Lua Cheia: Notícias e Choques
- ESTUPEFAÇA! - gritou Harry - PETRIFICUS TOTALUS! - o homem mascarado caiu no chão duro. “Totalmente despreparados... Amadores... Quem são?” Eram alguns dos pensamentos que passavam pela mente de Harry.
Era óbvio que os agressores estavam desorganizados e quase desprevenidos, parte deles já havia caído, e a maioria estava prestes a ter o mesmo fim:
- CRUCIO! - gritou alguém atrás dele.
Apenas tendo tempo de se virar Harry se preparou para receber o feitiço:
- FINITO ENCATEAM! - o raio do feitiço Crucio desapareceu com a ajuda de Hermione.
- Obrigada! - agradeceu Harry recuperando o fôlego.
Ela não respondeu, só acenou com a cabeça. Os dois pararam por um instante e Harry olhou a sua volta...Os agentes de Raymond haviam dominado e prendido a todos, Hermione reparou nisso também:
- Mais eficazes que no nosso tempo, não? - disse ela abrindo um sorriso fraco.
- Eficazes...ou isso tudo foi uma distração.
Hermione assentiu...Mas era tarde demais, uma última, mas enorme explosão, jogou os dois e os prensou ao chão como se um hipogrífo estivesse em cima deles e isso, Harry percebeu, estava acontecendo a todos os outros...Ele nunca havia visto um feitiço assim, não podia imaginar nem mesmo um parecido...Então Harry pode ver finalmente a fonte daqueles estouros, era um bruxo, também com o rosto escondido por debaixo de uma máscara horripilante, baixo e magricela, segurava a varinha apontada para o céu, era o único em pé. Ele então começou a andar devagar, soltando seus companheiros...
- Harry...Harry esse feitiço, eu conheço...- Hermione se esforçava para falar cada palavra - Mas...Estamos testando ele ainda!
- Testando?! - Ele respirou fundo para continuar - Existe um contra-feitiço?
Hermione não respondeu, provavelmente procurando lembrar. Enquanto isso o bruxo havia começado a falar em direção aos agentes do Ministério:
-...Como são fracos! - ele ria - Não esperavam por isso, não é? Uma festa tão ilustre! Tanto trabalho, proteções...Tudo em vão! - sua voz era fina...Não podia ter mais que 17 anos. - Ah, mas a festa acaba de começar! Adivinhem por quê!
Ele se virou para um companheiro:
- Onde está ele?
- Aqui senhor! - gritou um outro bruxo mascarado saindo dentro da Toca, ele estava carregando um homem desacordado. - Foi mais fácil que o esperado! - riu ele.
Com dificuldade Harry virou sua cabeça para olhar melhor, preocupado com quem era o capturado. De repente Hermione o chamou:
- Levitas Corpus - sussurrou - Esse é o feitiço...mas...
- Ótimo! - ele pegou sua varinha devagar, enfrentando a pressão que comprimia seu corpo, mas Hermione o interrompeu.
- Ainda não foi testado!
- Vai ser agora!
Ele continuou...Lentamente ele apontou para Hermione e murmurou o feitiço...Seu corpo relaxou e ela o libertou:
- E agora? Eles são muitos, o que vamos fazer? - perguntou preocupada.
Harry apontou sutilmente para o bruxo rindo do pobre homem desacordado:
- Aquele...Ele parece estar no comando...Dominamos ele e os outros terão que nos obedecer...- ele parou um momento pensando em um plano - Vou chamar a atenção dele...
Hermione arregalou os olhos:
- Ele vai perceber!
Harry continuou:
- Então você o paralisa...Certo?
- Certo. - disse ela incerta.
Harry e Hermione esconderam suas varinhas...Então Harry falou no tom mais desafiador que consegui:
- Covarde! Se é tão esperto porque paralisou todos? - Certo, não era original, mas funcionou do mesmo jeito.
O bruxo olhou para os lados procurando a origem da ameaça, então fixou seus olhos em Harry, cheio de interesse. Parecia ter notado que quem tinha falado era Harry Potter:
- Hmmm...Quem diria...Harry Potter no chão...derrotado...- riu, indo em sua direção - Não era para você ser mais poderoso que Alvo Dumbledore? Onde está esse poder agora? - ele apontou a varinha...
