Novos Caminhos
Capítulo 5: Novos Caminhos
22 de setembro de 1973...
Lílian acordara cedo naquela manhã de quinta-feira. Espreguiçou-se e logo em seguida se levantou. Olhou para a cama de sua amiga, Mellissa. Aproximou-se silenciosamente e viu que a garota dormia. Sentiu um ódio mortal por Amus Diggory. “Se ele vai roubar a minha amiga...ao menos a faça feliz sempre...” pensou a ruiva enquanto dirigia-se para o banheiro.
Uma hora depois, todas as garotas daquele dormitório já haviam acordado e se arrumado. Alice e Rachel saíram do quarto, deixando Lily sozinha com as amigas. Estava na hora de baterem um papo...
- Hum...Mel...você está melhor? – perguntou Gabrielle enquanto observava a amiga penteando o cabelo com a graciosidade de sempre.
- Estou...Irei conversar com o Amus agora no café... – comentou Mellissa com um tom de voz neutro.
Lily e Gabi entreolharam-se. Como desejavam ter a divertida Mel de volta...
- Ahn...Mellissa...acho que a Gabrielle tem uma novidade para te contar... – disse Lílian, tentando descontrair um pouco.
A loira virou-se para as duas, que encontravam-se sentadas na cama da ruiva. Observou a morena por longos segundos. Que novidade seria? Parou de pentear o cabelo, de olhos ligeiramente arregalados.
- Gabi...não me diga que você e o Remo...
- Não dizer que nos beijamos ontem? – perguntou Gabrielle abrindo um daqueles seus sorrisos doces e carismáticos.
Bastou aquilo para fazer Mellissa sorrir aberta e verdadeiramente. Largou a escova de lado e correu até a amiga, abraçando-a.
- Gabi...sei o quanto isso significa para você...Ah...e eu nem prestei atenção ontem em você...Estava com tanta raiva do Amus que...Ah Gabi...me desculpa... – disse a loira completamente sem jeito.
- Relaxa Mel...eu te entendo... – sussurrou Gabrielle enquanto a soltava.
As duas se olharam e acabaram por sorrir.
- Ei! Vamos gente, está quase na metade do café da manhã. – comentou Lílian rindo.
As três apanharam seus materiais e saíram apressadas do dormitório. Mellissa ia “correndo” a frente, não podia perder o café por nada, já que pretendia ter uma conversa franca com Amus. Lílian e Gabrielle iam seguindo a amiga de perto.
Enquanto isso, no dormitório dos Marotos...
- Me esperem... – implorava Pedro.
O rapaz havia sido o último a acordar, como sempre, e estava diante dos amigos, pedindo para que eles esperassem ele tomar banho e se arrumar, para que pudessem ir tomar o café da manhã juntos.
- Está bem, Rabicho. Vá logo tomar seu banho. – resmungou Sirius.
Pedro correu e trancou-se no banheiro, deixando Aluado, Almofadinhas e Pontas no quarto. O mais desanimado era Tiago. O moreno de óculos estava jogado na cama, fitando o teto, extremamente quieto. Os outros dois sabiam mais ou menos o que se passava na mente do amigo: Lílian Evans.
- Então Remo...quer dizer que você beijou a Gabrielle ontem? Caramba...você é mais rápido do que eu imaginava. – comentou Almofadinhas enquanto arrumava seu material.
- Cala a boca Sirius... – disse Aluado, sem graça.
- Qual é lobo? Mas e aí? O que está rolando, de verdade? Foi só o beijo de ontem ou estão juntos? – perguntou Sirius empolgado.
- Estamos juntos. – respondeu Remo com firmeza.
- Esse é o nosso lobinho, não é não, Pontas? – perguntou Sirius sorrindo para o amigo que estava ainda jogado na cama.
- É... – respondeu Tiago vagamente.
Remo e Sirius entreolharam-se. Podiam contar nos dedos as vezes que viam Tiago daquela forma. Não deviam ter passado de quatro. Concluíram que o assunto era sério, por isso, haviam parado de sorrir. Aproximaram-se do maroto.
- Ei...Pontas...o que aconteceu, cara? É a Lílian de novo? – perguntou Remo olhando o amigo com preocupação.
Os três ficaram em silêncio por alguns segundos. Aluado e Almofadinhas apenas esperando uma resposta de Tiago, e esse, medindo as palavras que usaria com os amigos. Por fim, começou a falar:
- Estou começando a achar que Lily nunca irá me dar uma chance.
Proferir aquilo feria o maroto dolorosamente. Respirou fundo e se levantou ao ouvir Pedro desligando o chuveiro. Endireitou o óculos e levantou-se em seguida. E, como se nada estivesse acontecendo, abriu aquele seu sorriso encantador, aliviando Sirius e Remo.
