Intensivo



Haviam apenas mais duas semanas para o fim das férias. Hogwarts, após uma longa luta com o ministério, conseguiu autorização para funcionar mais um ano.
Enquanto isso a Ordem se esvaziava, Carlinhos voltou para a Romênia, Gui foi morar junto com os gêmeos no Beco Diagonal e Minerva estava morando em Hogwarts. Deixando a Fazendo com um ar desanimado e vazio, já que as únicas pessoas que ficavam lá o dia inteiro eram Molly, Ron, Gina, Harry e Hermione. Já que Moody, Lupin, Tonks e Sr. Weasley tinham que trabalhar no Ministério, ou então cumprir os serviços para a Ordem. Clementine tinha hábitos estranhos, e após sumir por 3 dias pela segunda vez Molly desistiu de se preocupar.
Raramente a garota fazia as refeições junto aos outros, algumas vezes aparecia machucada, porém já não tinha mais aquela aparência doentia de quando foi vista pela primeira vez. Ela era a pessoa mais misteriosa que se podia conhecer, era muito madura e inteligente, as vezes parecia que ela tinha pulado a infância.
Uma vez por semana aconteciam as reuniões da Ordem, que eram feitas no escritório, duravam horas e não tinham dia nem horário certo, de acordo com Moody, “normas de segurança”. A Ordem era maior do que aparentava, já que seus membros eram raramente vistos pelos outros moradores da Fazenda, pois utilizavam somente as passagens subterrâneas. E não demorou muito para que Hermione percebesse que seu mapa estava incompleto, continha apenas as ligações básicas, porém nenhuma passagem levava ao escritório ou a Torre.
As férias até então haviam sido na medida do possível prazerosas, embora não tivessem conseguido descobrir nada sobre os planos da Ordem, que agora era liderada por Clementine as tardes de quadribol e tentativas frustradas de “completar” o mapa subterrâneo renderam boas risadas.
Harry estava sozinho voando sobre o gramado, quando percebeu que uma coruja tentava alcançá-lo. Diminuiu a velocidade e retirou o bilhete que estava preso na pequena ave.

Será que você poderia descer só por 5 minutos?

Ao olhar para baixo viu que Clementine estava sentada na escada que levava á porta da Torre, e a pequena coruja estava apoiada em seu ombro. Aquele bilhete, com uma letra que lhe parecia familiar fora mandado certamente por ela. Tomado por uma curiosidade de saber o que ela queria e uma esperança de finalmente entrar na Torre, desceu rapidamente.
- Como só tenho 5 minutos vou direto ao assunto. – disse Clem, ainda sentada fitava Harry – Vou te dar aulas de oclumência.
- Você só pode estar brincando! – disse Harry, lembrando das aulas frustradas com Snape.
- Não, não tenho tempo para brincar. Assim como não tenho certeza de que Voldemort desistiu de invadir a sua mente. Meu medo é que ele descubra que nós sabemos sobre os horcruxes.
- Eu já fiz várias aulas disso e não consegui aprender. Por que você acha que eu vou aprender agora?
- Por que agora você já sabe o quanto é importante que você aprenda isso. Também porque eu realmente quero que você aprenda, não ficarei fingindo que lhe ensino como Snape fez. E porque vamos tentar algumas coisas diferentes dessa vez.
- Diferentes tipo o que? – Harry já estava mais conformado em voltar a fazer aulas.
- Bem, eu estava pensando em fazer um intensivo, ou seja, várias aulas por dia, durante vários dias seguidos, será um tanto cansativo, mas acredito que valerá a pena. Não utilizaremos a penseira. E eu também pretendo lhe ensinar leglimência.
- Ainda não estou certo se quero ou não.
- Harry, eu acho que você ainda não entendeu. – Clementine se levantou, se aproximou de Harry.
- O que eu não entendi?
- Isso não é uma proposta, muito menos um convite. Você precisa aprender oclumência, é uma necessidade. E você já teve provas o suficiente do quanto isso pode ser importante.
- Certo, eu entendi. Vou ser obrigado a fazer aulas.
- Exato.
- E quando começaremos? – perguntou Harry desanimado.
- Hoje logo após o almoço.
- Onde?
- No chalé nº3, onde estão Lupin e Moody.
- Eles serão a platéia?
- Não seria uma má idéia! – riu Clem – Quem sabe sobre pressão a coisa não funciona! – Harry lançou um olhar de censura – Mas não se preocupe, eles estarão fora resolvendo coisas da Ordem.
- Com licença. – a pequena elfa Any parou ao lado deles – A Sra. Weasley os chamou para o almoço.
- Obrigada Any. – agradeceu Clem – já estamos indo.
- Deseja que eu a guarde Sr. Potter? – perguntou Any á Harry, com a vassoura de Harry nas mãos.
- Por favor. – respondeu Harry sem jeito. A elfa se retirou.

