...de como eu dei uma péssima



Capítulo 3
...de como eu dei uma péssima notícia a Louis.

"Em seus pensamentos, ele suplicava e se humilhava para que eu não o abandonasse. Ele precisava de mim. E mesmo que ele não soubesse, eu precisava dele"


Na noite anterior ao feriado da Bastilha, 14 de Julho. Eu recebi uma coruja de um de meus comensais, avisando-me que o número de interessados a se tornarem meus aliados aumentara e que minha presença em Londres era importantíssima, afinal de contas, ele dizia, até pessoas envolvidas no Ministério estavam vindo para o nosso lado.
E de fato já fazia um ano que eu estava na França, seria uma decisão sábia deixar esse lugar e me mudar para evitar denunciar minha posição. Primeiro pensei nisso como um sinal para que o dia em que o mundo passaria a me conhecer como Lord Voldemort estava chegando, depois pensei em Louis. Ele não entenderia...
Nesta noite, ele veio muito animado ao meu quarto. Vinhera contando-me que desistira da vida nas ruas e que queria começar algo descente.
- Mas e se não der certo? - eu perguntei.
- Vai dar, e se não der eu tenho você, Tom! O que mais eu preciso?
Eu não respondi, apenas fitei o infinito. Vi-me diante de um terrível impasse, teria que decidir agora se iria contar tudo a Louis ou o deixaria para trás junto com as noites maravilhosas que passei em Paris.
- O que foi, Tom? - ele disse - Eu tenho você, não tenho?
- Tem sim! Tem sim! Você sabe que me tem!
- Então? Você não quer que eu saia das ruas.
- Quero! Mas... É difícil para mim te explicar isso...
Sua mente estava mais aberta agora do que nunca, afinal de contas ele passava por um momento frágil. Era impossível não olhá-lo e evitar saber o que ele pensava naquele maldito silêncio.
Em seus pensamentos, ele suplicava e se humilhava para que eu não o abandonasse. Ele precisava de mim. E mesmo que ele não soubesse, eu precisava dele.
- Tom, você vai me deixar?
Eu evitei olhar para ele, mirei para a janela e olhei para a lua. Meus olhos se comoveram com a cena.
- Desculpa Louis, mas eu tenho que voltar a Londres.
- Londres? Por que?
- Eu tenho que ir, Louis.
- Então me leve junto!
- Não posso, Louis. Você me distrai. E lá, eu preciso me concentrar muito.
- Por que? - ele disse meio revoltado com a situação - O que você tanto faz que eu não posso saber. Eu sou seu, Tom. Você tem que me levar junto. Por favor, Tom. Eu não vou conseguir sozinho.
Continuei sem olhar para ele.
Pensei em conta-lhe que sou um bruxo e que estava fundando um grupo de Comensais da Morte. Não... Ele não entenderia. Ele era puro e bom, não via vantagem em se juntar. E mesmo assim, ele nada poderia fazer para me ajudar. Era inútil.
- Tenho que ir, Louis.
Ele se ajoelhou e começou a chorar. Sua mente me mostrava um ser frágil e inofensivo. Senti pena dele. Muita pena.
- Eu não me importo Tom, eu não me importo! Eu sei a verdade, Tom. Eu sei que você é na verdade um bruxo. Eu sei Tom!

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