A Adorável Prisioneira de Harr
Harry conduziu Hermione para o primeiro casebre que estava desabitado e abriu a porta, recostando Hermione no chão forrado por um papelão mofado. Atando Hermione com o feitiço incarcerous , Harry abandonou-a para retornar a praça principal de Dante Village.
Correu até o lugar que o corpo de Dumbledore deveria estar, mas tudo o que viu foi uma grande poça de sangue já coagulado. Agachando-se, enquanto tentava imaginar o que aconteceu, Harry sentiu uma mão fechando-se sobre o seu ombro e levantou, virando-se espantado.
- Snape! – disse Harry, com nojo ao ver o rosto de seu mais odiado professor.
Havia acontecido algo muito sério com seu olho direito que parecia ter sido arrancado violentamente já que o sangue cobria parte do rosto e do cabelo. Além de ter escoriações por todo corpo.
- Harry, onde estava? – disse o professor, apoiando-se nos ombros de Harry, enquanto falava.
- Er... eu... o que aconteceu com seu olho?
- Caso não tenha notado, Harry, fomos cruelmente atacados pelos comensais. Mas acho que você desmaiou antes de ver. Sua querida e amada amiga nos traiu!
- Onde está Dumbledore? – perguntou Harry, tentando, desesperadamente mudar de assunto.
- Dumbledore esta em coma, foi levado para Hogwarts.
- Dumbledore está vivo? – perguntou Harry, sentindo um novo animo.
- Por enquanto! Não viverá muito mais tempo. Ele é forte, mas está velho... coitado... ele e Macgonagal nunca...
- E os outros? – perguntou Harry, interrompendo-o. Tentando olhar para os lados para ver se via alguém – Alguém... morreu?
Snape contemplou Harry por um instante. Um breve segundo em que Harry teve certeza de que receberia más notícias.
- Moody e Schakebolt morreram durante a batalha, Harry. Foi horrível, eu os vi morrer...
- E Hagrid? – perguntou Harry sentindo seu estômago se afundar.
Snape olhou para o lado, para onde o Dragão Norueguês gemia.
- Tem algumas pessoas tentando levitar o dragão, Harry... Ele foi esmagado. Ainda está respirando, mas está muito mal também. Eu acho que vai sobreviver... mas... o pior foi com os Weasleys!
- Meu Deus... o que aconteceu com a sr e a sra. Weasley?
- Maldito Arthur, sempre foi desajeitado...
- O que aconteceu com eles, professor?
- Eles foram torturados... enlouqueceram, Harry. Molly estava indo muito bem... ela sempre foi uma boa auror, mas Arthur a atrapalhou e os dois foram atingidos impiedosamente por alguém... alguém que não conheço... alguém que vestia um capuz negro.
Harry se deixou abater e sentou-se no chão, sentindo que o barulho ensurdecedor do Dragão simplesmente desaparecia. Molly e Arthur Weasley eram como seus pais. Sempre o acolheram em sua casa como se fossem parentes, embora não o fossem. Harry não conseguia imaginar os dois se contorcendo de dor até enlouquecerem, mas sabia que era verdade. E havia uma coisa que parecia comprimir ainda mais a raiva dentro de si: Hermione era a traidora! Hermione planejara tudo! Hermione deixou isto acontecer!
- Você precisa ir para a Ordem! – falou Snape, em tom de urgência. – Eu não posso! Preciso ajudar os outros e não há mais ninguém. Sinceramente, Harry, eu acho que Hermione pode tentar uma loucura. Os outros Weasleys estão lá: o idiota do seu amigo Rony e a irmã dele que, mesmo sendo talentosa, não é párea para Hermione se ela quiser matá-los. E há também Draco, mas...
- Hermione não fará nada por agora! – Harry conseguiu dizer.- Mas eu vou vê-los. Depois que... fizer uma coisa.
- Certo! – disse Snape que colocava uma das mãos sobre a órbita em que um dia houvera um olho.
