Despertando o exército



- Como assim, Gina sumiu?
Harry estava confuso. Ele tinha acabado de chegar em Hogwarts após ter comido uma lasanha deliciosa feita por Hermione e recheada de poção do sono, e quando pisou os pés na sala comunal, justamente atrás de Gina, Rony e Luna, visivelmente apavorados contaram-lhe a novidade!
- Gina sumiu, Harry! – disseram Rony e Luna ao mesmo tempo.
- Nós a procuramos o dia inteiro. Ela sumiu desde a manhã. Já a procuramos em todos os lugares e não a encontramos. – falou Rony que estava muito vermelho, indicando que ele havia chorado nos últimos minutos.
A última esperança de Harry acabou de ser levada pelo vento. Hermione iria fazer alguma coisa. Despertar o exercito do mal não parecia ser algo de bom. Mas como faria para encontrá-la e impedi-la se a única pessoa que conhecia o endereço além de Malfoy e dos comensais era Gina? Mas onde estaria Gina naquele momento?
– Ah, Harry. Eu to achando que Gina está aprontando alguma. Se ela foi atrás de Hermione.... eu não sei o que Hermione é capaz de fazer com ela.
“Não!”, pensou Harry, coçando o queixo enquanto algumas idéias se formavam em sua mente, “Não foi Gina quem foi atrás de Hermione e sim o inverso”. Hermione era esperta e, certamente, ardilosa. Ela havia tirado Gina de cena, pois sabia que a garota conhecia a casa e sabia muito bem que Harry viria atrás dela.
- Garota esperta! – disse Harry, irritado, pensando alto.
- Quem, Gina? – Luna perguntou, parecendo confusa. – Não é esperto ir atrás da srta. Voldemort!
Harry não pode deixar de notar a franqueza cruel de Luna num momento tenso como aquele.
- Não... eu me referia a Hermione... – disse Harry.
- Hermione? – nem Luna, nem Rony entenderam. Harry não queria contar a ninguém sobre os últimos acontecimentos. Até porque havia ficado do lado de Hermione enquanto os Weasleys amargavam a loucura dos pais. No entanto, naquele momento desesperador, sem saber o que mais fazer, e sem saber a quem revelar o que sabia, resolveu contar com o apoio de seus melhores amigos, mesmo que um deles seja um Weasley.
- Rony... Luna... eu preciso contar uma coisa para vocês, mas antes eu preciso da sua ajuda Rony.
Rony e Luna se entreolharam.
- O que é Harry? – Rony perguntou.
- A Gina falou para você ou comentou alguma coisa sobre o lugar em que ela esteve cativa no ano passada, enquanto nós achávamos que ela estava morta?
Rony franziu o cenho e parecia muito triste e confuso.
- Gina ficou aterrorizada por meses! Ela me contou tudo sim. Até hoje ela tem pesadelos com aquela casa. É um casebre muito velho e tenebroso e fica nos arredores de Hogsmeade, perto da...
- Perto de onde? – Harry perguntou. Seus olhos brilharam com a nova possibilidade.
- Primeiro me diz o que está acontecendo, Harry. Sinto muito fazer isso, mas eu sei que você sabe alguma coisa e não está querendo me dizer. Eu tenho o direito de saber.
- Está bem! – disse Harry, respirando fundo. – Você vai me odiar, Rony: durante todo esse tempo eu sabia onde estava Hermione. Eu acreditei nela, acreditei em tudo o que ela me disse. E tem algumas coisas que ainda acredito.
Harry esperou que Rony fosse explodir em raiva, mas o garoto ficou quieto. Luna fez um estranho barulho com a boca, mas também ficou quieta.
- O problema é que ela vai fazer alguma coisa ruim essa noite e eu preciso impedir... – Harry suspirou, rezando para que ninguém entrasse na sala comunal naquela hora. – Hermione e Malfoy estão indo para a casa da qual lhe falei. E acredito que Gina foi capturada por eles, então... me diga onde fica esse lugar, ou então... me mostre! Mas é muito perigoso, Rony! Eu gostaria que não fosse!
Rony franziu o cenho novamente, e parecendo resoluto, respondeu:
- Eu vou com você!
- Eu vou junto! – resmungou Luna.
- Mas não quero que fale nada para os gêmeos. Eles estão com idéias assassinas e eu preciso resgatar Gina, antes de tentar matar Hermione. – Rony falou.
- Certo! – disse Harry, sem graça. Internamente ele pensou que não haveria razão para isso. Rony se convenceria que Hermione era parcialmente inocente no ataque de seus pais.
- Vamos agora, Harry! – falou Rony com urgência.
- Sim... daqui a pouco! – disse Harry. – Eu preciso fazer uma outra coisa agora, antes de ir. Preparem-se! Daqui a pouco partiremos... antes das dez, se possível. Vistam roupas quentes, está frio lá fora, e não esqueçam suas varinhas. Não sabemos quem teremos que enfrentar e não revelem a ninguém o que eu lhes revelei!

