Envenenando Mentes
Capítulo 2: Envenenando Mentes
Hogwarts, 2 de setembro de 1973...
Estava uma manhã bonita naquele dia. Céu limpo, com poucas nuvens. O sol iluminava magnificamente o gramado verde do jardim da escola.
No dormitório feminino do sétimo ano da Grifinória...
- Mel! Vai logo...Eu estou apertada... – implorava Gabrielle.
- Já estou saindo. – disse a loira enquanto abria a porta do banheiro tranqüilamente.
As três haviam acordado um pouco tarde. Tanto que Alice e Rachel já haviam até mesmo saído do dormitório.
- Vamos nos atrasar para o café. – resmungou Lily enquanto calçava o sapato preto.
Quando finalmente terminaram de se arrumarem e separarem o material...
- Ei...Esperem. – sussurrou Mellissa.
Lily e Gabi viraram-se para a amiga.
- O que foi, Mel? – perguntou a ruiva.
- É que bom...não tocamos no assunto ontem...porque não ficamos sozinhas. – começou a loira enquanto sentava-se na cama.
As outras duas entreolharam-se. Já sabiam o assunto que a garota queria tratar. Caminharam até a cama de Mellissa e acomodaram-se também.
- É verdade Mel. – disse Lily enquanto virava-se para encarar Gabi. – Como é que estão suas visões?
Gabrielle vinha de uma linhagem de bruxos famosos por terem um dom extraordinário e, ao mesmo tempo, aterrorizante. Eles tinham o dom da premonição. Imagens do futuro invadiam suas mentes a qualquer hora. Porém, para Gabi, as premonições vinham através de sonhos. Há dois anos que não tinha um sonho “normal”. Via coisas que, inicialmente, eram sem sentido algum, mas quando aconteciam...Então ela entendia...
A garota dedicou-se à matéria de Adivinhação. A professora ajudava-a o bastante para controlar as visões que tinha.
- Bem...Elas não mudaram... – começou ela um pouco incomodada por estar falando sobre aquilo.
- Desde junho?! – exclamou Mellissa.
- Sim, Mel. Desde junho...tudo o que vejo é luz verde...Tudo o que ouço são gritos. Isso está me assustando. – confessou Gabi.
As outras duas não podiam fazer nada para acabar com aquelas visões, mas podiam animar a amiga. E foi o que fizeram. Mudaram de assunto rapidamente, apanharam suas mochilas e desceram para a sala comunal.
Enquanto isso, no dormitório dos Marotos...
- Qual é, Tiago? Você está há horas tentando arrumar esse cabelo e parece que você mais o desarrumou do que outra coisa. – resmungou Sirius com a boca cheia de pasta de dentes.
- Ele quer se arrumar e se enfeitar para a ruivinha dele. – brincou Remo enquanto entrava no banheiro para guardar a toalha.
Tiago corou suavemente.
- Querem parar de me amolarem?
- O Pontas está todo apaixonadinho pela ruivinha dele. – disse Sirius após fazer um gargarejo.
Os três começaram a rir e saíram do banheiro.
- Não acredito que você ainda está dormindo. – disse Tiago.
- Vamos seu dorminhoco. Levante. – ordenou Remo enquanto puxava as cobertas de Pedro.
O rapaz cobriu a cara com o travesseiro.
- Rabichozinho... o café vai acabar e você não vai comer... – disse Sirius com um sorriso maroto.
Aquilo sim era o verdadeiro despertador de Pedro. Este, levantou-se apressado.
- O quê?! Cadê o café??
Tiago e Sirius caíram na gargalhada.
- Anda logo, Pedro. Não podemos nos atrasar no primeiro dia. – disse Remo sorrindo serenamente.
Pedro assentiu com a cabeça e se levantou. Correu para o banheiro para ir se arrumar. A sorte é que ele era bem ágil quando se tratava de banho. Alguns instantes depois ele já estava descendo a escada de mármore que levava ao Salão Principal. Andando bem atrás de Tiago e Sirius. Remo vinha por último, pois estava conversando com uma garotinha do primeiro ano, que estava perdida ainda.
