Natal
Dedico esta fic a minha amiga Ciça, por me incentivar.
Noite de Natal, somente nós, no dormitório, como não teve baile, foram poucos que ficaram.
Droga! É incrível como Harry é ingênuo, já tem 16 anos e não percebe! Qualquer um no lugar dele já teria percebido, o tanto que eu me insinuo pra ele, chega a ser ridículo! Só falta escrever na testa ”Harry! Sou louco por você!”, mas isso também já é de mais.Para piorar ele esta começando um relacionamento com Mione, o maior love! Presentinho pra lá, um beijinho pra cá, poeminha pra tudo quanto é lado, isso é um insulto a minha pessoa.
Idiota! Não quero sua amizade, Quero mais! Muito mais!A Mione é legal, só quero que ela seja feliz, é claro, é minha amiga! Mais não com você, você é meu, e de mais ninguém. Ela pode ficar com o Neville...
Rony estava deitado em sua cama no dormitório, o quarto estava vazio, Harry estava tomando banho. Envolto em pensamentos. Todos os outros meninos estavam em suas casas comemorando o Natal, Rony havia ficado porque seus pais haviam viajado para a Noruega em uma segunda lua de mel.
Harry sai do banheiro apenas com uma toalha em volta da cintura e outra em suas mãos para enxugar os cabelos rebeldes, Rony ao ver aquilo, sentiu seu sangue ferver, como sempre acontecia naquelas situações.
- O que foi? – Perguntou inocentemente quando percebeu a expressão abobada de Rony.
- Nada... – Mentiu recompondo-se.
- Sabe Rony, tenho muitas coisas pra te contar. – Continha um sorriso no rosto, e vestia a calça, Rony desviou o olhar dele.
- Manda!
- Estou cada dia mais feliz ao lado de Mione.
- Hunf – Rony levantou as mãos pro alto em sinal de desgosto.
- Ela é incrível. – Disse Harry procurando a camisa.
- Ótimo pra você, era isso que queria me dizer? – Seu tom era de desgosto puro.
- Por que esta falando assim comigo, fiz algo errado? – Agora era Harry que estava com desgosto na voz.
- Não Harry Potter. – Rony falou se levantando da cama para encarar Harry. – Você nunca faz nada errado.
- Então não fale assim comigo!
- Não me venha com suas aventuras de amor, esse assunto já me cansou.
- Desculpe-me se quis compartilhar com você a minha alegria, não foi minha intenção. – Harry bufava.
- Deixe-me em paz! – Rony vai em direção a porta, mas algo fez com que congelasse, Harry havia abraçado-o por trás, envolto em sua cintura.
Foi algo de momento, mas parecia uma eternidade, Rony, se sentiu imobilizado, como se ousasse se mexer, morreria, Harry encostou sua face direita nas costas de Rony.Isso fez com que o coração de Rony se agitasse mais, sentia o peito de Harry,que estava sem a camisa roçar em sua pele. Silencio, Só se ouvia a respiração de ambos, Harry o quebrou com o tom macio na voz:
- Não quero brigar com você...
- Também não quero. – Rony estava firme.
- Então...Por que? Por que me trata assim?
- Estou cansado, cansado de ser rejeitado...
- O que...? – Disse sem entender.
- Sabe do que estou falando, você finge, finge que não percebe, só pra me ferir...
- Não diga bobagens, eu não finjo nada. – Negou Harry, se desvencilhando de Rony, e ficando de costas para o garoto.
- Não minta, sei que já percebeu. – Falou Rony serio, atropelando todo seu orgulho, o olhar fixo em Harry que estava de costas para ele.
- Não é certo. – Limitou-se Harry.
- Então sabe do que falo.
- Sim...
- Olhe para mim, Harry Potter. – Disse firmemente.
Harry hesitou, olhava para baixo, olhar triste, lentamente virou-se, levantando a cabeça para encarar Rony.
Rony enfrentando os olhos verdes, quase fraquejou. Como alguém poderia ser tão lindo? Aquela pele...Nunca vira pele tão perfeita em toda vida, nem de garotas, era lisa e macia, perfumada e delicada. Os lábios eram a tentação mais perigosa de todas.
- Quero você. – Disse Rony fracamente.
Silencio...
- Não podemos...- Soava igualmente fraco.
- Por que? – Quase um sussurro.
- Somos homens, é errado.
- Não é errado!- Rony já havia recuperado sua voz, e dizia firmemente.
- Não. – Parecia mais uma suplica do que uma negativa.
Rony atravessou a distancia entre eles, agarrou Harry com força pela cintura. O garoto ruborizou, não mostrava resistência, talvez pelo choque. Rony pegou a mão esquerda de Harry, e beijou delicadamente a palma, fazendo Harry tremer.
- Não...
- Você quer isso tanto quanto eu. – Rony pegou o rosto de Harry com delicadeza, beijando-o na face, bem perto dos lábios.
Harry tremia ainda mais.
- Eu sempre te amei Harry...Não jogue o meu amor no lixo, por favor, não quero mais ser rejeitado...
- Você nunca foi rejeitado, Rony.
- Hã? – Rony não entendeu, afinal, Harry vivia fingindo não entender suas insinuações.