- Bem...não vamos ficar preocupados com isso agora...Tenho uma coisa para perguntar...à você Sirius. – disse Pontas rindo.
- A mim? – perguntou Almofadinhas, fazendo-se de cínico.
- Sim, baby. Ontem você deixou a festa super carrancudo e quando eu chego você está rindo...O que aconteceu?
Sirius soltou uma gargalhada alta que lembrava um latido.
- Ainda não aconteceu nada, eu creio. Mas vai acontecer. – disse enquanto Pedro saia do banheiro já com o uniforme.
- Mas...o que vai acontecer? – perguntou Remo com um certo receio.
- Vocês vão ver. Agora vamos, ou perderemos o café. – disse Almofadinhas.
Os Marotos saíram do dormitório. Riam divertidos de Remo, que ficara corado quando Pedro perguntou se Gabi beijava bem.
- Ora...Isso é um tanto pessoal, Rabicho. – disse Remo que estava ficando da cor dos sofás que tinham na sala comunal da Grifinória.
Os quatro passaram pela passagem secreta do quadro da Mulher Gorda, ganhando o corredor do sétimo andar. Foram conversando sobre quadribol.
- Aposto minha capa de invisibilidade como consigo apanhar o pomo-de-ouro antes dos dez minutos do próximo jogo. – disse Tiago todo pomposo.
- Aposto minha moto como que não. – desafiou Sirius.
Os quatro haviam parado de andar naquela altura. Tiago e Sirius olhando-se desafiadoramente. Remo e Pedro, espantados com os valores das apostas. A capa de invisibilidade era muito importante para Pontas, da mesma forma que a moto era para Almofadinhas.
- Feito. – disse o maroto de óculos enquanto estendia a mão.
- Fechou. – disse o outro enquanto apertava a mão do amigo.
Voltaram a andar. Alguns instantes depois entraram no Salão Principal. Sirius ficou um tempo parado na porta. Olhou para a mesa da casa dos leões. Assim que seus olhos caíram sobre Mellissa, desviou-os para a mesa da Lufa-Lufa. Ficou encarando Amus Diggory, sério, até que o loiro resolveu encará-lo também. Apenas com o olhar, Sirius transmitiu ao lufano tudo o que queria dizer... Vai conversar com ela agora .
- Vamos logo, Sirius. – chamou Tiago.
Almofadinhas sentou-se satisfeito na mesa da Grifinória. Isso porque vira Amus levantar-se da própria mesa e ir andando em direção a Mellissa. O maroto sorriu vitorioso. Agora, era apenas uma questão de tempo.
Mel estava sentada ao lado de Gabi, ficando diante de Lily. As três conversavam sobre uma matéria que saíra no Profeta Diário. Mas pararam de falar quando Amus Diggory postou-se ao lado da loira.
- Bom dia meninas. – começou ele. – Hum...Mel, pode ir comigo lá fora? É que precisamos conversar...
- É, precisamos mesmo conversar. – disse Mellissa enquanto a expressão alegre sumia de sua face, dando lugar para uma expressão extremamente séria.
Aquilo certamente fez Amus vacilar um pouco. Será que ela sabia de algo? Será que aquele Black havia já contado à ela? Ou será que estava assim só por causa do bolo? Essas perguntas acompanharam o loiro desde o momento em que vira a namorada levantar-se da cadeira até o momento em que parara diante da garota quando já estavam no saguão de entrada.
- Mel...
- O que está havendo com você? – perguntou a loira, com um tom de voz bastante firme.
- Eu...tenho que te contar uma coisa...
- É bom que me dê uma ótima explicação. Sabia que eu fiquei ontem mais de uma hora naquela sala que nem uma idiota te esperando?! – perguntou Mellissa tremendo.
Amus estava agoniado. Precisava falar a verdade. E se não tivesse coragem, teria que arrumar em algum lugar...
- Mel...eu...eu não fui te ver porque...eu estava com outra. – disse o loiro.
Um balde de água fria parecia ter caído na cabeça da garota. Traída. Então...era isso. Tudo se encaixava agora. O modo como que ele vinha tratando-a...o bolo...Tudo porque ele estava com outra...
- Mel...desculpe...eu...
- Não vem me chamar de Mel. É Hawking para você. – disse a loira friamente.
Amus desviou o olhar dos olhos dela. Não conseguia encará-la. Sabia que o que fizera era errado e injusto. E repararia seu erro algum dia, se tivesse a chance.
- Está tudo acabado...
Aquela foi a última coisa que Mellissa falou para Amus. Girou nos calcanhares e rumou para o jardim, já que sua primeira aula seria de Herbologia. Estava triste, com certeza. Odiava e abominava a traição. As lágrimas começaram a escorrer dos olhos de íris intensamente azuis.
