Confissões da Fragil Petunia
Capitulo Segundo
Confissões da frágil Petúnia.
Harry viu todos os carros se esvairem pela rua dos Alfeneiros. Ficou algum tempo na calçada olhando o sol se mover lentamente pelo firmamento.
Ele entrou com pesar pela porta de madeira de lei que dava entrada ao fino corredor da parte debaixo da casa...
Então começou a pensar...
Ele não poderia ficar ali, o resto do verão não poderia ficar ali..
Seu primo agora estava drogado e acompanhado de seus "amiguinhos".
Harry então foi ao ármario no qual tinha dormido aquela noite....pegou seu malão e Edwiges, e voltou a porta da casa.
-Então Duda, adeus, espero que melhore. - falou com sinceridade.
Sua mão girou novamente a maçaneta e ele foi ofuscado pelo sol...
-E agora o que eu vou fazer... - perguntou a si mesmo.
Foi quando se sentou no malão e remexeu os bolsos...
A carta do ministério....
Ele sacou a varinha, e com um feitiço não-verbal, do qual pegara um pouco mais de prática...abriu o envelope...
Um papel amarelo e grosso se revelara...e uma letra garranchuda também.
Um grito veio das janelas do n° 4, era provavelmente Duda acordando.
Harry ao ver a cortina se abrindo, rapidamente pegou seu malão e desceu a rua, claro, ele queria dar uma surra em Duda, mas não com magia, não...tudo que ele fizera para sua tia, que a partir daquele momento ele começara a sentir pena...ela fora quase torturada pelos seus parentes, pelo seu marido e filho, eles fizeram provavelmente a vida dela um inferno...
Harry então chegou em um cruzamento, se ajoelhou contra um muro na esquina dos Alfeneiros.
E voltou a carta.
"Querido Harry.
Desculpe a expressão acima, mas acho que formalidades entre nós não serão mais necessárias, eu Rufus Scrimgeous estou lhe fazendo aquele mesmo convite, do qual deve se lembrar, caso não se lembre do mesmo, eu lhe lembro...eu pedi a você que viesse ao ministério se juntar a nós, para fazer com que o povo, com que o nosso povo bruxo fique mais confiante e seguro...
Ainda lendo Harry deu um risinho de desdém...
...e você sabe que é muito necessário Harry, então eu lhe faço novamente este convite, ainda afirmando que talvez a sua escola não se abra este ano pelos incidentes ocorridos no ano letivo que se passara, na qual Alvo Dumbledore foi vítima de comensais, e foi jogado da torre de sua escola, eu sei que não é correto lhe lembrar isso, mas achei necessário para você ver como o mundo mágico está frágil Harry, afirmo ainda que consegui uma vaga ótima para você como auror aqui, como estagiários, sei que seus NIEM'S são ótimos, por isso não tenho medo em te trazer ao nosso universo de responsabilidades.
Um abraço, e até logo.
Rufus Scrimgeous, Ministro da Magia."
Harry enfiou a carta no malão...
Lágrimas rolaram pelo seu rosto corado...ele não poderia ter se lembrado...de Dumbledore...
Sua mão enxugou o rosto....e ele voltou a olhar o passar dos carros...
-Ele...ele acha que pode me persuadir por causa do que aconteceu...pela morte...de...de... - ele não conseguia, e não sabia como falar isso, a única coisa que podia falar sobre todo o ocorrido, era que Snape agora para ele era um baixo traidor.
Harry então pegou sua carta sobre aparatação.
A deslacrou...
"Senhor Harry Potter.
Rua dos Alfeneiros n° 4, segundo menor quarto da casa.
Senhor Harry James Potter, o Ministério da Magia o convida a fazer seu teste de aparatação, sabemos que tivera sua preparação, e esperamos que esteja pronto para o nosso teste, que se for concluido com sucesso lhe dará a permissão de aparatar em locais livres, e públicos, de preferência longe da vista de qualquer trouxa, o teste será compreendido no Ministério da Magia, em Londres, se não sabe onde o mesmo fica...por favor consulte o nosso semanário.
Desde já.
Obrigado.
Ministério da Magia"
-Eles querem fazer tudo para que eu volte aquele ministério... - bocejou...
Então foi aí que ele teve um flash back, de sua tia sendo levada ao hospital...