- Bem aqui! - Hermione levantou rapidamente - EXPELLIARMUS!
A varinha do bruxo voou, surpreso, ele olhou para Hermione, furioso se preparou para saltar, mas Harry foi mais rápido:
- ESTUPEFAÇA! - gritou levantando
Ele caiu inconsciente...Imediatamente os bruxos mascarados apontaram suas varinhas:
- Abaixem suas varinhas ou ele nunca mais vai acordar! - gritou Harry - Vamos!
Relutantemente eles abaixaram...Era claro que não se importavam com o membro caído, mas por alguma razão eles o fizeram do mesmo jeito.
- Hermione...Liberte os agentes...
Ele observou um a um levantarem e ajudarem Hermione a libertar o resto dos convidados...Então se virou para o bruxo desacordado...Se abaixou, ia retirar a máscara...Estava estendendo sua mão, quando os olhos dele se abriram por detrás da máscara, ele agarrou o braço de Harry:
- Adeus, Sr.Potter...Logo nos veremos de novo...HICEVADUS!
Já não havia ninguém segurando seu braço...Harry, ainda surpreso, olhou para os lados o procurando, mas ele e os outros bruxos mascarados haviam sumido assim como suas varinhas.
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Hermione colocou seus sapatos novamente...Respirou fundo, ainda confusa com os eventos de duas horas atrás...Estava sentada na cozinha da Toca, tentado acalmar uma senhora de idade, ainda muito abalada:
- Está tudo bem agora, sra.Rigg...Eles já foram.
A senhora caiu em lágrimas pela décima vez:
- Oh...Por Merlin...Por todas as estrelas! Oh!
Hermione suspirou...Seu nervosismo era compreensível, mas já fazia duas horas que ela estava chorando!
- Acalme-se, senhora. Tudo está bem agora, certo? - era Harry falando.
De nada adiantou por um instante, mas Rigg levantou o rosto, viu a cicatriz e seu choro diminui até chegar a soluços fracos. Hermione lhe deu mais um chá de ervas e então ela e Harry foram para o jardim ver como estavam todos.
Os Weasley estavam acalmando todos os convidados que conseguiam...A Sra.Weasley ainda muito nervosa, se por medo ou raiva, Hermione não sabia, consolava suas amigas, que faziam o mesmo com ela. O sr.Weasley conversava com alguns agentes, que pediam desculpas a cada segundo. Carlinhos e sua esposa conversavam com suas duas assustadas filhas...Já Gui consolava uma linda moça, os dois já pareciam muito mais calmos para Hermione. Percy estava conversando com dois ilustres bruxos do Ministério, tentando esconder o ferimento no ombro. Jorge e Fred tinham sido encarregados, e com muito prazer, de alegrar os filhos e filhas dos convidados...E estavam fazendo isso muito bem, dando doces e fazendo brincadeiras.
Muitos convidados já haviam ido embora, mas os mais próximos dos Weasley estavam ajudando no que podiam, como Harry e Hermione.
O ministério havia sido informado e grupo do departamento de Acidentes Mágicos e um grupo de Clemetores* do Hospital St.Mungus já estavam cuidando dos feridos.
Hermione ainda se perguntava o que havia acontecido...Sua primeira dúvida era, como...Como todos aqueles bruxos haviam entrado sem usar o mesmo meio que ela? Claramente não tinham saído da lareira. Hermione olhou para Raymond, que estava conversando com outros agentes:
- Harry, será que devemos perguntar...
- Eu estava pensando na mesma coisa.
Os dois se aproximaram, assim que o fizeram um dos agentes foi ao encontro deles:
- Não sabemos como agradecer a ajuda de vocês dois. Todos estamos incrivelmente gratos...Não tínhamos como sair daquela situação...Se não fosse sua reação rápida, sr.Potter, com certeza haveria mais feridos.
- Ninguém poderia saber como se libertar daquele feitiço, se não fosse por Hermione...
