B.F.
Ginny acordou rodeada pelos braços dele… Tinham adormecido na sala comum, no sofá!
Olhou para o relógio, 5 e meia! Era melhor ir para o dormitório e Harry também! Ou então alguém podia acordar e reparar nas portas trancadas!
- Harry! Harry! Acorda… – pediu ela dando-lhe um leve abano.
Ele abriu lentamente os olhos e depois de um bocejo sentou-se.
- Bom dia, Ginny querida!
- Cala-te e veste-te! Antes que alguém acorde e repare nas portas trancadas e em nós os dois desaparecidos! – disse ela entregando-lhe as calças.
- ‘briga…Ahhada! Que noite! – disse ele a coçar a cabeça distraidamente e corando um pouco enquanto vestia as calças – acho que hoje não vou correr…
Ginny também corou, claro, aliás, corar fazia parte da natureza dela! Mas qualquer pessoa coraria ao lembrar-se, se tivesse feito o que ela fizera na noite anterior…!
Aos 16 anos algumas pessoas poderiam considerar demasiado cedo, até ela! Mas no entanto, se fosse com a pessoa certa que importava a idade? “Há uns bons séculos atrás havia mulheres com filhos a esta idade” descansou-se ela em pensamento enquanto fazia deslizar a camisa de dormir pelo corpo.
- Humm… então, considero isto é sério? – perguntou de costas para ele que vestia agora a camisa.
- Como assim?
- Sério, um namoro…!
- Acho que sim! Quer dizer… ontem à noite não foi só… humm… sexo!
- Pois… bom… er… eu… eu tenho que subir! Elas costumam acordar às seis para tomarem banho, pentear e maquilhar-se… Até já! – disse e logo de seguida deu-lhe um beijo surpresa e subiu destrancando as portas.
Mal fechou a porta atrás dela encostou-se e deixou-se deslizar até ao chão… Suspirou e relembrou a noite anterior… tão perfeita, tão deliciosa! Ele tinha razão: não fora sexo, fora amor!
Voltou-se a deitar na cama abraçando a almofada e voltou a adormecer com a noite anterior ainda fresca na memória!
Quando acordou novamente eram sete e as suas colegas estavam de volta dos cabelos. Rolou os olhos com impaciência, qual era o objectivo?!
Embora não gostasse de se arranjar muito, nesse dia era uma visita a Hogsmaede, a última do ano (pois na semana seguinte as aulas acabavam) e seguramente Harry gostaria de ir com ela, e era o seu primeiro dia de namoro!
Tomou um banho mais demorado que o costume, secou os cabelos finos e ruivos claros, que se enrolavam nas pontas, e deixou-o solto, para variar. Vestiu as suas calças de ganga com o seu cinto preto com furos e prendeu uma corrente do bolso da frente ao de trás. Vestiu a sua T-shirt favorita, verde tropa com um pequeno textozinho no peito, à qual ela tinha cortado a gola fazendo um decote em barco. Calçou os ténis, estavam a começar a ficar velhos e largonchos!
Olhou-se no espelho: casual, mas bem! Sim, Harry ia gostar!
Quando desceu encontrou Ron, Hermione e claro, Harry à sua espera, trocou um olhar com ele para confirmar o que havia de fazer… ele piscou-lhe o olho.
Quando lá chegou lançou os braços pelo pescoço dele e beijou-o sob os olhares espantados de Ron e Hermione.
- Bom dia, Gin, dormis-te bem?
- Espectáculo! E tu? Como foi a tua noite?
- Idem… Vocês os dois… vão ficar aí especados ou vamos tomar o pequeno-almoço?
- Desde quando é que vocês estão juntos? – perguntou Ron autoritariamente.
- Ontem à noite… – reetorquiu Ginny secamente.
- Como?
- Harry amo-te, Ginny amo-te, beijo aqui, beijo ali “et voilá”! – Respondeu Harry como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- “Et voilá”? – espantou-se Hermione perante a naturalidade em que os dois falavam do assunto.
