Vinte e quatro horas...



- Não tem ninguém por aqui! – disse Malfoy, olhando pela minúscula janela no porão. – SE pudéssemos passar por aqui, poderíamos fugir e alertar Hogwarts. Talvez... se eu tirar a esquadria.
Malfoy começou a empurrar a janela para tirar o vidro e a esquadria. Quando finalmente conseguiu, viu que não poderia passar por ali, mas Gina, magra e pequena como era, poderia.
- Você consegue passar agora! – disse ele, virando-se para ela.
- Eu não! – gritou Gina. – Você está louco? Está cheio de mortos-vivos lá fora. Além do mais Rony e Luna já estão indo para Hogwarts. Só precisamos ficar sentados aqui, esperando a ajuda chegar.
- E se aconteceu alguma coisa a Rony e Luna? – Malfoy disse, tentando convencer Gina. – Vamos Gina, seja corajosa! Você pode sair daqui! É melhor se refugiar no castelo do que neste lugar. E se o pior acontecer. Se os mortos vivos dominarem o planeta?
Contrariada, Gina resolveu seguir os conselhos de Malfoy. Ele a ajudou a subir, empurrando-a para fora. Quando ela saiu, voltou um dos braços e puxando o pescoço de Malfoy, deu-lhe um beijo rápido numa das bocejas.
- Esteja aqui quando eu voltar, Draco! – disse Gina, afastando-se para longe e sumindo na primeira quina da casa. A maioria dos mortos vivos estava concentrada na frente da casa, onde ficava a porta e a janela do quarto onde Harry e Hermione estavam. Malfoy tinha certeza que Gina poderia escapar pelo outro lado.

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Harry ficou parado, olhando para Hermione ali sentada, tentando convencê-lo. Mentiras! E mais mentiras! Antes Malfoy era o culpado por tudo. Depois era Snape... agora era Voldemort... Mas Harry resolveu não falar nada desta vez. Geralmente, ele demonstrava muito suas emoções para Hermione e por isso, ela o manipulava tão bem. Desta vez tinha que ser diferente. Não poderia esquecer que, além dos mortos-vivos que os cercavam naquele momento, havia um mal maior que os espreitava. Quem ou o que era esse mal, isso Harry ainda precisava descobrir!
- Está bem, Hermione – disse ele, por fim, observando-a intensamente. – Então me diga: o que vai acontecer se você beber da poção.
- Poderemos sair daqui, Harry! – disse ela, simplesmente. Mas Harry percebeu que não era tudo.
Hermione continuou a falar, mas ele não escutava mais. Ele tentou espiar por entre as frestas das tábuas pregadas na janela. Lá fora, havia uma grande movimentação perto do cemitério. Ele havia esquecido que havia um cemitério por perto. Isso explicava a grande quantidade de mortos-vivos lá fora. Estava encurralado, pois não poderia sair pela janela. Se a porta do quarto agüentasse às batidas dos zumbis, eles ficariam bem por enquanto. Além do mais, Rony e Luna já deveriam estar perto de Hogwarts. Tinha certeza que Snape poderia resolver aquela situação. Seria um pouco humilhante, mas pelo menos eles sairiam vivos.
- Você vai me ajudar, então? – Hermione disse no fim de seu monólogo, chamando a atenção de Harry.
- Claro que não! – disse Harry, secamente. – Não pretendo sair deste quarto até termos ajuda. Rony e Luna já devem ter chegado à Hogw...
- RONY E LUNA ENTRARAM NO CEMITÉRIO, HARRY! VOCÊ NÃO ESCUTOU O QUE EU DISSE?

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Rony quebrou a tampa do caixão velho para selar uma das janelas, quando os mortos vivos quebraram a pequena janelinha de vitrilhos no canto do mausoléu. Não havia como eles passarem por ali, mas não era agradável ver mãos tentando invadir e agarrá-los.
Luna estava sentada encostada à porta quando Rony veio se juntar a ela. E como ela parecia nervosa, Rony quis confortá-la.
- Fique calma, Luna. Não tem como eles invadirem esse mausoléu. Nós vamos ficar bem! – disse ele, abraçando-a.
- Eu sei, Rony... mas por quanto tempo? E se nós estamos aqui... quem vai alertar Hogwarts?
Rony ficou quieto. Queria imaginar que algum cidadão ao redor pudesse perceber o que estava acontecendo antes que essas criaturas pudessem atacá-los, para então alertar Hogwarts e o Ministério, mas não tinha certeza... e se... e se o mundo todo estivesse infestado de Zumbis?

