Capitulo II



Harry já estava á uma semana na sede e as coisas pareciam estar como antes. Vários membros da Ordem entravam e saiam da casa e o cumprimentava. Ele geralmente nas férias passava o tempo todo com Rony, mas agora o amigo ficava o dia inteiro com Hermione e esquecia que Harry existia. Ele tentava ficar algum tempo com os gêmeos, mas ele viviam falando do trabalho da loja e deixavam Harry novamente de fora da conversa. O jeito era ficar o dia todo lendo ou terminando de escrever a redação que o professor Binns tinha pedido sobre a Revolta das Bruxas da Noruega no ano de 1329 com no mínimo 50 centímetros e é lógico ele nem tinha escrito nem meio centímetro. Passava o dia ajudando a senhora Weasley, mas a noite escrevia o que achava nos livros e ficava acordado até tarde, enquanto Rony e Hermione ficavam abraçados, conversando baixinho e rindo mais alto ainda. A única vantagem de estar dormindo tarde é que ele ia dormir tão cansado que nem dava tempo de ter aqueles pesadelos, passando a noite calmamente. Mas ao fim da redação, ele não tinha mais nada pra fazer durante a noite e ficava sentado perto de uma janela suja que dava pra ver um pouco da lua lá fora. Ficava lá o maior tempo que pudesse, não queria ir dormir e sonhar com Voldemort ou a morte de Sirius, se pudesse nem dormir ele iria mais.
Era uma sala escura. Não tinha luz, era assustadoramente escura e sombria. Ele dava passos cautelosos que ecoavam pelo ambiente vazio. Um porta apareceu em sua frente. Ele a abriu e viu. Sirius estava caído no chão, o rosto ensangüentado, gemendo de dor. Harry saiu correndo ao encontro dele, mas antes de dar dois passos foi atingido na costas. Acordou com uma risada fria.
- Sabia que esse garotinho ia cair nessa, mestre.
- Ele sempre cai, Rabicho. Um tolo igual ao pai. Merece a morte igual a ele também.
Harry acordou assustado. Olhou ao redor e se encontrou em seu quarto na sede, com Rony roncando alto do seu lado. Ainda eram duas horas da manhã e a casa estava super silenciosa. Lentamente, ele calçou os chinelos e o roupão e desceu as escadas pisando bem de leve pra não acordar a casa toda. Precisava urgentemente de um copo de leite pra ver se conseguia voltar a dormir.
A luz da cozinha estava acesa quando ele chegou no fim da escada e Harry encontrou ninguém menos que Gina sentada na mesa com um copo de leite na mão. Ele exitou um pouco de sentar com ela, mas ve-la naquele pijama, o cabelo preso numa trança e mesmo aparentando estar morta de sono ainda assim estava linda. Quando ele já estava dando meia volta sem querer bateu a perna numa mesinha, fazendo barulho.
- Quem está aí?- perguntou Gina assustada, segurando a varinha firme dentro do roupão.
- Sou eu. Desculpa ter te assustado.- disse Harry entrando na cozinha e sentando em frente a ela.
- Eu estava acostumada a madrugar sozinha, mas agora você também madruga. Bem-vindo ao clube dos sem sonos.- disse erguendo o copo de leite.- Quer um pouco de leite?
- Eu me sirvo.
Harry foi até a geladeira e pegou a jarra de leite, se servindo.
- Posso ter a honra de saber por que você não conseguiu dormir?- perguntou quando Harry se sentou novamente.
- Sonhos... sonhos estranhos...- disse mirando o copo.
- São os mesmo do ano anterior... com você-sabe-quem?
- O pior que são...
Harry olhou bem pra Gina. Se ele queria desabafar aqueles malditos que tanto lhe enchiam o saco que fosse com ela, uma pessoa que mal tinha contato, mas que conhecia bem o que ele estava passando.
- Na verdade, eles são com relacionados a morte do... do Sirius.- disse se segurando pra não chorar mais uma vez.
Gina o olhou atentamente como se tivesse tentando entrar em seus pensamento. Eles ficaram em silencio um bom tempo até Gina se levantar e sentar ao lado dele.
- Eu não sei como é perder uma pessoa querida, mas devo imaginar a barra que você deve estar passando.
- Só de pensar que a culpa foi minha... se eu não tivesse ido pra aquele maldito lugar.- disse voltando a abaixar a cabeça.
- Sabe qual é o mal das pessoas? Ficar pensando sempre o que teria acontecido se elas não tivessem feito certas coisas. Se aconteceu, beleza, mas nada de ficar se culpando. Não foi sua culpa, Harry. Aconteceu e pronto.
- Você fala isso porque não foi seu padrinho que morreu.
Gina colocou a mão sobre o ombro dele, o fazendo a olhar melhor. Tinha uma certa paz naquele olhar que Harry não conseguia entender direito.
- Chorar e se culpar não vai traze-lo de volta. Comece a entender que isso estava marcado pra ele e que o Sirius vai estar vivo sempre no seu coração.
- Sabe, Gina. Você me disse coisas que nem a Hermione conseguiu me dizer no dia que tudo aconteceu. Valeu mesmo pela força.- disse, a fazendo sorrir.
- E sabe de uma coisa? Tudo melhora com um bom abraço.
Harry não entendeu onde ela queria chegar, mas quando sentiu que ela o abraçava de verdade pode compreender; um abraço melhora qualquer situação.

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