***

- Onde estão Harry e Clementine? – perguntou Gina quando se sentou na mesa para almoçar.
- Harry estava voando e Clementine eu não tenho a menor idéia. Desisto de tentar saber para onde essa garota some. – respondeu Molly.
- Realmente, ela tem hábitos bizarros. – disse Ron – Um dia eu ainda entro naquela Torre!
- Eu não consigo entender essa mania que vocês têm de ficar comentando as minhas atitudes. – disse Clem, entrando no salão acompanhada de Harry.
- Onde você estava Harry? – perguntou Gina ao namorado que havia se sentado ao seu lado.
- Combinando os horários da tortura. – disse Harry – Sabe, agora é assim, tortura com hora marcada! – Clem não resistiu e começou a rir.
- Do que você está falando Harry? – perguntou Hermione.
- Aulas de oclumência. – disse Clem – por sinal, começamos daqui a pouco! Certo Harry?
- Certíssimo! – respondeu ele, com uma falsa animação.
- Harry, estarei lhe esperando. Não demore. – disse Clem que se levantou pegou o prato de comida e saiu do salão.
- Bem crianças... – dise Molly.
- Mãe, não somos mais crianças! – interrompeu Rony.
- Desculpe. Mas como eu ia dizendo, preciso enviar algumas corujas. – disse Molly, que se levantou e virou para Hermione. – Gostaria de mandar alguma carta para seus pais Mione?
- Por favor Sra. Weasley – Hermione tirou uma carta do bolso da capa – Obrigada. – Molly pegou a carta e foi para o escritório. - Por que você vai ter que voltar a fazer aulas de oclumência? – perguntou Hermione.
- Porque a Clem tem medo de que Voldemort perceba que descobrimos sobre os horcruxes. – respondeu Harry, enrolando para ir para a aula.
- Então vai ser importante que você aprenda. – disse Rony.
- Boa sorte Harry! – disse Gina, dando um selinho no namorado.
- Obrigado, acho que só com muita sorte mesmo para que eu consiga aprender isso. – disse Harry que se levantou e foi para o chalé nº3.