Harry saiu da sala depois de alertar os amigos. Ficou com medo de lhes revelar o que sabia, mas agora sentia que podia confiar neles. Afinal, tanto Luna e muito mais Rony, o haviam ajudado ao longo desses anos em Hogwarts. Harry desceu as escadas quase alucinado e percorreu todo o caminho até o terceiro andar concentrado em suas idéias. Desviou-se de Madame Filch e amaldiçoou Pirraça antes que ele pudesse dizer ou fazer alguma coisa e apressou os passos até ver-se em frente ao Gabinete Ministerial.
Toc. Toc.
- Entre! – Harry escutou a voz de Snape lá dentro e abriu a porta, fechando-a atrás de si.
- O que quer, Harry? – perguntou Snape, como sempre, agressivo.
Pela primeira vez Harry achou que as bandagens dele estavam limpinhas demais para quem havia perdido um olho.
- Preciso que me ajude... Professor !


Gina escutou o barulho de fechadura e a porta do quarto se abriu. Ela levantou-se, nervosa, esfregando as mãos, imaginando quem poderia ser seu raptor. Quando viu o rosto de Malfoy, mas magro do que nunca, sentiu que era o fim.
- Oh, meu Deus, Draco! Você torturou meus pais! – Gina choramingou, sentindo as lágrimas rolarem por seu rosto.
- Quem ficar calma, Gina. – Malfoy gesticulou calmamente com as mãos, mas Gina se afastou dele e, engatando seus pés num dos cobertos velhos que estavam no chão, caiu sentada, arrastando-se o mais que podia para longe de Malfoy.
- Não me machuque, por favor! – disse ela, desesperada.
- Fique calma, Gina! Eu não vou deixar nada de ruim lhe acontecer, está bem? E sobre seus pais, não era eu. Era alguém que se fez passar por mim. É alguém que se intitula Camaleão... eu vou lhe explicar tudo depois.
- Não... não... – Gina implorou para que Malfoy se afastasse, mas ele continuou se aproximando e, para total surpresa de Gina, Draco se abaixou e a abraçou.
- Vai ficar tudo bem! – Draco disse, acariciando a cabeça de Gina e fazendo ela se apoiar em seu ombro.
Gina agarrou as vestes de Draco e o abraçou quando percebeu que ele não a machucaria, deixando as lágrimas correrem livremente pelo rosto sardento.
- Por favor, Draco... – disse ela, quando já estava um pouco mais calma. – Você precisa me ajudar... você precisa me libertar...
- Eu não posso! Não até que Mione diga pra....
- Hermione? Hermione está aqui? – Gina perguntou, levantando a cabeça para a porta. – Meu Deus, Draco... você tem que nos tirar daqui. Você pode não ser ruim, mas Hermione é... Ela vai me matar e depois vai matar você também...
- Não, Gina, ela não é... – Draco parou de falar quando escutou um som no outro aposento.
- Por favor, Draco, ainda dá tempo... tire-nos daqui... Draco... por favor...
Mas Malfoy não lhe deu ouvidos e levantou-se. Num gesto desesperado, Gina avançou para Malfoy, grudando em uma de suas pernas.
- Não vá! Ela vai te matar... ela vai te matar... – Gina disse, chorando.
- Acalme-se Weasley! – disse Malfoy, abraçando Gina novamente para que ela o soltasse, mas depois, ficou de pé, novamente e saiu do quarto, fechando a porta.