Harry se levantou. Ele precisava ir até onde Hermione estava e levá-la para um lugar seguro. Enquanto perpassava em sua mente o que Snape lhe dissera, sentiu quando alguém agarrou seus pés, fazendo-o cair com estrondo. Habilmente, Harry sacou a varinha e se virou.
Krum estava agonizando aos seus pés, cuspindo sangue, enquanto tentava dizer alguma coisa!
- O que é? – Harry perguntou, aproximando-se do Ministro.
- Mal... Mal... – ele sussurrou, espirrando sangue agora pelo nariz.
- O que tem? – Harry perguntou-se, achando que era alguma coisa sobre o exercito do mal.
- Ele... Mal... ele... Mal... foi ele... – disse o Ministro. E depois daquilo, lentamente, enquanto Harry o observava, a vida foi se esvaindo. Logo, suas pupilas dilataram-se e seu peito parou de se mexer com um último suspiro. Victor Krum, o ministro da Magia, estava morto.
Harry chegou a Ordem de Fênix uma hora depois, muito abalado ainda pelos últimos acontecimentos. Passou pela porta de entrada, deixando-se cair sobre o sofá da sala de entrada, sem impedir as lágrimas de rolarem. Ergueu-se um minuto depois quando escutou passos se aproximando e se virou, para contemplar Gina.
- Harry! Harry o que aconteceu? – Ela perguntou, apavorada, enquanto Rony a alcançava.
- Todo mundo sumiu! – disse Rony, lívido. – Ficamos preocupados.
- Rony, Gina... eu preciso lhes dizer uma coisa! É melhor chamarem os outros: Gui, Carlinhos, os gêmeos e Malfoy.
- Malfoy? Malfoy? – perguntou Rony, estranhamente – Achei que Malfoy estava com você! Ele também sumiu. O que diabos está acontecendo, Harry?
Gui, Carlinhos e os gêmeos vinham descendo as escadas também.
- Uma coisa horrível aconteceu! – Harry começou, embora achasse que não iria conseguir terminar de falar, pois seus lábios tremiam e seu coração estava disparado. – Com Molly e Arthur...
Hermione abriu os olhos devagarinho. Ainda estava alarmada com o que acontecera e levantou-se quase instantaneamente. Foi então que percebeu que seus pulsos estavam presos à algemas pesadas que estava ligadas a correntes.
Assustada, ela olhou em volta, tentando descobrir onde estava. Estava escuro e a pouca luz que entrava pelas frestas do que parecia ser uma janela, não era suficiente para iluminar o lugar.
Irritada, ela puxou o pulso e tentou se livrar da algema... em vão.
- Alohomorra! – disse ela para a fechadura da algema, rezando para que seu feitiço funcionasse. Ela sabia que muitas pessoas faziam feitiços sem precisar de varinha. Até aprendeu a fazer legitimência sem a varinha, mas aquilo simplesmente não parecia funcionar.
Ela escutou um pequeno ruído vindo de algum lugar abaixo de onde estava e percebeu que, seja lá onde estivesse, havia outros andares ali.
Ela se debateu, chorou, mordeu a algema, quase quebrando seus dentes que, depois, ficaram bem doloridos, mas nada funcionou. Então tornou a puxar o pulso. Ela era magra e a algema parecia estar larga, então puxou com toda a força que podia reunir. Suas mãos começaram a sangrar, mas ela não ligou e continuou. Um estalo tilintou perto dela intensificando seu desespero. Ela puxou tanto, que sua mão ficou branca e depois começou a ficar roxa.
- Pare! – escutou uma voz dizer, e alguém segurou suas mãos.
- Harry! Harry é você? – ela perguntou, aliviada. – Por favor, me liberte! – disse ela, oferecendo-lhe a mão, mas a voz não respondeu nada, apenas massageou-lhe a mão dormente.
