FELIZ NATAL!!!
Chegou o dia 23, os campos estavam cobertos de neve excepto numa porção relativamente grande que seria usada para o baile, e Dumbledore a havia encantado para que não nevasse, chovesse ou fizesse mais frio que uma simples brisa invernia.
Ginny passou a manhã a brincar com os rapazes do sétimo ano de Griffindor, Hermione e Luna na neve e depois de almoçar voltou à brancura do algodão (N/A.:neve), levava com bolas atrás de bolas mas lá conseguia mandar as suas. Hermione saiu às 17:00 para se preparar. E ela e Luna ficaram as únicas raparigas. Os rapazes decidiram atacá-las todos ao mesmo tempo, mas Ginny teve a brilhante ideia de usar o protego, e as bolas fizeram ricochete. Eles ficaram cobertos com as suas próprias bolas e Ginny levantou a protecção para se rir, como Luna também não conseguia parar de rir foram novamente atacadas, tiveram que fugir com os rapazes no seu encalço. Eram 18:00, Ginny tinha de se ir preparar.
Ela e Luna subiram.
Tomou banho e com um feitiço pôs o cabelo com os caracóis mais definidos (N/A.: não sei como vcs a imaginam, mas visualizo-a com cabelo liso e muito fino e vaporoso com pontas encaracoladas) nas pontas do cabelo e o resto pôs liso. O cabelo dava-lhe quase pela cintura (na verdade dava pelo peito) com o feitiço de extensão capilar que encontrou numa revista.
Maquilhou-se e vestiu-se.
Faltavam quinze minutos para as oito, desceu.
Dean não estava lá, então decidiu sentar-se à espera dele. Já passavam cinco minutos do início do baile e ela resolveu ir ao quarto verificar se ele não tinha já descido.
Bateu e ninguém respondeu. Então abriu a porta e espreitou: vazio.
Desceu para o baile e ia num corredor quando teve uma vontade súbita de ir à casa de banho. Virou e quando estava a pegar na maçaneta da porta ouviu encontrões na porta oposta. Virou-se curiosa. Mas depois pensou que não tinha nada a ver com aquilo.
Só não esperava ouvir a voz de Dean no meio daqueles barulhos todos. Afinal sempre tinha a ver com o assunto!
Abriu a porta repentinamente e deparou-se com Dean e Parvati agarrados aos beijos.
Dean largou a Parvati num segundo.
- Não é o que parece.
- Claro que não! – Ginny virou costas e foi para a casa de banho. Não chorou, na verdade a única coisa que sentia era raiva por ter sido trocada, nem um bocadinho de desgosto. Fez o que tinha a fazer na casa-de-banho e saiu. Decidiu que Dean não merecia que ela não fosse ao baile, por isso desceu até aos campos e entrou na parte encantada dos jardins.
O sítio estava lindo, decorado em prateado com os arbustos cheios de fadinhas e com os maravilhosos vestidos de todas as raparigas. Havia um palco onde uma orquestra completa actuava. Ginny lançou um olhar ao céu preto e limpo cheio de estrelas douradas. Dava para distinguir algumas nebulosas no meio daquela imensidão.
Olhou em volta para as mesas e lá estava ele, Harry sentado, com uma túnica verde-garrafa, a olhar para a dança, não, não estava a olhar para a dança, estava a olhar para ela! Ginny caminhou até ele e sentou-se ao lado.
- Estavas a olhar para o céu… ‘Tás a ver aquela estrela super brilhante?
- Hum-hum.
- É a estrela mais brilhante do Universo, chama-se Sirius. – disse ele com alguma melancolia.
- Sentes mesmo a falta dele, não sentes?
- Sim, mas não posso fazer nada senão seguir em frente…
- Tens razão.
- Porque é que não estás com o Dean?
- Acabou tudo, apanhei o cabrão com a Parvati numa sala.
- A sério? – Harry não conseguiu suprimir um sorriso no meio da curiosidade.
- Ya, mas nunca gostei dele dessa forma, por tanto… não me faz muita diferença.
- Tás maravilhosa, ele é um burro!
- Obrigada… – Ginny agradeceu e sentiu-se corar.
- Queres dançar? – convidou Harry
- Pensava que não sabias dançar…
- Esta é calma, claro que sei!
- Ok.
Harry levantou-se com Ginny e foram até à multidão dançante e começaram também a movimentarem-se ao ritmo da música. Pelo menos baladas ele dançava lindamente. Ninguém conduzia ninguém, entendiam perfeitamente o outro, era como se tivessem preparado aquilo previamente.