Ao adentrarem no salão, rumaram para a mesa da Grifinória. Enquanto andavam, Tiago e Sirius faziam as garotas pararem de comer apenas para observá-los passar. As mais ousadinhas lhe dirigiam sorrisos e até acenavam como se fossem amigos íntimos.
- Não acredito! A irmã do Pátil ainda está encanada em você, Sirius. – comentou Remo após ver uma bela garota mandando um beijinho para o amigo.
- Nem me fala. Ela não saiu do meu pé no ano letivo passado. Acabou estragando vários planos meus, não é mesmo Pontas? Pontas? – chamou Sirius enquanto estalava os dedos diante dos olhos do maroto.
- Hum? Que foi? – perguntou Tiago voltando a realidade.
Sirius olhou na direção em que Pontas estava olhando momentos antes. Seu olhar caiu sobre a figura de Lílian Evans. Voltou a encarar o amigo, este estava novamente fitando a ruiva.
- Ah Pontas...Cadê o seu orgulho? – perguntou Sirius inconformado. – Ela pisa em você sempre que tem oportunidade e você ainda fica aí, babando por ela.
Tiago encolheu os ombros. Que culpa ele tinha se amava aquela jovem? Amor? Sim, amor. Tudo bem, no começo, no quinto ano, podia ser apenas atração, mas aquilo foi se intensificando até que chegou no ponto que estava.
Sempre olhara para Lily e a via como um desafio. Mas agora...era muito mais que isso. Não era uma simples conquista. Mas ela era tão...”Difícil” pensou o moreno de óculos um pouco desanimado. Ela nem mesmo lhe dava a chance de dizer mais do que um “Oi Lily”. Aliás, ela detestava que ele a chamasse de Lily. “ Ela fica ainda mais linda quando fica bravinha” pensou ele mais disposto.
Tiago passara as férias planejando como conquistá-la de vez. Mas sabia que nenhum daqueles planos mirabolantes daria certo. Se fosse para acontecer, aconteceria naturalmente. Afinal, ele não iria ser o famoso Tiago Potter...Não...Para Lily ele seria apenas o Tiago. O verdadeiro Tiago. Aquele que se preocupa. Aquele que é fiel. Aquele que ama intensamente e sem medo algum de se entregar de corpo, alma e coração para alguém.
A sineta soara pela escola inteira, anunciando o início da aulas do período matutino. Os alunos imediatamente foram se levantando e saindo do salão em grupos que rumavam para suas aulas completamente eufóricos. O primeiro dia era sempre assim. Bem diferente do segundo, já que os alunos já iam se arrastando para as aulas.
No almoço, todos discutiam animadamente sobre as primeiras aulas do ano. Novamente a sineta soara pela escola, anunciando o início das aulas vespertinas.
- Defesa Contra as Artes das Trevas agora... – comentava Tiago.
Ele ia caminhando com Sirius e Remo. Como sempre, Rabicho ficava atrás. Mas desta vez, havia um motivo “especial” para o rapaz ficar atrás. Havia recebido um bilhete de Rodolphus Lestrange no café. Ele pedia para que o esperasse atrás de um pilar que ficava próximo da entrada do Salão Principal.
Pedro deixou os amigos se distanciarem. Suava frio e sentia as pernas amolecerem. Foi caminhando até o pilar e logo sentiu um par de mãos o puxar com violência para trás do pilar. Era o sonserino Lestrange.
- O que você quer? – guinchou Rabicho em voz baixa, pois havia batido a cabeça na parede fria.
- Sabe muito bem o que eu quero. Não se faça de tonto, Pettigrew. – crispou Rodolphus fitando-o friamente. – Você não pode ficar em cima do muro. Teve um mês para refletir. Ele quer a resposta.
Rabicho encolheu-se. Estava prestes a cair num buraco de trevas. “Mas...mas...ele me manterá vivo...E me dará poder...E serei maior que Tiago e Sirius...e ...e Remo.” Pensava ele enquanto sentia as gotas de suor escorrerem por sua têmpora.
- Sabe o que ele faz quando fica nervoso? – murmurou Rodolphus sombriamente.
Rabicho estremeceu. Sabia perfeitamente o que aconteceria.
- Sim...Sim...Eu o servirei fielmente... – murmurou ele com medo de olhar nos olhos de Lestrange.
