Armário Especial
DOBBY FICAR FELIZ EM AJUDAR V
Armário Especial
Draco – Dobby – Gina
Romance/Humor
Gina olhou a cara desolada de Draco, sentado no chão do armário de vassouras, agarrado a uma vassoura e com a mão no queixo, fazendo biquinho e com um olhar de carência profunda.
“Adorável...- ela falou, com a voz manhosa, como se mimasse um filho. Ele olhou para ela e fez um bico ainda maior- Se cansou da porta?- ele abraçou ainda mais a vassoura.”
“A vassoura é mais magra.”
“De mim...?- ela perguntou, fitando-o.”
“Dos seus irmãos?- ela riu, ajoelhando-se na frente dele e segurando seus rosto entre as mãos, dando-lhe um beijo caloroso.”
“Eu te amo, amor.- ela disse.”
“Seus irmãos não. Eles são tão sádicos. Céus, o Ronald...ele quase derrubou a porta naquele dia. Fez um buraco que me humilhou. E os gêmeos? Acharam uma maldita passagem e quase me trucidaram quando me acharam com você no armário de limpeza...”Não adianta querer se limpar, Malfoy, você vai se borrar de medo agora!” foi o que eles disseram...- ela riu com a cara de cachorro morto que ele fez.”
“Bem, mas eu não deixei que eles fizessem nada contra você, não é mesmo?”
“Ainda bem. Estão todos lá?”
“Os oito.”
“OITO?- ele perguntou, indignado. Ela riu ainda mais- Não eram seis?”
“Você é ótimo, amor.- Draco ergueu a vassoura diante dos olhos e pareceu admirá-la.”
“Vassoura, você será a minha companhia desta noite.”
“Ela? Por que não eu?”
“Porque ela não pretende sair deste armário.- Gina olhou-o curiosa- Nem eu.”
“Acho que você está muito viciado em armários, Draco.”
“Desde que tenha uma garota comigo, estará tudo bem.”
“E a vassoura é uma garota de que espécie?”
“Bem, da espécie dos pinheiros, talvez. Está certo que falta um pouco de carne aqui e ali para apalpar, mas nessas horas de tensão não faz muita falta.”
“Cafajeste!- Draco riu- Anda, vamos.”
“Não, amor, é sério. Se eu for lá para baixo seus irmãos vão me trucidar antes que eu diga sadomasoquismo- Gina franziu o cenho.”
“Não foi um bom argumento, querido.- ela pegou-o pela mão e puxou-o para fora do armário- Vamos. É o meu baile de formatura, não quero estar lá sem você.”
“Sabe, a idéia de perder o meu baile de formatura não me pareceu ruim ano passado. Não será ruim dessa vez.- ela olhou-o descrente.”
“Aquilo foi um acidente, docinho.”
“Acidente docinho?- ele retrucou. Ela olhou-o novamente.”
“Também, Draco. E eu chamei você de docinho, não o acidente. Mas foi um acidente, com álcool e doces, mas ainda assim um acidente, doce talvez...”
“Eu posso fazer com que seja um acidente dessa vez também.”
“Você não vai conseguir.”
“Eu posso te empurrar para dentro do armário, e daí a gente se tranca lá dentro.”
“Você não vai conseguir.- ela repetiu, ainda puxando-o rumo ao salão principal.”
“Eu sei que não...mas eu posso tentar.- ela riu- Ok, eu deixo você ser a parte sádica da história.- ela parou, imediatamente, e olhou para ele com um sorriso- Sim?”
“Não.- falou, ainda com um grande sorriso, e voltou a guiá-lo.”
“Ok. Eu desisto. Você não tem pena de mim.- ela riu ainda mais da cara de Draco.”
“Eu sou sádica, querido, ainda não percebeu?”
“Sério?- ele soou irônico- Como eu pude me enganar achando que eu era o sádico daqui? Minha namorada está me levando para a arena do leões e pretende me deixar lá para ser estilhaçado e eu não percebi que ela era sádica. Céus, como eu sou distraído.”
“Você chega a me comover, amorzinho.”
“Certo, então talvez se eu cantar eu espante meus males.- ela olhou-o curiosa- Tenha pena minha linda...não me leve para lá...seus irmãos são uns leões...só me querem devorar...vamos lá, novamente! Canta comigo, Gininha...”