- Com que então não sabias dançar!
- Sabes como é… não tenho paciência para recusar convites estúpidos… a única maneira de evitar ser convidado é dizer que danço mal…
- Olha, o convencido! A pensar que as raparigas o iam convidar – disse ela na brincadeira
- Na verdade, mesmo depois de dizer que dançava terrivelmente mal algumas dez ainda me convidaram… Recusei todos…
- E no entanto estás aqui a dançar! Porque é que não querias ser convidado?
- Eu queria ser convidado, mas por alguém em especial…
- E logo esse alguém é que não te convidou! Sorte desgraçada, hein? – disse ela enquanto rodava segurando a mão de Harry no alto.
- Podes crer… – disse ele numa entoação estranha.
- Harry! Vamos mudar de pares! – sugeriu alguém atrás de Ginny
- Tu queres dançar com a tua irmã? – perguntou Harry a Ron
- Yap…
- Ok, então.
Harry começou a dançar com Hermione e Ron com a sua irmã.
- Porque é que não estás com o Dean?
- Prometes continuar a dançar e não fazer nada de que te arrependas depois?
- Prometo.
- Apanhei-o com a Parvati.
- O quê????
- Ouve, eu nunca gostei dele, eu também não fui grande coisa como namorada!
- ‘Tá bem, mas se ele queria andar para aí na marmelada com a Parvati pelo menos que acabasse tudo!
- Não te irrites Ron, eu sei que ele já fazia isto há imenso tempo… mas nunca tive razão para acabar a coisa…
- Muito bem! Hei Neville! Deixa-me voltar à Hermione! – Agora já era Neville quem dançava com Hermione, Ginny dançou um pouco com Neville até se cruzar com Luna que estava a dançar com Harry.
- Ginny, o Harry é um excelente dançarino, aproveita! – disse Luna e depois piscou o olho.
Dançou com Harry durante mais duas músicas e depois os dois foram sentar-se junto de Ron e Hermione para comer e beber um pouco.
- Harry ou me dizes onde aprendes-te ou me ensinas a dançar, porque a Hermione não parou de me repreender por não dançar tão bem como tu!
- Ouve a música! Eu sei que é um cliché, mas é o que eu faço…
- Ok, Herm, queres vir testar a técnica do Harry??? – perguntou Ron, provocando risos na mesa.
- Ahhh, está bem… – respondeu ela.
Os dois levantaram-se e foram dançar. Os seus lugares foram substituídos por Luna e Neville.
- Harry, diz-lhe lá se ela não está linda… – pediu o rapaz
- Tás Horrível! Tás maravilhosa, aliás tão as três sublimes! Tu, a Herm e a Ginny!
- Vês que não sou só eu? – disse Neville beijando-a suavemente.
Naquele momento passaram por ali Ron e Hermione e puderam ouvi-la falar:
- Tás muuuito melhor! Parabéns!
Ron corou imenso e já fora do alcance dos quatro disse algo que fez Hermione virar a cara envergonhada.
Pelo que parecia tinham entrado num jogo de elogios.
Pouco depois do início dessa conversa elogiosa os dois pararam de dançar e beijaram-se, primeiro timidamente e depois a sério.
Harry, Ginny, Neville e Luna levantaram-se para os congratular.
- Aleluia! – disse o “dançarino”
- Estava a ver que não! – felicitou a ruiva.
- Estava escrito nas estrelas! – saudou a loira.
- Toma bem conta dela, que vai ser a melhor coisa que te vai acontecer! – afirmou sabiamente Neville.
Ron ainda embaraçado respondeu – Tomarei!
E Hermione abraçou Ginny.
Harry sorriu mais abertamente que todos, e ela sabia porquê. Ao longo dos sete anos passados em Hogwarts estava obvio que aqueles dois eram perfeitos um para outro! Mas sempre o negaram, era horrível conviver diariamente com essa situação!
O baile continuou e passados cinco minutos a receber felicitações Hermione e Ron fartaram-se e subiram, sabe-se lá para fazer o quê…
Ginny e Harry dançaram mais uma ou duas vezes e depois foram dar um passeio e destruir a brancura imaculada da neve.
- Tás com frio?
- Nem por isso, ainda estou quente de dançar…
- Ah, ok. Como é que consegues não estar zangada com ele? Com o Dean…
- Oh, eu estou, mas só por ter sido trocada… Não tenho qualquer desgosto em que a coisa tenha acabado.
