Aquele com o Armário Antes do

Aquele com o Armário Antes do




DOBBY FICAR FELIZ EM AJUDAR VI

Aquele com o Armário Antes do Casamento

Draco – Dobby – Gina

Romance/Humor


“O que você quer dizer com ‘Oh-oh’, amor?- Draco ficou em silêncio- Digo, ‘Oh-oh’ é algo bom ou ruim?”

Draco sorriu amarelo para Gina e mostrou a maçaneta da porta segura em sua mão.

“Se o fato da maçaneta ter quebrado significar que vamos ficar mais algum tempo presos no armário, talvez seja um ‘Oh-oh’ bom...- ele falou. Gina fechou a cara e levou a mão à barriga, após sentir uma pontada.”

“E se significar que a Rachel vai ter que nascer no armário?- ela perguntou, com a voz estremecida.”

“Isso é um ‘Oh-oh’ muito, mas muito ruim!”

Houve um minuto de silêncio. Tensão. Draco sentiu o suor em sua testa, ele estava ficando nervoso com aquela situação. Ele nunca achara que um dia ficar preso num armário com Gina se tornaria tão angustiante.

“Não pode ser tão ruim, pode?- Draco tentou- Quero dizer, deve haver algum modo de derrubar a porta sem magia...talvez eu possa fazer um buraco tão grande quanto o que Ronald fez...daí nós poderemos sair...”

“Draco...?- Gina chamou, com a voz embargada.”

Draco olhou-a preocupado. Viu o rosto dela contorcido numa expressão dolorida e, escorrendo pelas pernas dela, viu um líquido parecido com água.

“A bolsa estourou...- Draco olhou de um lado para outro, processando a informação.”

“SOCORRO!- Draco saltou contra a porta e chutou-a- TEM UMA MULHER DANDO À LUZ AQUI! POR FAVOR...”

Gina não soube de onde encontrou forças para sorrir da reação de Draco. Mas, de alguma forma, ela admitia que ele era realmente engraçado quanto reagia daquela forma ensandecida. Porém, após um minuto, ela teve uma idéia.

Não soube bem porque não tinha pensado antes, já que era algo tão óbvio para se fazer. Aparatar.

“Amor...- Draco parou, aparentemente percebendo que Gina o chamara.”

“Tá doendo alguma coisa, amor? Hein? Por favor, diga que não... eu vou tirar você daqui, ok? Eu só preciso de um tempo para pensar como...a porta parece relutante em cair...um minuto apenas, amor...”

“Amor... aparate...”

“Talvez se eu tentasse quebrar as bordas da porta...ou eu poderia...”

“Draco... aparate...”

“Hãn?- ele virou-se para ela, com uma expressão que indicava que ainda pensava em algo para derrubar a porta. Mas Gina não pareceu muito calma quando lhe respondeu.”

“APARATE, MALFOY!”

Ele olhou para a face rubra dela, processando o “Malfoy” que ela pronunciara com um grito. Um minuto depois ele entendeu que, além do sobrenome dele, ele também ouvira a ordem “APARATE”

“Aparatar, claro...- ele sorriu e, num estalar de dedos, ele desapareceu.”

Um segundo depois a porta do armário se abriu num gracioso CLIC e Draco apanhou a mulher rápido, dirigindo-se à sala. Apanhou um objeto estranho sobre a cômoda, apontou sua varinha, que pegara ao lado do mesmo objeto, e sussurrou algo inaudível.

“Você está pronta?- ele perguntou para a mulher.”

“Para ter a Rachel no chão da nossa casa, sim...”

“Certo, essa é a parte em que eu deduzo que você está sentindo dor o suficiente para não dizer coisa com coisa e fico agarrado a você enquanto o botão de transporte nos leva para o hospital, ok. Não deve demorar mais que trinta segundos.”

Eles sentiram algo os envolver, como uma fumaça, e viram tudo rodar. A sensação não era ruim, na verdade era muito agradável. E eles agradeceram por darem prioridade a grávidas com esses botões de transporte mais cômodos do que os usuais.

Sentiram-se pousando graciosamente. Gina já numa maca e Draco ao lado dela, segurando sua mão. Provavelmente já estava numa sala de parto, já que havia vários enfermeiro ao lado e um médico.

“Sr. e Sra. Malfoy...- o médico aproximou-se deles- Eu estava mesmo esperando por vocês. Chegaram bem na hora.”

“A bolsa...- Draco disse, sem encontrar outra coisa melhor.”

“Sim, Sr. Malfoy, sua filha está vindo...”