“Você está ficando bom nisso, docinho.- ele sorriu, parecendo esperançoso- Mas cantar isso ao ritmo de brilha, brilha meu Draquinho não é nem um pouco convincente.- ela parou e suspirou- Mas o ‘Gininha’ quase me convenceu.”
“Sério, Gininha?- ela lhe lançou um olhar estreito e perigoso.”
“Se você não parar sou eu quem vai te devorar, e não eles.- ele pensou e considerou a proposta.”
“A idéia não me parece má, Gininha. A perspectiva é boa.”
“Vai parar?- Gina olhou-o com os olhos vermelhos brilhando. Draco suspirou e baixou a cabeça.”
“Certo, eu desisto. Bandeira branca, amor. Eu aceito o meu destino.- ele colocou a mão na testa e buscou o seu tom mais dramático- Ó destino cruel, que fazes de mim? Esse rélis mortal...- Gina riu e beijou-o rapidamente.”
“Eu também te amo, docinho, se isso te consola.”
“Eu vou me lembrar disso quando seu rosto for a última coisa que eu vir antes de fechar os olhos rumo à escuridão da morte que me consumirá pela eternidade desse destino cruel e...”
“Não seja tão dramático, querido. Agora não tem mais como você escapar.- Draco olhou em volta e viu que estava apenas a alguns passos da família dela.”
Gina avançou para os irmãos, pais e amigos, enquanto Draco permaneceu parado, aliviado pela namorada não continuar puxando sua mão.
“Vem, Draco.- ela chamou, fazendo gestos com a mão.”
“Não, amor, estou bem... confortável, seguro... aqui.- ele falou- Olá, Weasleys...todos os Weasleys...Potter...Granger...- fez um gesto rápido com as mãos e sorriu amarelo.”
“Ele está um pouco tímido.- ela informou aos presentes- Vou lá ficar com ele, desculpe.- ela foi até Draco e beijou-o apaixonadamente- Certo, você venceu, vamos para o armário.”
“(...)”
“Você passa de dramático a sorridente muito rápido, amor.”
“Você precisa analisar direito as circunstâncias, querida.”
“Circunstâncias? De acordo com você estávamos indo para uma arena de leões há alguns instantes, onde você provavelmente seria o gladiador no meio de seis leões...”
“Oito.”
“Que seja. Uma arena que na verdade era um baile. Isso era um motivo para um melodrama formidável. Agora estamos indo passar a noite do meu baile num armário de vassouras.- ela pensou- Certo, eu vou analisar as circunstâncias. Ó destino cruel, por que me levas para um armário apertado e sujo quando eu podia estar no meu baile...? Ó essa rélis mortal...- ela olhou para ele e sorriu- Isso é comovente?”
“Nem um pouco.”
“Talvez se eu fizesse outra adaptação para brilha, brilha, meu Draquinho...- ele riu, parou em frente à porta do armário de vassouras e abriu-a.”
“Talvez você possa pensar em uma depois que analisar as novas circunstâncias.”
Draco parou em frente à porta do armário de vassouras e abriu-a, dando passagem a Gina. Ela andou alguns passos, mas parou antes de estar totalmente dentro do armário. Seus olhos brilharam e sua face se contorceu numa expressão esquisita, que mesclava o riso ou a gargalhada.
“Então?- ele perguntou, como se esperasse que ela falasse algo. Ela virou-se para ele, fechou um pouco a porta, o bastante para ler Armário de Vassouras afixado na madeira e concluiu.”
“Acho que estamos no lugar errado, querido... este não é o armário de vassouras.- Draco suspirou, abrindo a porta e parando ao lado dela junto ao batente.”
“Amor, olhe bem.- ele pediu- É claro que estamos no armário de vassouras. Ele está apenas organizado de uma forma diferente da que conhecíamos. Repare bem nos conjuntos de cabos de vassouras colocados em cada canto do armário.”
“Aquilo são cabos de vassouras?- ela perguntou, parecendo desconfiada.”
“O que mais seriam?”
“Talvez cabos vermelhos alegóricos com velas em formato de coração acesas em cima deles...- Draco pareceu considerar.”
“Mas as cerdas de palha ainda estão lá no chão.- ele apontou.”
“Que chão? Você está falando do colchão estrategicamente colocado aqui dentro?”
“Que seja. Mas pense bem, partindo da premissa de que todo armário de vassouras contém mais vassouras do que qualquer outra coisa, este lugar é um armário de vassouras, só que mais organizado e decorado para um motivo especial.”
Draco entrou com Gina e ambos sentaram-se no colchão, acomodando-se entre as diversas almofadas.
