Humilhação
CAPITULO 7
Paris foi o local escolhido para passar o resto do dia.
Desde as ruas e vielas mais pitorescas, ás catedrais e monumentos célebres. Rony, Mione , Harry e Gina, percorreram tudo quanto a vontade lhes permitiu. Reservando para o fim a visita á enorme Torre Eifel.
Ansiosa por observar a cidade lá do alto, Gina foi a primeira a chegar ao ponto mais elevado da estrutura metálica mais famosa do mundo. Deixando os outros num patamar mais abaixo a comprar bijuterias , que na sua a maior parte , seriam para incluir junto dalguns presentes de Natal.
Mas aqueles suportes com monóculos de observação, instalados no local , não satisfizeram a jovem Weasley. Ela precisava olhar aquela imensidão , sem lentes de aumentar. Precisava sentir a distância que levava do topo á base da Torre. Tal vez por isso e saltando por cima dalgumas regras, inscritas num quadro de avisos ali perto, Gina se aproximasse das barreiras de protecção chegando a se debruçar sem grande sucesso para olhar lá para baixo.
- Essa é uma das coisas que as pessoas da sua estatura , não conseguem fazer sem auxílio.- Harry falou atrás dela assustando-a.
- Ufa...por momentos pensei que fosse algum segurança...- ela falou aliviada.-...eu...eu só tentava espreitar lá para baixo e...
- Eu te ajudo.- ele se ofereceu antes que ela explicasse.
- Você...? - ela corou um pouco.
- Ponha o pé naquele friso. Eu a seguro enquanto você espreita...
- É um risco muito grande. Pode vir alguém e...
- Confie em mim.- ele a fitou fazendo sentir que estava protegida.
Gina se voltou para a amurada de protecção e colocou um pé no friso. Harry segurou as suas ancas.
- Espero não ficar com vertigens...- Gina murmurou um pouco receosa.
- Pense que está montando uma vassoura , sobrevoando um campo de Quadribol...não se esqueça que é uma óptima e valente feiticeira...
- 0.k. – ela assentiu ao mesmo tempo que o corpo dela estremecia , do contacto das mãos dele na sua pele, exposta pelas calças e camisola reduzida.
- Feche os olhos.- ele falou com voz suave enquanto a elevava e ela anuiu ao pedido.
Com os dois pés equilibrados em cima do friso. As mãos de Harry se ajustaram de forma protectora á sua cintura. Ele era o único apoio com que agora contava, já que estava de pé á beira do precipício, a muitos e muitos metros do chão.
- Respire fundo....e fixe a imagem á sua frente...antes de olhar lá para baixo...
- Sim...- ela falou, enquanto abria as pálpebras devagar e Paris a atingia de forma tocante e pungente ao entardecer.
O seu coração bateu forte, enquanto a adrenalina subia no seu corpo de forma anelante , proporcionando-lhe um agradável friozinho no estômago. Ao mesmo tempo que vislumbrava os pontinhos negros dos transeuntes que passeavam lá em baixo, se assemelhando a um formigueiro desgovernado.
Levantou os braços e abriu-os ao sabor da brisa que passava, se perdendo nas cores fortes do entardecer, sentindo os cabelos esvoaçar e lhe acariciarem as faces.
Harry emudeceu apreciando cada detalhe e cada emoção da jovem , sem ousar interferir, na sua encantadora contemplação.
Depois ela baixou os braços lentamente e suas mãos seguraram as dele, se preparando para descer.
- Meu Deus! Foi emocionante.- ela murmurou afectada enquanto seus pés tocavam o chão ao pé de Harry.
Ele riu sensibilizado com a felicidade dela.
- Excedeu as suas expectativas?
- Absolutamente. Eu adorei....Muito obrigado por me proporcionar este momento único.!- ela agradeceu feliz, enquanto se seus olhos se afundavam no verde dos dele.
