabelos negros bagunçados no alto da cabeça e ajeitando os óculos.
Ron abriu a boca várias vezes, olhando de um para o outro, mas não disse nada. Hermione, porém, lançou um olhar frio ao moreno e falou:
- Nada que lhe interesse, Potter.
- Se não interessasse, realmente, eu não estaria perguntando. - ele respondeu, sem se deixar intimidar.
Hermione o fitou em desafio, os olhos levemente cerrados. Olhou para o chão e depois decidiu, sem saber se estava fazendo o certo.
- Já que quer tanto saber, estou namorando com Draco Malfoy.
Harry pareceu prender a respiração, e soltou-a devagar, com um vinco de raciocínio na testa. Suas bochechas coraram, e ele ficou agitado de repente.
- Você não pode estar falando sério. - murmurou, olhando-a.
- Mais sério do que você possa imaginar. - ela falou. Sentiu uma emoção de repente, pela reação dele. Poderia esperar tudo, menos aquela raiva e tristeza insuportáveis - Boa noite - disse por último, antes de levantar-se e correr para o dormitório.
O fato de Hermione Granger estar namorando Draco Malfoy criou muito falatório pela escola. Não havia um sonserino que não a olhasse torto, meio preocupado às vezes, meio raivoso, e uma garota que quase corresse até ela e agradecesse por sair dos calcanhares de Ron e Harry, finalmente. E garotas como Parvati e Alicia simplesmente começaram a ignorá-la.
Era maio, as flores brotavam, coloridas e brilhantes. e a grama estava muito verde. Um domingo; os estudantes andavam sonsamente pela grama, a fim de encontrar algum lugar em que poderia se entar e relaxar, sem ser interrompidos por qualquer assunto que lhes lembrasse que amanhã seria um dia incrívelmente cheio de tarefas e aulas.
Draco acariciou entre os dedos de Hermione, e conjurou uma grande flor vermelha com rapidez, fazendo-a saltar pelo susto, e riram em seguida. Mione pegou a flor e colocou atrás da orelha. O loiro beijou-a docemente e foi sentar-se atrás dela para abraçá-la, e a garota deitou em seu peito.
- O que seus amiguinhos falaram sobre nós? - ele perguntou, meio irônico.
Hermione franziu a testa, meio pensativa. Fazia um mês que estava namorando com Draco. Ela não falava com Harry, sequer bom-dia'noite. Ron e Gina eram seu refúgio quando ela passava mal o bastante depois de uma troca de olhares frios com o garoto que sobreviveu.
- Disseram que tudo bem. - ela falou, pensando apenas em Ron e Gina.
- Hum...
Draco abriu-lhe um enorme sorriso com todos os dentes brancos e brilhantes. Hermione sorriu. Estava finalmente se sentindo bem em Hogwarts, ao lado do namorado, que era mais carinhoso do que ela poderia imaginar que fosse. Agora tinha certeza que um sentimento forte e firme tinha brotado dentro de si com tal imensidão, uma certeza enorme de que amava a pessoa à sua frente.
- Eu te amo, sabia? - ela perguntou, virando o corpo para aproximar seus rostos. E roçou os lábios nos dele.
- Sabia. - ele falou, cedendo à um beijo caloroso.
A alguns metros dali, Harry Potter bufou, desalinhando os cabelos na cabeça com impaciência.
- Como eles podem se beijar tanto? - deixou-se perguntar a Ron.
- Eles se gostam, cara, já deixaram bem claro. - Ron disse, sem desviar os olhos de um pesado livro - você sabia que uma hora ou outra ela ia ter que encontrar alguém para ela, como também vai acontecer com a gente. - ele informou, despejando tudo o que tinha concluído ao pensar sobre o namoro dos dois.
- Mas esse alguém tinha que ser Draco Malfoy? - o moreno tornou a perguntar, indignado.
- Essa é uma briga perdida. - o ruivo deu de ombros, e ergueu os olhos para a irmã que olhava de esguela para dois garotos corvinais que passavam perto deles - algum problema, Gin?
- Poxa, Ron! Não posso nem olhar mais! - ela brigou, corando fortemente.
Rony e Harry gargalharam, e a garota se afastou, ofendida, em direção de Luna Lovegood. A última lhe sorriu imensamente e mostrou alguma coisa dentro de uma caixa de sapatos, para o que Gin fez uma careta de nojo e correu para o castelo.
- Você acha que eles vão dar certo? - Harry quis saber a opinião do ruivo, depois de uns momentos de silêncio fitando o casal a poucos metros deles - quer dizer, eles parecem estar bem.
- Também acho. - murmurou Ron, olhando para o casal, que estava deitado na grama; Hermione tinha uma flor vermelha na orelha e Draco conversava muito próximo à ela, os narizes quase se tocando.
Harry estreitou os olhos um pouco quando Mione e Draco se beijaram longamente. Ouviu alguns suspiros atrás de si. Bufou, indignado.
- Cara, que merda. Pára de olhar pra eles. - exclamou Ron, dando um soco de brincadeira em seu braço.
Harry novamente bagunçou os cabelos negros, mas seus olhos não se desviaram. Olhou Hermione, sorrindo de um jeito doce para Draco, e sentiu falta dos sorrisos que ela dirigia à ele, sentiu falta dos puxões de orelha, das brigas por motivos idiotas e das piadinhas que ela fazia sobre as garotas com quem ele saía. Sentiu muita falta. Ele a queria de volta. Mas isso com certeza não aconteceria. Pelo menos não tão cedo.
n.a: 08/05 reewritted.
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