a declaração



Os dias que se seguiram foram super divertidos.

Os gémeos juntaram-se a eles e assim foi programado um dia na lagoa, outro a jogar quidditch, um dia na lagoa, outro no quidditch, lagoa, quidditch, lagoa….

Como era jogo sem seekers, a equipa que tinha Ginny como chaser ganhava sempre (quase sempre), ela era uma bomba!! A única pessoa que como chaser lhe fazia frente era Harry (pelos vistos não era só como seeker que ele teria êxito).

Estava a ser um dos melhores verões de sempre, a família quase toda ali! E depois ainda havia a Hermione e, claro… o Harry.

Este ultimo tinha começado a libertar-se da dor da perda de Sirius, já passara um ano e ele já se divertia e ria com o resto da família, mostrando a pessoa espectacular que é (isso fez Ginny gostar ainda mais dele!).

Dia 8 de Agosto, Ginny fez 16 anos, e fizeram uma pequena festa.

Um jantar mais familiar, com alguns amigos.

Hermione, como sempre, ofereceu-lhe um livro. O seu irmão Ron ofereceu-lhe um perfume, óptimo! Os pais deram-lhe uma quantia de dinheiro, para ela comprar o que quisesse. Os gémeos ofereceram-lhe um vestido maravilhoso (ela ficara espantada em ver que não lhe tinham oferecido partidas). Bill e Charlie deram-lhe livros sobre DCAT.

Harry, esse deu-lhe um conjunto dum anel, fio e brincos, esquecendo-se do pormenor que ela não tinha as orelhas furadas. Eram de ouro, com umas pedrinhas cor de âmbar.

- Gostas? – perguntou ele, enquanto ela punha o fio.

- Adoro! – disse ela e com um esforço abraçou-o e deu-lhe um beijo na bochecha – Obrigada!

- De nada! – respondeu ele espantado com a reacção desinibida da jovem.

****

Faltava uma semana para o começo das aulas na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts.

- Oh. Olhem, chegaram as corujas com as listas! – exclamou a Mrs. Weasley ao ver quatro corujas entrarem pela janela adentro.

Eles todos receberam, abriram e leram as cartas.

- Ah! – Hermione deu um pequeno berro de excitação, saltou e caiu da cadeira.

- Herm, o que foi? – perguntou Ron ajudando a excitada Hermione Granger a sentar-se na cadeira.

- Sou monitora-chefe! – ela exclamou com um entusiasmo fora do normal.

- Grande surpresa! – Harry ironizou, mas não pode deixa de sorrir de orelha a orelha.

- Oh querida isso é fantástico! – desta vez foi Molly quem falou.

- Eu cá concordo com o Harry, para quê tanta agitação se estava mais que certo que Dumbledore a iria escolher?!- desta feita foi Ron quem falou, apesar de sorrir muito abertamente, não deixou de aparentar um ar muito tranquilo, como se já soubesse daquilo há anos!

- Oh Ron! Mesmo desmancha-prazeres! – Ralhou Ginny severamente, esta também aparentava um ar satisfeito – Parabéns Herm!! Quando vamos ao Beco Diagonalley?

- Agora mesmo! - respondeu Mr. Weasley – Vão-se preparar.

Os quatro subiram as escadas e foram para os respectivos quartos.


- Sabes Herm… O Ron e o Harry até têm uma certa razão, estava na cara que ias ser tu! – Ginny observou.

- Aham… se calhar… sim claro, claro…- a outra rapariga estava com um ar super ausente.

- Herm? Hermione? ALÔ? – Ginny tentou que ela a ouvisse, mas sem resultado, então deu uma boa “belinha” no pescoço da amiga, a qual se virou instantaneamente, e a massajar o pescoço perguntou:

- Hei! Para que foi isso??

- Para voltares à Terra! Afinal em que é que estavas a pensar?

- Hum… Nada, nada!

- Nada é que não era! Estavas completamente absorta nos pensamentos!

- Ok, tava a pensar num rapaz, mas…

- Qual rapaz? – Ginny não deixou a pobre rapariga acabar a frase “mas não perguntes qual”.

- Não digo! – Hermione amarrou a cara.

- Dizes! Eu também te conto tudo!!!

- Porque…- a rapariga começou, mas não conseguiu arranjar argumentos – Ron – ela disse tão baixo que Ginny não percebeu.

- Ron. – desta vez com mais vigor.

- AH!! Eu sabia!! Tu gostas dele!!!! Agora não te escapas!

- Cala-te!

- Nop, hahahahaha….

- ‘Tás a ver porque é que eu não te queria contar? – isto trouxe Ginny à realidade.