O agente suspirou:
- É verdade, e isso é um ponto muito sério. Se feitiços em teste estão...Bem...Caindo nas mãos de nossos inimigos...Não teremos chance. - ele se virou para Hermione - Espere por grandes dores de cabeça quando for para o trabalho, Sra. Granger...O Ministro está terrivelmente irritado com esse...Hmm...Deslize.
Hermione ficou rubra. Mas se isso não impediu que tirasse suas dúvidas a limpo:
- O senhor sabe como eles conseguiram entrar?
O agente ficou em silêncio por alguns segundos, depois se virou para seus companheiros e chamou um deles:
- Esse é Terrence, ele está encarregado desse assunto...Ah...Que rude da minha parte. Sou Conor Connell, encarregado do Esquadrão 873.
Harry e Hermione apertaram a mão de Conor e viraram para Terrence:
- Não temos ainda certeza, mas ao que parece eles usaram os PATs contra nós, e com isso nos impediram de sair e chamar ajuda...Tudo indica que foi com o uso de um feitiço desconhecido que se aproveita dessa falha do PAT para entrar...Nós sabemos qual seria esse nem como funcionaria...Ainda.
Connor interrompeu:
- Parece que é mais um problema para a Comissão de Feitiços Experimentais.
Hermione rolou os olhos para cima...
- E o homem que eles levaram? Quem era? - perguntou Harry,
- Dermont Lennan, ex auror, agora trabalha na prisão de Azkaban. Sua mulher e filhos estão sendo atendidos nesse momento. Parece que eles e Dermont foram encurralados dentro na casa dos Weasley. É provável que ele tenha sido o alvo de toda a operação. - respondeu Conor.
- Então esse é o grupo que vem capturado bruxos?
Conor estava claramente surpreso com a pergunta de Harry, mas se recompôs:
- Não creio que os desaparecimentos dos últimos meses tenham a ver com o que ocorreu hoje, já que os seqüestradores não fizeram nada para esconder suas ações. E graças a isso, não há duvida que logo capturaremos todos. - respondeu irritado.
Dessa vez foi Harry que rolou os olhos para cima. Hermione pouco sabia desses desaparecimentos, já que o ministério vinha colocando panos quentes na história desde o começo, o que a levou a questionar a pergunta de Harry. Mas ela guardou suas perguntas para quando estivesse a sós com ele.
Terrence comentou depois que era possível que os PATs fossem impedidos de serem usados até que a falha fosse descoberta. Com isso Hermione e Harry agradeceram os dois agentes e foram conversar em outro lugar:
- Harry, você acha mesmo que o que houve hoje tem haver com esses desaparecimentos? O modo de agir desses bruxos com certeza não tem nada parecido com o que li no Profeta Diário.
- Pode parecer loucura, mas tenho certeza. E afinal, como vamos saber se o Profeta diz a verdade? Quem sabe o que realmente aconteceu, o ministério deve estar escondendo muito...Depois que conversei com aquele rapaz, Raymond...Percebi que eles estão fazendo de tudo para parecer algo simples.
Ela assentiu.
- Eu percebi...O que eles publicaram no Profeta Diário, era tão pouco...Fiquei intrigada...Mas... - ela se sentia culpada, e não queria admitir...Mas... - Ultimamente tenho outras coisas na minha mente...
Harry olhou preocupado...Ela sabia o que ele pensava. Ela sabia porque ela mesma pensava aquilo naquele momento...“O que houve com Hermione? Não há muito tempo, ela era a primeira a suspeitar de algo... A primeira a resolver... A primeira”.
- Hermione...Não se sinta culpada afinal, quem iria imaginar que perigo voltasse a alcançar nossos calcanhares? - sorriu Harry. - O que precisamos nos concentrar agora é descobrir quem são esses bruxos e o que eles querem. - ele parou por um segundo
- Se você estiver certo, porque não seqüestrar Dermont como fizeram com os outros? Eles teriam que estar desesperados.