- Pronto: “Ta-da”! – exclamou Ginny como se fosse um ilusionista a apresentar o resultado do seu nome truque.
O resto do dia foi passado em Hogsmaede. Harry e Ginny não desgrudavam um do outro a não ser para ir à casa de banho.
De noite já depois de jantar, os dois conversavam animadamente quando de repente Harry calou-se e levou a mão à testa num impulso.
- Que foi? – No entanto não foi Harry, que estava cego de dor, que lhe respondeu.
- OLHEM! DEVORADORES DA MORTE! NOS JARDINS! E…E… QUEM-NÓS-SABEMOS!!!! –gritou Dennis Creevey em pânico.
- O quê? – gritou Harry levantando-se e correndo até à janela, Ginny foi com ele… era verdade, umas cinquenta figuras encapuzadas seguiam uma que ia um pouco mais à frente. Para surpresa de todos eles pararam antes do castelo.
- Oh, meu… – murmurou Ginny a tremer e abraçou o seu namorado – por favor! Não! Não vás! Harry, não vás! Não precisas, NÃO PODES!
- Ginny, eu vou, eu preciso, eu TENHO! Eu preciso de acabar com ele… Mais tarde ou mais cedo eu vou ter que lutar com ele.
- Hoje não! Hoje não! – suplicou ela.
- Parte-me o coração dizer isto, mas Hoje sim! Voldemort não se vai embora enquanto eu não for lá e lutar…
- Mas podes morrer…
- E posso sobreviver… Eu vou morrer de qualquer forma não vou? Não sou imortal! Por favor deixa-me ir! Deixa-me mostrar-lhe que não é só ele que sabe lutar!
- Eu vou contigo!
- Não – ele respondeu prontamente.
- Eu não quero saber se deixas ou não! Eu vou contigo!
- Ficas aqui!
- NÃO!
- Hei, Harry, nós vamos! – disse Ron intrometendo-se na conversa.
- Nem pensar!
- Estás parvo?! Sempre fomos, não é agora que vamos deixar de ir! – exclamou Hermione.
- Isto é um total desperdício de tempo!
- Concordo, devíamos estar a descer para lutar! – disse Neville corajosamente.
- Bem, se o Neville vai… o que é que nós perdemos em ir? – perguntou Seamus.
Dean concordou com um aceno de cabeça.
De repente o salão estava cheio de pessoas a dizer “eu vou”.
- Ok, OK!!! Mas só do quinto para cima! Alguém que vá avisar o Dumbledore! – pediu Harry.
- O Dumbledore? Não está cá! – anunciou Lavender.
- Não?! F*dasse! Ok, VAMOS! – disse ele impaciente…
Saíram cerca 30 alunos do buraco da Dama Gorda e correram seguindo Harry que liderava.
No entanto todos reparam que não iam em direcção às portas do castelo, pelo contrário.
Ninguém perguntou o porquê. Finalmente tiveram a reposta quando chegaram às gárgulas que davam passagem ao gabinete do director. Muitos nem sabiam a que é que elas levavam…
- Abram-se! – ordenou Harry, mas as estátuas não se mexeram. – ABRAM-SE! VOLDEMORT! LÁ FORA! AB – – – – não foi preciso continuar, tinha dito as palavras mágicas – esperem aqui.
Quando saiu do gabinete ajustava uma longa espada no seu cinto.
- Vamos… – voltou a dizer desatando de novo a correr.
A saída do castelo foi, verdade seja dita, teatral! Harry e Ginny empurraram uma porta enquanto Ron e Hermione empurraram outra. Ambas portas de carvalho escancararam-se com grande ruído. E atrás deles os alunos seguravam as varinhas ao lado corpo, todos tinham medo do que podia acontecer, claro! Mas a coragem falava mais alto!
- Bem, bem, bem! Olhos vos vejam! Quase parecem… heróis! – a voz gélida de Lord Voldemort encheu as redondezas, usava com certeza um feitiço de ampliação de voz – há quanto tempo Harry!