- Você veio cedo! – disse Draco, virando-se para Hermione que montava no meio da sala um grande caldeirão, com diversos recipientes do lado. – Por que raptou Gina? Ela está apavorada.
- Eu a trouxe por dois motivos: - explicou Hermione. – Primeiro, por que ela sabe da localização desta casa e Harry certamente a procuraria... e segundo, porque preciso dela para fazer o que preciso fazer esta noite.
- O que vai fazer? – Malfoy perguntou, sentindo uma estranha sensação no estômago.
- Eu não tenho muito tempo! – disse ela, conjurando um fogo intenso que começou a ferver imediatamente a solução que havia no caldeirão – Eu tenho que fazer esse feitiço antes da meia-noite, ou terei que esperar mais um mês: hoje é o último dia da lua cheia.
- Uhm... o que tem no caldeirão? – perguntou Malfoy, vendo que a solução começara a ferver.
- Por enquanto só água e um pouco de terra. – disse Hermione, que tirou de dentro das vestes um pergaminho muito velho e amarelado. Parecia que ela o havia tirado de algum livro antigo.
Malfoy tentou se aproximar para ler, mas só o que viu foi: “Despertando o exercito”, no título.
- O que é isso, Mione? – Draco perguntou, apontando para o pedaço de papel.
- É uma poção, Draco. Uma poção que vai mudar muita coisa daqui para a frente.
Draco sentiu seu coração acelerar. A história sobre a profecia que o próprio Dumbledore contou ainda retumbava em seu ouvido.
- Hermione...
- Os quatro elementos devem ser combinados com o sangue de quatro pessoas diferentes. A isso, deve-se adicionar o sangue de um elfo e o sangue de uma pessoa que já morreu. E por último... o herdeiro de Salazar Slitherin deve beber a poção para libertar o povo menor da maldição. Água, e na própria água existe o ar, Ar, Terra e FOGO!
Brandindo a varinha, Hermione conjurou chamas azuis sobre a água que crepitaram alguns segundos antes de desaparecerem.
- Os quatro elementos... – continuou Hermione, mas Malfoy a interrompeu.
- Hermione... isso não é...? - o pavor começava a tomar conta de Malfoy.
Mione tirou um pequeno frasco de um bolso e o admirou contra a luz do fogo sob o Caldeirão.
- Sim, Malfoy... a profecia é verdadeira...
Malfoy ficou parado alguns instantes, a mente trabalhava rapidamente, então, inocentemente, tentou tirar o pequeno recipiente da mão de Hermione.
- Eu não vou deixar você fazer... AHHH! – Draco berrou quando Hermione o legitimentou e ele caiu no chão.
- Não tente me impedir! – disse Hermione, aborrecida. – Mas tarde, vou lhe contar tudo o que sei e tenho certeza que me ajudará em meu plano. Por hora, não posso perder tempo, então, fique longe. Apenas observe!
Malfoy recostou-se na parede e olhou para a porta do quarto onde estava Gina. Será que conseguiria tirar Gina dali, agora? Arrependeu-se por não ter dado ouvidos a ruiva antes.
- Água, Ar, Terra e Fogo. Os quatro elementos da natureza. A base da magia e de onde tudo se originou. Esta poção é muito antiga e quebra uma maldição muito forte, criada por Salazar Slitherin – informou Hermione. Malfoy acompanhava tudo o que Hermione fazia como se estivesse hipnotizado. – E o sangue de quatro pessoas, quatro pessoas apaixonadas. O primeiro deles é o sangue de Harry: o inimigo apaixonado.
Hermione tirou com um cotonete a minúscula gota, já coagulada, de sangue que havia no minúsculo recipiente e o jogou na poção que fez um barulho e mudou de cor, ficando vermelho.
Malfoy viu que a poção irradiava uma luz vermelha também que refletia no rosto de Mione. Naquele ângulo, o rosto iluminado de Hermione parecia ser até demoníaco, mas continuou ali parado, sem poder se mover. O medo o impedia.