A garota parou diante das estufas, onde os alunos sempre aguardavam a professora, que os guiava para dentro da estufa que usariam. Recostou-se na parede de vidro enquanto largava a mochila no chão. Respirou fundo enquanto enxugava as lágrimas cristalinas que escorriam tão delicadamente por sua face.
Mel ouviu o som distante da sineta do castelo, anunciando o término do café da manhã e o início da primeira aula matutina. Em questão de segundos, os alunos que teriam aula fora do castelo, começaram a sair do mesmo, alcançando o extenso e belo jardim. A garota pôde distinguir as amigas no meio da pequena multidão que ia se aproximando das estufas. Tratou de parar de chorar. Respirou fundo e apanhou sua mochila em seguida.
- O que houve?
Aquela foi a primeira pergunta que Lily e Gabi fizeram, em uníssono, ao verem a expressão triste que havia no rosto da amiga. Alguns colegas pararam de conversar e ficaram atentos à loira. Os Marotos, Rachel, Alice, Henri, Nicholas e Franke aproximaram-se mais.
- Eu terminei com o Diggory. – respondeu Mellissa por fim.
Tiago e Remo olharam imediatamente para um Sirius que, aparentemente, estava chocado. Não com a notícia, mas por Mel estar chateada daquela forma. Aquela era o verdadeiro motivo para o maroto ficar chocado. “Ela não gostava tanto assim dele...mas ser traído...dói de qualquer forma, eu imagino.” Pensou ele enquanto fitava a loira.
Lílian e Gabrielle preferiram não perguntar o motivo, pelo jeito, a coisa era séria e se tratava de um assunto delicado e que, certamente, não devia ser tratado com tantas pessoas olhando e ouvindo a conversa. E, mesmo se quisessem falar sobre aquilo, aquele não seria o momento mais oportuno, já que a Profª Sprout havia chego e ordenado que os alunos entrassem na estufa.
A manhã passou rapidamente para os alunos, que tiveram aulas agitadas logo cedo. No almoço, Lily e Gabi ficaram mais tempo observando Mel do que comendo. Elas não sabiam o que dizer ou como agir no momento, já que haviam ainda algumas pessoas que estavam querendo pegar a conversa das três. Então, a ruiva irritou-se com aquilo...
- Chega...vamos para o dormitório, meninas. Temos dois tempos livres agora mesmo... – resmungou Lílian, olhando feio para uma garota do sexto ano.
Mellissa e Gabrielle concordaram e retiraram-se do salão com Lily logo em seguida. Rumaram em silêncio até o dormitório feminino do sétimo ano. Ao entrarem, a loira caminhou até sua cama e jogou-se na mesma, Gabi e Lily sentaram-se na cama da última.
- Mel...podemos conversar agora... – começou a morena com um tom de voz apaziguador.
- É...conte-nos o que houve... – disse Lílian serenamente.
Mellissa fitou-as, com os olhos já marejados.
- Ele tem outra...
Aquelas três palavras foram as únicas que a garota conseguira proferir. A voz estava embargada pelas lágrimas. Uma vontade louca de chorar apoderou-se da loira, mostrando às amigas o quão sensível ela estava. O quão machucada...o quanto estava sangrando por dentro...
Lílian jurava que, se estivesse diante de Diggory naquele momento, seria capaz de lançar-lhe uma Maldição Imperdoável. Mas, não era Diggory que estava diante de si, era a Mel...sua melhor amiga...Ela quem estava ali, encolhida na cama, chorando...precisando de ajuda.
- Mel... – murmurou Lily enquanto levantava-se e rumava até a cama da amiga, sendo seguida por uma Gabrielle que também sentia que precisava ajudar a amiga.
As duas ficaram quase uma hora ali, consolando Mellissa, dando-lhe não somente um ombro para que ela pudesse chorar, mas também força para que ela fosse capaz de levantar. Era isso o que fazia das três amigas inseparáveis...irmãs imbatíveis....
Enquanto isso, no jardim...
- É melhor entrarmos, está esfriando... – comentou Remo enquanto erguia-se.
Os Marotos encontravam-se sentados na beira do lago, assim com vários outros alunos. Os quatro começaram a se levantar, para poderem voltar para a sala comunal da Grifinória, mas no caminho...
- Olha só, Pontas...se não o nosso querido ranhoso. – disse Sirius sarcasticamente quando esbarrara em Snape sem querer.
- Olha por onde anda, Black. – resmungou o rapaz de cabelo oleoso.
- Faz tempo que não temos oportunidade de conversar com você. – zombou Tiago.
Remo, naquela altura do campeonato, já havia se postado entre os três. Não queria ver os amigos se metendo em mais um encrenca. Já Pedro, bem, este estava com um brilho nos olhos. Alguns alunos já interrompiam suas conversas para poderem observar os cinco que, em todos os seus encontros, algo realmente engraçado ocorria com Severo Snape.