***

- Não se preocupe. Não vai doer. – disse Clem, que estava comendo, virada de costas para o Harry.
- Como você percebeu que eu entrei sendo que a porta estava aberta e você estava de costas e eu não fiz nenhum barulho?
- Talvez um dia eu lhe conte. Vamos a sua primeira aula! – ela terminou de comer e se virou para ele – Deite-se – apontou para o sofá – Sinta-se confortável.
Harry apenas obedeceu.
- Agora Harry eu começarei a invadir sua mente, mexer em suas memórias. Sua primeira lição será tentar escolher as memórias pelas quais você julga que eu possa ver.
- Como farei isso?
- Primeiro pense nos N.O.M’s e depois apenas tente se concentrar naquilo que você quer que eu veja. Porém, somente quando eu estiver mexendo em sua mente.
- E como saberei que está invadindo minha mente? E por que eu tenho que pensar nas provas?
- Você terá de aprender a sentir isso. Eu disse para pensar nas provas porque são uma lembrança neutra, ou seja, não haveria importância em Voldemort descobrir que você foi bem em Herbologia.
Silêncio.
Ele fechou os olhos e começou a se concentrar nos N.O.M’s como ela havia mandando, porém passado certo tempo começou lembrar de seus momentos com Gina. Quando conheceu a namorada na estação, seu primeiro beijo com ela, quando percebeu que a amava. Porém, começou a se questionar, por que estava pensando em Gina naquele momento? Tentou voltar a pensar nos N.O.M’s, mas algo sempre o levava de volta a Gina.
Abriu os olhos, estava suando frio, sua cicatriz ardia levemente e sua vista estava um pouco embaçada. Sentiu algo sendo colocado em sua boca, era chocolate, aos poucos sua visão foi voltando. Clem estava ajoelhada ao lado do sofá.
- Então? – perguntou Harry, que já se sentia bem, se sentou no sofá.
- Melhor do que eu esperava. – disse Clem – Percebeu alguma semelhança de eu invadindo sua mente, com alguma magia conhecida?
- Maldição Imperius. – respondeu após pensar durante alguns minutos – Você me força a ver algo que eu não queria lembrar, ao menos naquele momento.
- Isso mesmo. Por isso você tem que ter plena consciência daquilo que você está pensando. E o mais importante, não permitir que a lembrança continue, ou então estará fornecendo informações.
- E como eu controlo isso durante o sono?
- Calma Harry! Uma coisa por vez. Agora tente mudar a lembrança, e não simplesmente abrir os olhos.
- Como eu faço isso?
- Se concentre na lembrança que você escolheu, quando tiver total controle sobre ela abra os olhos.
Ele se deitou no sofá, fechou os olhos. Dessa vez escolheu pensar em Gina, no dia em que Ron permitiu que eles namorassem, seus pensamentos foram mudados para Ron, estava recordando as brigas por causa do torneio tribuxo. Pensava no labirinto, em Cedrico, via a taça que na realidade era um portal. Cedrico estava apoiado nele, estavam quase chegando á taça. Se lembrou que o labirinto fora feito no campo de quadribol, sentiu saudades do time da Grifinória na época de Wood, o melhor time que a casa já teve. Abriu os olhos, Clem o olhava satisfeita.
- Está indo muito bem Harry! Porém você me deixou ir longe demais, devia ter me parado na hora em que entrou no labirinto, no máximo!
- Será que você não poderia escolher lembranças mais amigáveis? Snape pegava coisas da minha infância... – disse Harry, que estava se sentindo um pouco desconfortável em ficar lembrando certas coisas.
- Não Harry. Eu não poderia. Afinal como eu já lhe disse, ao contrário de Snape eu realmente quero que você aprenda oclumência, e em que tipo de lembranças você acha que Voldemort estaria interessado?
- Calma, era só uma sugestão.
- Vejo você aqui daqui 2 horas. Descanse um pouco. – ao dizer isso ela se levantou, abriu o alçapão e penetrou nas passagens subterrâneas.
Harry se levantou rapidamente, entrou no alçapão atrás dela e começou a segui-la. Porém quando ela percebeu que Harry tentava alcançá-la começou a penetrar em caminhos que não existiam no mapa de Harry, que temeu se perder naquele labirinto, e voltou para os caminhos já conhecidos.

***

Três dias se passaram desde a primeira aula de Harry, havia melhorado muito e já estava até mais animado com as aulas de oclumência. De acordo com Clem a primeira parte ele já havia superado, já tinha controle sobre suas lembranças enquanto estava acordado, agora era importante que ele aprendesse a controlar isso durante o sono.
Clementine entrou no salão, onde Hermione, Gina, Harry e Ron estavam. Clem segurava na mão direita um medalhão, e na esquerda o Pasquin.
- Já leram? – jogou a revista sobre a mesa. Hermione a pegou e começou a ler.