Aconteceu tudo muito rápido. Num instante não havia nada, no outro, o médico já segurava uma criança ensangüentada em suas mãos e um choro estridente enchia o local.

Draco olhou para Gina antes de olhar para a criança. E, assim que viu Rachel, sentiu sua visão embaçar e o cheiro de sangue entrar pelo seu nariz, deixando-o tonto.

“Draco, amor...você está bem?- Draco olhou bobamente para ela, com os olhos revirados- Você não vai desmaiar agora, vai?- ela perguntou, olhando de Draco para a filha e para Draco novamente.”

“Querida, eu estou brilhando agora...?- ele perguntou, com a voz débil, mas não deu tempo para Gina responder qualquer coisa. Cambaleou e, no segundo seguinte, estava estirado no chão, provavelmente desmaiado.”

“Ele parece um pouco sensível, não?- o médico comentou, enquanto botava Rachel nos braços da mãe.”

Draco suspirou. Apoiou a mão no queixo e continuou em busca de mais lembranças em sua mente. Talvez assim o tempo passasse logo e:

Ou alguém abriria a maldita porta do armário e ele poderia chegar a tempo para o seu casamento, sem que Gina pensasse que ele desistira.

Ou Gina pensaria que ele desistira e ficaria inconsolável pelo resto da vida e talvez trancasse a porta do armário de vassouras para sempre, para evitar lembranças, e seu corpo jazeria por toda a eternidade entre suas melhores companheiras de sadomasoquismo, a porta e as vassouras.

Ou ela ficaria extremamente irritada com ele e o repudiaria para sempre, e lançaria a pior das maldições sobre ele (e ele tentava não acreditar que essa fosse ser a teoria mais óbvia, já que conhecia tão bem o gênio de Virgínia Weasley.)

Ou talvez ele pudesse arranjar mais ‘ous’ para pensar, como por exemplo, continuar buscando lembranças felizes em sua mente enquanto esperava alguém abrir a maldita porta do armário para que pudesse chegar a tempo no seu casamento sem que Gina pensasse que ele desistira (e essa era uma teoria que ele adorava repetir para ele mesmo durante as últimas duas horas).

A sorte, no entanto, era que ele ainda tinha mais uma hora antes que Gina realmente concluísse que ele desistira do casamento. E, na melhor das hipóteses, ele ainda tinha duas horas para isso, se realmente Gina fosse uma daquelas noivas que se atrasasse uma hora ou mais para o seu casamento.

Ele suspirou mais uma vez. Acomodou melhor o seu queixo em suas mãos e desejou ter sua penseira ali com ele, para que pudesse simplesmente mergulhar em todas as suas memórias enquanto esperava que alguém abrisse a maldita porta do armário para que ele pudesse chegar a tempo para o...

Draco abanou a cabeça. As teorias pareciam querer fazer parte de todo e qualquer pensamento, e isso o deixava mais angustiado do que já estava.

Poderia gritar por socorro, mas provavelmente ninguém ouviria, já que aquele era um armário com ótima acústica onde não havia barulho nenhum. É, ele certificara-se que seria assim durante a gravidez de Gina. Assim poderia conversar com Rachel sempre que quisesse.

Ou ele poderia tentar aparatar pela milésima vez e, quem sabe, tentar transpor a barreira contra aparatação que tinha posto em toda a propriedade Malfoy para que não houvesse penetras no seu casamento. Mas, o máximo que ele conseguiria, seria ficar a dois centímetros da porta do armário.

Ele perdeu-se em outra lembrança e nem mesmo percebeu quando a porta do armário abriu-se suavemente e fechou-se. Alguém entrou rápido e ficou de costas para ele, encostando a cabeça na porta e cantarolando algo.

“Brilha, brilha, brilha, brilha. Brilha, brilha, brilha?”

“Brilha, brilha, brilha, brilha. E brilhando brilha, brilha...- Draco continuou, quase sem perceber.”

Quando ele percebeu, olhou para quem tinha entrado e viu que a pessoa o olhava também.

“Amor?”

“Amor?”

“O quê...?”

“Eu te pergunto o mesmo, amor.”

“Pode responder primeiro, amor. A minha história é longa.”

No entanto, apenas o que Gina fez, no instante seguinte, foi gritar. Gritou bem alto e de um modo muito estridente. Levou suas mãos aos olhos de Draco e tapou-os. A seguir apanhou um pedaço de pano que encontrou por acaso em algum lugar do armário e vendou-o.