“Então?”
“O quê?”
“O motivo especial. Qual seria ele?”
“Bem...”
Ele parou. Suspirou, tentou falar algo e parou novamente. De repente as palavras não queriam mais sair de sua garganta e todo um discurso planejado palavra por palavra tornou-se inútil.
“Bem...eu andei pensando...em desconsiderar o seu não caso eu te pedisse...- ele foi falando, vagarosamente, até o momento em que Gina interrompeu-o.”
“Eu estou grávida.- ele abriu e fechou a boca diversas vezes, processando a informação.”
“Eu estava pensando em desconsiderar a sua negativa caso eu te pedisse em casamento dentro de um armário, mas um filho já está de bom tamanho...”
Ele falou de um modo engraçado, ao mesmo tempo que mostrava para Gina uma caixinha de veludo negra. Ela abriu-a e viu um lindo anel dourado com uma pedra cinzenta e muito brilhante.
“Eu aceito.”
Beijaram-se com fervor, extasiados pelo momento. Ficaram assim durante imenso tempo, desejando que um instante como aquele não acabasse jamais.
“Desde quando você sabe?”
“Alguns dias. Estava procurando o melhor momento para te dizer...”
“Um ótimo momento, aliás. Não era exatamente o que eu esperava para agora, mas me sinto feliz.”
“Acredite, nem eu esperava que fosse acontecer tão cedo, mas não me preocupo com isso.”
“Nunca será cedo demais para nós, amor.- Gina riu.”
“E como você sabia que eu não recusaria o seu pedido?”
“Eu imaginei que você recusaria qualquer pedido dentro de um armário, menos o meu.”
“Convencido, não?”
“Realista, é diferente.”
“Certo, você tem razão. Mas para quando será o casamento?”
“Por mim agora, mas não temos um celebrante.”
“Não, amor, sério.”
“Eu falo sério, mas agora acho melhor esperarmos até o bebê nascer, assim podemos aproveitar bastante a sua gravidez. Poderíamos comprar um armário...digo, casa...e nos mudarmos daqui alguns dias...”
“Você é maravilhoso.”
“Eu sei.”
“E egocêntrico.”
“Já disse, realista!- Gina riu.”
“Mas um armário na casa cairia muito bem...”
Draco esperou um instante até que ela concluísse o raciocínio e apanhou os lábios dela num beijo apaixonado.
Deitou-a no colchão e ficou por cima dela, buscando tocá-la da forma mais ousada que pudesse, passeando suas mãos ligeiras por todo o corpo dela. Descendo as alças do vestido dela, enquanto a garota o livrava daquela maldita blusa cheia de botões inúteis...
“Encontrou outra adaptação, querida?”
“Não me ocorre nenhuma...agora...”
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“Querido?”
“Shhh! Deixe-me ouvir direito.- ele pediu.”
“Amor, você já está assim há quase uma hora.”
“A sensação é boa, você devia experimentar isso. Deixe que eu fique assim mais um pouco.”
“Amor, é fisicamente impossível eu colocar o meu próprio ouvido na minha barriga para ouvir o bebê.- ele não deu atenção alguma a ela.”
“Shhh. Fica quieta. Acho que estou ouvindo o coraçãozinho dela...- Gina riu- Não, é a sua barriga roncando...”
“Você é cômico, amor. Um cômico babão.”
“Estamos falando da minha filha, querida.”
“Nossa.”
“Tudo o que é seu, é seu, e tudo o que é meu, é nosso, querida.”
“Eu sei disso.”
“Agora silêncio. Acho que senti um chute...”
Os dois permaneceram em silêncio por um bom tempo, com Draco com o ouvido colado à barriga de Gina e a mulher acariciando os cabelos dele.
“Brilha, brilha, filhotinho...- ele começou a cantar e Gina ergueu uma sobrancelha- onde é que você está? Na barriga da mamãe e...- ele parou e pensou- não encontro nada que rime para continuar...- ela riu mais uma vez.”
“Nem eu.- Gina ergueu o rosto do marido e olhou para ele- queria saber por que você gosta tanto de ouvir o bebê aqui dentro do armário.”
“A acústica é melhor. Não há barulho para atrapalhar.- ele encostou novamente o ouvido na barriga dela- Vamos lá, Rachel, fala com o papai...”
“Dobby, pára, por favor.- Gina pediu.”
“Dobby...- Draco tentou.”