Os dois fitaram-se em silêncio, enquanto alguns turistas atingiam aquele piso e se espalhavam pelo local observando e conversando ao mesmo tempo.
- Vocês dois não acham que são horas de descermos?- Rony apareceu chamando.
- Claro que sim!- Harry falou enquanto segurava o braço de Gina perturbado, e se apressava para se juntar aos amigos.
Á saída da Torre Eifel, Fleur e Krum aparecerem para jantar com eles num restaurante típico da cidade.
Naquele fim de tarde o restaurante pareceu particularmente relaxante. E qualquer bruxo que entrasse perceberia porquê A sua decoração era tradicional, mas adaptada á Magia e com um enorme bom gosto. As paredes apaineladas em mogno polido , estavam decoradas com algumas pinturas de Magos Ancestrais , que se moviam simpáticas e convidativas, nos mais diversos cenários encantados.
Uma banda de músicos feiticeiros alegravam o ambiente. E de forma hilariante, bastava fazer o pedido ao Menu, que logo surgia na mesa a refeição solicitada pelo cliente.
Tudo parecia perfeito, até surgir Parvati , linda e gloriosa , num espectacular vestido preto, que lhe deixava as costas desnudadas e as pernas esbeltas salientadas por sapatos de salto alto muito modernos. Seus lábios pintados num tom carmesim quase chocante , a combinar com o verniz e os cabelos apanhados no alto. Ela cruzou o restaurante com um brilho devastador no olhar, ignorando os comentários dalguns turistas de origem bruxa. E se sentou com ar solene e provocador perto de Rony e de Harry.
- Que surpresa encontrar vocês por aqui!- falou com voz açucarada.
- Será mesmo...?- Mione falou fria.
- Parece que você não é muito apreciadora deste local.- Parvati falou efusiva.
- Depende das pessoas que estejam no local.
- Credo. Parece-me que está com problemas de sociabilidade!
Mione não respondeu e se voltou para o namorado.
- Querido adoro esta música. Vamos dançar?
- Com todo prazer meu amor!- Rony se levantou com um sorriso aberto , enquanto se dirigia á pista de dança com Mione.
Fleur e Krum trocaram olhares carinhosos e repetiram o mesmo gesto.
Harry fitou Gina e antes que pudesse dizer alguma coisa, Parvati falou primeiro.
- E que tal você me convidar para dançar também Harry?- ela falou abruptamente, enquanto deitava um olhar de desdém á jovem Weasley.
- Não seria muito correcto da minha parte deixar Gina aqui sózinha!- ele falou sério.
- Ora...o restaurante está cheio de gente. E além disso estamos a 5 metros dela. Gina poderá nos observar dançando.
- Mas...
- Vá lá Harry...- Parvati insistiu inclinando-se sobre ele de forma incitante , quase obrigando-o a olhar para o seu decote consideravelmente profundo.- ..sua aluna não deve se importar...pois não querida?
- Por mim...façam o que quiserem...- Gina falou perturbada.
- Tá vendo? Ela é muito simpática. E você poderá vir buscá-la para dançar depois.
Contrariado Harry deixou-se arrastar até á pista de dança. Parvati dirigiu-se a um dos músicos , segredou algo ao ouvido dele e depois juntou-se novamente a Harry. Agarrando-se nele de forma mais intensa que o normal.
Mione e Rony olharam chocados para os dois e depois para Gina.
A série musical tornou-se demasiado extensa , enquanto Parvati se aconchegava mais a Harry.
Gina sentia a garganta seca. E uma dor desgostosa no peito.
A primeira coisa que apanhou a jeito para beber, foi o champanhe. E apesar de nunca ter bebido, aquele liquido borbulhado e fresco, ajudava a deslaçar o nó que se começava a formar na sua garganta.
A imagem doentia de Parvati dançando com Harry aguilhoava o seu coração , tomando conta do seu ser , de forma mortificada e ferida.