“Alguém pode me explicar por que, do nada, eu fui privado do dom da visão?- ele perguntou, de um modo bem dramático.”

“Você estava me vendo.- Gina explicou.”

“Ah...- foi um longo e sonoro Ah, bem característico de Gina, na verdade, quando entendia algo muito bem ou que fosse muito óbvio- Então eu acho que eu já te vi muitas vezes e agora, só porque eu sei decorado cada pedacinho do seu corpo eu não posso te ver. Certo...eu acho que agora tudo faz tanto sentido quanto um elfo ser padrinho de casamento de um casal de bruxos.- Gina riu.”

“Não é isso, amor.”

“Eu achei que não.”

“É que, bem, eu estou vestida com a roupa do casamento e...- ela parou por um instante e virou-se novamente para a porta, apoiando sua testa ali- Azar, azar, azar...meu Merlin...ele me viu com o vestido de noiva...não deixe que eu tenha um casamento cheio de azar, por favor...azar não, azar não...”

“Você vai continuar aí se lamentando como um elfo doméstico ou pretende me explicar melhor a situação?”

Gina virou-se e olhou para Draco, ainda vendado. Ele estava gracioso, parecendo até mesmo inocente com aquele bico meigo que ele sempre fazia em situações semelhantes a esta (geralmente que envolviam armários, ela e uma tema incomum).

E ela viu também o quanto ele estava lindo com aquele smoking e o cabelo loiro, batendo na altura da orelha, caindo sobre a venda. Aliás, Draco não estava apenas gracioso naquela situação, ele estava sexy e incrivelmente vulnerável...

Ela gritou novamente, tão alto quanto da primeira vez.

“Dessa vez foi o quê?- ele perguntou, totalmente inconsciente do que ocorria naquele armário àquela altura.”

“Eu estava pensando na lua de mel...antes mesmo de termos passado pelo casamento...- ela explicou.”

“O pensamento foi tão forte a ponto de você gritar desse jeito?”

“Isso não é hora para piadas, amor.”

“Claro que não. Mas eu costumo ser engraçado quando estou nervoso. E agora eu tenho motivos grandes o suficiente para estar nervoso, porque eu estou perdendo meu casamento e estou vendado num armário.”

“Bem, se isso te consola, eu também estou perdendo meu casamento.”

“É, ao menos assim você não pensaria que eu tinha desistido do casamento e ficaria inconsolável para sempre e me deixaria trancado para morrer aqui nesse armário.”

“Como?”

“Ou talvez ficaria brava demais e ainda assim me deixaria morrer dentro desse armário.”

“Como é?”

“Eram teorias, amor, caso ninguém abrisse a porta do armário e eu não pudesse chegar a tempo para o casamento.”

“Claro.”

“É, mas agora eu posso pensar que você desistiu do casamento e eu fique inconsolável para sempre, com uma filha pra criar...um destino trágico, ser pai solteiro...”

“Estamos juntos no mesmo barco, então, se você pensar que eu desisti do casamento, eu provavelmente pensarei o mesmo, então os dois pensamentos se anularão...”

“Eu devo pensar que você não está falando coisa com coisa?”

Gina estourou. Ela avançou contra a porta e começou a chutá-la e esmurrá-la com toda a força que podia. E começou a gritar por socorro também. No entanto, ela fez isso de um modo polido o bastante para não estragar completamente o seu penteado ou pôr em risco o seu vestido.

“EU NÃO QUERO PERDER MEU CASAMENTO!- ela gritou, após um chute mais estrondoso.”

“E esta é a parte em que eu deveria estar me divertindo com o seu casinho cômico de sadomasoquismo com a porta? Claro, se eu pudesse ver a cena...mas eu apenas imagino...bem, é engraçado de todo modo...”

“Sabe o que eu acho?- Gina perguntou, com a voz cansada, sua respiração descompassada- Que a nossa vida é feita de nostalgias. Tudo é tão nostálgico entre nós...”

“Apenas quando estamos no armário, amor. Fora dele tudo é bem inédito na nossa vida...”

“Eu acabei de perceber que eu agi como você agora...na primeira vez que nós ficamos trancados no armário.”

“É, você apenas não admitiu que estava tendo um caso com a porta, mas ok. Dá na mesma de todo modo.- ela suspirou- eu posso tirar a venda?”

“Nem pense, ou teremos azar em nosso casamento. O homem não pode ver a noiva vestida antes do casamento.”

“Que horas são?”

“Dez. Por quê?”

