As mentiras




CAPÍTULO 6: AS MENTIRAS

Eram uma e meia da madrugada quando Harry acordou. Não achava justo ele dormir enquanto Cho ficava de guarda. Então trocou de roupa e desceu.
Quando se encontrava no alto da escada, escutou um grito, era Cho. Correu o máximo que pode e encontrou Cho caída no chão, estupefada, e a porta do quarto de Hermione totalmente marcada, como se alguém tivesse tentado explodir uma porta de ferro com uma bomba um pouco potente.
“Acordou” Cho e começou o interrogatório:
-- Você viu quem te atacou?
-- Não, eu estava de costas. Eu ouvi um barulho por ali – apontando para o banheiro da Murta – e fui atingida.
-- Você ouviu alguma voz?
-- Sim. Quem lançou o feitiço foi uma mulher madura, pela voz devia ter mais de trinta anos.
-- Vamos para a ala hospitalar.
-- Não e a Hermione, ela precisa de alguém para vigiá-la.
-- Ela está segura. Agora venha.
Depois de muita insistência, Harry convenceu Cho a ir para a ala hospitalar, onde a deixou e depois seguiu para a aula de Dumbledore.
-- O quê? Atacaram novamente?
-- Isso. E acho que o Draco tem razão. – Falou desanimado – Eu só estou pensando na segurança da Mione e esquecida da Cho .
-- Não se culpe Harry, fatalidades acontecem. Agora vá ver como está a Hermione.
Após confirmar com a cabeça, Harry saiu.
Enquanto caminhava, viu algo que chamou-lhe a atenção. Era Draco que estava chorando num canto e Gina estava a consolá-lo.
-- Você não pode ficar assim. Seu filho...ele precisa de você.
-- Você é que não entende. A Pansy me deixou, deixou a nossa família... Ela não só me abandonou, como ao filho...
-- Draco, não fica assim. Por favor, não fica assim!
-- Você não sabe o que eu sinto não sabe o que é descobrir que a única pessoa que você confia não foi seqüestrada e sim se aliou ao responsável pelos ataques...
-- Draco, por favor, olha pra mim, Gina! Esquece a Pansy, ela não te merece! Eu é que te amo! Eu é que sofro quando você sofre, sou eu que espero, a cada dia, um olhar de carinho.
-- O que você, disse... – tentando parar de chorar...
-- Isso mesmo. Eu te amo e não é de agora. É desde o dia em que você negou a Aquele-que-não-deve-ser-nomeado e se aliou a Dumbledore. Você mostrou-se digno de confiança e foi se mostrando tão mudado! Sabe o amor que você tem ao seu filho, a preocupação quando você achou que a Pansy estava desaparecida. Você mudou Draco, e me conquistou sem esforços!
-- Gina, eu ...sinceramente não...eu quero dizer... eu não imaginava que você me amava. – Disse Draco que já havia parado de chorar e agora estava de pé em frente de Gina.
-- Draco, eu te amo! Eu quero ficar com você!
Vendo que as coisas estavam esquentando entre Draco e Gina resolveu ir e deixar para perguntar o Draco sabe dos ataques no dia seguinte e seguiu para o quarto de Mione.
Assim que chegou, Harry estacou. Tinha certeza que a mensagem que via agora não estava ali quando ele levou Cho a ala hospitalar e dessa vez, em vez de tinta havia sido usado magia e seria mais fácil localizar o culpado. Desta vez a mensagem era a seguinte:

“Tome cuidado! Cada dia estou mais próximo e você logo estará nas minhas mãos Granger. Hoje foi só uma questão de sorte...”

-- Mione! – Pensou alto Harry, como se tivesse visto um espírito.
Correu até a porta, e abriu-a devagar e espiou Mione que dormia tranqüilamente. Observou-a tranqüila, dormindo sem nenhuma preocupação (Nossa, como ela fica linda! Mesmo com tudo que tem acontecido, ela parece ser inatingível) pensava. Após ter certeza de que o feitiço ainda estava ativo foi deitar-se.