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Gina corria pela orla da estrada, escondendo-se atrás de casas velhas e árvores, já que a rua estava repleta de mortos-vivos. Bem na entrada do cemitério, Gina teve que desviar de muitos zumbis que vinham para ela e subiu a colina, o caminho mais longo: não era uma boa idéia querer passar pelo cemitério de onde vinha aquelas incontáveis criaturas.
Ela correu para se afastar deles, apesar de se sentir ofegante, em parte pelo frio cortante que lhe tirava o ar. Ali, na colina, não havia mortos-vivos, não aparentemente, o que deu a Gina maior tranqüilidade.
Já tinha andado um bom pedaço quando viu um homem dentro de um carro. Era um trouxa. Mas... um trouxa naquelas áreas?
- Senhor? Senhor, por favor! – disse ela, batendo contra a janela. O vidro desceu automaticamente. Gina tomou um susto quando viu um revolver apontado para ela.
- Você é uma daquelas coisas? – perguntou ele, parecendo apavorado.
- Não senhor! – disse ela. – Eu preciso de uma carona. Sei onde podemos nos abrigar... se o senhor me der uma carona.
O homem pareceu pensar por um pouco, mas abriu a porta.
- Obrigada, senhor! – disse ela, sentindo-se aliviada por poder se proteger do frio. – Se o senhor tomar essa rua, vamos passar por uma vila...
- Oh sim, eu vim de lá! Fui visitar minha irmã... – disse o homem, guardando o revolver no paletó. – Ela é bruxa! Você também é uma... bruxa?
- Sim, senhor... – disse Gina, aliviada pelo homem saber de sua condição. – Então o senhor deve saber que há um castelo nas redondezas. É para lá que precisamos ir...
- Está bem! Mas antes de ir para esse castelo, precisamos pegar minha irmã que mora aqui perto. Espero que ela esteja bem, que não tenha sido atacada por uma dessas criaturas.
- Sim... senhor... eu também espero – disse Gina, ansiosa para chegar a Hogwarts. – O senhor pode acelerar um pouco.
- Eu fui atacado quando dava a volta pelo cemitério. Tive que matar três daquelas coisas que estão perambulando por aí. Eu fiquei apavorado... só tinha visto isso em filmes, não sabia que era real. Ainda bem que eu nunca me separo de meu revolver. – nessa altura, ele bateu no peito, onde havia guardado seu revolver - Eu não sou um criminoso... sabe... eu sou um policial... Tenente Raol Granger...
- Granger...? Eu tenho uma amiga que se chama granger também...
- Bem... quem sabe possamos nos conhecer...
“Eu duvido!”, pensou Gina. Mesmo que Hermione sobrevivesse, Gina faria questão de matá-la. Ao pensar em Hermione, Gina olhou de relance para o painel... faltava cinco minutos para a meia noite. Conforme insistência de Hermione, a poção deveria ser ingerida até a meia noite. “Parece que os seus planos não vão se realizar hoje, não é mesmo... Hermione... sua desgraçada, cadela, filha da p...”.
- Ai! – gemeu, de repente o homem, coçando o joelho.
- O senhor está bem? – perguntou Gina, preocupada.
- Estou sim... hehe... uma daquelas criaturas mordeu o meu joelho e agora está doendo bastante.
Gina trancou a respiração, apavorada.
- Pare o carro! – disse ela, séria, percebendo agora que o homem parecia muito mal, pálido e com manchas roxas no rosto e pescoço. – Pare o carro, agora!
- Por que moça? Não é legal uma garota andando por aí sozinha com todas essas criaturas lá fora.
- O senhor foi mordido...! Eu sinto muito! – disse Gina, enquanto esperava o carro parar, mas quando foi abrir a porta, a trava estava abaixada. – Senhor, abra a porta.
Gina tentava em vão levantar a trava e abrir a porta, mas ela não se abria.
- Sabe, moça... eu não estou me sentindo muito bem...