MAIS MORTES CAUSADAS PELOS SEGUIDORES DAQUELE-QUE-NÃO-DEVE-SER-NOMEADO
Para maior desespero da comunidade mágica, hoje o ministério divulgou os dados oficiais sobre os números de mortos, feridos e desaparecidos desde a volta Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Porém, muitos bruxos já protestaram dizendo que o Ministério está mentindo e que o número de morte entre os bruxos pode ser até mesmo 3 vezes maior do que o anunciado. E no saldo de bruxos desaparecidos, aparentemente o Ministério esqueceu de somar os “seqüestros relâmpagos” sofridos por quase todos que tentaram utilizar a Rede Flu. Eis os dados do Ministério:
Entre os Bruxos
- Mortos: 47
- Feridos: 305
- Desaparecidos: 86
Entre trouxas
- Mortos: 98
- Feridos: 219
- Desaparecidos: 65
Saldo total
- Mortos: 145
- Feridos: 524
- Desaparecidos: 151
Total: 820
O Ministério ainda tenta dizer que a Rede Flu é segura, porém nem mesmo o nosso querido Ministro Scrimgeour tem coragem de utilizá-la.
Outro erro que pode ser notado é que a contagem foi feita somente a partir do momento que o Ministério assumiu a volta do Lord das Trevas, ou seja, quase um ano de tragédias parecem ter sido esquecidas. Lembrando que foi no Pasquin, com a entrevista do jovem Harry Potter que os olhos dos bruxos começaram a se abrir para a realidade.
Acredito que agora todos sintam falta de Dumbledore, e desejariam ter ele no Ministério, que parece estar cada vez mais perdido, ajudando os Comensais e negando erros tentando manter uma aparência que toda a população mágica já percebeu que não existe mais.
Talvez seja a hora de parar de se preocupar com problemas fictícios, assumir os erros e buscar soluções para problemas reais.
John Lovegood

- Nem parece ser uma matéria do Pasquin. – disse Hermione ao terminar de ler, jogando a revista de volta na mesa.
- Quem é John Lovegood? – perguntou Harry.
- Irmão mais velho da Luna. – respondeu Gina.
- Estranho, sempre achei que ela era filha única. – disse Ron.
- Ela também achava isso, mas quando eu fui na casa dela nessas férias ela me contou que descobriu que o pai já fora casado antes e que tem outro filho, que após a mãe ser assassinada por comensais foi morar com o pai. – esclareceu Gina.
- Um filho muito inteligente por sinal. – disse Hermione.
- Ousado demais. – disse Clem.
- Não acho. Estava precisando de alguém que dissesse algumas verdades sobre o Ministério. – discordou Hermione.
- Se ele continuar a publicar matérias desse tipo, esteja certa de que ele não sobreviverá para ver o ano novo. – disse Clem.
- Quantos anos você tem Clem? – perguntou Gina.
- Por que isso agora? – perguntou Clem.
- É que você aparenta ter uns 18 anos, mas age como se tivesse 81. – respondeu Gina.
- Vou considerar isso como um elogio. Mas, respondendo a sua pergunta, tenho 17 anos. – disse Clem.
- Quantas pessoas vocês acham que já morreram nessa guerra? – perguntou Ron, mudando o assunto para evitar uma briga.
- Se o Ministério assumiu 145 mortos no total, devem ter morrido pelo menos uns 300. – respondeu Hermione.
- Eu preciso encontrar os outros Horcruxes o mais rápido possível. – disse Harry, pensativo.
- Bem lembrado Harry! Tome. – disse Clem, entregando á Harry o medalhão de Slytherin.
- Ah não! De novo não. – disse Ron desanimado.
- Onde você arranjou isso? – perguntou Harry, ainda pasmo ao ver que Clem conseguiu outro Horcruxe.
- As respostas você terá na hora certa Harry. – disse Clem.
- Podem ir lá destruir eu vou ficar aqui observando dessa vez. – disse Ron.
- Ninguém vai destruir nada. – disse Clem.
- Como não? Vamos deixar uma parte da alma de Voldemort viva? – perguntou Hermione.
- Isso não é mais um Horcruxe, já foi destruído. – respondeu calmamente Clem.
- Se você não vai me contar onde arranjou isso, e se já foi destruído, por que você o trouxe até aqui? – questionou Harry.
- Para que você soubesse que é menos um Horcruxe. – disse Clem.
- E você sabe onde estão os outros? – perguntou Gina.
- Tenho algumas suposições. – disse Clem.
- Você pode parar de fazer mistério e nos contar logo tudo que sabe? – perguntou Ron.
- Já estava destruído quando você o encontrou?
- Não. – disse Clem olhando para Ron – Sim – disse olhando para Harry.
- Vamos ver se eu entendi, você só nos contará quando Harry for capaz de ter total controle da oclumência. – disse Hermione.
- Exato! Falando nisso, estou lhe esperando Harry no chalé nº1. – disse Clem, que se dirigiu para a porta do salão, deixando Harry observando o medalhão.
- Essa garota ainda vai me deixar louco. – disse Ron.
- Ela sabe de muito mais coisa do que nós sequer podemos imaginar. – disse Hermione.
- Se eu apenas soubesse onde ela arranja eles Horcruxes eu já estaria feliz. – disse Harry.
- Qual é o nome completo dela? – perguntou Gina – Começo a duvidar se ela realmente se chama Clementine.
- Será que foi ela quem pegou esse medalhão antes de mim e de Dumbledore? – perguntou Harry, que ainda observava o medalhão.
- Acho que não. – disse Hermione. – Afinal se Dumbledore confiava tanto assim nele, ele saberia se ela já tivesse conseguido esse medalhão.
- Já vi que teremos muita pesquisa para fazer quando voltarmos a Hogwarts. – disse Ron, já se imaginando na biblioteca da escola fazendo pesquisa sobre simplesmente “Clementine”.