- Bom...Muito bom...Agora vá. – ordenou Rodolphus.
O sonserino segurou o riso ao ver o rapaz sair tropeçando nos próprios pés. Sentiu um par de mãos começar a massagear seus ombros. Sabia perfeitamente quem era. Virou-se e encarou a namorada, Bellatrix Black.
- E então? – perguntou ela.
- Ele está nas mãos do mestre. – sussurrou Rodolphus enquanto deslizava suas mãos pelas coxas da garota.
Os dois sorriram sadicamente e rumaram para as masmorras.
O dia não demorou a passar. Logo os alunos já estavam nas salas comunais, guardando seus materiais para irem jantar no Salão Principal. Num canto da sala comunal da Sonserina...
Lúcio estava sentado em uma poltrona. Encarava duramente Severo Snape. Este, estava sentado em uma poltrona diante de Malfoy. As faces de ambos ficavam um pouco ocultas nas sombras.
- Não venha querer me apressar, Malfoy. – disse Snape firmemente.
- É bom você dar logo a resposta, Snape. Voldemort detesta que o enrolem.
- Darei a resposta quando eu bem entender.
Lúcio precisava manter o controle. Mas estava gostando daquilo. Mostrava que Snape seria um bom Comensal da Morte. Só seria preciso moldar aquele temperamento que ele possuía.
- Pense, Snape. Pense. Só com ele, somente ao lado dele, você poderá acabar com aqueles malditos do Potter e do Black. Ele lhe dará o poder para realizar todos os seus desejos.
Aquelas palavras envenenaram a mente de Severo desde junho. E continuavam a envenenar. Mas...e depois que acabasse com Potter e Black? Não haveria necessidade para continuar servindo aquele homem que se julgava o bruxo mais poderoso do mundo.
Continuou encarando Lúcio Malfoy. Respirou fundo, havia tomado sua decisão.
- Diga à ele que ele tem um novo servo.
Primeiro acabaria com a farra daqueles malditos do Potter e do Black, depois ele pensaria no que faria. Se gostasse de sua nova vida, continuaria servindo o Lord das Trevas. Caso contrário, não hesitaria em dar as costas para Lord Voldemort. E ele tinha uma carta nas mangas. Sabia que o bruxo das trevas tinha o poder de ler mentes, mas ele jamais leria a sua, graças a Oclumência. Snape vinha praticando essa disciplina e alcançara os resultados esperados.
- Pode apostar que eu direi. – murmurou Lúcio ao ver Severo levantar-se e sair sem dizer mais nada.
Narcisa, que estava oculta pelas sombras, rumou até Lúcio e sentara em seu colo.
- Acha mesmo que Snape será um bom servo? – murmurou a loira.
- Bem melhor do que o Pettigrew. Isso eu garanto.
Narcisa encolheu os ombros. Para ela, nenhum daqueles dois lhe transmitia segurança. Saiu do colo do namorado e foi caminhando até a irmã, Bellatrix. As duas saíram da sala comunal, conversando aos sussurros.
No Salão Principal já havia um número considerável de alunos jantando e conversando. Entre eles estavam Lily, Mel e Gabi. As três estavam tagarelando animadamente, mas pararam quando Tiago Potter chegou, abraçando Mellissa.
- Olá garotas. – disse ele já jogando charminho para Lílian.
Mel sorriu sem graça enquanto Gabi ficou encarando uma Lily raivosa.
- Gabi, vamos lá com a Rachel. – disse a ruiva enquanto pegava seu prato e seu copo e levantava-se em seguida.
Gabrielle olhou de Mel para Lily, após ouvir um “pode ir” da loira, levantou-se e seguiu a amiga.
Tiago sentou-se desanimado ao lado de Mellissa. Os dois eram amigos desde o terceiro ano, quando Mel entrara para o time da Grifinória.
- O que há com ela? Por que sempre age assim comigo? – perguntou o rapaz erguendo a cabeça e fitando a amiga.
- Talvez por você sempre fazer coisas que a façam agir assim. – comentou a loira enquanto servia-se de mais suco de abóbora.
- Mel...
- É verdade, Tiago. Sempre põe tudo a perder quando têm chance de provar para Lily que gosta dela de verdade.