- Não tanto assim, Voldie, não tanto assim… – a voz dele transbordava segurança.
- Voldie?
- Voldemort é demasiado… hum… grande!
- Oh, estou a ver… Não me chamas, Nós-sabemos-quem, então?
- Porque haveria eu? Mais depressa um coelho me assustava que um nome!
- Corajoso, corajoso! Admiro isso… Porque não deixas toda a gente no castelo ouvir-te, Harry, estão tão curiosos com o que está a acontecer! – disse Voldemort apontando para as janelas. Harry, como todos os outros olhou e lá estavam, os rostos dos muitos alunos de Hogwarts encostados aos vidros horrorizados de medo.
- Não me apetece… – retorqui Harry, ciente que estava a desfiar uma ordem de Voldemort.
- Bem eu quero, por isso, Sonorus. – pronunciou com a varinha apontada ao jovem.
- Já que insiste… – falou ele, agora com a voz ampliada.
- Eu estava à espera duma conversa, claro que também pretendo… hum… que não vejas o dia de amanhã, mas… isso pode ser um bocadinho mais tarde, né? Sem pressas…
- Conversar? Vai-te f*der! Como se tu tivesses Q.I. suficiente para conversar, ainda se fosse balbuciar…
Se as pessoas não tivessem tão tensas teriam rido com esta resposta, tal como faziam nas constantes discussões dele e Draco.
- Ora seu, verme insolente! IMPERIUS – um jacto dourado atingiu Harry. Mas na verdade Harry estava tão habituado a esta maldição que nem se tentou proteger – pede desculpa! – ouviu ele, no entanto ele conseguia controlar a vontade de obedecer cegamente àquela voz.
- Porquê?
- Não faças perguntas! Pede Desculpa…
- Ainda não percebi uma coisa: o que é que ganhas em eu te pedir desculpa? Quer dizer, não sou eu que me tou a desculpar… Tu ‘tas-me a obrigar a desculpar, não é a mesma coisa, porque assim, eu não estou arrependido!
- Ok, ok! – sibilou Voldemort cheio de raiva - Mata o ruivo aí ao lado!
Harry soltou uma gargalhada: - Ainda não percebes-te? Quem iria, né? Essa maldição não tem qualquer efeito sobre mim! Sabes porquê? – ele não gostava de admitir este tipo de coisas, mas não era tempo de modéstias – porque eu, como tu, não recebo ordens! Nasci para liderar e é isso que faço! Não acato com ordens! E por acaso sabes porque é que eu luto tão bem contra esta maldição? Porque os estúpidos dos teus “seguidores” passaram os 5 dias em que me raptaram a “treinar-me” contra isto! Obrigado, rapazes, obrigado!
Voldemort fulminou os Devoradores da morte com o olhar antes de levantar a maldição.
- Muito bem! Não vou lá com esta, já vi! Mas também aprendi ao longo do tempo que melhor maneira de te fazer o que eu quero é através dos outros! Crucio! – gritou apontando a varinha a Hermione que gritou em dor.
Harry sacudiu a varinha fazendo com que Voldemort tivesse que quebrar a maldição para se proteger da azaração que o rapaz lhe lançara.
O duelo, batalha final, luta, guerra, o que lhe quiserem chamar, começara!
Ao mesmo tempo os professores chegavam e assistiam estupefactos.
Para surpresa de Voldemort e Devoradores da Morte Harry estava à altura do desafio. Com a agilidade que a juventude lhe dava lançava feitiço atrás de feitiço, não só com a varinha mas com as mãos, ambos “brincavam” com os quatro elementos. Até que finalmente a varinha dele foi posta fora de combate depois de cair no lago. Voldemort sorriu triunfante, mas o sorriso descaiu-lhe um pouco quando Harry pegou na espada de Godric Griffindor. Não se interessou com o que o rapaz poderia fazer com espada e lançou a máxima das maldições imperdoáveis.