***

- Ok Harry, como eu lhe disse agora vamos começar a praticar oclumência durante o sono. – disse Clem, alguns minutos após Harry chegar no chalé nº1.
- Funciona do mesmo jeito que quando acordado? – perguntou Harry, que estava sentando no sofá.
- O princípio é o mesmo. A diferença é que eu vou lhe dar essa poção do sono, e como você estará dormindo é mais fácil para que eu possa invadir sua mente e mais difícil para você manter o controle.
Harry bebeu um gole da poção do sono, mal havia se deitado no sofá já estava dormindo. Começou a sonhar era a porta da sala das Profecias no Ministério, abriu a porta, porém não entrou. Já sabia o que tinha lá, não queria entrar, mas algo insistia em o chamar para dentro da sala, escutava alguém chamando seu nome. Tinha a sensação de que alguém o estava forçando para dentro, resistia e sua cicatriz ardia. Deu grito um de dor, acordou.
- Harry você está bem? – perguntou Clem, Harry estava com a respiração ofegante.
- Minha cabeça está doendo. Tudo parece estar girando.
- Coma um pouco. – deu chocolate a ele.
- Por um momento eu acreditei que seria fácil.
- Vamos tentar novamente. – afirmou Clem ao ver que Harry estava bem.
- O que eu faço quando sou forçado a fazer algo no sono?
- Simplesmente não faça. Uma hora você terá resistência suficiente para me impedir.
Novamente ele bebeu um gole da poção do sono. Estava no jardim da Toca, ouvia barulhos vindo da cozinha, alguém gritando. Provavelmente estava sendo torturado. Harry reconheceu a voz, era Gina. Foi correndo até a cozinha, encontrou Voldemort lançando a maldição Cruciatos várias vezes sobre a garota indefesa. Ela gritava para Harry, pedia ajuda, porém ele estava paralisado, não conseguia se mover, apenas ficou lá escutando os gritos de Gina e a risada do Lord das Trevas. Até que o feitiço mortal foi lançado. Estava acabado.
- NÃOOOOO! – gritou Harry, que acordou desesperado, levantou do sofá – A Gina, eu tenho que salva-la, Voldemort irá matá-la! – Clementine estava sentada em uma cadeira, e o fitava desanimada.
- Eu realmente espera que você se saísse melhor. – disse com a calma habitual, fazendo com que Harry percebesse o ocorrido.
- Você que provocou aquilo? – Harry estava se sentindo um idiota.
- Harry, entenda uma coisa: Sonhos são sonhos, realidade é realidade. E entre as duas coisas estão as suas lembranças, e os enganos que ela pode provocar.
- Se você parasse de fazer mistério e me falasse logo como diferenciar uma coisa da outra ajudaria. – em tom de ironia.
- Algumas coisas foram feitas para serem descobertas sem ajuda.
- Ótimo! O Tio Voldie – Clem começou a rir – descobre sobre os Horcruxes e todos nós morremos! Viva! – ainda mais irônico.
- Você realmente precisa descansar. Mas eu gostei do “Tio Voldie”, seria no mínimo bizarro você falando isso para ele!

