As Burradas de Dudoca



Capitulo Primeiro
Burradas de Dudoca


A rua dos Alfeneiros, foi ali onde tudo começara para o menino que sobreviveu, fora deixado ali para viver com seus tios, para que eles zelassem por ele, mas infelizemente não foi isso o que aconteceu até certa parte de sua vida, aquela rua foi lar dos piores momentos de seus anos, ficar ali era nostálgico, não tinha nada, para ele a verdadeira casa da qual merecia morar era em Hogwarts, a escola em que realmente vivera aventuras...mas mesmo assim, lá ele também vivera infelicidades e infortúnios.
Um carro entrou pela única rua que dava acesso aos Alfeneiros.
O farol focou uma casa, a número 4.
Ao estacionar em frente a casa, bonita de tijolos a mostra, dentro do carro, poderia ser visto um homem másculo e gigante, quase gigante.
Sua mão encobertou a maçaneta, abrindo a porta do carro, e jogando seu corpo de elefante para fora, ele remexia nos bigodes nervosamente.
Então foi em direção a porta, a pessoa que não era visível naquele carro, estava no banco de trás, suas mãos longas fruto de seus quase 17 anos abriram a porta, o mesmo saiu do carro carregando um malão e uma gaiola, que trazia dentro de si uma linda coruja de penas albinas, após ter tirado tudo que era seu do carro dos tios, ele bateu a porta na lataria do carro.
Seu rosto não era o dos melhores, não passava um ar de felicidade, passava um ar...de obrigação.
O tio avançou contra a porta da própria casa girando a maçaneta, e abrindo para um corredor escuro.
O adolescente o seguiu, cabisbaixo.
O tio o olhou com desprezo antes de subir as escadas.
Harry entrou aliviado, respirou fundo, pensando felizmente, seu tio não rosnara com ele e nem gritara...não que fosse um ótimo começo, mas era sinal de se ele não quisesse, nada de ruim iria acontecer, nada que atrapalhasse o seu verão, que já tinha tudo para ser catastrófico.
Mas o sinal de que não era assim que o tio pensava veio do alto das escadas.
Um rugido.

-Seu bastardo!Se tentar tocar em uma das portas que não seja a de seu quarto! Você vai ter problemas!

Harry fez uma careta de furia, seu tio não poderia ficar chamando ele de bastardo.
Mas ele não queria arranjar mais uma briga.

-Apenas fique sabendo Dursley! Que eu estou aqui por uma promessa! - gritou Harry da entrada.

Dursley não respondeu nada, apenas uma batida de porta pode ser ouvida.
Harry entrou dando de ombros.
E subiu as escadas...
A cada passo que dava, parecia pesar muitos quilos...milhões.
Não por questões físicas, e sim emocionais, estar voltando ali depois de tudo que acontecera, era como...era como ficar parado sem fazer qualquer coisa.
Ele tinha promessas a cumprir...os horcruxes...tudo que ele prometera..
Mas era fruto de uma promessa o motivo de ele estar naquele lugar, naquela hora.
Renovar a proteção da casa dos Dursley, Dum..
Não, ele não podia pensar neste nome, era ainda um choque para ele, era como quando seu padrinho morrera, e ele ainda não se recuperara, ele perdera dois companheiros dele, em 2 anos, como seria o resto, será que valei a a pena continuar correndo estes perigos?
Não...mas quanto mais perigos ele corresse, talvez mais perto de seu objetivo estaria.
Mais perto da luta final, que a profecia tanto instigava ele estaria.
O corredor dos quartos nunca estivera tão escuro, era um breu total, seus passos até o seu quarto tiveram que ser guiados pelas paredes, contando as portas que passara.
Em uma delas ruidos e sons foram ouvidos, talvez algum rato, mas ele queria se trancar no quarto, não queria desvendar mistérios naquele momento...não naquele momento.
Era um momento apenas dele, ele tinha que pensar no que fizera.
Sua mão girou a porta do quarto, revelando exatamente o que ele deixara ano passado, quando Dumbledore invadira sua casa e o levara....
Porém sua cama estava devidamente arrumada, e alguem dormia nela.
Harry se afastou do quarto...seu tio, seu tio não o proibira de ir aquele quarto, como alguem estaria ali.
Não era Duda.
Era um magrelo, ele estava de bruços na cama, seu rosto invisível naquele breu estava pelo que parecia estar afundando nos travesseiros.
Passos.
Válter apareceu atrás dele.
Seus olhos se encontraram com os do sobrinho assim que virou.