“Teoricamente nós estamos quase casados agora. O casamento foi marcado para nove e meia, então, não fará mal se eu te vir.- ele começou a retirar a venda.”

“Você considerou a uma hora de atraso da noiva?”

“Não. Eu não achei que você fosse ser tão tradicional a esse ponto...ou talvez eu tenha achado isso, mas não agora que você está aqui...”

“Então não tire. Teoricamente eu não cheguei ao casamento ainda.”

“Bem, nem eu estou lá, então não há mal nenhum.”

“Mas isso é na prática. Nós ainda estamos na teoria.”

“Lá vem você com essa coisa de não dizer coisa com coisa.”

“Teoricamente você está lá no altar, me esperando impacientemente, pensando que, depois de meia hora de atraso, eu desisti do casamento. E teoricamente eu estaria me atrasando de propósito...”

“Sabe do que mais?- Draco falou, enérgico, tirando a venda dos olhos- Eu cansei da teoria!”

Ele disse isso muito rápido e, assim que tirou a venda, levantou-se e alcançou o corpo de Gina, puxando-a para perto do seu. Alcançou sua boca num beijo ávido e desesperado.

Um beijo longo que retirou muito do fôlego deles, mas eles pouco se importaram com isso. Apreciaram o momento como, provavelmente, não tinham aproveitado nenhum até ali, sentindo a língua de um buscar de maneira ousada a língua do outro, além dos toques sutis, quando as mãos de Draco passeavam por baixo da saia do vestido de Gina, e as mãos dela tentavam livrá-lo de todo aquele smoking, que, apesar de deixá-lo extremamente atraente, estava atrapalhando naquele momento.

“Você acha que é errado termos a lua de mel antes do casamento?- ele perguntou entre beijos.”

“Eu não estou em condições de achar nada agora, amor, a não ser o botão da sua calça...”

Draco barrou a mão ousada de Gina, descendo por sua calça, e levou-a de encontro aos seus lábios, depositando um singelo beijo ali e depois pousando a mão dela sobre o seu peito.

Abraçou-se a ela durante alguns segundos, tentando fazer com que sua respiração voltasse ao normal, expulsando qualquer pensamento obsceno, excitante ou desse tipo da sua cabeça.

“Não podemos fazer isso.- ele falou, muito seriamente, ainda abraçado a ela.”

“Como é?- ela afastou-se dele e olhou-o profundamente- Você está dizendo que não podemos fazer amor?- ele tentou falar, mas ela não deixou- E você vem me dizer isso agora, depois de tantas vezes? Depois de já termos feito uma filha? Você pode, inclusive, repetir? Acho que eu não entendi direito...a parte de ‘não podemos fazer isso’!- ele suspirou e riu.”

“Não podemos ter a nossa lua de mel antes do casamento. Isso foge a qualquer lei de casamento que posse existir. Isto é, que casal você conhece que teve a lua de mel antes de serem marido e mulher?- ela pensou.”

“É, isso é certo.”

Draco não falou durante alguns minutos. Ao invés disso, finalmente reparou no quanto Gina estava linda com aquele vestido branco tomara que caia, justo até a cintura e rodado até os pés, com as luvas ¾, o detalhe branco no cabelo, como se fosse uma discreta coroa, e a singela maquiagem que acentuava os traços do seu rosto e escondia as sardas.

“A propósito, você está linda!- ela sorriu de um jeito meio tímido e corou levemente.”

“Obrigada...você...também está...- ela falou, sem conseguir achar algo mais emocionante para dizer- E eu espero que isso não nos dê azar.- observou. Ele riu.”

“Não vai. Depois de tantos armários, não há como ter azar. Mas me conte, porque você veio parar aqui?- ela parou e pensou um pouco, como se tentasse lembrar-se de algum motivo que o levara até o armário.”

“Nervosismo, eu acho.- ela concluiu- Acho que por um instante eu pensei que você não fosse aparecer, sei lá...- ele puxou-a para que se sentasse em seu colo e a abraçou.”

“Só há um motivo que me faria faltar o nosso casamento.”

“E qual seria ele?”

“Eu ficar trancado nesse armário e ninguém abrir para que eu pudesse chegar antes de você concluir que eu tinha desistido.- ela riu e beijou-o levemente.”

“É? Então você estaria correndo para isso, já que estava trancado aqui. Como ficou trancado aqui?”

“Bem, é uma história comprida.- ela olhou em volta e espiou se havia algum barulho da porta se abrindo.”

“Acho que nós temos tempo.”