***

TAC
A Professora McGonagall aparatou no salão, onde se encontravam Ron, Gina, Hermione, Harry, Clementine, os pais de Rony, Tonks, Lupin, Moody, Emelina e Estúrgio, que só então havia voltado do St. Mungos e estava morando no chalé nº3.
Já era dia 1º de Setembro, a data marcada para o regresso de Hogwarts. Pela primeira vez eles não iriam pegar o Expresso Hogwarts na estação 9 ½, e sim, aparatariam todos em Hogsmeade e depois iriam andando até a escola. Ou melhor, primeira vez que faziam isso legalmente, já que Harry e Ron chegaram á Hogwarts usando um carro voador.
TAC
Minerva desaparatou após trocar rápidas palavras com Tonk e Clem.
TAC
Os gêmeos Weasley aparataram no salão.
- Finalmente vocês resolveram aparecer! – exclamou Molly.
- Desculpa mamãe. – disse Fred, que se sentou e começou a comer.
- O importante é que cumprimos a nossa segunda missão para a Ordem (a primeira foi buscar Harry). – disse Jorge colocando desanimado algumas sacolas em umas poltronas que ficavam no canto da sala.
- E qual era a missão de vocês? – perguntou Gina olhando curiosa para as sacolas.
- Comprar o material escolar de vocês. – respondeu Fred, que também começou a comer.
- Que missão importante, heim? – brincou Rony.
- Estamos garantindo o seu futuro profissional maninho! – justificou Jorge.
- Clem, você vai para Hogwarts também? – perguntou Hermione, Clem apenas fez um sim com a cabeça.
- Vão pegar suas coisas, caso contrário acabaremos chegando atrasados! – disse o Sr. Weasley, fazendo com que todos estudantes se levantassem, entrassem no labirinto subterrâneo, com o qual já estavam mais habituados.
- Vamos para o escritório, é mais seguro. – disse Moody que se levantou e foi indo para o escritório, seguido pelos outros membros presentes.
- Eu já estou indo Olho-Tonto. – disse Clem.

***

- Por ser nosso último ano eu esperava que tivéssemos muitos livros. – disse Harry.
- Eu também. Mas pelo jeito, há apenas os livros normais. – disse Rony olhando o Livro de Feitiços Avançados, 7º ano.
- Só de pensar que esse ano vamos prestar os N.I.E.M’s já imagino quantas horas de estudo terei de fazer. – disse Hermione, enquanto andava carregando seu malão, indo para o salão acompanhada pelos amigos que também carregavam seus malões.
- Como você foi nos N.O.M’s Gina? – perguntou Harry.
- Acho que bem. Só não passei em História da Magia, Astronomia e Adivinhação. – respondeu Gina.
- Harry posso falar com você? – disse Clem, que se juntou ao grupo se posicionando ao lado de Harry, que começou a andar mais devagar, se afastando dos outros – Só queria lhe avisar que como você ainda não aprendeu oclumência continuaremos as aulas em Hogwarts, lhe mandarei recados avisando os horários das aulas. – Clem terminou de dizer isso e sumiu. Harry começou a andar um pouco mais rápido para alcançar os amigos, “louca” pensou consigo.
- O que ela queria? – perguntou Gina, tentando esconder os ciúmes.
- Me avisar que como eu não consegui aprender oclumência terei que continuar as aulas em Hogwarts.
- Quanto mais eu sei sobre Clem mais dúvidas eu tenho. – disse Hermione.
- Eu ainda acho que precisamos descobrir o nome completo dela. – disse Gina.
- É, talvez fosse uma boa idéia, quem sabe assim não descobriríamos da onde essa garota saiu! – disse Harry.
- Mamãe fica louca quando ela some e depois aparece como se não tivesse feito nada, ela fala que a Clem nunca teve quem colocasse limites nela – disse Gina.
- Para uma garota de 17 anos ela sabe de muita coisa. – disse Hermione.
- Também acho. – concordou Harry – E você Ron, o que acha? – perguntou ao amigo que até então estava quieto.
- Eu falo que ela é louca, mas vocês não me levam á serio! – disse Ron.
Todos riram.

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