-SAIA! - rugiu ele, jogando Harry contra o chão.
Harry sacou a varinha.
Não poderia usa-la, mas seu tio estava o agredindo, ele pensou que isso não mais aconteceria depois da visita de Dumbledore.

-Hoje você vai dormir no armário! - cuspiu seu tio.
Harry sem querer aproximou os ouvidos da porta do quarto de seus tios.
Os ruídos agora estava claros...era choro.
Mas como, seu tio nunca fora agressivo com Petúnia, sua tia, ou com Duda, seu primo.

-Quem está neste quarto? - interrogou Harry, mantendo a varinha abaixada.
Válter olhou Harry fumegantemente.

-SAIA DAQUI! - rugiu mais uma vez, chutando Harry nas costelas.
Harry deu um grito de dor, fez uma careta, e quase mancando se levantou, tentando levar seus pertences para baixo das escadas.

-NÃO VOLTE MAIS AQUI! SEU BASTARDO! - rugiu mais uma vez.
Harry desceu a escada, quase rolando, com seu malão e Edwiges.
Ao chegar ao primeiro patamar...ele olhou escada acima, Válter fazia uma sombra colossal, era vísivel seus dedos apontados para Harry.

-Entendeu?Se subir aqui mais uma vez seu bastardo, vai se ver comigo...
Harry acentiu com a cabeça, o que será que estava acontecendo, com aquela família tão digna dos Dursley?
Ele se espremeu no armário no qual dormiu 11 anos de sua vida.
Agora para ele era extremamente minúsculo, aranhas se expremiam nas paredes.
Harry não tinha medo de aranhas, vivera ali por grande parte da vida, e tivera experiencias piores que envolviam as mesmas.
Seu rosto afundou no travesseiro que trouxera da escola.

-Durma... - murmurrou para si mesmo. - Em breve você não estará mais aqui...

Batidas na porta do armário ressoaram.
Harry acordou com aqueles estapidos.
Deu um puxão na lamparina, que se acendeu com preguiça, ele colocou os óculos rapidamente, e abriu a porta.
A luz encharcou sua face e corpo, ainda vestia a roupa que usara no enterro de Dumble...
Não podia pensar nisso, não podia, sua cabeça chacoalhava, remexia...
Harry olhou em volta.
Não tinha ninguem naquela casa, quem então batera em sua porta?
Harry viu que os estapidos não eram contra a porta do armário, e sim contra a porta de entrada da casa de seus tios.

-Hmmm, quem é? - bocejou.
Ninguém respondeu.
Harry olhou pelo olho mágico.
Abriu a porta.
Era pelo que parecia ser, um bruxo desfarçado de trouxa, suas roupas demonstravam isso com grande vontade.

-Hmmm, quem é o senhor? - perguntou Harry esfregando os olhos por baixo dos óculos.

-Senhor Potter? - perguntou o bruxo.

-Sim, Harry Potter. - afirmou o adolescente.

Então o bruxo remexeu na bolsa dele, até que achou dois envelopes, e entregou nas mãos de Harry.

-Por que??Por que o senhor está me entregando e não uma coruja? - interrogou Harry olhando os envelopes.

-Dê uma olhada, um deles é sobre aparatação, e outro confidência do ministério, as cartas estão sendo desviadas muito facilmente por aqui, então o ministro pediu que eu lhe trouxesse pessoalmente.

Harry remexeu a cabeça sorrindo, era claro, Scrimgeous estaria convocando ele para mais uma de suas conversar, na qual ele tentava persuardi-lo sobre ir para o ministério ser o garoto propagando principal, com o intuito de motivar e dar segurança ao povo bruxo.
Harry fechou a porta apertando a mão do "carteiro".
Então se virou para a cozinha.
A porta foi chamada mais uma vez.
Harry se virou e a abriu.
O funcionário do ministério continuava ali, sorrindo alegremente, com um bloco de papel na mão.
Harry olhou meio interrogativo.