“Então, tudo começou há algumas horas, quando eu estava terminando de me arrumar. Eu estava arrumando a gravata quando eles apareceram.- ele botou um grande tom cômico de dramaticidade na voz.”

“Eles?”

“Sim, todos eles.- Gina viu uma sombra esquisita passar pelos olhos de Draco.”

“Quem são eles, amor?”

“Eles?- ela assentiu- Eles são as criaturas mais assustadoras que já passaram pela Terra. São piores até que Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Eles carregam consigo a cultura lendária de formas de tortura do pior e mais doloroso tipo. Usam tons cortantes quando falam com suas vítimas. Tão cortantes que seriam capazes de perfurar com muita facilidade.”

“Quem são eles, amor?- ela repetiu, ainda sem entender o que Draco falava.”

“Eles são assustadores, pois carregam fogo em suas cabeças, ao invés de cabelos...- Gina abriu a boca- Eles são...”

“Meus irmãos.- ela concluiu.”

Draco aproximou-se mais do espelho e arrumou sua gravata. Limpou um fiapo de tecido branco do seu impecável smoking preto e deixou que algumas mechas de seu cabelo loiro caíssem sobre os olhos.

A determinado instante ele parou e focou algumas imagens que apareceram através do espelho.

“Para que se arrumar, Draco Malfoy?- uma voz séria falou.”

“Talvez porque eu tenha um casamento para ir em pouco mais de duas horas, Frederic Weasley.- Draco usou o mesmo tom que Fred.”

Atrás de Fred apareceram mais quatro Weasleys, sendo que o mais velho, Guilherme, parecia anormalmente maior e mais forte que a última vez que Draco o vira.

“Oh, meu caro Draco Malfoy, você não vai precisar se preocupar com isso pelos próximos trinta minutos.- Rony aproximou-se de Draco e ficou ao lado dele.”

“Do que você está falando, Ronald Weasley?”

Por um instante Draco sentiu-se idiota ao usar o nome e o sobrenome dos Weasleys que falaram com ele. No entanto, ele se propôs a chamá-los assim enquanto eles continuassem o chamando de Draco Malfoy.

Com essa brincadeira ele já sabia o nome de todos os Weasleys, e até mesmo sabia como diferenciar os gêmeos. Draco sabia que Frederic sempre usava o cabelo 1 centímetro maior que o do irmão, e isso era provavelmente a única coisa que os diferenciava, embora poucas pessoas realmente percebessem isso.

“Por alguns minutos nós vamos embarcar em algumas lembranças, Draco Malfoy.”

“Lembranças?”

“Sim, lembranças de mais ou menos um ano atrás.- Draco fez mentalmente as contas- Lembranças de Weasleys no armário.”

Carlos Weasley trouxe uma penseira para perto de Draco e todos os outros Weasleys ficaram próximo a ele, impedindo-o de qualquer movimento brusco.

“Você conhecerá a lembrança da fúria dos Weasleys agora, Draco Malfoy.- Carlinhos falou.”

“E depois, você conhecerá a real fúria dos Weasleys.- Jorge completou.”

“Espera! Espera! Pára tudo, Draco Malfoy!”

“Até tu, Virgínia Weasley?- Draco olhou esquisito para Gina, que apenas riu para ele.”

“Carlinhos e Jorge disseram isso mesmo?”

“Ou talvez algo como isso. Muito próximo a isso, mas talvez com menos intensidade.”

“Eu sabia.”

“Posso continuar?”

“Você conhecerá a lembrança da fúria dos Weasleys agora, Draco Malfoy.- Carlinhos falou.”

“E depois, você conhecerá a real fúria dos Weasleys.- Jorge completou.”

“Do que...?”

Mas Draco não teve tempo de falar mais qualquer coisa. Antes que pudesse mesmo entender um mínimo daquela situação, ele percebeu que rodava rapidamente, provavelmente entrando numa lembrança de penseira.

Seus pés bateram no chão com suavidade e ele abriu os olhos, reconhecendo imediatamente o corredor de Hogwarts.

Ao longe ele se viu encostado próximo à porta do armário de vassouras, olhando para os três Weasleys e Harry Potter adiante.

“Vamos avançar um pouco.- Fred, do lado de Draco, falou, e ele viu uma fumaça envolver seus olhos.”

No segundo seguinte ele se viu dentro do armário. E viu também todos os Weasleys ali dentro, sendo que três deles estavam duplicados. Por um instante perguntou-se se pessoas que invadiam lembranças ocupavam algum lugar no espaço, mas acabou concluindo que não.