Até que tudo começou a andar á roda , a visão a ficar embaciada e as vozes a ecoar no seu cérebro.
Atingida por uma forte dor de cabeça , seguida duma sensação de desmaio, Gina sentiu reduzir as suas forças e os olhos a tentarem se fechar. Ao mesmo tempo que Harry soltava rudemente os braços da sua parceira de dança e corria em sua direcção. E uma névoa de cor branca a adormecia totalmente.
Quando voltou a acordar, já estava na Suite do Palácio, deitada sobre a sua cama. E três pares de olhos bastante preocupados em cima ela.
- Gina.- Rony murmurou baixinho.- Você está bem?
- Mais... ou menos...- respondeu com voz arrastada, enquanto seus olhos enchiam de lágrimas.
- Você não devia ter bebido champanhe daquela forma.- Mione falou devagar.
- Eu nunca.. tinha bebido...eu...- Gina soluçou quando seus olhos encontraram os de Harry.
- Fique calma...já está segura.- a amiga acalmou-a.-...Agora precisa de descansar. Vai ver que uma boa noite de sono só lhe fará bem!
- Harry prometeu que tomará conta de você direitinho...- Rony falou olhando o amigo.
- É verdade.- ele confirmou.
- Nós vamos andando. Se precisar dalguma coisa é só mandar Harry nos chamar! Está bem?- Mione falou com carinho beijando Gina na face.
Gina assentiu, fingindo estar bem melhor do que se sentia realmente. E quando ouviu Harry se despedindo de seu irmão e da amiga e a porta se fechar, seu estômago deu uma volta , provocando-lhe náuseas.
Ela tentou se levantar , mas estava tão tonta que o quarto á sua volta parecia girar. Soluçou em pânico e percebeu que Harry contornava o Biombo preocupado.
- Meu Deus , eu não me sinto bem!- ela falou agonizada com uma palidez aterradora.- eu não me consigo levantar... eu...preciso ir ao...banheiro...
- Venha cá...
Ele a levantou nos braços e a carregou até ao banheiro. Enquanto ela era acometida pelo vómito e se debruçava sobre a privada.
Harry observava com uma preocupação silenciosa. Enquanto a jovem se soltava da sua angustiante embriaguez.
E conforme Gina se via livre do seu mau estar, ele preparou um duche com água tépida e ajudou a jovem a se levantar do chão.
Embora já livre da maior parte do álcool que ingerira , Gina não se sustinha nas pernas. E Harry foi obrigado a se meter no duche com ela para a amparar.
Algum tempo depois fechou a torneira e a trouxe para fora do chuveiro.
- Agora vai ter que me ajudar Gina. Precisa tirar essa roupa molhada.
Gina olhou perturbada , ao mesmo tempo que a sua consciência era assolada por tudo o que se tinha passado.
Chocada com os últimos acontecimentos e a preocupação que provocara no irmão e nos amigos, ela começou a chorar transtornada.
- Gina não chore por favor!- Harry a abraçou com carinho. - Já passou...você nunca tinha bebido...por isso não vale a pena se punir...
- Eu não devia...eu...
- Esqueça isso. Agora precisa se trocar e vestir sua camisola de dormir. Consegue fazer isso sozinha?
Ela baixou a cabeça envergonhada e respondeu baixinho:
- Sim...
Harry atravessou o banheiro, pegou uma toalha para cada um e os dois se enxugaram o melhor possível, antes de irem para o respectivo quarto e se trocarem para dormir.
Lágrimas quentes de vergonha e humilhação corriam pelas faces da jovem Weasley quando ela se deitou.
Mal sabendo que no quarto ao lado , Harry se debatia com ele próprio , por deixar que Parvati a magoasse daquela forma. Teria que tomar medidas o mais rápido possível. As alternativas que escolhera não estavam a resultar. E corria o risco de magoar Gina ainda mais...
(continua...)
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