- Tiago...Sirius, vamos embora. – sibilou Aluado, sério.
- Remo, sai da frente... – ralhou Pontas.
- Ora, Potter, ele está te fazendo um favor...Afinal, se implicar comigo, aquela sangue-ruim vai implicar com você. – disse Snape com um ar de triunfo.
- Ora, seu... – começou Tiago cheio de raiva enquanto empunhava rapidamente a varinha e apontava para o nariz adunco de seu rival. - ... Levicorpus!
Um lampejo forte atingira o rosto do sonserino que, naquele instante estava com os pés no chão e, no instante seguinte, estava com os pés no ar. O rapaz encontrava-se de ponta cabeça, como as tantas outras vezes que fora atingido pela azaração que ele mesmo criara.
Agora já havia uma aglomeração de pessoas fazendo uma roda em volta deles. Todos rindo, gargalhando de Snape...
- Nunca mais, Snape, nunca mais chame a Lily de sangue-ruim! – bradou Tiago tremendo de tanto ódio.
- Você me paga Potter! – retrucou Severo, também espumando de raiva.
- Você é quem vai pagar se chamar a Lílian de sangue-ruim de novo! – berrou Tiago a plenos pulmões.
Remo encarregara-se de colocar Snape no chão, porém, o fez cair com um baque surdo na grama, nem mesmo se importara de fazê-lo ficar em pé corretamente, afinal, Lily era sua amiga também, e não queria que ninguém a ofendesse. Em seguida, começou a empurrar Tiago e Sirius em direção ao castelo, sendo seguidos de perto por Rabicho.
Severo Snape, ao se levantar, encarou os alunos que já se dispersavam, gargalhando dele. Sim, havia sido novamente humilhado. Mas aquilo logo acabaria, em breve ele seria poderoso e seriam aqueles três, Potter, Black e Lupin que seriam os humilhados e não Snape...
Alguns minutos depois, os Marotos já estavam adentrando em sua sala comunal, na Torre da Grifinória. O local estava um tanto vazio, mas ainda haviam alguns alunos do sexto e sétimo ano ali. A maior parte estava concentrada, fazendo deveres extremamente complexos.
Tiago largou-se em uma poltrona, Sirius jogou-se no sofá de três lugares diante da lareira, Remo e Pedro acomodaram-se nos pufes. Ninguém falava nada. Cada um havia mergulhado no silêncio para que, daquela forma, pudessem se acalmar. E se acalmaram mais do que imediatamente quando viram Lily, Mel e Gabi descendo a escada do dormitório feminino.
- Com licença. – pediu Remo aos amigos enquanto levantava-se.
O rapaz rumou até as três meninas, que haviam se acomodado em pufes diante de uma pequena lareira. Quando seu olhar encontrou com o de Gabrielle, um sorriso surgira em seus lábios.
- Olá meninas... – disse ele, educadamente, como sempre.
- Oi Remo. – responderam em uníssono.
- Hum...Gabrielle, será que podemos conversar...? – perguntou Aluado, um pouco sem jeito.
- Claro. – respondeu a morena prontamente.
Os dois acenaram para Lílian e Mellissa e logo em seguida foram para o canto oposto da sala comunal, que estava vazio, e sentaram-se em um sofá de dois lugares.
- Gabrielle...
- Pode me chamar de Gabi, se preferir. – disse a garota, sorrindo, divertida.
- Certo...Gabi...
Os dois aproximaram-se um pouco mais. Remo aproveitou e segurou as mãos delicadas da morena. Ficou acariciando-as suavemente enquanto perdia-se naqueles olhos amendoados que tanto adorava...
-...Nós nem tivemos tempo de nos falarmos hoje de manhã...As aulas, a história da Mellissa e do Diggory...
- É verdade. – concordou Gabrielle, ainda sorrindo, carismática.
- E temos tantas coisas pra falar... – murmurou Remo enquanto soltava uma das mãos de Gabi e ajeitava uma mecha de cabelo castanho atrás da orelha dela carinhosamente.
Gabrielle simplesmente amou aquele gesto. Da mesma forma como amava tudo nele...Adorava Remo Lupin por inteiro, e não haveria nada no mundo que mudaria aquilo...nem mesmo o segredo que ele estava prestes a revelar.
- Eu estou apaixonado por você... – sussurrou Aluado, sem desviar o olhar dos olhos dela. - ...e me envolver com você foi uma das melhores coisas que me ocorreu.
Gabi fez menção de falar, mas Remo não deixou.
- Por favor...me escute primeiro...
- Certo...
- Gabrielle, entenda, eu quero ficar com você...mas não quero que se envolva comigo sem saber o que eu realmente sou... – murmurou Remo, bastante sério agora.