“Porque eu vou trancar vocês quatro aí para poderem digerir a informação e dar tempo de eu fugir com ela para algum lugar bem longe dos olhos de vocês, e principalmente das mãos e varinhas.- falou um Draco do lado de fora do armário.”

Dobby fez um movimento rápido com as mãos e a porta do armário se fechou.

Os três Weasleys e Potter se olharam confusos, ainda tentando entender o que tinha acontecido. Eles se mexeram um pouco e dezenas de vassouras caíram em cima deles.

“Mas que merda!- Rony esbravejou- Que diabos o Malfoy pensa que é para nos colocar aqui dentro?”

“Eu acho que ele pensa que é um Malfoy morto.- Jorge comentou, tentando se levantar e espanando a sujeira de suas vestes.”

Rony e Harry procuraram suas varinhas em suas vestes e ficaram perplexos em não achá-las.

“Vocês estão com suas varinhas?- os gêmeos verificaram.”

“Não...”

“Ok...”

Harry levou sua mão à maçaneta da porta e girou-a com cuidado. A porta não se abriu.

“Desculpa, Harry, mas às vezes você não faz as coisas direito.- Rony afastou Harry da porta e posicionou-se na frente dela. Estralou os dedos das mãos e olhou-a furtivamente.”

Então socou-a. Esmurrou a porta com toda a força que pôde reunir.

“MALFOY! ABRA ESTA PORTA ANTES QUE EU CONSIGA DERRUBÁ-LA, OU SERÁ BEM PIOR PRA VOCÊ! ALIÁS, SERÁ RUIM DE QUALQUER MODO!”

“Eu acho que você está conseguindo amassar a porta, Rony.- Harry comentou, apontando para onde Rony tinha chutado.”

Rony continuou esmurrando a porta por pelo menos mais cinco minutos, até garantir que tinha feito um buraco razoavelmente satisfatório nela. Então ele parou, cansado.

“Sabe, maninho,- Jorge colocou a mão no ombro de Rony- você tem métodos muito pouco ortodoxos para resolver as coisas.”

“Deixe que nós sabemos como resolver isso.”

Os gêmeos viraram-se para a parede e a examinaram minuciosamente, após afastarem algumas vassouras.

“Se eu não estiver enganado, Jorge, essa é a pedra da passagem.”

“Oh, faz tanto tempo que eu não a uso!- Jorge falou, de um jeito extremamente emotivo- Será tão bom relembrar os velhos tempos de Hogwarts...”

“Ah, sim, meu irmão, se será! Quer ter as honras?- Fred deu espaço e Jorge empurrou uma das pedras.”

A parede do armário se mexeu e uma porta ligeiramente pequena se abriu. No entanto, era grande o bastante para Rony, o mais alto deles, passar com o pescoço e a coluna curvadas.

“O Malfoy está perdido.- Rony comentou- Deixe só eu colocar as mãos nele.”

“E nela.- Fred e Jorge disseram ao mesmo tempo- Gina precisa de um freio. Acho que ela está doida.- Fred continuou.”

“Como a nossa tia Phedra que se trancou com um parente do gorila Goyle e o seduziu com poções do amor?”

“Provavelmente. Talvez isso seja de família.”

Os gêmeos conduziram Harry e Rony por um corredor escuro, e pareciam saber exatamente onde estavam indo, mesmo sem verem um palmo à frente de seus narizes.

Saíram em uma porta que dava para umas das salas, quase ao lado do armário de vassouras.

“Essa passagem serve só para isso?- Harry perguntou.”

“Na verdade o caminho verdadeiro desmoronou. Dava na Zonko’s. Fred e eu abrimos este depois que fomos trancados por Filch aqui.”

“Certo, Harry e Rony, vocês procuram os dois nos andares acima, e Jorge e eu procuramos nos de baixo.- eles apenas assentiram.”

Fred e Jorge andaram vagarosamente por aquele mesmo corredor, com os ouvidos atentos, ou melhor, com aqueles pedaços cor de carne desenrolando-se ao longo do corredor e ouvindo tudo.

“Espere,- Fred sussurrou- as orelhas extensíveis pegaram algo. Ouça.- Jorge apanhou um outro pedaço da orelha e ouviu.”

“Faça-me brilhar agora, Virgínia”

“Não precisa, amor, há muito tempo que você brilha naturalmente.”

“Por favor...?”

“Brilha, brilha, amorzinho, onde é que você está? No armário de limpeza...”

“...e brilhando por te amar...”