- Eu a amo.
- Que seja Tiago. Tudo o que você faz prova exatamente o contrário.
Tiago ficou cabisbaixo. Endireitou o óculos.
- Vamos, levante a cabeça. Não é o fim do mundo. Sei que conseguirá mostrar para ela o seu sentimento. – disse Mel tentando animá-lo.
Pontas abriu um sorriso. Precisava ouvir aquilo. Especialmente de Mel, que era melhor amiga da mulher que amava.
- E o que eu faço??
- Eu é que sei? Siga seu coração Tiago.
Tiago riu divertido.
- Tem certeza, Mel?
- Bem...não sei. É difícil dizer algo para você.
- Mas você sempre me deu ótimos conselhos. Lembra? Lily nem mesmo olhava para mim e agora ela me olha e até fala comigo, tudo bem que é para me xingar, mas isso não vem ao caso.
Os dois começaram a rir.
- Ah...sim! Precisava falar com você...Mas não sobre Lily.
- Nossa...que milagre. 99,9% das nossas conversas é exatamente sobre Lily. – brincou Mellissa.
- É sério, Mel.
- Ok. O que foi?
- É sobre os treinos de quadribol.
- E o que é que tem os treinos?
- Já reservei o campo. – dizia Tiago enquanto tirava do bolso um pedaço de pergaminho e entregava para a loira. – Aí estão os dias e os horários desse mês. É só para não esquecer.
Assim que terminou de falar com Mel, Tiago foi até seus amigos. Não tocou em sua comida, pois não parava de falar sobre quadribol.
- Então, Sirius...eu vi umas táticas muito interessante. Tem uma jogada de batedor que espero que você realize nos jogos...
Sirius abriu um sorriso. Adorava se exibir para as garotas quando ia jogar quadribol ou mesmo nos treinos. O campo ficava lotado de garotas por causa dele e de Tiago. Os dois faziam jogadas espetaculares.
E foram para a sala comunal da Grifinória falando sobre o mesmo assunto: quadribol. Conforme os alunos iam chegando, os grupos na sala comunal iam aumentando. Como na noite anterior, um grupo de alunos do sétimo ano se formou: Tiago, Sirius, Remo, Pedro, Lílian, Mellissa, Gabrielle, Alice, Franke Longbotton, Nicholas Finnigan, Henri Patil e Rachel McMiller.
- Mel! Eu não acredito! Então os boatos são verdadeiros! Você está realmente namorando com o Diggory! – exclamou Rachel eufórica.
Henri, namorado dela, pareceu não gostar muito da euforia na namorada. Tanto que fechou a cara na hora. Tiago engasgou-se com a cerveja amanteigada que estava bebendo.
- O quê?! Como assim?! Eu ouvi direito?? Você está namorando o capitão do time da Lufa-Lufa?! – perguntou o maroto perplexo.
Mellissa sorria um pouco constrangida. Odiava ser o centro das atenções, especialmente quando o assunto era sua vida pessoal. Apenas assentiu com a cabeça enquanto tocava com a ponta dos dedos de uma das mãos o símbolo de sua triqueta.
Tiago arregalou os olhos. O rosto estava iluminado agora, como quem tem uma idéia brilhante.
- Ei...podemos tirar uma vantagem do seu namoro, Mel. – disse ele tranqüilamente.
- O que?? – perguntou a loira.
O constrangimento passara, dando lugar a perplexidade.
- Sim. Sim. Você pode fazer ele te falar as táticas que ele vai usar! Assim será mais fácil derrotar a Lufa-Lufa! – disse Sirius sorrindo de orelha a orelha, após entender o plano do amigo.
Mellissa levantou-se da poltrona imediatamente.
- Vocês ficaram doidos. Os dois. Nunca ouvi tanta besteira. – disse ela irritada.
- Espera...Mel...Calma... – ia dizendo Tiago, mas era tarde, pois a garota havia ido embora.
- Tinha que ser o imbecil do Potter. – resmungou Lily enquanto ia atrás da amiga.
Gabrielle lançou aos dois marotos um olhar de pura desaprovação e seguiu a ruiva.
- Não foi uma boa idéia? – perguntou Sirius um pouco surpreso por ninguém ter aprovado.