Aquilo certamente mexeu com a garota. Como assim? O que ele realmente é? Que história era aquela? Aquelas perguntas invadiram a cabeça dela mais do que depressa.
- Eu creio que você já notou que, uma vez por mês eu simplesmente...sumo...
Sim, ela já havia reparado naquele fato. Mas, como nunca fora muito próxima de Remo, jamais perguntara o que é que acontecia com ele para sumir daquela forma.
Remo não queria vacilar, e não podia. Simplesmente não podia abaixar a cabeça e contar que ele se tornava uma fera apocalíptica nas noites de lua cheia. Não...ela tinha que saber daquilo e ver a confiança que ele era capaz de transmitir-lhe...
- Eu vou ser bem direto...porque não estou encontrando palavras que sejam capazes de amenizar a minha situação... – disse o rapaz, forçando um sorriso. – Gabi...eu...Eu sou um lobisomem.
Gabrielle não arregalou os olhos assustada, para o alívio de Remo, ao contrário, ela sorrira docemente e o abraçara em seguida. Era aquele o segredo então...Não podia negar que se tratava de um grande segredo...mas aquilo não era o suficiente para fazê-la crer que ficar longe daquele rapaz era o mais sensato.
- Gabi...
- Remo, obrigada por ter me contado...E, não precisa se preocupar...não vou contar para ninguém...E...não será isso que irá me afastar de você...
Ao ouvir aquelas palavras, Aluado abraçou a garota. Jamais se daria ao luxo de perdê-la...aquela foi uma promessa que fizera para si mesmo. Ficaram alguns segundos em silêncio, apenas abraçados. Quando soltaram-se, o rapaz começou a contar sobre como que ele havia se tornado um lobisomem, a condição imposta por Dumbledore para que ele pudesse estudar em Hogwarts e sobre a Casa dos Gritos...
- É lá que passo minhas noites de lua cheia. – concluiu ele.
Gabrielle absorvera todas as informações que Remo lhe fornecera. Então, havia chegado a sua vez de abrir o jogo. Precisava contar à ele sobre o seu dom.
- Eu...também tenho uma coisa para te contar... – começou ela.
Remo endireitou-se no sofá e ficou observando-a com atenção.
- Eu não sei se você sabe, Remo, mas eu venho de uma família em que as gerações das mulheres são dotadas de algum tipo de dom da Adivinhação...
- Não, eu não sabia.
- Não tem problema... Bom, de qualquer forma...Eu sou um tipo de “vidente”.
Remo olhou-a com interesse. Então foi a vez de Gabrielle contar sobre a sua dádiva...Dádiva que lhe permitia ver flashes do futuro em seus sonhos...Visões.
- Bem, formamos um casal e tanto...O Lobisomem e a Vidente. – disse Aluado, rindo divertido.
Enquanto observava Gabi rindo de seu comentário, o rapaz tirava uma caixinha do bolso de sua calça.
- Depois de tantas confissões...acho que não há por que não fazer isso... – sussurrou Remo enquanto abria a caixinha, deixando a garota vislumbrar um par de alianças de prata. - ...Foram dos meus pais... Minha mãe me deu antes de falecer...Ela disse que lhe agradaria muito saber que eu daria uma delas para uma garota especial...
Gabrielle olhou para as alianças. Eram lisas, de prata pura. Simplesmente lindas. E notou que se tratavam de alianças bruxas pois, quando Remo colocou-a em seu dedo, além de ela ajustar-se perfeitamente, apareceu uma gravação no interior dela: Remo 22/09/73 . A morena abriu um daqueles seus sorrisos que faziam o coração do rapaz disparar.
- Estamos namorando! – exclamou ela eufórica.
- Sim...estamos. – disse Remo, sorrindo de orelha a orelha.
Gabi aproximou-se mais enquanto ia fechando os olhos lentamente, e, logo em seguida, começou a beijá-lo.Remo retribuiu o beijo na mesma hora, e abraçou-a carinhosamente. Nos braços deles, a garota sentia-se completa. Com ela nos braços, ele sentia-se completo. Aquela era uma troca eterna.
- Eu não vou poder usar...Prata... – começou Aluado após pararem de se beijar. - ...me dará uma alergia danada...mas vai ficar sempre aqui comigo...
- Certo...
Enquanto isso...
Sirius, que ainda estava deitado no sofá, conseguia enxergar Mellissa dali de onde estava. Notou que a garota ainda estava um pouco desanimada. E sentiu que ele podia reverter aquilo. Ele QUERIA reverter aquilo. E já sabia até como faria aquilo.
- Como minha mente é brilhante... – murmurou ele sorrindo marotamente enquanto levantava-se do sofá.
- O que disse, Sirius? – perguntou Pedro.