“’Faça-me brilhar agora, Virgínia?’- Jorge zombou, olhando para o irmão.”

“’Brilha naturalmente?’- Fred completou- Que raios de casal é esse?”

“Do tipo ‘brilha, brilha armozinho e ele brilha por amá-la...’- então os dois riram antes de abrirem a porta do armário de limpeza.

Draco e Gina olharam-se assustados para então constatarem que Fred e Jorge estavam parados à porta, apontando suas varinhas diretamente para Draco.

“Não adianta querer se limpar, Malfoy.- Fred botou um sorriso maníaco no rosto e Draco tremeu involuntariamente.”

“Porque você vai se borrar de medo agora.- Jorge completou, com o mesmo sorriso maníaco no rosto.”

Draco sentiu seus pés pousarem suavemente no piso do quarto onde se arrumava. Ao lado dele ainda estavam todos os irmãos Weasleys. Fred e Jorge ostentavam o tão perigoso sorriso maníaco deles, enquanto os outros olhavam-no com o olhar muito estreito.

“Sorte a Gininha ter te protegido naquele dia.- um dos Weasleys falou.”

“Nós andamos pensando muito a respeito, Malfoy.- um dos gêmeos começou.”

“Pensamos durante um ano.- o outro falou- Um tempo razoavelmente longo, de modo que até achamos que você fosse abandonar a nossa Gininha.- Draco abriu a boca para falar, mas Carlinhos foi mais rápido.”

“Mas isso não aconteceu. Você não precisa dizer isso.”

“Então, felizmente, nós encontramos as respostas dessa sua fixação por ela.”

“Fixação?- Draco retrucou, sem entender muita coisa.”

“É, trata-se de um distúrbio mental devido a muitas doses de poções do amor.”

“Poções do amor?”

“Sim, nós andamos investigando e descobrimos que há mais de um ano que a nossa Gininha vem dando poções do amor para você.”

“Sabe como é, ela nunca foi realmente boa com os garotos e depois do fora que recebeu do Harry, bem...- Rony aproximou-se de Fred e sussurrou:”

“Na verdade, Fred, a Gina sempre foi melhor com os garotos do que todos nós juntos com as garotas. E não foi o Harry quem deu o fora, foi a Gina.- Fred virou-se para Rony, com a cara fechada.”

“Isso faz parte do plano, Roniquinho.- Rony afastou-se emburrado e Fred voltou-se para Draco- Bem, continuando, Malfoy, as poções do amor. Quando um sujeito é submetido a muitas doses dessas poções, sua mente o faz acreditar, após algum tempo, que ele é verdadeiramente apaixonado por aquela garota.”

“Só que ele obviamente não é nem um pouco apaixonado por ela.”

“Verdade?- Draco estava totalmente descrente agora, nem mesmo percebeu que os Weasleys o estavam guiando para qualquer lugar.”

“Verdade. O fato é que ele a odeia, é sua pior inimiga, ele apenas está perturbado com todas as poções do amor.”

“E eu posso saber como a Virgínia me deu todas essas doses de poção do amor?”

“Bem, ela pode ter colocado em sua bebida, ou passado para você através de beijos, ou mesmo pelo sexo...”

“Uhm...bem que eu sempre achava que os beijos dela eram realmente embriagantes...- Draco comentou- E o sexo então, principalmente as seções de...- ele parou, pensando no que estava para falar. Olhou para os Weasleys e retraiu-se- ok, deixa pra lá...não é mesmo importante.”

“Claro que não, Malfoy, você está perturbado, não sabe o que fala.”

“Mas nós vamos te ajudar.”

“Com certeza vamos.”

“E eu posso saber como?”

Draco não percebeu quando um dos Weasleys abriu a porta do armário, outro retirou sua varinha do bolso da calça e mais dois o empurraram para dentro do armário.

“Nós vamos trancar você no armário para poder digerir a informação de que está louco e perturbado.- Rony falou, com um sorriso a meio fio. Draco ficou sem reação.”

Sem mais palavras, a porta do armário se fechou.

“Céus...- Draco percebeu toda a situação- ...meu casamento...”

“Então foi isso?- Gina perguntou.”

“Sim, desse jeito.”

“Nossa, como meus irmãos são malvados.”

“Eu já tinha te dito isso, você quem não acreditou.”

“Eu sabia que os gêmeos eram loucos de pedra, cheios de teorias e conspirações mirabolantes, e eu gostaria mesmo de saber de onde eles tiraram essa história de poção do amor.”

“Você não me deu poção do amor, deu?”