No dia seguinte uma voz doce, que Harry conhecia bem, foi acordá-lo.
-- Hei, já são onze da manhã, acorda vai Harry.
-- O quê...Mione? Mione! O que está fazendo aqui? Dumbledore sabe que você já levantou? Onde está a madame Nor-r-ra, ela ficou encarregada de não deixar você sair. – Dizia rápido e como se Mione tivesse cometido um pecado grave.
-- Calma... Eu já sei o que aconteceu à noite, sei que você usou o “Patrono Amorins” para me proteger. Sei que a Cho foi estupefada, mas está bem. – Disse tentando acalmá-lo, pois ao dizer o nome da Cho, Harry ficou mais agitado – e eu estou para cumprir a promessa que eu te fiz, lembra?
-- Como poderia esquecer. – Disse com a voz doce, que não lembrava nada o Harry de cinco minutos atrás.
Os dois se encaravam, Harry havia feito a proposta de conversarem e agora não sabia o que dizer, como começar. Hermione, porém parecia segura, pronta para o ataque e para se defender de tudo e de todos. Depois de algum tempo, Harry tomou coragem, respirou fundo e perguntou:
-- Hermione, por que você vai se casar com o Krum?
-- Harry, não sei quem te disse isso! Eu não vou me casar com Krum. – Disse com uma voz risonha que “como você pode imaginar uma coisa assim?” e continuou – O Krum pediu a Fleur em casamento e não a mim.
Harry ficou em silêncio, deu meia-volta e voltou até a sua cama e pegou o exemplar do “Profeta Diário” que Draco fez questão de jogar na cara dele, no trem para Hogwarts e deu a Hermione.
-- Foi daí que eu tirei a idéia.
-- Esse jornal foi encantado Harry, olha só “Veridium” – o jornal havia mudado, onde ficava Hermione apareceu a Fleur. Envergonhado por não ter notado o encantamento Harry desviou o olhar.
Mione vendo o estado que Harry estava foi quem continuou:
-- Harry você me acusou de ter mandado uma carta a você, logo assim que nos encontramos aqui, certo? E como era essa carta?
Ele descreveu a carta, falou da mudança, para Hogsmeade e que pretendia se mudar o mais rápido possível.
-- Ela está com você? – Harry afirmou com a cabeça. – Posso vê-la?
Voltando, a sua cama, tirou um pergaminho de baixo do travesseiro e entregou a Hermione, tentando disfarçar a ansiedade e o medo. Tirando a carta da mão de Harry, Hermione a analisou cuidadosamente. Depois de alguns minutos de silêncio falou:
-- É realmente escrevi esta carta, porém não cheguei a enviá-la, pois se você se lembra, naquele dia que você mencionou a carta eu falei que Nevoeiro estava doente há dois meses e depois... eu me arrependi e desisti totalmente, porém ela tinha sumido quando eu resolvi rasgá-la.
-- Quer dizer que você não vai morar em Hogsmeade?
-- Não, mas é a minha vez de perguntar, certo? Afinal, eu respondi todas as suas. – Harry engoliu a seco, sabia o que o esperava... – Bem – continuou – eu quero saber por quanto tempo você e a Cho foram amantes?
-- O quê? Eu não fui amante da Cho. Eu fui, realmente para cama com ela.
-- Isso não a torna sua amante?
-- Não nesse caso. Eu tentei te contar aquela noite. Eu estava na Espanha quando aconteceu...respirou fundo e continuou. – Eu tinha recebido uma carta sua, dizendo que não queria continuar com o nosso namoro por correspondência e que você tinha ficado com o Krum...eu não agüentei... eu sai parei num bar e bebi aquele treco que Hagrid costuma beber, quentão. Eu já estava bêbado quando encontrei com a Cho, ela vendo meu estado disse que estava hospedada ali perto e me levou para uma pousada, eu não sei direito o que aconteceu só sei que pouco tempo depois Cho e eu estávamos na cama e já tínhamos começado a tran...- Pensou um pouco e resolveu não usar esta palavra com Mione, que já se mostrava bem nervosa – tínhamos começado algo que já estava fora de controle, não tinha mais como parar. Eu não queria e nem pretendia fazer com a Cho, mas aconteceu.
-- E por quê, você não me contou, logo assim que aconteceu?
-- Por medo, covardia e muitos outros fatores. Eu escrevi uma carta que dizia que eu havia feito algo do qual me arrependia muito, que eu era um traidor e que não merecia o seu perdão. Que eu havia te traído...
-- E eu respondi que você não devia se preocupar...
-- Por que o amor que existe entre nós é capaz de superar qualquer transtorno, ciúme e inveja. – Disseram juntos.
-- Harry eu quero...
-- Harry, eu poderia...ah é, eu não sabia que você estava aqui Hermione. – Disse Cho disfarçando o contentamento por ter atrapalhado um possível beijo entre os dois. – Bem eu poderia falar com você, em particular.
-- Por favor, Mione, me espera aqui, por favor. – Disse de forma que só Mione escutasse.
-- Tudo bem, não demora, ta? – Sussurrou ao ouvido de Harry.
Hermione ficou no dormitório, enquanto Cho e Harry desceram para o salão comunal.
-- Me desculpa, não sabia que vocês tinham feito as pazes.
-- Não fizemos as pazes. Estávamos conversando sobre os motivos que nos separaram.
-- Eu sei que depois disso é um pulo para voltarem, então vou ser direta: - Harry, eu te amo e não quero que você volte para a Hermione, ela não te merece! Você mesmo disse que ela vai se casar com o Krum, então, por favor, não volte com ela.
-- Sinto Cho, mas não posso atender seu pedido. Ontem conversamos e eu te disse o quanto eu amo a Mione, agora que estamos quase fazendo as pazes, você quer atrapalhar? Sinto Cho, mas não dá para confundir amizade com amor. Eu vejo você como amiga e Mione é, sem comparação o amor da minha vida.
-- Harry, me dá uma chance, por favor, pelo que houve entre nós!
-- Só houve uma transa e mesmo assim eu estava bêbado.
-- Tudo bem. Eu vou deixar voe e a senhorita “perfeição” ficarem juntos, enquanto a Lady das trevas quiser e depois você será meu. – O tom se voz de Cho passou a ser irônico em vez de doce.
-- Quem é Lady das trevas? O quê você sabe sobre os ataques a Mione?
-- Você logo vai saber, se eu fosse você me preocuparia com o que pode fazer... tchau benzinho.
O coração de Harry disparou, a Cho estava o ameaçando e parecia disposta a fazer de tudo para destruir Mione. Tentou se acalmar antes de voltar ao dormitório, porém uma voz o assustou.
-- Por quê você está aí parado?
-- Eu só estava pensando...
-- No que a Cho falou sobre a Lady das Trevas?
-- Sim... Mione você ficou escutando atrás da porta? – Olhou para ela como se desafiasse.
-- Eu ouvi sim. Afinal não confio na Cho e agora menos ainda! Harry, você acha que ela pode estar por trás dos ataques?
-- Se não for a mandante, está ajudando a seja lá quem for o “cabeça”.
-- Pelo menos tudo isso foi bom para nos reaproximar, você não acha Harry? – Disse o abraçando.
-- Você tem razão. – Disse enquanto acariciava-lhe o rosto. – Seja quem for que quis nos separar agora deve estar se roendo de raiva. Ele, após longos “olhos nos olhos” finalmente a beijou.

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