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Lorraine Granger olhava pela janela, imaginando por que o irmão havia estacionado na frente de sua casa novamente uma hora depois de ter saído quando uma coisa estranha aconteceu. Escutou um estampido e o carro foi iluminado pelo tiro de um revolver.
- Raol! – gritou ela, desesperada. Correu para a porta, mas quando colocou a mão na maçaneta, tocou numa coisa molhada. Erguendo os dedos para a luz percebeu que era sangue.
- Arghhh! - Um gemido vindo de dentro da sala, avisou a Lorraine que ela não estava sozinha...

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Harry estava apavorado olhando para fora. Havia muitos mortos-vivos na região do cemitério. Se Rony e Luna tivessem mesmo entrado no cemitério não havia como eles terem sobrevivido. Mesmo encurtando o caminho, a trilha pelo cemitério ainda levava alguns minutos.
- Meu Deus! – disse Harry, com o coração apertado, imaginando o que poderia fazer àquela hora.
Forçou uma das tábuas na janela. Depois de alguns segundos ela parecia mais mole. Talvez ele conseguisse fazê-la ceder. Havia mortos vivos lá fora, mas poderia desviar-se deles para ir até o cemitério.
- Acho que podemos sair por aqui... – disse Harry virando-se.
No mesmo instante percebeu no olhar de Hermione sua intenção. Ela estava bem perto da porta e tencionava abri-la.
- Hermione... ? – perguntou ele, mas antes que pudesse alcançá-la, ela já havia aberto a porta. Harry pulou e tentou agarrar a maçaneta, mas ela fechou a porta rapidamente por fora e girou a chave.
- HERMIONE! – Harry gritou, batendo contra a porta. De dentro da sala, ele escutou os sons de uma batalha.
Preocupado, abaixou-se para olhar pelo buraco da fechadura.
Hermione havia sido atacada por um morto vivo que tentava lhe morder o ombro. Outro morto vivo se aproximou. Era o homem de cabelos negros que atacara Harry, mas Hermione conseguiu alcançar a varinha que estava no chão e fazer um feitiço para afastá-lo. Depois conseguiu afastar o que tentava lhe morder o ombro. Ela alternava entre os zumbis, mas eles se aproximavam cada vez mais dela e ela, afastava-se cada vez mais do caldeirão.
Então, num gesto desesperado, Harry levantou-se e correu para a janela, socando a tábua que estava cedendo na janela até fazê-la sair de uma vez. Quando o buraco na janela se abriu, uns três mortos vivos meteram seus braços e suas mandíbulas para dentro, mas, Harry socou-os com a tábua, agarrou o cobertor que havia no chão e cobriu-se, escapando pelo buraco e caindo sobre o chão, para fora da casa, mas não foi uma queda brusca, pois caiu sobre um monte de neve acumulada. Outros mortos vivos vinham em sua direção agora, e tentaram lhe morder, mas o cobertor o protegeu em parte. Ele bateu nos zumbis com toda a força e tentou avançar pela porta da frente. Hermione ainda lutava com os dois mortos-vivos mas estava perdendo a batalha.