“Bem, o fora do Harry me deixou sem expectativas para qualquer outro relacionamento.”

“Virgínia...”

“Claro que não, amor.”

“Bom saber. Eu não gostaria de estar louco e perturbado a essa altura do nosso relacionamento.- ela riu.”

“Não está. Mas agora, não temos que nos preocupar com isso. Temos que arranjar um jeito de não perdermos o nosso casamento.”

“Talvez os seus irmãos pensem que você me abandonou, e talvez eles devam estar rindo agora, pensando que eu estou louco e perturbado no armário e que você fugiu com alguém que não fosse o seu inimigo.”

“Quem seria esse?”

“Talvez Colin Creevey.- ela riu mais abertamente agora.”

“É, meus irmãos iam gostar de ter a certeza que eu estaria com um homem, digo, anatomicamente considerado homem, e que ele não faria absolutamente nada comigo, nem que eu quisesse.”

“E claro que você não iria querer.”

“Claro que não.- a resposta dela não soou tão convincente e Draco percebeu isso.”

“Isso é sério?”

“Colin não faz o meu tipo. Além do mais, eu soube que ele está de rolo com o novo gerente do Caldeirão Furado.”

“Isso me acalma um pouco.- Gina riu.”

Eles ficaram em silêncio durante um minuto ou dois, ambos pensando em modos que podiam tirá-los daquele armário. E eles já estavam quase chegando a uma conclusão quase óbvia (a de que teria que se contentar até alguém, dali muito tempo, abrisse aquele armário), quando a porta se abriu com um gracioso e suave CLIC.

Olharam embasbacados para a pequena figura que materializou-se atrás da porta e sorriram aliviados.

Dobby vestia não menos que duas calças, uma em cada perna, nas cores preta e cinza. Um par de meias coloridas com sapatos de tamanhos, formatos e cores diferentes. Havia uma blusa branca, que poderia ser a única coisa perfeitamente normal ali, se Draco não tivesse visto que as mangas tinham sido costuradas com as mangas de outra camisa de um tecido diferente. Cerca de seis gravatas escandalosas, nem Draco nem Gina puderam contar mais que isso, cobriam o pescoço do pequeno elfo, entre estampas vermelhas berrantes com dragões, hipogrifos num campo esverdeado, uma cinza aparentemente normal, e as outras encantadas para parecem placas de néon. Um brinco numa das orelhas, que Draco e Gina pensaram ser influência da nova sociedade jovem ou algo parecido, e uma torre de gorros na cabeça, tão alta e torta que chegavam ao ombro de Gina. E ele segurava, firme e confortável em seus braços, um pequeno montinho, um bebê.

“Querida, você se lembra de termo contratado algum recreador para o nosso casamento?”

“É o nosso padrinho, amor.- ela falou, com graça.”

“Ah...- ele suspirou de um modo óbvio, como se tudo fizesse sentido agora.”

“Vê só, menina Rachel?- Dobby começou a falar, afastando a manta que cobria o bebê e deixando à mostra seus cabelos ruivos e seu rostinho pálido- Dobby ajudar pais de menina Rachel a ficarem juntos e eu prender eles no armário. Agora eles só querer ficar dentro do armário. Perdidamente viciados. Até perder casamento deles mesmos para ficar no armário.”

“Nós estávamos presos.- Draco falou, apenas para constar.”

“Então Dobby pensa seriamente se pais de menina Rachel fariam alguma coisa sem Dobby. Dobby acabar de libertar menino Draky e menina Wheeeezy e agora eles poderem casar e Dobby poder ser padrinho, porque agora eles poder sair do armário porque Dobby libertar eles e eles não perder mais casamento deles...”

“Dobby.- Gina chamou-o, fazendo com que o elfo os olhasse com atenção.”

No segundo seguinte, tanto Draco como Gina curvaram-se diante de Dobby, num reverência visivelmente exagerada, mas que impunha tanto respeito ao elfo como ele merecia.

Ainda curvados diante da mesura, eles olharam para o elfo e sorriram, de um jeito divertido, como o próprio elfo fazia quando se curvava para eles, então disseram, juntos, com vozes quase submissas:

“Menino Draky...- ele começou.”

“...e menina Wheeeezy...- ela falou.”

“...ficar feliz em sempre ser ajudados por senhorzinho Dobby!”

FIM!

x.x.x

N/Rbc: este é o fim! a maioria das minhas fics está no fanfiction.net, quase todas completas. quem quiser dar uma olhada: www.fanfiction.net/~rebecamaria

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