- H-harry? – disse ela, tremendo, imaginando que talvez não fosse Harry quem ouvira.
A pessoa, seja quem fosse, afastou-se dela, largando sua a mão e pareceu se afastar, descendo alguns lances de escada.
Hermione ficou parada por um instante, mas recomeçou a forçar a corrente, tentando passar a mão pela algema e se libertar. O sangue agora fluía livremente dos pulsos cortados, mas Hermione não ligou para dor. Quando sentiu alguém se aproximar novamente, arrastou, recuando para trás, até atingir com as costas a parede.
- Quem é você? – perguntou ela, assustada.
O homem segurou suas mãos novamente e, com um pano, começou a derramar água sobre seus pulsos, aliviando a dor.
- Quem imagina que é? – perguntou a voz, novamente. Tinha um tom de desanimo e tristeza naquela voz.
- Você entendeu tudo errado, Harry! – disse ela, sentindo seu coração bater alto.
- Dumbledore está morrendo; Krum, Shakebolt e Moody estão mortos; Snape perdeu um dos olhos e os Weasley enlouqueceram sendo torturados.... eu acho que entendi tudo certo, Mione ou será que devo chamá-la de Filha do Lord das Trevas.
Hermione silenciou. Havia uma estranha tensão no ar. Uma tensão que culminaria a qualquer instante. Ela apertou os olhos e deixou uma lágrima percorrer seu rosto.
- Eu deveria matá-la! – disse a voz, de repente, e Mione sentiu quando duas mãos se fechavam sobre o seu pescoço.
Hermione não tentou resistir. Achou que seria pior se o fizesse, mas ficou apavorada quando sentiu uma pequena pressão sobre seu pescoço.
- Por favor, Harry! Por favor! – suplicou ela, segurando seus braços com as mãos, embora soubesse que não seria forte para impedi-lo se ele insistisse.
- Seu pai não foi misericordioso com os Weasleys... por que eu deveria ser misericordioso com você. FALE!
Hermione começou a chorar, e resolveu espalmar as mãos no peito de Harry.
- Você foi acolhida por eles, Mione! Arthur e Molly a acolheram em sua casa e a trataram como se fosse filha deles. COMO VOCÊ PÔDE! COMO DEIXOU ISTO ACONTECER!
- H-harry! – disse Hermione, sentindo que o ar passava com dificuldade por sua garganta. – Não pode me matar agora! Não agora! Você entenderá! Você entenderá!
- MESMO? – disse Harry largando o pescoço de Mione, fazendo Hermione cair no chão com estrondo. – Eu não posso te matar... eu não poderia, mas saiba que nunca mais olhará o sol nascer novamente! A escuridão é tudo o que você merece. A podridão, a imundice é seu mundo agora, um mundo que terá de compartilhar com ratos e baratas até o fim de seus dias, Hermione! Mas não se preocupe! Eu não deixarei que morra. Você implorará para que eu a mate, mas, ainda assim, eu não terei piedade. Você viverá... até o dia em que os Weasleys morrerem...
tap
O tapa atingiu a face de Hermione com estrondo, o que a fez chorar mais ainda, embora silenciosamente.
- Eu cuspiria... mas não quero gastar minha saliva com quem não merece!
Quando Harry saiu da sala, Hermione cobriu o rosto que ardia com as mãos, enquanto sentia as lágrimas quentes fluírem de seu corpo.
- VOCÊ DESCOBRIRÁ TARDE DEMAIS QUE EU NÃO SOU QUEM PENSA QUE SOU! – gritou Hermione, sentindo que Harry parava sobre um dos degraus da escada. – E eu nunca mais o perdoarei, Harry... não desta vez...
- Eu não quero descobrir quem você é, meu amor... – disse Harry, baixinho, olhando para cima,de modo que Mione não o escutasse, imaginando que não podia haver coisa pior que Hermione fosse capaz de fazer....
Harry descobriria TARDE DEMAIS que havia...
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