Harry olhou para cima...Hermione fez o mesmo, não sabia o porquê do interesse repentino dele pelo céu, já que nem havia nuvens, apenas a lua cheia e brilhante. Depois de um tempo ele respondeu:
- Então pode ser tarde demais... - ele suspirou
Hermione não concordou com o pessimismo:
- Harry, estamos todos cansados...É inútil ficarmos gastando o que resta das nossas energias com perguntas. É melhor irmos descansar e amanhã vamos pensar em alguma coisa...
- Você tem razão.
- Você vai dormir na Toca?
- Não. Não quero dar mais trabalho para eles, vou ficar em um hotel aqui por perto, e amanhã decido o que faço depois.
Harry não tinha casa ou apartamento, Hermione achava isso o cúmulo, mas ele sempre afirmou que era desnecessário. Desde que a antiga casa que morava há alguns anos, havia sido destruída por uma nada agradável visita, ele não queria comprar outra...Mas aquela não era uma história para ser lembrada* naquele momento.
- Se você prefere assim...Amanhã nos encontraremos e vamos conversar com mais calma sobre isso.
Os dois se despediram dos Weasley e mais alguns conhecidos que ainda estavam por lá. Hermione pegou a pasta da Comissão e acompanhou Harry até o hotel que ficava em vilarejo trouxa, depois foi para um beco vaziou e apartou para sua casa.
Ao entrar na sua sala ela deixou se cair no sofá...Fechou os olhos...Estava realmente muito cansada...
“Vitor! O que você faz aqui?”
“Eu prreciso te dizerr algo....Meus pais forram capturrados, ecstou parrtindo parra salva-los”
Lágrimas escorriam pelo rosto de Hermione
“Eu...Tome cuidado...” ela queria dizer mais...
“Adeus...” Ele beijou sua bochecha molhada.
E assim Vítor saiu da sua vida, para nunca mais voltar. Ela ficou parada na porta da biblioteca, soluçando...Até que Rony apareceu:
“Você não devia ter deixado ele ir...”.
“Eu não tenho esse direito, Rony...Os pais dele estão nas mãos de Comensais...”
“Besteira! O que ele pode fazer? Nada!”
“Você deixaria seus pais morrerem?” Perguntou indignada.
Rony não respondeu.
“Deixaria, Rony?”.
“É claro que não...” Ele suspirou “Mas você não ficaria assim se eu fosse embora... É por isso que você não devia ter deixado ele ir, agora é tarde demais...”
Rony nunca entendeu...Nunca. Vítor Krum tinha sido alguém que a apoiava e tinha as mesmas opiniões que ela. Tinha sido seu amigo. Por que ele nunca tinha percebido isso?
Ela abriu seus olhos devagar se perguntando quanto tempo tinha dormido...Olhou para o teto, respirou fundo...Estava realmente muito cansada e sonhar com aquilo não ajudava nem um pouco...
Hermione levantou e foi fechar a janela da sala para depois se deitar, mas...Resolveu olhar para seu jardim na escuridão...Vaga-lumes iam e viam, um ou dois gnomos espiavam de suas tocas, Hermione fizera de tudo para se livrar deles, mas essa era a sina de casas mágicas sem elfos-domésticos. Uma brisa gelada esfriou sua espinha até o último osso. Ela fechou a janela, convencida de que ficaria mais aquecida...Estava errada, ao se virar, sentiu a temperatura cair...A porta de seu quarto até então fechada, abriu lentamente rangendo.
- Bichento?
O miado não veio.
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- O senhor gostaria de um quarto com janelas? - perguntou o hoteleiro.
- Seria ótimo.
- Então deixe me levar sua mala para cima, certo? O senhor me acompanhe.
O homem pegou a mala de Harry com certa dificuldade e os dois subiram as escadas estreitas do pequeno Hotel do Capitão. Os móveis de madeira, as janelas rústicas, as paredes cheias de quadros de paisagens combinavam com o resto da vila trouxa, um lugar simples com poucas casas e um pub.
- Aqui está...Não é muito, mas creio que o senhor vai ficar muito confortável - disse o hoteleiro enquanto abria a porta do pequeno quarto.
- Está ótimo, obrigada.