Harry remexeu novamente nos bolsos, o endereço do hospital...
-Rua Homeflow, centro de Londres. - falou para si mesmo.
Harry repousou o cartão do Hospital no bolso...
-Eu não tenho idéia de como se chega lá. - falou com pesar.
A única opção...era aparatar...mas não, ele nunca visitara o lugar, nunca tinha visto...e o pior ele ainda não tinha a autorização do ministério, isso nunca daria certo, nunca...
Como...
-O único jeito é tentar. - disse por fim.... - OS TRÊS D's! - rugiu...
Segurou forte no malão...
E disse para si mesmo " Destino, Determinação e Deliberação"...
Então pensou no centro da cidade em que morava...
Seu corpo girou...
Ele se sentiu entrar em um cubo 4 vezes menos que ele...
E depois girar e girar e girar..
Cores...
Então sentiu sendo jogado...e jogado...e jogado...
E amassado...
Seus pés se chocaram cambaleantes, contra o chão de um beco londrino...
Ele olhou em volta e abriu um sorriso...
-Eu acho que...consegui. - falou soltando um suspiro.
Ele então avançou contra a luz que vinha das ruas de sua cidade...várias pessoas andavam calmamente, sempre consultando o relógio, um grande relógio era visto em uma torre...um nome não lhe via a cabeça...
Mas não era isso que tinha que pensar, e sim no hospital em que sua tia estava.
Então começou a andar pelas calçadas, atravessa ruas, tentando achar a Homeflow...
Não conseguia...
As nuvens repousavam atrás de alguns grandes prédios, o sol iluminava com pesar todas aquelas pessoas, uma visão quase que maravilhosa, o centro de Londres é sempre agitado, nada mais compreensível para uma cidade com grande economia e pontualidade, Harry por poucas vezes andara por ela, sozinho, ele era um menino muito proibido das coisas na infância, as poucas vezes que andara, era quando ia ajeitar os óculos, que fazia de anos em anos, e seus tios odiavam o fazer. Ele uma vez fora em um zoológico, com seus tios e seu primo, e mais um amigo, mas não fora a coisa mais alegre, porém fora ali que descobrira um de seus primeiros dons em magia...
Foi quando se viu a pensar...
Todos passavam por ele, quase esbarrando..
Ele olhou em volta...
Tinha de pedir ajudar, afinal não conhecia magia para localização.
Então abordou uma senhora, que parecia muito apressada, ela se assustou primeiramente com Harry, mas era para ela, uma senhora idosa, nada mais nada menos que apenas um garoto.
-Sim meu jovem? - questionou ela repousando a mão sobre o ombro de Harry, o mesmo corou, mas tinha que ir rápido para o hospital...
-Eu preciso de ajuda, tenho de ir para o hospital central de Londres, quero que me informe onde fica a rua Homeflow?
Harry olhou para aquela senhora, ela sorria, então alguns minutos de silêncio...
-AH! Claro a rua Homeflow, daquele hospital, siga por aqui, e vire a direita, siga mais um pouco você vai encontrar aquele lugar. - falou ela caminhando em frente.
-Obrigado! - exclamou Harry se virando para o caminho que ela apontara.
-AH! Nada meu jovem, eu estou cansada de dizer aquele caminho, já fui lá tantas vezes. - Harry não respondeu a isso, apenas teve pena, continuou..
Em poucos minutos o hospital fazia sombra sobre seu rosto...
-Agora vamos. - falou para si mesmo se adentrando ao portal de vidro daquele grande hospital.
Ele nunca estivera em um hospital trouxa, seus tios nunca quiseram leva-lo, sempre o faziam pensar invés de curar seus machucados, arranjados por Duda, frases como "Agora fique chorando aí dentro, e pense no que fez para Duda" eram muito comuns para Harry, mas seus tios pagaram o preço...decididamente, agora sua casa estava cheia de pessoas que eles não conheciam, e que eram muito mais velhas que seu filhinho, e que el se envolvera...
Então ele se encaminhou para a recepção.
-Olá? - disse ele para a mulher, que o atendeu simpaticamente. - Eu sou o sobrinho de Petúnia Dursley, ela está aqui, teve algumas complicações.
A recepcionista o observou por alguns segundos, suas vestes amaçadas, as mesmas que chegara em casa...que viajara o expresso de Hogwarts.