- Harry! – gritou ela, chorando de felicidade quando o viu.
Ele pulou por sobre os zumbis e os afastou dela.
Ela engatinhou até o caldeirão e enchendo ambas as mãos com a poção tomou um grande gole.
Harry parou de lutar quando os zumbis que ele batia com a tabua pararam de se mover e caíram no chão desfalecidos. Ofegante, ele sentou-se no chão, agradecido por finalmente aquele pesadelo ter terminado.
- O que aconteceu, Hermione? – ele perguntou, com dificuldade para respirar, sentando-se ao lado dela no chão, enquanto ela se apoiava no caldeirão.
- A segunda parte do feitiço. Estamos salvos por enquanto, mas os mortos-vivos ressuscitarão em vinte e quatro horas. Exatamente seis horas nós teremos para fortalecer nossas defesas em Hogwarts e avisar toda a população.
Harry olhou perplexo para Hermione. Ela parecia falar como se estivesse preocupada com as outras pessoas. Como se ELA não fosse a responsável por ter ressuscitado os mortos.
- VOCÊ É DOENTE, HERMIONE! – disse ele, com cara de nojo para ela.
- Harry... eu...
- CALE A BOCA! – disse ele, irritado e cansado. – O QUE VOCÊ FEZ NÃO TEM PERDÃO... VOCÊ LIBERTOU ESSAS COISAS PARA QUE? PARA DESTRUIR O MUNDO? SE NÃO PODE DOMINÁ-LO, QUER DESTRUÍ-LO... É ISSO?
- Não, Harry... eu...
- CALE A SUA BOCA! – disse ele, tentando controlar o estranho sentimento que brotava dentro do seu ser. – POR SUA CAUSA... RONY E LUNA PODEM TER MORRIDO.
- Eu não tinha planejado isso! Se eu tivesse bebido a poção, nada disso teria acontecido!
- EU LHE DISSE PARA CALAR A BOCA! – disse Harry, levantando-se e forçando Hermione a se levantar, também.
- VOCÊ É A PIOR PESSOA QUE EU JÁ CONHECI! ATÉ VOLDEMORT ERA MELHOR DO QUE VOCÊ, HERMIONE. AGORA EU ENTENDO! DEVE ESTAR NO SANGUE... VOCÊ É A FILHA DO DEMÔNIO E POR ISSO É UM DEMÔNIO TAMBÉM... NÃO É...? É GENÉTICO...
Tap.
Hermione havia dado um tapa em Harry. Em seus olhos, uma lágrima havia surgido no canto dos olhos, mas isso não convenceu Harry e ele retribuiu a gentileza.
Tap.
O tapa de Harry atingiu em cheio o rosto de Hermione, fazendo-a virar o rosto. As lágrimas rolaram pela face, enquanto ela cobria o vermelhão que apareceu no rosto com a ponta dos dedos.
Ela virou para ele com os lábios tremendo, parecendo profundamente arrasada.
- Está quase me convencendo, Hermione! – disse ele, carregado de cinismo e sarcasmo. – Eu estou quase sentindo pena de você!
Hermione deixou-se cair e sentada não controlou mais o choro.
Harry não deu bola, virou-se e começou a bater sobre o alçapão.
- Pode sair, Malfoy... estamos salvos!
Não levou muito tempo para Draco sair. Ele olhou assustado para os zumbis caídos no chão e percebeu o estado de Hermione, mas não demonstrou simpatia.
- Você fez por merecer, Hermione! – disse ele, olhando com raiva para ela. – E aí, Harry... você está bem? Foi mordido?
- Não... mas precisamos achar Rony e Luna... e cadê a Gina?