- Eu também sinto algo forte por você. – Harry olhava fixo para os olhos de Rony.
- Então por que me ignorava? – Rony.
- Não te ignorava, mas também não sabia se poderia corresponder da mesma forma, e se queria fazer isso...- Agora evitava olhar para Rony.
- Harry. – Disse docemente levantando o rosto dele.
Harry não conseguia olhar para Rony, uma tristeza invadiu-lhe o peito, culpa, ódio, amor, tudo misturado.
- Harry, - continuou Rony – Eu te amo, você sempre soube, quero você mais do que tudo, por favor, deixe-me mostrar tudo que esta guardado dentro de mim. – Era mais uma suplica do que um pedido.
Harry nada respondeu, somente fez um leve ”sim” com a cabeça lentamente.
Rony, não perdeu tempo, devagar aproximou seus lábios nos de Harry, e introduzindo sua língua. Um calor invadiu o corpo de ambos, Harry tremia da cabeça aos pés, iria desabar no chão, mas Rony o segurava com força, a mão dele percorria toda as costas de Harry, despertando todo tipo de sensação no garoto. Minutos se passaram até se desprenderem.
Rony abraçou Harry com força.
- Sabia que sentia algo por mim, eu sempre soube...
Harry ficou em silencio.
- Sei que esta confuso, Harry, mas isso vai passar. – Rony deu um leve beijo no pescoço dele.
Novamente Harry não disse nada.
- Vai ficar em silencio?
- Foi um erro.
- O que foi um erro?
- O que acabou de acontecer. –Disse sem emoção.
Rony se desprendeu de Harry, encarando incrédulo.
- Como é que é?
- Você ouviu, isso foi um erro, e não vai se repetir. – Estava serio.
- Não faça isso comigo Harry! Não faça!
- Foi algo de momento, é melhor esquecermos. – Agora, além de serio, estava se tornando frio. O que assustava Rony.
- Peraí! Você disse que também sentia algo forte por mim! Não negue agora! – Estava descontrolado, quem Harry achava que era para brincar assim com ele.
- Eu não nego nada, só estava confuso, por isso disse aquilo, depois do beijo, percebi que não sinto nada por você. – Harry não estava tendo piedade alguma, e andava em direção a porta.
Rony tremeu de ódio, e virou-se bruscamente para Harry que já saia do quarto.
- É mentira! Você só esta fazendo isso para me ferir! – Rony gritava.
- Não quero te ferir. – Harry mantinha a calma. – Só não quero que entenda mal as coisas Rony. Eu amo Hermione, e apenas ela.
- Não acredito em você! Percebi isso no beijo, você também senti algo por mim! Eu sei! Se não você não teria me parado quando estava saindo do quarto! E não adianta colocar a Mione nessa estória! Você só esta a usando para se afastar de mim! Você nem gosta dela! Esse namoro de vocês é uma farsa!
Agora Rony tinha tocado no ponto fraco de Harry e ele perdeu a calma. Avançando em Rony berrando.
- Não conteste os meus sentimentos Rony!Você nem sabe o que é isso! Tudo que senti por mim é desejo! Duvido que é amor de verdade!
- Agora é você que esta duvidando dos meus sentimentos, Harry! – Gritou Rony, medindo forças, não se intimidando com o avanço do garoto, fez o mesmo.
- Você é uma bichinha mesmo! – Berrou Harry levando um soco na face esquerda e caindo no chão.
Rony perdera totalmente o bom senso, nem pensou duas vezes em bater em Harry, mas se arrependera de imediato. Ele estava de cabeça baixa, com a mão onde havia sido ferido, jogado no chão, a expressão de profundo nojo. Em todos esses anos de convivência, Rony nunca ousara levantar a mão para ele, e agora isso?
Rony tremeu, o ódio desapareceu, dando espaço para o medo.
- Harry... – A voz falhava.
Harry levantou a cabeça para olha-lo. Tinha lágrimas nos olhos que ainda não haviam escorrido. Mas, não eram pela dor do golpe, e sim pela ira que sentia, o que transparecia claramente em sua expressão.
- Harry... – Tentou novamente. Mas ele não deu a chance, saiu bufando do quarto, ainda com a mão sobre a face machucada.
Rony caiu de joelhos no chão levando as duas mãos ao rosto, receava ter destruído todas as chances que tinha com Harry.
***
Harry jogou-se no sofá da sala comunal da Grifinória, sufocando o choro. Sabia que Rony estava certo, ele tinha razão. Usava Hermione para tentar esquecer Rony. Mas era orgulhoso de mais para admitir.Tinha medo do que os outros poderiam achar se descobrisse essa atração incontrolável. Esse mundo é tão preconceituoso e cruel, que chegava a assustar. Imagine se isso vazasse e fosse parar nos jornais, o que seu padrinho, Sirius iria pensar. E sua mãe e seu pai, o que fariam se estivessem vivos? Não, não queria passar por isso, queria ter uma vida amorosa normal, como um garoto bruxo normal. Não que ser assim fosse anormal, ou errado, mas a maioria da sociedade pensava assim.
Seria uma longa noite de Natal.
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