A Nobreza de Alastor



Era uma cidade sombria, tão sombria que era considerada abandonada. Na verdade, não era uma cidade, mas uma vila enorme. A Vila de Queltmore. Lá ouviam -se no ar nada além de barulhos de morcegos e insetos passeando. De vez em quando aparecia algum ser humano vivo naquela cidade. Porém recentemente algumas pessoas estavam ocupando-a demasiadamente. Parece que para um tipo de reunião informal. Essas pessoas, precisamente, ocupavam um armazém abandonado. Para armar planos e discutir idéias. Essas pessoas tinham uma nomenclatura:
Comensais da Morte.
Serviam a um homem que se denominava Lorde, Lord Voldemort. Este queria livrar o mundo de pessoas que eram sangue-ruim, ou seja, nasceram trouxas. E não hesitaria em eliminar quem era contra seus planos de dominação do mundo. Literalmente.
Mas numa noite fria e tenebrosa como todas as outras na cidade, havia lá uma pessoa que não servia a esse Lorde. Não era um Comensal da Morte. Era o oposto disso: um Auror.
Os Aurores são pessoas que servem o Ministério da Magia para combater os seguidores de Voldemort, mas não só eles, qualquer pessoa considerada perigosa para a sociedade. Sim, essa noite havia um Auror na vila de Queltmore.
Planejava frustrar os planos de Voldemort e seus Comensais. Seu nome era Alastor Moody. Moody era um dos principais Aurores do Ministério, já havia capturado mais de dez Comensais.
Isso lhe rendeu algumas marcas. Perdera um olho, o que o fizera usar um olho mágico, capaz de ver através de paredes, pessoas e capas de invisibilidade. Essa característica lhe fizera ganhar um apelido. “Olho-Tonto”. Também havia ganhado algumas cicatrizes permanentes. Seus cabelos grisalhos estavam caindo, o que ajudava a formar sua aparência peculiar.
Esta noite estava em Queltmore para investigar o armazém onde os Comensais se encontraram há pouco. A reunião havia acabado há uma hora. Moody entrou com a varinha levantada ao armazém. Lá dentro havia uma mesa comprida com muitas cadeiras em volta. Papéis encontravam-se sobre a mesa. Alastor examinou-os. Não havia nada importante neles. Provavelmente os Comensais tenham levado e deixado essa pista falsa.
Foi nessa hora que o Auror ouviu um barulho vindo da porta do lugar. Olhou para trás. Viu um homem parado lá. Reconheceu-o. Era um dos Comensais de Voldemort. Mas é claro, tinha que ficar alguém para vigiar o local. “Agora vou prendê-lo” pensou. O Comensal atirou um feitiço vermelho, mas não atingiu Alastor, que revidou com um Petrificus Totalus. O feitiço foi rebatido, mas não acertou o Auror. Depois de uma luta demorada e que mostrava todas as habilidades excepcionais dos dois, Moody acertou o Comensal com um Estupefaça.
O Comensal desmaiou e Moody atou-o com cordas. Depois aparatou com ele para a rua onde se situava o Ministério da Magia. Sempre preferira esta entrada. Não sabia o motivo. Moody se dirigira à cabine telefônica que era a entrada ao Ministério da Magia. Levava o Comensal amarrado. Ele não estava mais amarrado. Soltara-se. O Auror preparava-se para prendê-lo de novo. Tarde demais. O Comensal aparatara. Alastor Moody pela primeira vez voltara ao Ministério da Magia de mãos vazias, sem sucesso. Sentia-se cansado, abalado e derrotado naquele dia.
Não havia escapatória. Estava entrando no Ministério. Deu a senha à voz feminina da cabine telefônica (62442) e dirigiu-se à seção do Aurores do Ministério. Estava envergonhado. Nunca havia voltado àquele lugar sem uma expressão vitoriosa no rosto. Sentou-se a uma mesa. Os outros Aurores continuavam trabalhando. Então apareceu naquele escritório a ultima pessoa que gostaria de ver no momento.
O Ministro da Magia, Bartolomeu Crouch.
Com sua aparência cansada e com as olheiras que sempre carregava em seus olhos. Bartô Crouch, como era chamado, adentrou no escritório dos Aurores. Cumprimentou os outros Aurores, mas foi em direção a uma pessoa, em especial: Moody.
- Boa noite, Alastor.
- Boa noite, Ministro.
- Você sabe que não precisa me tratar com esse respeito todo.
- Respeito nunca é demais, Ministro.
- Como quiser. Então, como foi o dia de trabalho? Muita luta e sangue?- disse em tom debochado
- Eh... Bem...- Moody estava um pouco desconfortável
- O que foi, Alastor? Aconteceu algo?
- Bem... Hoje tive alguns problemas... Com um Comensal...
- Foi ferido? O que houve, homem?! Diga logo!
- O Comensal fugiu, Ministro.
- Como?!? Comensal fugiu? Você deixou isso acontecer?- havia um leve toque de raiva em sua voz agora
- Foi um descuido. Prendi-o, mas ele conseguiu fugir... Foi uma falha comum de acontecer.
- Moody. Você sabe que eu não tolero essas falhas, homem. Você vai deixar um desses fugir e voltar pra Você-Sabe-Quem? E contar tudo o que você fez? Uma pessoa dessas não podia ter escapado!- gritava agora
- Eu não podia fazer nada! Ele parecia muito bem preso! Se soltou e eu tentei recuperar! O que eu podia fazer?- Alastor também gritava. Todos na sala olhavam para eles
- PODIA MATÁ-LO! Podia fazer tudo, menos deixá-lo fugir!
- Você sabe que eu nunca matei e nunca vou matar uma pessoa. Sou incapaz de tirar uma vida! Você pode ser a favor, mas eu sou absolutamente contra! Se é possível e ninguém corre um risco, eu nunca mataria.
- Isso que eu não gosto em você, Moody. Você não se importa o bastante. Devia proteger-nos a qualquer custo, mesmo matando esses vermes! Não pode ter piedade de quem não tem piedade de você!
- Eu nunca iria me rebaixar ao nível de um Comensal da Morte, Crouch. O Ministro pode não ligar, mas a vida é uma coisa que eu nunca ousaria tirar!
- A conversa acabou, Alastor. Se você não fosse tão importante aqui no Ministério, o demitiria por ser fraco.
- Ótimo, Crouch. Esse é o seu ponto de vista. Vou para minha casa agora, se não se importa.
O Ministro não disse nada, se virou e foi para a porta, rumo a seu escritório, enraivecido. Moody seguiu para sua casa totalmente calmo, sabia que tinha razão.
Vidas não podem ser tiradas a nenhum custo.
Não importa o que Bartolomeu Crouch e os outros pensem. Nunca mudaria sua personalidade.

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