-Hmmm, preencha isso por favor, e depois pode se encaminhar para o quarto 902, no terceiro andar. - disse ela.
Harry pegou o formulário e iniciou o preencimento do mesmo...
A cada coisa que escrevia com aquela caneta mordida, ele tinha vontade de usar magia, queria pular aquela parte, queria ver a tia, como ela estaria...ele invés de raiva passara a ter, pena...compaixão, um sentimento pela mesma.
-Obrigado. - disse ele entregando a mulher o formulário e se encaminhando para o quarto que ela indicara...
Sua mão abaixou a maçaneta, a porta abrindo-se revelou sua tia, sentada na cama....assistindo alguma coisa na televisão acima dela.
Quando ela percebeu o movimento da porta, olhou para Harry, que um pouco antes disso conjurara flores...
Harry pensou que seria recebido por pedras, por ter se revelado melhor que DUDOCA, mas não, um sorriso se abriu na face de sua tia.
-Harry... - disse ela.
Harry deu um sorriso e corou...
-Olá. - falou ele olhando a tia.
-Por que veio me visitar? - perguntou ela o encarando com aquele sorriso, que agora se revelara meio que forçado.
-Bem..eu queria saber se tinha ficado bem.
-Pois fique sabendo que estou ótima. - falou arrogantemente....
Harry se assustou.
-Mas eu pensei que depois de tudo que aconteceu...lá na casa...
-Pensou errado..
Harry repousou as flores na mesa de cabeçeira, não deveria ter ido ali, para ser esculachado daquela forma...
-Desculpe...eu pensei que precisasse de apoio.
A cara de Petúnia agora era inexpressiva, ilegível...
Harry se encaminhou para a porta, a abriu...e passou por ela.
-Não...espere, preciso de você... - disse ela...
Harry se virou para trás...
-O que? - perguntou ele..
-Tenho de falar algumas coisas Harry, se sente aqui...
Harry então foi andando cabisbaixo a cadeira ao lado da cama de sua tia...
-Agora apenas escute.
Harry assentiu com a cabeça.
-Harry, quero que saiba que eu nunca quis seu mal, nunca lhe odiei ou coisa assim, apenas queria dar preferência ao seu primo...
-Eh! Mas isso me fez mal... - exclamou Harry a cortando...
Ela suspirou, e engoliu suas lágrimas, estendeu a mão e pediu que parasse...
-Agora me deixe falar...
Mais uma vez Harry se calou...
-Eu quero que saiba que essa nunca foi minha intenção, e agora eu percebi como foi errado mimar meu filho...eu percebi que tudo que fazemos de errado vem em dobro, acho que a única coisa que não fiz de errado na minha vida, foi te aceitar para morar conosco, acho que foi uma das úncias coisas corretas que fiz, eu fiz um ser humano digno como você nascer, eu fiz grandes coisas erradas, e em compensação, uma grande coisa certa, desculpe por concordar com Válter em seus castigos, eu sempre ficava pesada depois Harry, minha conciência ficava, mas ele é meu marido, você viu, hoje o enfrentei, e agora onde vim parar.... - ela engoliu mais uma vez lágrimas...
Harry jorrava lágrimas, não deveria, mas sim, ele não poderia......
-Harry, quero que me perdoe... - disse ela, o encarando no fundo dos olhos...
Harry se aproximou da tia....
E a beijou na testa...
-Sim, apenas quero que me prometa, que vai ficar longe de meu tio...
Petúnia se assustou...
-Mas eu não vou ter como, ele é meu marido...
Harry olhou então nos olhos da tia, que agora borbulhavam...
-Então ponha rédeas em Duda, trate ele como um filho não como um bibelot, por favor...eu voltarei a ver você, para me assegurar que está bem...
Petúnia moveu a cabeça positivamente, agora jorrando lágrimas, seus lábios tremiam, ela soluçava..
-Espero que seja de alegria este choro...muito obrigado por ter me criado, não com todos os luxos e obrigações, mas com saúde, e coragem. - a última lagrima rolou pelo rosto corado de Harry, ele a enxugou, então...
Se encaminou para a porta, deu um última olhada no rosto vermelho e soluçante da tia...
-Muito obrigado...
A porta se fechou.
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