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Harry e Luna caminhavam depressa, seguindo as instruções de Rony que ia um pouco mais a frente. Eles passaram pelo Três Vassouras e continuaram a caminhar mais até o Cabeça de Javali, quando Rony tomou uma estrada estreita, cheia de pedregulhos.
- Ainda falta muito, Rony? – Luna perguntou. Gostaria de ter trazido um par de botas ao invés do tênis apertado.
- Um pouco! – Rony respondeu.
Até mesmo Harry achava que o lugar realmente era longe. Agora as casas eram raras, uma ou outra aparecia, e estavam todas em estado lastimável. Passaram pelo lado de um cemitério, mas continuaram dando o contorno. Ao longe, Harry pôde ver a casa dos gritos, mas continuaram pelo outro lado.
- Gina, Hermione e Malfoy voltaram à Hogwarts ano passado pela casa dos gritos. – Rony informou apontando.
Harry lembrava-se. E olhando para a casa dos Gritos, divisou a lua. Estava anormalmente cheia, parecendo muito próxima. A luz era tão forte que chegava a iluminar o caminho como se fosse um grande poste o acompanhando de longe. Harry não conseguiu deixar de pensar em Lupin e na maldição que o atingia toda lua cheia. Imaginou onde o professor poderia estar e se estaria transformado agora num lobo feroz.
- Estamos bem perto agora... é só descer esta colina! – indicou Rony apontando uma casa muito velha de dois andares. Havia uma luz fraca saindo por uma das janelas, cobertas por tábuas. Havia um jardim mal cuidado na frente, e na porta, um risco vermelho denunciava sangue coagulado. Não era uma casa boa... ao contrário... era ruim... e algo de muito ruim aconteceria se Harry não chegasse em tempo. Ele olhou mais uma vez no relógio: onze horas em ponto.

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- O segundo é o sangue de um nobre apaixonado.... você Draco! – continuou Hermione. Malfoy franziu o cenho, enquanto ela tirou de uma bolsa uma adaga pontuda.
Tomando a palma dele em suas mãos, Hermione fez um corte na mão de Draco e fez o liquido escorrer em outro recipiente.
- Foi difícil achar um nobre, mas como Lucius havia falado algo do tipo, achei que você poderia servir. Eu descobri que sua tataravô herdou o título de baronesa. Embora não o tenha passado a seus netos.
Hermione fez o liquido fresco escorrer para dentro do caldeirão que fez um novo barulho e mudou de coloração, para um azul vívido.
- O terceiro é o sangue de um leonino apaixonado. Esse foi o mais fácil. Tinha de ser uma garota e a família de Gina sempre pertenceu à Grifinória (leoninos!). Além disso, ela é ruiva. Foi a primeira que descobri.
Hermione segurou firmemente a adaga nas mãos e entrou no quarto de Gina. Malfoy, prontamente, a seguiu.