- Nada não...
- Onde vai, Almofadinhas? – perguntou Pontas, ainda largado na poltrona.
- Já volto...
Sirius rumou até Lílian e Mellissa.
- Olá Lílian...Mellissa.
- Oi. – disse a loira vagamente.
Sirius e Lily entreolharam-se. O rapaz acomodou-se no pufe em que Gabi estivera sentada antes. Ficou diante de Mel. Olhava-a nos olhos.
- Ei...mocinha...a senhorita está desanimada demais...
A loira abaixou a cabeça. Aquilo fez Sirius sentir uma pontada no peito. Ele segurou o queixo dela delicadamente e a fez erguer a cabeça, voltando a olhar naqueles olhos de íris maravilhosamente azuis.
- Quer dar uma volta comigo depois do jantar? – perguntou ele com um tom de voz para lá de sensual.
- Vai Mel..Vai te fazer bem. – disse Lílian sorrindo levemente, cheia de esperanças de que Sirius, tratando-se de um rapaz divertido, pudesse fazer a amiga sorrir de novo.
- Está bem... – disse a loira num suspiro.
- Me espere no saguão de entrada depois do jantar...
Sirius sorriu suavemente. Aproximou-se e depositou na testa da garota um beijo. Após acenar para as duas, girou nos calcanhares, já sorrindo de orelha a orelha, e voltou até o sofá em que estava deitado.
- O que você aprontou? – perguntou Tiago, arqueando uma sobrancelha ao ver o sorriso largo do amigo.
- Não aprontei nada. Apenas convidei a Mellissa para sair.
- Ela aceitou?
- Sim. – respondeu Almofadinhas com simplicidade.
- Não se esqueça, Sirius...Se aprontar com ela eu quebro uma vassoura na sua cabeça...Parto ela em duas...
- Ta ta ta .... Não esquenta, Pontas.
Sirius passou o resto do dia sorrindo se orelha a orelha. Não só ele, como Remo também, que estava mais do que contente por estar namorando oficialmente com Gabrielle.
Após o jantar, Almofadinhas rumou até o saguão de entrada. Viu Mellissa sentada no primeiro degrau da escada de mármore. “Está linda...como sempre...” pensou ele enquanto aproximava-se. A garota estava usando uma saia jeans e uma blusinha preta de alças finas e colada no corpo e calçava uma bota, de salto plataforma, preta, cujo cano ficava um pouco abaixo do joelho.
- Oi Mellissa...
Ao ouvir a voz de Sirius, a loira levantou-se e virou-se para ele. Sorriu suavemente. Estava sim, realmente, muito agradecida por ele tomar a iniciativa e convidá-la para um passeio. Estava precisando mesmo daquilo. Queria se distrair...e por que não um Sirius Black para fazê-lo?
- Oi Sirius.
- Gosta de voar, não? – ele perguntou enquanto oferecia o braço para a garota.
- Você sabe que sim... – respondeu Mel enquanto entrelaçava seu braço no dele.
- Ótimo! – disse o maroto, animado, enquanto a guiava para fora do castelo.
- A propósito, Sirius, aonde vamos? – perguntou Mellissa, um tanto curiosa.
- Você vai ver...espere...
Mel sorriu e decidiu não fazer mais perguntas. Apenas foi caminhando pelo jardim escuro, notando que iam em direção à Floresta Proibida. Não sabia o que realmente iriam fazer lá. Está certo que queria se distrair...mas também não precisava ser com um lugar medonho.
- Ahn...Sirius...o que estamos fazendo aqui? – perguntou Mellissa quando pararam na orla da floresta, que estava escura como breu.
- É aqui que guardo o meu tesouro mais precioso...O Hagrid sempre vêm verificar se está tudo certo com meu tesouro...Eu vou lá buscar...Fica aqui. Eu não vou demorar.
- Hum...tudo bem...
A loira não gostara muito da idéia de ficar ali sozinha, à mercê de, talvez, um ataque de um lobisomem...ou pior...ser apanhada por Filch e pegar uma detenção. Mas não precisou se preocupar muito com isso, pois Sirius logo retornou, dirigindo uma moto lindíssima.
- Uau! – exclamou Mel com os olhos brilhando. – É linda!
- É sim...Vem, Mellissa, monta aqui.
A garota não pensou duas vezes, sentou-se na garupa da moto, mas, como estava de saia, ficou com as duas pernas de um lado só. Em seguida, segurou firmemente na cintura de Sirius.
- É melhor me abraçar...ao menos na hora da decolagem... – comentou Almofadinhas.
- Moto voadora é? – perguntou Mellissa enquanto enlaçava a cintura do rapaz com os braços.
- Com certeza. Segura aí...