- Vou deixar a mala aqui... - ele colocou-a atrás da porta - Bem, nós não servimos café da manhã, mas o pub da esquina tem uma ótima cerveja. Se você quiser eu posso acordar o senhor na hora que preferir.
- Não será necessário, eu não tenho horário para acordar. - sorriu Harry.
O homem entregou a chave do quarto, desejou uma boa noite para Harry e foi embora. Assim que o fez, Harry abriu sua mala em cima da antiga cama e pegou seu pijama listrado, feito especialmente para ele, um presente de Natal da sra.Weasley, vestiu e se deitou. Logo estava dormindo.
“Dormiu bem?” disse Harry escondendo sua raiva.
“Sim... E você?” ele respondeu calmamente
“Nem um pouco, um rato fez muito barulho, sabe?”
“Desde quando você é sarcástico Harry?”
“Desde que você mentiu para mim”
“Do que está falando?”
“Aonde você foi ontem a noite então?”
“Eu...Fiquei pensando perto do lago...”
“Ficou é? Hermione me contou uma versão diferente...”
“Olha Harry eu não sei aonde você quer chegar mas...”
“Cale a boca!”
Ele ficou totalmente sem ação. Harry pegou sua varinha e apontou:
“Eu devia te matar aqui mesmo...”
Ele não respondeu, parecia estar pronto para morrer.
“Como você... pôde?!” Harry já estava gritando “Me diga...o que Voldemort prometeu a você? Riquezas? FAMA? Ou quem sabe UMA CICATRIZ?!
Harry apontava a varinha para sua testa:
“Vamos ver se você ganha uma agora mesmo...”
“O Lord das Trevas é meu mestre, minha vida está nas mãos dele e de ninguém mais. Me matando você só torna o poder dele maior.”
Harry cuspiu na cara traidora. Sua mão tremia de tanta força que aplicava para segurar a varinha.
Harry queria mata-lo, queria vê-lo caindo no chão. Mas não teve coragem...
“Eu devia....Eu devia te matar...” lentamente ele abaixou sua varinha.”Mas não vou.”
Rony olhou para ele, surpreso... Mas não aliviado.
“Vá embora daqui... Eu sei que vou me arrepender... Mas vá. Se eu ver você perto de Hermione...Nunca mais volte...OUVIU? NUNCA!”
“Não é meu desejo voltar... Só lhe aviso: é tarde demais para nós dois.”
E ele partiu. Mas Harry não ficou a sós:
“Justo agora que eu estava começando a me divertir...” uma voz ecoou pelo local.
“Malfoy? Aonde você está?”
Ele apontou a varinha para de onde a voz parecia vir
“É tão divertido... Parece que o Weasley não tem capacidade para nada mesmo... Nem enganar vocês ele conseguiu..Olha eu estava até achando que ele ia dar um bom Comensal...Mas vejam só...Hehehe...”
“Cuidado Malfoy, a Ordem vai capturar você se ficar passeando por Hogwarts assim”
“Eu duvido, Potter... Eu duvido...Sua Ordem é tão fraca que nem ao menos SABE o que eu sou! Não é uma delicia?”
“Sempre o covarde de sempre, não? Se escondendo nos buracos mais escuros e sujos. Algum dia você ainda vai ter que sair, e eu vou estar bem na sua frente quando isso acontecer...”
A risada de Malfoy ecoou;
“Seu amiguinho aí já trai você por meses e você precisou de uma sangue-ruim para descobrir? Eu acho que não Potter, você nunca vai me pegar...”
“Veremos”
Não houve resposta, Malfoy tinha voltado para o esgoto de onde viera.
Harry acordou suando...Antes mesmo de pegar seus óculos, ele procurou sua varinha.
- Maldição... - ele se acalmou e colocou a varinha no criado-mudo
Ele passou a mão no seu cabelo despenteado e molhado, nas últimas semanas era só nisso que sonhava...Era irritante...Ele tinha esperanças que quando voltasse para a Inglaterra eles parariam, mas pelo visto estava errado.
Harry estava se sentido um caco...Não só tinha que agüentar tensão e preocupação durante o dia tinha que sonhar com aquilo também?