- Meu Deus! – Gina sussurrou ao ver Hermione com uma expressão enigmática no rosto com uma adaga muito bonita, cravejada de rubis, numa das mãos.
- Dê-me a mão, Gina! – disse Hermione, com um tom que era difícil não obedecer.
- Mione... por favor... – implorou Gina, escondendo as mãos nas costas.
Hermione não atendeu às suas súplicas, agarrou a mão de Gina e puxou a garota para a sala onde ela confeccionava a poção. Ergueu a mão da ruiva um pouco acima do caldeirão e cortou-a, impiedosamente.
Quando Hermione a largou, Gina correu para Malfoy e se enterrou nos braços do garoto que a abraçou com carinho.
- Calma, Gina... vai ficar tudo bem. – ele disse, sem saber realmente se ficaria.
Na verdade, Malfoy sabia que nada ficaria bem, mas sabia que era inútil resistir. A legitimentação de Hermione era mais poderosa do que qualquer feitiço que pudesse fazer aquela hora.
- O último sangue apaixonado é o meu: o sangue do herdeiro de Slitherin. Como a única filha de meu pai, Tom Marvolo Riddle, o Lord Voldemort, eu sou a herdeira perdida de Slitherin que hoje vem quebrar a maldição há muito imposta por meu antecessor: Salazar.
Hermione dizia em voz alta como se a conjuração fizesse parte da poção ou do encantamento.
Hermione cortou profundamente a mão de modo que o sangue fluísse livremente.
- QUE MEU SANGUE SEJA O TRIBUTO! QUE MEU SANGUE SEJA A CHAVE PARA LIBERTAR AQUELES QUE ESTÃO PRESOS!
A poção fez um grande barulho e mudou para amarelo sol.
Hermione enfaixou a mão rapidamente com uma gaze e tirou outros dois recipientes de dentro da sacola, derramando-os dentro do caldeirão. Um dos recipientes continha uma solução parecida com sangue e a outra, mas parecia pequenos pedaços de carne preta.
- O SANGUE DOS ELFOS O SANGUE DOS MORTOS!
A poção fez um último barulho, quase como o que de uma pequena explosão. Uma massa de nuvem levantou-se do caldeirão até quase um metro acima e depois a poção ficou negra, tão negra que brilhava sobre a fraca luz de um lampião ao longe.
- ESTÁ PRONTA! – disse Hermione, com um estranho sorriso nos lábios. Ela parecia extremamente cansada. – AGORA... NÃO HÁ MAIS COMO RETORNAR.
Hermione respirou e apoiou-se na parede, olhando para Malfoy e Gina que estavam abraçados a um canto.
- Eu consegui! – disse Hermione, parecendo feliz e triste ao mesmo tempo. – Só falta a última fase para completar o ciclo.
Ela caminhou até o caldeirão e com uma concha, encheu um cálice com a poção flamejante, mas quando encostou nos lábios, antes de pudesse ingerir uma só gota, um barulho chamou sua atenção, enquanto a porta caia ao chão com um grande estrondo.