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O barulho de gemidos ensurdecedor que havia fora do mausoléu no cemitério havia parado misteriosamente.
- Rony.... o que será que aconteceu? – perguntou Luna, curiosa e preocupada.
- Não sei... acho que aconteceu alguma coisa.
Rony se levantou e tirou o pedaço de madeira com que tinha coberto a janela. Olhou com cuidado para fora, a fim de não ser surpreendido por uma mão pútrida, mas para seu consolo e felicidade, não havia nenhuma mão e agora, o terreno do cemitério estava cobertos por mortos-vivos mortos.
- Estamos salvos! Estamos salvos mesmo! – gritou Rony, correndo para Luna.
Os dois se abraçaram, tal era a sua felicidade e antes que Luna pudesse impedi-lo, Rony cobriu os seus lábios num beijo terno.

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Harry levantou Hermione e, com Malfoy, saíram da casa, levando num frasco, uma grande quantidade de poção. Hermione parecia arrasada e tinha dificuldade para andar, mas nem Harry, nem Malfoy tinham piedade e a empurravam.
Hermione deixava as lágrimas correrem livremente como que para acometer-lhes de piedade, o que não acontecia.
Quando se aproximaram do cemitério, Harry percebeu dois vultos se aproximando deles. Ficou apavorado por um momento, imaginando que ainda havia mortos-vivos vivos, mas explodiu em alegria quando viu Rony e Luna. Eles se abraçaram, mas tanto Luna quanto Rony não fizeram questão de abraçar Hermione e lhe lançaram olhares de nojo.
Eles começaram a subir a colina, escolhendo não cortar o caminho pelo cemitério que já fora bastante traumatizante para Luna e Rony.
Malfoy percebeu que Luna e Rony caminhavam de mãos dadas e lembrou-se de Gina. Ultimamente, desde a festa de casamento de Gui e Fleur, vinha sentindo algo estranho pela irmã de Rony. Estava preocupado com ela agora, mas esperava que ela tivesse em Hogwarts a salvo a esta hora.
Foi difícil subir a colina. Todos eles estavam muito cansados e o frio era quase insuportável, mas era Hermione quem tinha mais dificuldade.
Andaram por muito tempo quando viram um automóvel a poucos metros. Parecia ter duas pessoas dentro. Harry esperava poder contar com uma carona até Hogwarts, pois não sabia se eles conseguiriam fazer aquele percurso a pé, além do mais, se fosse verdade o que Hermione havia falado... eles só tinham vinte e quatro horas antes que os zumbis fossem, novamente, reanimados.
O vidro estava esfumaçado e por isso, Harry decidiu bater na janela.
- Alô... o senhor pode me dar uma carona?
Mesmo sem poder ver nada, Harry pode divisar uma movimentação no banco do passageiro.
- Oi... será que podem me dar uma carona? – Harry disse, testando a maçaneta para ver se o carro se abria. A trava estava abaixada e a porta se abriu para eles.
- Gina! – Harry disse, ao ver Gina, em estado de choque, ao lado de um homem morto com uma bala na cabeça. Nas mãos de Gina pendia um revolver e num dos ombros havia uma ferida.
- GINA? – Draco gritou, dando a volta no carro, e, abrindo a porta, tirou Gina dali e a sentou sobre o meio fio. – Você está bem?
Gina chorava muito. Draco teve que forçá-la a lhe entregar o revolver, guardando-o num dos bolsos.
- Gina? Você está bem? – Draco perguntou, alisando os cabelos dela, e tentando confortá-la, enquanto Harry, Rony, Luna e Hermione se aproximavam.
- EU FUI MORDIDA, DRACO... EU FUI MORDIDA! – gritou Gina, enterrando-se nos braços de Draco.
Aquela foi uma notícia que deixou todos estarrecidos. Harry não tinha palavras para expressar a tristeza. Luna parecia perplexa e Hermione levou a mão à boca, enquanto mais lágrimas saiam de seu rosto, mas foi Rony quem tomou a ação: posicionou-se na frente de Hermione e olhando firmemente em seus olhos, desferiu um tapa.
- TUDO ISSO É CULPA SUA! SUA!

Harry teve pena por Hermione que se abaixou, encolheu-se num canto e deixou as lágrimas tomarem conta, mas não fez nada para demonstrar simpatia. Hermione havia se transformado num monstro. Mas, o que havia acontecido com Gina era também sua culpa. Se ele não tivesse acreditado em Mione e a tivesse mantido sob seu controle, Gina estaria bem agora....


Quarenta minutos depois uma Gina doente, carregada por Malfoy chegou em Hogwarts, juntamente com Rony, Luna, Harry e Hermione.
Os alunos fizeram uma roda ao seu redor, no saguão de entrada, quando Snape surgiu no topo da escada principal.
- ONDE VOCÊS ESTAVAM? O QUE DIABOS ACONTECEU? EU ACABEI DE RECEBER CENTENAS DE CORUJAS ALERTANDO SOBRE UM ATAQUE DE INFERIS! – Snape disse, descendo as escadas lentamente.
- Não são inferis, Ministro! – disse Harry, e agarrando o braço de Hermione, puxou-a brutalmente e a jogou nos pés de Snape quando ele pisou o pé no chão. – HERMIONE É A CULPADA POR TUDO... COLOQUE-A EM AZKABAN E JOGUE A CHAVE FORA... OU PODE MATÁ-LA AGORA MESMO... EU NÃO ME IMPORTO.
Hermione levantou o rosto uma última vez, apesar de se sentir humilhada e transtornada. Novamente aquela sensação de ser escurraçada por todos que a amavam tomava conta de seu ser, só que desta vez, não era uma encenação de Harry e sim a mais pura e torturante realidade.
Ela sentia pena por Gina, mas não se arrependia do que havia feito. “Eles saberão que eu tinha razão... saberão que não sou um monstro... Harry saberá”, pensou Hermione, sem tirar os olhos de Harry, enquanto Snape a prendia por algemas. O ministro a sacudiu com violência.
- FINALMENTE, EU PUS MINHAS MÃOS EM VOCÊ. – disse Snape, com um sorriso mordaz.
Era o fim... o fim de tudo... agora tudo o que aconteceria, aconteceria sem ninguém poder impedir. Pessoas morreriam, outras viveriam... não importava... não importa... Harry vencerá... é só o que importa. O jogo acabou...


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