Ele não sabia o que o irritava mais...Se a última conversa que teve com Ronald, ou o fato que nunca tinha pegado Malfoy...A doninha ainda está livre e com todo o luxo herdado de seu pai. Tudo naquele maldito sonho o irritava. Já tinha tentando várias poções, até tentou falar com uma vidente, para ver o quanto ele estava desesperado, mas a mulher só anunciava a sua morte a cada linha da sua mão.
Ele olhou para a janela...O sol ainda não havia nascido, mas a paisagem já estava suavemente iluminada...Harry trocou de roupa, decidido a esquecer o sonho...Não ia dar o dar o gosto nem a Ronald e muito menos para Malfoy...”Eles não vão me atormentar”. Ele pegou sua varinha e colocou no bolso.
Assim que desceu cumprimentou o dono do hotel e perguntou como chegava ao pub do vilarejo:
- Ah, é bem simples...O senhor ande até a casa de dois andares do outro lado da rua, depois é só seguir em frente até ver a placa do pub. O nome é “O Degolado”, todo mundo vai lá, até uns estranhos, sabe? Gente com roupas estranhas que não falam nada com nada. O serviço é ótimo.
- Muito obrigado.
E Harry fez como o homem lhe falara, não demorou nem dez minutos e já estava na frente do O Degolado. Era um típico pub trouxa, se não fosse pelo fato que não era um pub trouxa. O hoteleiro estava certo, havia muitas pessoas “estranhas” lá dentro, Harry podia ver pelas janelas de vidros amarelos. Eram todos bruxos, vestidos como bruxos, agindo como bruxos...Harry estava até surpreso por eles não estarem lançando feitiços.
Ele entrou e foi recebido com olhares desconfiados, mas logo que bateu os olhos na primeira pessoa o clima mudou totalmente, Neville Longbottom estava tomando uma bela cerveja amanteigada e no momento que viu Harry quase derrubou tudo quando se levantou para cumprimenta-lo:
- Harry! O que faz aqui há essa hora? Pesadelos? - perguntou brincando.
- Você não podia estar mais certo, Neville.
- Sente aqui...Eu pago uma cerveja amanteigada para você... - Harry sentou ao lado dele - Nunca vi elas tão gostosas, Harry...Esse pub é um achado!
- Pelo jeito não é um simples pub trouxa em um simples vilarejo trouxa, estou certo?
- Quase. Este é um vilarejo trouxa, mas o pub é mágico até a ultima tábua do chão. Graças aos Weasley...Ou melhor, aos ancestrais deles. Os trouxas não tem idéia, claro. Mas aquele sentimento de “algo está errado aqui” é comum.
- E o que você faz aqui?
- Nada, na verdade. Me disseram para esperar aqui...
- Quem?
- Ah, ninguém de importância.
Harry olhou desconfiado para a cara arredondada de Neville enquanto ele tomava mais um gole de cerveja:
- Terrível tudo que aconteceu hoje não? - perguntou Neville, obviamente tentando mudar de assunto.
- Sim...Espero que Ministério resolva tudo.
Neville riu:
- O ministério? Eles sempre chegam atrasados e quando chegam fingem que não vem...Você mesmo devia saber disso.
- Quem você acha que são esses bruxos?
- Acho que são loucos. Não faço idéia do que querem...E parece que ninguém faz. - Neville olhou o relógio preso na parede - Hmm...Eu acho melhor ir.
- Você não estava esperando alguém?
- É...Mas, parece que se atrasou, e eu tenho mais o que fazer.
- Se você diz.
Ele estava agindo muito estranhamente...:
- Ah e Harry, minha avô sempre dizia, pesadelos só vão quando a gente resolve nossos problemas. Quem sabe isso ajude você...
Harry observou Neville levantar bruscamente e ir embora deixando metade da cerveja amanteigada e a conta, que acabou ficando para Harry.
Depois do rápido e, um tanto bizarro, encontro, Harry continuou a beber sua cerveja e acabou planejando seu dia. Sabia que Hermione só poderia conversar na hora do almoço, portanto enquanto durante a manhã ia visitar uma certa pessoa no Ministério, tentar descobrir o máximo que podia sobre os recentes acontecimentos.