Remo resmungou algo como “Vou pra cama” e retirou-se em seguida. Aos poucos o grupo foi se dispersando. Até que todos resolveram ir dormir. Todos os marotos haviam caído num sono profundo, com a exceção de Rabicho. Este não parava de se virar na cama. Tentava dormir, mas era impossível com tantas coisas na cabeça.
“Eles sempre são o centro das atenções...Ficam com as melhores garotas...Ganham méritos...Tiago e Sirius são os mais populares devido a beleza, ao talento...Mas...Mas...eu também posso ser talentoso...E serei...Mas, para isso...Para isso preciso estar com as pessoas certas...Sim...Lord Voldemort irá me ajudar com isso...Ele me fará crescer...” pensava Pedro enquanto fitava o teto em silêncio.
Um pouco longe dali, havia um rapaz que tinha pensamentos similares aos de Rabicho. Severo Snape também não conseguia dormir, pois não tirava Voldemort da cabeça.
“Será só por um tempo...Não precisará seguí-lo a vida toda...E só até o Potter e o Black terem o que merecem...Sim, e depois disso eu o abandono...E seguirei meu próprio caminho onde EU serei Lord...e todos deverão me respeitar e me temer...” pensou Snape pouco antes de dormir.
Enquanto isso, na sala comunal da Grifinória...
A sala estava escura e deserta devido ao horário. A única fonte de luz era a das estrelas que brilhavam lá fora. Mas a sala não ficou vazia por muito tempo...
- Pegou o tapete? – perguntou Lily num sussurro.
Lílian, Mellissa e Gabrielle iam dar um passeio noturno, como costumavam fazer quando estavam sem sono. As três estavam usando seus robes tradicionais. O de Lily era vinho, o de Mel era negro e o de Gabi era branco.
- Peguei... –murmurou Gabrielle.
Quando Lily disse “tapete”, ela estava se referindo ao tapete voador que a amiga ganhara no Natal do quinto ano. O tapete era retangular e viera de um povoado bruxo situado no Marrocos. Repleto de símbolos árabes, o tapete esbanjava uma beleza exótica.
As três subiram no tapete, que já flutuava. Gabi ficou sentada na frente e Lily e Mel ficaram um pouco mais atrás. O tapete imediatamente começou a subir até a janela.
- Alorromora! – exclamou Gabrielle em voz baixa.
A janela escancarou-se e, após o tapete sair por ela com as três garotas, fechou-se. O céu estrelado estava fascinante.
- Está uma noite linda. – comentou Mellissa, agora mais calma.
- Para onde vamos, meninas? – perguntou Gabi.
- Hum...deixe o tapete fazer um trajeto qualquer... – pediu Lílian.
Gabrielle concordou e deixou que o tapete voasse livre pelo jardim. A garota virou-se para as amigas, sorrindo.
- Estava com saudades disso. – comentou ela.
- E quem não estava? – perguntou Mel rindo suavemente.
- É bom ver você rindo e não irritada. Tudo bem que não fica pior que eu, mas ainda sim fica muita chata. – brincou a ruiva.
- Eu não tenho culpa. Foi o Tiago e o Sirius que começaram com aquelas besteiras...
Enquanto isso, as três ganhavam as alturas, ficando muito acima das torrinhas do castelo.
- Viu? Eu disse que eles são irritantes e desprezíveis. – disse Lily.
- Eu não disse que são desprezíveis...mas eles falam umas coisas que às vezes é difícil de deixar passar. – comentou Mel.
As três retornaram para o castelo quando eram quase uma hora da manhã. Rumaram em silêncio para o dormitório. Gabrielle guardara seu tapete na caixa e em seguida deitou-se em sua cama. Agora sim estavam com sono...
***
No dia 7 de setembro, quarta-feira, várias garotas estavam no campo de quadribol, já que era o dia do treino do time da Grifinória.
A gritaria das garotas atrapalhava um pouco a concentração de alguns dos jogadores. Sirius achava graça quando alguém reclamava daquela algazarra.
- Não tenho culpa se sou tão querido assim por elas... – brincava ele para descontrair.
- Babaca... – resmungou Mellissa nervosa.