Sirius empinou a moto, no instante em que apertara um botão preto muito discreto. No segundo seguinte, a moto estava saindo do chão, ganhando o céu. A loira agarrou-se com mais força na cintura do maroto, que não estava nem um pouco incomodado com aquilo.
- Para onde estamos indo? – perguntou Mellissa novamente.
- Vê aquelas colinas? Depois de Hogsmeade? Vamos lá...Tem uma vista magnífica.
Mel não pode deixar de sorrir. Estava encantada com o jeito atencioso do rapaz, que ficara perguntando se ela estava bem, se tinha melhorado um pouco. Alguns minutos depois, Sirius pousou a moto no topo de uma colina, onde tinham uma visão maravilhosa daquele céu abundante e estrelado. Desceu da moto e ajudou a loira a descer.
Sentaram-se na grama e ficaram em silêncio por alguns instantes, apenas observando a paisagem. Vez ou outra, Sirius olhava a garota ao seu lado de soslaio.
- Me parece que está uma pouco mais animada... – comentou ele.
- Estou...Obrigada, Sirius. – disse Mellissa, sorrindo suavemente.
- Sei que ainda está chateada...Eu no seu lugar também ficaria se fosse traído...
Sirius parou de falar imediatamente. Havia deixado escapar aquela última palavra. Palavra que Mellissa ouvira claramente.
- Eu...não disse que havia sido traída. – disse a loira lentamente enquanto encarava o rapaz. – Como...é que você sabe??
Sirius respirou fundo. Iria contar a verdade para ela. Ele não sabia apenas diferenciar o certo do errado, mas sabia fazer o certo, quando lhe conviesse. E, contar a verdade era o correto, então...
- Mellissa...quando você foi embora da festa, eu fiquei mais um tempo...e depois fui embora também. No caminho, eu flagrei o Diggory com uma garota. E fiquei com raiva ao ver que não era você...Discuti com ele...
- E por que você não me contou??
- Mellissa, se ele foi homem para te trair...eu queria ver se ele era homem para contar para você o que fez. Eu não achei nada justo ele ficar te enganando. – respondeu Sirius com sinceridade.
Mel ficou em silêncio, olhando-o atentamente. Ele então que era seu herói . Ela chegou a sorrir com aquele pensamento. Um sorriso que deixou o maroto aliviado, já que chegara a pensar que ela ficaria brava com ele.
- Obrigada novamente...Sirius. – sussurrou a loira.
O rapaz abriu aquele sorriso...aquele que era capaz de deter exércitos de garotas. Fazer até as mais velhas suspirarem e as mais novas delirarem.
Enquanto isso, na sala comunal da Grifinória...
Lílian estava sentada a uma mesa, fazendo um dever de Poções que o Profº Slughor passara. Estava entretida com a leitura do livro quando Tiago Potter sentou-se diante dela.
- Oi Lily!
A ruiva ergueu a cabeça e o fitou. Estava sorrindo...Estava tão encantador... “Pára Lílian Evans!” ralhou mentalmente consigo mesma. Largou a pena sobre o livro e endireitou-se na cadeira.
- Oi Tiago...
- Te atrapalho? – perguntou o rapaz, arqueando a sobrancelha.
- Ah...não...eu já estou terminando...
- Hum...certo...Então eu espero você terminar... – disse o maroto com simplicidade.
- Ahn...certo...
Lily voltou a ler o texto sobre a poção Felixis Felicis, mas não conseguia se concentrar, já que Tiago não tirava os olhos dela.
- Tiago? Está me atrapalhando...
- Desculpe Lily... – disse ele, ainda sorrindo, enquanto apanhava um livro qualquer e se escondia atrás dele.
Lílian riu divertida. Sim, estava cedendo aos encantos de Tiago. Mas aquilo, infelizmente, não durou muito...
- E ai Tiago? Nossa, cara, foi hilário você hoje a tarde fazendo o Snape ficar de ponta cabeça. – disse Henri gargalhando enquanto dava tapinhas no ombro direito do moreno de óculos, estes, foram parar na ponta do nariz do maroto.
“Cala a boca Henri...Vai embora...” pensou ele enquanto abaixava o livro lentamente e endireitava os óculos. Olhou com receio para a ruiva diante de si. Pronto. Seu momento de glória evaporara. Afinal, estava sendo mirado com total desgosto. Henri notou que havia feito besteira, tentou concertar as coisas, mas, ao ver que não tinha resultado...
- Hum...bom...vou indo nessa. – disse sem graça e se afastou dos dois.
- Lily...
- Você sempre querendo se aparecer, Potter? Eu disse para você parar de importunar o Snape! – disse ela enquanto fechava o livro com certa violência, fazendo com que a pena, que estava dentro do livro, se partisse.
- Ei! Você quer me deixar falar? O Snape...