-Hmmm? - perguntou ele entredentes, levou um tempo até perceber o que ele queria. - AH SIM! Um autógrafo, claro, por que não!
Harry pegou o bloco, olhou para ele...e depois para o funcionário.

-Hmmm, uma caneta? - perguntou Harry.
O bruxo olhou com as sombrancelhas levantadas.

-AH!Você não pode assinar com sua varinha? - perguntou.

Naquele momento Harry corou, ainda não tinha atingido a maioridade, apenas no fim do mês de Agosto a atingiria.

-Eu não posso usar magia fora de Hogwarts... - falou ele olhando para baixo.

O "carteiro" riu alegremente.

Harry olhou para ele furioso.
-Não! Não é nada contra o senhor, mas deveria ter lido o envelope que lhe entreguei! - falou.
Harry fez outra careta.

-Não tive tempo...você não me deu tempo...

-Pois bem, estamos dando autorização ao senhor Potter para utilizar magia até que complete seus dezessete anos.

Harry não entendeu muito bem, ele logo completaria a maioridade, então...hmmm, provavelmente mais um golpe de Scrimgeous para persuadir Harry, mas estava quase acertando.

-AH! Que ótimo.

Harry sacou a varinha do bolso, e deu um toque no bloquinho.
Seu nome apareceu em letras miudas.

-Obrigado! - exclamou o funcionário.

Harry fechou a porta e deu de ombros, não estava sendo mal educado, o funcionário aparatara em segundos, não tinha nem tempo de dizer "de nada".
Finalmente pode se encaminhar para a cozinha, tinha que comer alguma coisa...
Louça, louça, louça...
Louça para toda a parte...
Sujeira..

-Eu não sei...o que aconteceu aqui, só sei que a minha tia perdeu os costumes de limpar a casa. - falou ele sacando a varinha.

Então remexeu a mesma.
A pia começou a jorrar água...
Uma escova se encontrou com a mesma, e as duas foram lavando os pratos e jogando a sujeira no triturador, que se ligara sozinho.
A vassoura agora limpava o chão alegremente.

Passos desciam a escada.
Era Válter.
Harry não ouvira, o som das louças e da vassoura não o permitira..
A banha de seu tio invadiu a cozinha...
Ele arregalou os olhos...

-NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! - rugiu, empurrando Harry contra a porta de vidro que dava para os jardins de trás...

Harry agora caido no gramado...
As louças no chão, partidas.
O vidro, a porta...no chão.

-Está louco? - perguntou Harry, apontando a varinha para o tio.

Válter veio em sua direção, estava púrpura, bufava...vinha arrastando os pés, como um touro...poderia esmagar o sobrinho a qualquer momento.

-PARA! - gritou Petúnia aos pés da escada.
Válter estava prestes a esmagar o estômago de Harry.

-Pare! Pare! - rugiu a tia de Harry com uma voz aguda. - Fique longe dele! - continuou.

Válter olhou para trás...

-Mas...mas olhe o que ele fez com tudo.

Petúnia veio até a cozinha, e viu tamanho estrago.

-Não importa Válter, comparado ao que nosso Duda fez...

-Não compare nosso Duda com este bastardo!

-Pare Válter Dursley! Chega, desde que me casei com você tenho sido obrigada a você gritar com o menino! - rugiu ela apontando para Harry. - Dizendo para que ele se espelhasse em Duda! - lágrima brotaram...um choro. - Mas olhe o que nosso filho se tornou! Um bruto! MARGINAL!

-NÃO DIGA ASSIM DE NOSSO FILHO! - as mãos de Válter levaram Petúnia pelo pescoço no ar.

Harry se levantou apontando a varinha para seu tio.

-Nem tente Potter, você não pode me atingir! Sou seu tio! - rugiu ele.

-E daí! LARGUE ELA! - exclamou Harry, segurando a varinha mais forte.

-VOCÊ NÃO PODE POTTER! NÃO PODE SEU BASTARDO...VOCÊ ESTÁ PROIBIDO DE USAR MAGIA...SEU BASTARDO, E AQUELE VELHO...EU NÃO TENHO MEDO DELE, ELE É APENAS UM VELHO COROCA!E ACABADO! - isso ecoou pela casa...pela cozinha...