- Desculpa…

- Olha a gente ‘tá á vossa espera há séculos, querem despachar-se? – era Ron, mas para surpresa de Ginny, Hermione respondeu com imensa naturalidade.

-Já estamos prontas.

Eles desceram e foram via pó de Floo.

Já no Floreios e Borrões Ginny decidiu que ia ajudar a amiga.

- Harry posso dar-te uma palavrinha?

- Ya, claro! – ele respondeu deixando alguns colegas que tinham encontrado ali.

Saíram dali e sentaram-se num banco de jardim ali á porta da loja.

- Sabes… eu queria perguntar-te… se sabias de quem é que o Ron gosta… – Harry pareceu ponderar e depois respondeu.

- Primeiro: é da Herm; segundo: para que queres saber isso?; terceiro: não contes a ninguém se não vou ficar puré.

- A sério?! É que ela também gosta dele! Eu não conto a ninguém, mas como é que sabes?

- Tá na cara e de qualquer forma ontem depois de virmos da lagoa eu e ele fomos para o quarto eu sentei-me a fazer alguns trabalhos de Hogwarts, ele tentou disfarçar e fingir que ‘tava a fazer a mesma coisa, mas nunca olhava para o livro, por isso tive a certeza que o que quer que fosse que ele ‘tava a fazer era secreto. Quando a tua mãe nos chamou para o jantar ele já tinha acabado e ‘tava a reler. Amachucou o pergaminho e foi-se embora. Eu disse que me faltava só um bocadinho (o que era mentira), então quando ele fechou a porta fui até à secretária dele, peguei na folha e alisei-a minimamente, vi que era uma carta, uma carta para a Herm! Li e fiquei a saber que era uma declaração de amor, foi assim… Ele não sabe que eu sei mas se contares a alguém é de mim que ele vai desconfiar.

- Tens essa carta?

- Não, ele deitou fora.

- oh… temos que fazer alguma coisa para juntar aqueles dois!

- Harry! vem cá! - foi Ron que o chamou.

- Xau, a gente depois logo vê - ele despediu-se dela e foi de encontro a Ron.

Ela viu Harry chegar perto de do seu irmão e como também não ‘tavam muito longe conseguiu ouvir a conversa, apesar de esta não ter grande interesse (também com o seu irmão no meio o que tem interesse, sem ser, claro, um namoro com a Hermione)

- O que estavam para ali a dizer? – indagou Ron com um ar severo mas ao mesmo tempo com um sorriso.

- Nada que te interesse, estava farto de estar lá dentro (aquilo está mesmo abalroado de gente, não achas?) e vim cá para fora onde encontrei a tua irmã e ficámos a conversar sobre Hogwarts e outras coisas… Sabes, não sei se reparas-te mas é o ultimo ano que a gente lá tem… - Harry surpreendeu-se a ele mesmo e à pequena (já não tão pequena) Weasley ao mentir tão depressa, « ou ele já tinha aquilo preparado, ou sabe improvisar muuito bem, ou então é um grande mentiroso!» ela excluiu logo a ultima hipótese, Harry não era nenhum mentiroso!

- Ah… ok - Ron pareceu desiludido – e…

Ginny não ouviu mais nada pois Herm sentou-se ao lado dela e começou a falar vivamente.

- Então, andamos a evoluir… conversas em privado! – brincou a rapariga mais velha.

- Ah ah ah – ironizou a ruiva - tu sabes muito bem que ele não sonha sequer que eu existo! - murmurou

- Isso não é verdade! Vocês agora são mais amigos e tudo!!

- Só porque ando contigo! Se não nem se lembravam de mim!

- Cala-te! Não foi só este verão! O ano passado também!

- Por causa do Sirius!

- Oh! Desisto! De que é que vocês ‘tavam a falar?

- De Hogwarts. O Harry está um bocado triste porque vai ser o último ano dele ali! – Disse Ginny aproveitando a mentira dele.

- Eu vou ficar super triste! Foi lá que aconteceu tudo! Desde a coisa mais feliz à mais triste! Desde a minha primeira estalada ao meu primeiro be… - Hermione interrompeu-se e Ginny pode ver o rubor subir-lhe ao rosto.

- Primeiro beijo? Com quem?

- Com o Krum… NÃO gozes!

- A sério? Quando?

- No quarto ano... bem tenho que ir a Gringotts, queres vir? – perguntou Hermione mudando de assunto.

- Não, vou dar uma volta por aí. – disse decidindo que era melhor deixar a amiga contar-lhe sem que ela insistisse.

As duas separaram-se e Ginny andou sem rumo durante algum tempo.

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