- O Dean foi mesmo burro, ou se calhar não se contenta só com uma… Não o compreendo! Desperdiçou um tesouro! – quando é que iria ele deixar de a elogiar, ela não gostava nada de ficar da cor do seu cabelo!
- Harry…Não é por nada, mas tás-me a envergonhar…
- Eu tou a dizer a verdade, mas se te incomoda eu paro.
Ele retirou a varinha do bolço, derreteu alguma neve e secou a água, tirou o casaco e estendeu-o no chão.
- Senta-te! – convidou gentilmente.
Ginny sentou-se.
- Acreditas que haja alguma força superior que “mande” em nós? - perguntou Harry sem mais nem menos.
- Como assim?
- Os muggles acreditam que haja um Deus que tenha criado o mundo. O que achas?
- Acho que é estúpido, o meu pai já nos tinha contado sobre as guerras que foram feitas com o pretexto da religião, milhares de pessoas morreram. Os druidas e as Sacerdotisas, porque acreditavam numa Deusa, e as bruxas que eram queimadas, apenas que essas fugiam sempre, eu acredito na ciência muggle, mas nós, somos diferentes, não sei, talvez uma actividade cerebral diferente…
- Então o que achas que acontece quando morremos?
- Ah, o cérebro fica inactivo, não vemos, não sentimos, não falamos, não ouvimos, não provamos, não cheiramos e sobretudo não pensamos. Pessoas mortas nãos sentem, nem sequer saudades.
- Então fico melhor sabendo que o Sirius não sente saudades de viver… – ele ficou pensativo durante um ou dois minutos e depois virou-se para o lado como se fosse buscar com qualquer coisa.
- AHH! HARRY!!! – Ginny tinha a cara coberta de neve e virou-se para pegar em mais neve mas ele mandou-lhe outra e outra… Começaram numa guerra de neve.
Ás tantas Ginny tremia encharcada pela neve acumulada no seu vestido e pele, devido ao reboliço. Mas “O inimigo” não estava melhor! Ela reconfortou-se com essa ideia enquanto se levantava. Estava cansada e queria dormir, amanhã, a mãe vinha buscá-los e passariam o dia de Natal na Toca.
- Harry, que horas são? – perguntou enquanto sacudia o “algodão” do traje, para mal dos seus pecados a neve tinha-se acumulado dentro do próprio decote, teve que se virar de costas para ele de forma a poder tentar tirar a maior parte.
- Onze, falta uma hora para o baile acabar, queres voltar? – ele olhou para o relógio no seu pulso e respondeu-lhe.
- Na… Acho que vou subir… vamos amanhã de manhã, não quero ser uma zombie!
- Tens razão… Mas olha eu vou voltar. ‘té amanhã.
- Boa noite… – e já fora do alcance dele completou a frase – …Mr. Perfeito!
Subiu e enquanto deambulava no castelo pensava nele. O quanto ela adorava aqueles olhos, afinal era fácil perceber como é que James se tinha apaixonado por Lillian. Como ela amava aquele sorriso com as covinhas no meio das bochechas, que até nos momentos mais escuros lhe alegravam o dia. E aquele cabelo negro, sempre em desalinho, no entanto sedoso e macio, dava-lhe uma vontade de acariciar!
Mas sobretudo, ela adorava aquela cicatriz. Ela sabia que não eram nada giras aquelas dores todas, mas não conseguia deixar de gostar do raio cravado na testa dele. Era como uma marca, uma marca que só ele tinha, era o que dava a certeza a Ginny, que era Harry e só Harry! Era o que o tornava tão diferente!
- ‘Brigada, Voldemort – murmurou ela, mas não esperava que a ouvissem.
- O quê? Eu ouvi bem? Ginny Weasley a santinha, a agradecer a Voldemort? Pode-se saber o quê? – a voz fria do rapaz cortou-lhe a respiração, a ultima vez que tinha estado com ele não fora nada divertida.
- Com certeza a tua existência não é, Malfoy. – infelizmente o rapaz alegara estar sobre a maldição Imperius na outra tarde e não puderam arranjar provas para que ele fosse expulso.
- Chi! De mau humor? Vamos lá… acalma-te! O que estavas a agradecer?
- Vai bugiar. Não tou para te aturar.
Os olhos cinzentos de Draco fulminaram-na e pareceu passar-lhes uma luz, como uma ideia… Mas tão depressa como apareceu a luz desapareceu. Ele virou costa e seguiu.