Harry teve seu coração batendo mais forte...
Como seu tio poderia insultar Dumbledore daquele jeito...ele não tinha o direito...ele não poderia.

-CALE A BOCA SEU BALOFO! - rugiu Harry.
Petúnia agonizava no ar...gritando ajude...ajude...ajude..

-IMPEDIMENTA!

Válter foi arremessado contra a mesa...
A tia de Harry caiu desmaiada no chão.

Sirenes soavam na rua dos Alfeneiros.
Atendendo a casa número quatro.
Harry estava debruçado sobre sua tia, que não estava nada bem...
Dois enfermeiros se aproximaram..
E um policial..
Ele observou a cena da cozinha...
As louças quebradas no chão, a porta dos jardins jogada sobre o gramado, e despedaçada, uma senhora no chão, desmaiada, e um grande homem jogando em cima de cadeiras e uma mesa, Harry observou aquela cena..ainda não era claro para ele o que acontecera ali, nos momentos que haviam se passado.
O policial se agachou, ficando cara a cara com Harry.

-O que aconteceu aqui jovem? - perguntou.

Harry olhou para eles.

-Eu os chamei...meus...tios brigaram. - Harry derramava lágrimas, eram raras as vezes que isso acontecia pelo seus tios, mas apenas depois disso que ele percebera, como eles eram importantes, talvez mais sua tia, por ser a unica que o defendia naquela casa...ele ainda estava furioso com os atos de seu tio, mas ele aguentara Harry ali, porém o mesmo não perdoara por Válter ter chamado ele de BASTARDO e insultado Dumble...

Ele não podia...ainda não tinha superado a morte dele...
A cada momento em que pensava em seu antigo diretor ele...ele não sabia o que fazer, suava frio, pensava tudo que acontecera, que talvez ele fora culpado de tudo...ele encharcara Dumbledo... de poção, uma poção supostamente mortal, para no final nada ocorrer, apenas um colar inútil, com uma mensagem...
Harry pegou o colar do bolso, e o olhou...

-Eles então são seus tios? - perguntou o policial.

Os enfermeiros já haviam removido Petúnia do local.

-Sim...eu não sei, eles falavam de meu primo, ele...ah...eu não sei.

-Mas eu preciso que você esclareça...

Harry tentou se lembrar de algum fato...claro...ele olhou em volta...tudo, várias coisas importantes daquela casa haviam sumido, a televisão dos Dursley não estava mais lá, nem o liquidificador, nem a geladeira...nada...nada de valioso, os quadros, nada.
Harry então guardou a varinha no bolso.
E subiu as escadas.
A porta do quarto de sua tia estava escancarada..
Um colchão estava jogado no chão, mas nenhum móvel restara, o quarto de Duda estava trancado, mas discretamente, Harry murmurou "ALORROMORA" a porta se abriu.
A cama de Duda ainda estava lá, mas nenhum móvel, fumaça, um cheiro horrível e doce...
Duda estava jogado na cama, virado para um lado, e do outro uma garota, coberta...
Harry fechou os olhos.
E seguiu para seu quarto.
Agora de dia, era visível que estava lá.
Um garoto, possivelmente amigo de Duda...
Estava jogado...babando...
O policial olhava aquilo atentamente.
Harry desceu as escadas.
Estava confuso, ele olhou para o policial.

-O que acha? - perguntou.

-Acho que seu primo se envolveu com drogas... - Harry arregalou os olhos. - Ele tem andado com várias pessoas suspeitas pela vizinhança, os vizinhos vinham comentando, seus tios tinham o aguentado, vir com garotas e vender tudo deles.

Harry respirou fundo.

Mas o policial continuou.

-Eles o mimavam demais, ele se tornou briguento, e acho que batia em sua tia, ela tinha marcas no corpo...

Harry segurou a varinha em seu bolso fortemente, se segurando para não esmurrar e azarar Duda.

-Eu vou para o hospital, tenho de falar com a minha tia. - disse por fim Harry.

-Tudo bem.

Harry apanhou suas cartas, e uma nova que chegara e estava no tapete de entrada...

Harry quase que sorriu para ela...

"USO DE FEITIÇO INDEVIDO CONTRA TROUXA"

"Eu tenho que falar com o ministro..." pensou.

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