A loira estava nervosa porque Tiago e Sirius haviam novamente pedido para ela espionar os treinos do time da Lufa-Lufa. Aquilo era o cúmulo para ela. Quando o treino acabou, todos os jogadores rumaram para o vestiário, para tomarem um banho e guardarem suas vassouras.
- Não vou conseguir treinar direito se isso continuar. – reclamava Rachel para Mellissa enquanto as duas vestiam suas roupas.
- Só você? Vou conversar com a professora McGonagall amanhã. – disse a loira com firmeza.
Ao terminarem de se arrumar, pegaram suas vassouras e saíram do banheiro. Os garotos já estavam prontos. Conversavam animados quando Remo e Pedro adentraram no vestiário.
- Há uma torcida enlouquecida de garotas lá fora. – disse Aluado enquanto endireitava-se, pois fora agarrado por uma garota da Corvinal.
Tiago e Sirius caíram na gargalhada.
- Bem, vou indo gente. – disse Franke.
- Vou junto. – disse Mellissa enquanto fechava seu armário.
Sirius ficou observando a loira com atenção. O cabelo molhado, os olhos misteriosos...”Como nunca reparei que ela era tão linda assim?” perguntava-se o maroto enquanto dava um “Tchau” mecânico para Franke, Nicholas, Henri e Rachel.
Agora somente os Marotos estavam no vestiário.
- Sirius? – chamou Remo.
O rapaz voltou a si.
- O que?
- Estava com o olhar perdido. O que foi? – perguntou Aluado.
- Ahn...Podem me passar a “ficha” da Mellissa? – pediu Sirius.
Ficha era o termo usado por eles quando queriam saber da vida de alguma garota.
- Dela é meio complicado...Mel é bastante reservada. – começou Tiago. – Vamos lá...No segundo ano o nosso Aluado aqui era doidinho por ela, mas nunca teve coragem de chegar nela.
Remo riu sem jeito. Era verdade. Até o segundo ano ele sentira algo por Mellissa. Era um carinho muito forte, pois aquela garota fora tão gentil com ele...tão amável. Lembrava-se das palavras doces que ela lhe dissera uma vez quando ele trombara com ela no jardim. Ele estava voltando para o castelo, após passar a noite na Casa dos Gritos. A loira o amparara e o levara para a enfermaria dizendo que tudo ficaria bem.
- Bem...no quarto ano ela saiu comigo... – continuou Tiago, mas fora interrompido por Sirius.
- Vocês saíram no quarto ano?! – exclamou ele.
- Sim. Fomos ao Baile de Natal juntos. – respondeu o moreno de óculos sorrindo de orelha a orelha. – Ficamos também. Mas então vimos que ser amigos seria o melhor para nós dois...E somos amigos desde então. E foi a partir daí que conheci a minha ruiva linda...
- Está bem...Está bem...Continua. – disse Sirius.
- Ok. Hum...Tudo o que sei é que ela está com o Diggory desde as férias de verão e que o nosso querido Rabicho tem sonhos picantes com ela desde o sexto ano. – brincou Tiago.
- Cala a boca, Pontas. – resmungou Pedro extremamente vermelho.
Tiago começou a rir.
“Droga...é verdade...Ela namora o Diggory...Mas, ela é tão linda...Tenho que sair com ela ao menos uma vez...Uma vez só...Mas como? Ela namora...Qual é Sirius? Tem tantas garotas ainda que você não ficou...Desencana dela.” Pensava o maroto enquanto saia do vestiário oculto pela capa de invisibilidade de Tiago. Assim era mais fácil passar pela “torcida enlouquecida”.
Mas o que Sirius não sabia era que aquela garota passaria a fazer parte de seus pensamentos. Ela seria seu desafio. Algo proibido. E ele gostava daquilo. Do proibido. Coisas que ele jamais desejou ter, ele ganharia. Sentimentos que ele jamais conheceu, aprenderia a sentir...E tudo por causa de uma garota. Mas aquilo era possível? Afinal, ele era ou não o famoso Sirius Black?
N/A: Acessem o blog da fic para verem a capa do capítulo 1. Em breve a capa do capítulo 2 será postada lá. Não esqueçam de deixarem os comentários ^^
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