- Aposto como ele estava quieto num canto e você foi atrás dele atazaná-lo para um bando de garotas idiotas ficarem rindo e te idolatrando! O grande Potter! Um grande imbecil! – vociferou a ruiva.
Aquela havia sido a gota d’água para Tiago. Basta...
- Terminou? – perguntou ele, indiferente.
Lílian arregalou os olhos. Estava pasma, pois estava sendo tratada com indiferença...por...Tiago. Fez menção de falar, mas não tivera a chance de fazê-lo.
- Agora quem vai falar sou eu. Eu cansei de você querer ser a dona da razão. Cansei de dar toda minha atenção para você e ser esnobado. Chega, Evans. Era assim que você vivia pedindo para eu te chamar, não é? Pois bem, eu vou acatar esse seu pedido. – disse Tiago com frieza e firmeza enquanto levantava-se. – Estou desistindo de você...agora.
Pontas encostou a cadeira na mesa e fitou uma Lílian completamente perplexa.
- A propósito, o Snape te chamou de sangue-ruim...tudo o que eu fiz foi te defender, já que você não estava lá para fazê-lo, e sei que o faria muito bem.
- Tiago...
- Boa noite, Evans.
Não era somente Lily que estava perplexa, mas os alunos que estavam próximos dos dois e que ouviram a discussão também estavam. Quando que eles imaginariam que Tiago Potter iria agir daquela forma com a ruiva? Nunca, aquela era a palavra que melhor se encaixava.
Se arrependimento matasse...Lílian teria caído dura naquele momento. As palavras de Tiago ecoavam em sua mente...feriam seus tímpanos...confundiam sua alma. “Estou desistindo de você...agora...” . Ela não o culpava por proferir aquilo. A culpa...era dela. Gostaria de ter percebido em outra situação que gostava do maroto...e não naquela. Suspirou tristemente enquanto guardava seu material e se dirigiu para seu dormitório logo em seguida. Não conseguiria fazer seu dever naquele estado.
Tiago, ao entrar no dormitório escuro e vazio, tirou o tênis e jogou-se em sua cama. Tirou os óculos e colocou-os na mesa-de-cabeceira. Sabia que azarar Snape não era algo bom, mas ele gostava de fazê-lo...principalmente quando o sonserino lhe dava um motivo.
”Its been awhile
Já faz um tempo
Sincei ralized
Desde que percebí
I’m not so cool
Que eu não sou tão legal
And i,ll never be
E eu nunca serei.”
A imagem de Lily invadira sua mente. Recordou-se do dia em que se dera conta de que era apaixonado por aquela ruivinha.
Flashback
“Era uma noite de verão. Os alunos da Grifinória estavam fazendo uma festa secreta no salão comunal. Era uma festa à fantasia...Tiago estava conversando com Mellissa, que estava fantasiada de barbie praia. Então Lily apareceu, vestida de gótica, com um vestido preto lindo. Ela nem mesmo olhara para Tiago...apenas puxou a amiga para ir ver Gabrielle, que estava vestida de colegial trouxa...Deixando um Pontas fascinando no sofá...”
Flashback.
Aquela garota parecia que jamais lhe daria uma oportunidade para conversarem. Ela se colocava em um nível que Tiago não conseguia alcançar de maneira alguma. E seus esforços eram sempre esnobados pela garota.
“I’ve never wanted to be the best
Eu nunca quis ser o melhor
Just good enough to you
Só bom o suficiente para você
But you don,t give a fuck
Mas você não dá a mínima
To nything i do
Pra nada que eu faço”
As lágrimas finalmente começaram a marejar os olhos castanhos do maroto. Lágrimas causadas por uma garota que acabara por decepcioná-lo. Uma decepção que estava-o machucando deveras.
“I cry,icry for cuseof you
Eu choro, eu choro, por sua causa
And if you don,t understnd what i say
E se você não entende o que eu digo
Fuck you
Foda-se.”
“I don,t mind anymore
Eu não me importo mais.”
Cansado de sair sempre com o coração pisado, Tiago decidiu por um ponto final naquela novela toda. Não queria mais saber de Lílian Evans. Todas as coisas que fez, foi por ela e, somente por ela. Agora, não haveria mais aquilo...Faria as coisas por si mesmo...para ter resultados bons para si...e não para a ruiva...
“PUT A BULLET IN MY HEAD
Ponha uma bala na minha cabeça
I KNOW IT SEEMS TO FOOL
Eu sei que parece tão bobo
BUT EVERYTHING I,VE DONE
Mas tudo o que eu fiz
WAS , CUSE OF YOU
Foi por sua causa.”
N/A: Oieeeee!!! Meninas que comentaram, bigaduuuuuu ^^ Espero que tenham gostado desse capítulo. Non esqueçam de comentar. Beijossss
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