Harry aparou-a com a espada lançando-a para longe. Então um devorador da morte caiu no chaão, atingido, morto. O capuz escorregou-lhe assim com a máscara, Sirius estava vingado e Bellatrix morta!
- Voldie, eu sei que não estavas em Griffindor ou Huffle Puff, e que a justiça não é uma das tuas maiores virtudes! Mas juro-te que varinha para espada, não é justo, e que ninguém te achará melhor ao venceres-me num combate injusto! – sorriu-lhe Harry.
- Claro, como queiras! Mas devo avisar-te que eu tenho treino!
- E eu tenho instinto!
- Não digas que eu não te avisei! – disse Voldemort transfigurando um ramo duma arvore numa espada e lançando a sua varinha para longe.
A batalha recomeçou e notava-se de longe que os movimentos do Lord eram treinados, aprendidos! Mas Harry protegia-se bem, e nem quando a lamina do adversário lhe deslizou no braço mostrou parte fraca.
Atacavam, defendiam, Atacavam, defendiam, Atacavam, defendiam, sempre assim! Até que Voldemort farto da luta de laminas agarrou Harry pelo pescoço, numa tentativa de o sufocar. Grande erro. Ele respondeu-lhe dando com o punho da espada no nariz (ou que se parecia com um nariz). Com um gemido de dor Voldemort largou Harry. GRANDE ERRO. Aproveitando a distracção voltou a dar-lhe com o punho nas costelas, depois nas canelas e assim Voldemort caiu na relva.
- A jogar sujo! Bem me parecia que estava a ir limpo de mais! – rosnou Harry posicionando um pé em cima do peito de Voldemort impedindo-o de se levantar e apontando a espada à garganta do mesmo – Desprezas tanto os muggles, mas recorres a uma forma muggle de matar! Mas como em tudo, falhas-te!
- Tu não vais, não consegues, não tens coragem de matar…
Ginny correu até lá protegendo-se com o escudo invisível, e alargou, com esforço, o escudo para cobrir também Harry de forma que o Devoradores da Morte não tivessem ideias…
- Au contraire, mon amie! Tenho tanta que o meu problema não era matar-te e sim COMO matar-te! Tu não sabes, mas o amor é algo incondicional… e o amor que nutro pelos meus pais é forte, mesmo estando mortos… Mortos por ti, assassinados… ora… isso leva-me a querer vingança, não achas… Tu mesmo quiseste vingança… do teu pai! Lembras-te?
“Não, eu não gosto de matar, não tenho prazer nisso, mas claro que tu és uma mera excepção…E eu tenho pena de ti, que nunca chegas-te a provar o doce que é o amor… Nem nunca vais.
Voldemort olhava-o como uma cara que denotava pavor.
- Creio que deverias saber como vais morrer, é o meu acto de misericórdia para contigo! 20 segundos de consciência, de agonia, dor e sofrimento! Vou-te dar 20 segundos de consciência enquanto morres, para poderes sentir a vida e a suposta imortalidade que tanto veneras sair-te e teres a oportunidade de te arrependeres, e quando o fizeres será tarde de mais… Por muito que lamentes o facto de eu ouvir os gritos do meu pai a pedir para a minha mãe fugir comigo enquanto ele tenta atrasar-te, de eu ouvir a suplicas desesperadas dela para tu a matares em vez de mim, os teus risos frente ao desespero alheio, por muito que lamentes, agora já é tarde demais… Diz adeus!
Harry inclinou-se aproximando-se da cara do outro feiticeiro que estava agora a encharcada em suor.
A lâmina deslizou pela garganta. O sangue começou a escorrer.
Voldemort engasgava-se com o próprio sangue enquanto sufocava…
Fim, finite…!
De repente tudo começava a rodar, os pensamentos na cabeça de Harry eram confusos… Tudo nublado, manchas cor de pele, borrões pretos… e então, tudo escuro!
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