- ACCIO... CÁLICE! – Gritou Harry, que havia derrubado a porta.
O cálice escapou das mãos de Hermione e voou para as de Harry que imediatamente jogou fora o conteúdo.
Luna e Rony surgiram atrás de Harry com as varinhas erguidas, para a total surpresa de Hermione.
Ela olhou para a sua varinha, jogada a alguns metros e olhou para o caldeirão que ainda fervia. Só daria tempo de fazer uma coisa, então decidiu:
- AHHH! – gritou ela, enquanto metia a mão na água negra fervilhante para encher a mão em concha. Mas antes de pudesse beber da poção, Malfoy a segurou por trás e a puxou.
- Despeje a poção, Harry. – disse Malfoy que lutava para manter Hermione. – Ela disse que só falta beber da poção para completar o ciclo. Despeje a AHHHH!
Hermione legitimentou Malfoy que a libertou imediatamente, mas antes que ela pudesse chegar até o caldeirão, Harry se pôs a sua frente.
- Eu lutei muito para chegar até aqui. SAIA DA MINHA FRENTE.! LEGITIMENS!
Hermione concentrou-se firmemente na mente de Harry. Queria legitimentá-lo, mas ele continuava firmemente a sua frente, segurando a varinha numa das mãos, como se nada pudesse afetá-lo.
- Saia, Harry. Eu preciso beber a poção ou vai acontecer uma desgraça.
- Desgraça aconteceu quando eu acreditei em você! – Harry falou e agarrando os braços de Hermione, arrastou-a até o quarto em que Gina esteve trancada até pouco tempo atrás.
- Harry, não! Eu preciso beber a poção! – disse Hermione, tentando desvencilhar-se de Harry que a jogou para dentro, fazendo-a cair sobre os cobertos velhos jogados no chão.
- Você vai ficar aqui! Como a prisioneira que é!
Harry fechou a porta com força e virou-se para ver os rostos assustados de Gina, Malfoy, Luna e Rony.
- Eu preciso beber, Harry, ou eles virão até aqui para me destruir. – berrou Hermione de dentro do quarto, batendo na porta. – E destruirão todos que estiverem no caminho.
- Eu cansei de acreditar em você e nas suas mentiras! – disse Harry, aborrecido.
- Eu não estou mentindo, Harry, pelo amor de Deus... acredite em mim! Eu preciso completar o ciclo ou só a primeira parte da poção se realizará: o exercito do mal se erguerá, mas serão todos atraídos até aqui... para me destruir...
- MENTIRAS E MAIS MENTIRAS!
Harry estava aborrecido quando olhou para o caldeirão onde ainda estava fervendo. Malfoy se aproximou e tentou virar o caldeirão para despejar a poção, mas Harry o impediu.
- Não, Malfoy! – disse ele, preocupado. – Antes de jogarmos fora a poção, precisamos chamar Snape aqui para que ele descubra o que Hermione tentou fazer. RONY! LUNA! Eu quero que voltem para Hogwarts e tragam ajuda. Snape, principalmente...
Rony e Luna confirmaram a ordem meneando a cabeça e saíram da casa.
- Oh... Harry! – disse Gina, desvencilhando-se de Malfoy para se jogar nos braços de Harry. – Eu tive tanto medo!
Harry percebeu uma estranha expressão nos olhos de Malfoy quando acolheu Gina em seus braços. “Será que Malfoy está se apaixonando por Gina?”. Apesar de tudo, ainda não sabia se podia contar com Draco, afinal, sabia que sua mãe era uma das jogadoras... seria ele também?
- HARRY! – Hermione gritou de dentro do quarto numa última tentativa. – DEIXE-ME BEBER DA POÇÃO OU ESTAREMOS TODOS MORTOS! MORTOS!
Harry decidiu não prestar atenção ao que Mione dizia, mas escutou um estranho barulho na porta, como se alguém estivesse batendo desordenadamente, em grande intervalos.
- Rony? Luna? – Harry perguntou, imaginando se os dois tivessem voltado por algum motivo, mas ninguém respondeu. Escutou um estranho “Arggh” e aguçou o ouvido. Parecia que alguém estava gemendo do lado de fora.
Harry largou Gina para abrir a porta, mas ela agarrou seu braço.
- Harry... não abra! – ela sussurrou.
- Não se preocupe, Gina... está tudo bem! – disse ele, girando a maçaneta lentamente.


- Vamos cortar caminho pelo cemitério! – disse Rony, ajudando Luna a subir a colina. O cemitério ficava bem no alto da colina e realmente cortava boa parte do caminho.
- Não sei! Não é uma boa idéia andar no cemitério numa hora dessas! – falou Luna, ajeitando os cabelos.
- Não se preocupe! Devemos temer os vivos... não os mortos! – disse Rony sorrindo, puxando Luna pela mão para dentro do cemitério.
Enquanto caminhavam, Luna sentiu um estranho barulho, mas achou que pudesse ser um gato ou um cachorro perdido.
Havia muita nevoa, uma nevoa densa que corria velozmente pelo chão, mas não se levantava nenhum centímetro mais do que seus calcanhares.
- Não dá de ver onde estamos pisando! – Luna reclamou – Espero não estar pisando em cima de algum caixão enterrado.
- Claro que não! – disse Rony, virando em uma lápide, particularmente sinistra e coberta de musgo negro. Enquanto virava, Luna olhou para trás e teve a nítida impressão de ter visto alguém se movendo de uma lápide a outra e piscou os olhos para ver melhor, mas não havia ninguém.
“É só sua imaginação, Luna”, ela pensou, apertando firmemente a mão de Rony e se aproximando mais dele.
Ela não podia imaginar, mas aconteceriam coisas que nem a mente mais perversa seria capaz de realizar.

Enquanto isso, Hermione tentava olhar para fora, através das frestas entre as tábuas pregadas na janela.
- Ainda por cima... estamos perto do cemitério... – sussurrou ela, tentando controlar o tremor que tomava conta dela...

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