«Estúpido!»
Quando Ginny chegou ao dormitório ainda teve outra surpresa, não muito agradável…
- E agora Dean, também não é o que parece? – provocou ela, quando viu Thomas montado em cima de Parvati no sofá. Ele espantou-se ao ouvir a voz dela, mas mal se recompôs levantou-se e falou:
- Ouve Ginny, temos de admitir, já não dava mais!
- Tudo bem eu admito, acho que és melhor como amigo do que como namorado, mas talvez seja só comigo… Mas eu agora dou-vos um conselho: Arranjem um quarto!
Parvati e Dean coraram. Ginny deu-lhes as Boas Noites, não estava de modo algum chateada.
Dormiu que nem um anjo.
No dia seguinte acordou cedo e arrumou as suas coisas para voar para a toca. O pai, Arthur Weasley, tinha conseguido que o Ministério da Magia lhe emprestasse um carro voador!
Quando finalmente acabou de guardar as suas coisas desceu e encontrou-se com o irmão e Harry. Só faltava Hermione.
- Desculpem a demora! Disse ela quinze minutos mais tarde.
- Vamos?
Todos seguiram para Hogsmaede onde um carro verde os esperava. Arthur Weasley saiu de lá de dentro com um sorriso. Cumprimentou toda a gente e ajudou-os a arrumar a mala no porta-bagagem do carro.
A viajem foi calma e Ginny não deixou de se sentir incomodada por ir mesmo ao lado de Harry. «Pára de ser tão envergonhada!!!» pensou ela enquanto não conseguia evitar que os olhos descessem para a proximidade das pernas dele.
Quando chegaram Mrs. Weasley deu um abraço a cada um.
- Oh, Harry! Continuas tão magrinho! E tu, Ronald Weasley, também andas a aprender com ele? Estão os dois esqueléticos! Isto assim não pode ser!
- Calma, mãe, nós não vamos desaparecer! – riu-se Ron.
- Pois, mas se a coisa continuar assim, não me admirava! Então, tenho uma semana para vos engordar, é?
- Molly, eu não quero ficar gordo, melhor magricelas que obeso! Eu estou bem assim! Não ando para aí com anorexia, poi’ não?
- Ah, Harry, também não te quero obeso… Mas se engordasses um bocadinho…
- A senhora parava de me xatear? Não, deixe, eu cuido de mim! E se eu quero continuar a ser um bom seeker tenho de ser ligeiro!
- Pronto! Derrotaste-me! – declarou a mulher ruiva.
Harry deu um sorriso deslumbrante – Obrigado por preocupar, mas prometa que não me vem com essa outra vez… Já enjoa! – na brincadeira levou dois dedos à boca simulando um vómito e a seguir curvou-se e deu um beijo rápido na face de Molly – sem ofensa!
- É verdade mamã, devo dizer que és tão repetitiva, quanto a criticar os físicos!!! Eu já não posso com a velha conversa dos cabelos compridos! – Bill vinha de dentro da cozinha – Olá a todos! Ginny! Que saudades! Como vai a minha maninha preferida?
Ginny abraçou o irmão mais velho, adorava-o! Ele tinha sido o único homem em toda a casa a conseguir falar com ela como se ela fosse da idade dele! Ele sabia todos os segredos dela, nem na altura do diário ela tinha deixado de lhe contar as suas coisas. E ele também lhe confidenciava tudo! Eles tinham-se em grande consideração! Mesmo que só tivessem estado cerca de dois meses e meio separados ela tinha umas saudades enormes dele…
Sentiu-se muito bem quando os braços de Bill lhe esfregaram as costas.
- Bem, visto que sou a tua única irmã acho bem que seja a tua preferida! – brincou ela – vou muito bem, obrigada, e tu?
- Oh, optimamente! Tenho imensas novidades… Mas conto-te depois, Também cá está o Charl (N.A.: Charl--» Charlie -» Carlinhos/ Bill -» William -» Gui (acho k é Gui…)), afinal sempre conseguiu as férias! Arranjou uma namorada…
- A sério? Pensava que ele ia ser sempre o mesmo nabo com as raparigas!
- E é, mas ela parece gostar do seu desajeitamento! – disse Bill rindo.
- Deve ser simpática, mas tenho pena… eu até gostava de dar conselhos amorosos…
- Ah… Vamos, o almoço já está na mesa! – interrompeu Mrs. Weasley
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