Mas era inútil. Falar com um elfo àquela altura das notícias não era algo que fosse realmente dar resultados. Ainda mais quando a notícia era que o próprio elfo seria padrinho de casamento de um casal de bruxos.
As reverências eram exageradas e uma atrás da outra. E isso já se repetia há quase uma hora, exaustivamente.
Gestos em que o nariz de Dobby tocava o chão e suas costas faziam um ‘crec’, ou que ele dava saltinhos ao redor de Draco e Gina, cantando uma musiquinha infernal e sem sentido, ou mesmo dava rodopios no ar e mostrava um sorriso anormalmente grande e feliz para eles, eram repetitivos.
“Dobby saber ajudar muito bem...Dobby ajudar meninos a ficar juntos...Dobby bom...”
“Sim, Dobby, você é muito bom.- Gina concordou- Mas mesmo depois de todas essas estripulias, você ainda não nos respondeu.”
“Então, Dobby, quer ou não quer ser o nosso padrinho de casamento?”
“Dobby aceitar sim...claro que aceitar...Dobby honrado em ser chamado... Dobby muito feliz...”
Draco e Gina viram Dobby sair correndo pelos corredores e desaparecer ao descer uma das escadas.
“Você acha que uma reação dessas é normal?- Draco perguntou- Não tem perigo de ele ter algum colapso? Ou sei lá, explodir de felicidade?”
“Bem, não é normal um elfo ser chamado para padrinho de um casamento de bruxos...ou mesmo de casamento de elfos...sabe-se lá se elfos se casam...mas daí a ter um colapso ou explodir de felicidade...não sei se é para tanto...”
“Eu me sentiria culpado se ele explodisse de felicidade. Afinal, fui eu quem provocou essa felicidade nele.- Gina riu.”
“Ele não vai explodir, amor, não se preocupa!- Draco sorriu para Gina e beijou-a.”
“Tomara que você tenha razão...ou ficaremos sem padrinho de casamento...”
“Amor...- Draco chamou- Virgínia?- Gina olhou-o e piscou os olhos algumas vezes. Olhou em volta. Ainda estavam no armário- Em que estava pensando?”
“No dia em que chamamos o Dobby para ser nosso padrinho de casamento.- Draco riu.”
“Ele ficou eufórico durante vários dias...”
“Ainda está. Parece que atualmente ele está escolhendo a roupa que vai usar no casamento.- Draco pensou e abanou a cabeça.”
“Mas ainda faltam quase quatro meses. Decidimos que seria no verão e avisamos para ele...”
“Um mês depois que avisamos que ele seria padrinho, o discurso já estava quase feito, então, o argumento da roupa não é algo válido...- Draco riu- Desistiu de ouvir a Rachel?”
“Ela não quer falar com o papai hoje.- ele suspirou, resignado, e fez cara de carente.”
“Ó, meu Merlin...papai foi rejeitado...- ela falou, dando um beijo na testa de Draco- Vamos pra fora...cansei de ficar dentro desse armário, mesmo que seja um armário de vassouras mais aconchegante, maior e mais limpo do que o de Hogwarts...”
Draco levantou-se e levou a mão à maçaneta da porta. Girou-a e ouviu um ‘Trinc’, que não era da porta se abrindo.”
“Oh-oh!- ele falou, olhando para a sua mão e mirando o objeto brilhante preso entre seus dedos. Gina olhou-o curiosa.”
“O que você quer dizer com ‘Oh-oh’, amor?- Draco ficou em silêncio- Digo, ‘Oh-oh’ é algo bom ou ruim?”
Draco sorriu amarelo para Gina e mostrou a maçaneta da porta segura em sua mão.
“Se o fato da maçaneta ter quebrado significar que vamos ficar mais algum tempo presos no armário, talvez seja um ‘Oh-oh’ bom...- ele falou. Gina fechou a cara e levou a mão à barriga, após sentir uma pontada.”
“E se significar que a Rachel vai ter que nascer no armário?- ela perguntou, com a voz estremecida.”
“Isso é um ‘Oh-oh’ muito, mas muito ruim!”
x.x.x
N/Rbc: Primeiro, desculpem pelo atraso de... bem, muito tepmo, mas é que eu realmente esqueci que eu posto fanfics no floreios e borrões.... não gosto muito desse sistema de fics daqui... mas enfim, agora sempre que eu postar alguma fic aqui vou postá-la completa logo!
Esse é o penúltimo capítulo, o último vem em minutos! XDDD
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