Logo que terminou sua bebida Harry pagou e saiu do pub...Ao sair, porém, acabou esbarrando em algo...Não em alguém...Em Draco Malfoy:
- Sai da frente. - ele resmungou, claramente não tinha percebido com quem falava.
Harry ignorou...Estava mais interessado em ver para onde Malfoy ia do que no que ele falava. Assim que saiu do caminho da doninha, ela entrou no pub. Harry roeu-se de curiosidade em saber o porquê da pressa de Malfoy, mas achou melhor se concentrar em cumprir o planejado, e, além disso, qualquer desculpa para não ouvir aquela voz irritante de novo, era uma boa desculpa.
Ele então decidiu voltar para o hotel, ia chamar Edwiges para mandar um aviso para que seu amigo estivesse pronto quando chegasse.
No meio do caminho de volta, porém, Harry teve novamente a sensação de que estava sendo observado, desta vez ele não duvidou...Parou perto de um beco e fingiu estar limpando os óculos. Assim que o fez pode ouvir claramente passos...Cada vez mais próximos...Até que sentiu uma varinha no seu pescoço:
- Eu não falei que íamos nos encontrar de novo, Potter?
Harry não virou para ver quem era, apenas deslizou sua mão devagar até o bolso de sua camisa a procura de sua varinha.
- Sabe...é incrível como é tão fácil capturar vocês seus idiotas. Nem dão trabalho, nem ao menos tem a chance, talvez. Bem, chega de falar. Você vem conosco, sr.Potter. Sua presença é de grande valor para os nossos planos.
Harry segurou firme sua varinha...Estava esperando o momento certo:
- Veio sozinho ou continua covarde? - perguntou desafiadoramente Harry.
- Você só vai ficar sabendo se me atacar, Potter.
- Você que pediu.
Assim que se virou Harry, em um movimento rápido desarmou o bruxo, que continuava mascarado, sua varinha caiu no meio da rua. Temendo chamar atenção de trouxas Harry pulou para trás e entrou no beco com o bruxo o seguindo, Harry logo viu então que ele não estava só, haviam mais três mascarados com ele.
Harry agiu rápido:
- LUMINO! - Tudo a volta se iluminou cegando os quatro a sua frente.
Aproveitando a chance Harry apontou a varinha para um deles, e o estuporou. Mas o raio de luz tinha se esgotado e o bruxo sem varinha pegou a de seu companheiro e se juntou aos outros dois que já apontavam as suas para Harry.
- Onde está a sangue-ruim agora, Potter? Ah...É mesmo!...Ela está na mesma situação que você - ele riu alto
O coração de Harry deu um salto. Hermione estava correndo perigo! Tinha que sair daquela situação o mais rápido possível, ou em poucos segundos ele iria ser mais um desaparecido. Olhou rapidamente a sua volta procurando uma saída ia deixar que o ministério cuidasse dos trouxas depois. Havia algumas latas e atrás dele um muro de tijolo, nada que pudesse ajudar...A menos que...Ele apontou as varinhas para as latas de lixo:
- Mutocanis
Imediatamente elas se transformaram em pastores alemães que atacaram os bruxos, aproveitando ele os paralisou e transformou os cães de volta. Deixou apenas o “líder” sem varinha e o prensou contra a parede de tijolos:
- O que vocês fizeram com Hermione?! - Ele o segurou com firmeza - Vamos! Diga!
Ele não respondeu. Harry apontou a varinha para seu pescoço:
- Responda ou vai perder mais do que a varinha!
O bruxo riu.
- Você não teve coragem antes, porque teria agora?
O coração de Harry saltou novamente...Antes? Sua mão desocupada levantou para retirar a máscara...Mas quando ela tocou-a um choque o jogou ao chão perdendo sua varinha:
- Você realmente acha que seria tão fácil assim? - ele riu pegando sua varinha novamente - Amaldiçoada, só eu posso toca-la...Não é uma graça?
Enquanto se gabava Harry recuperou sua varinha, ainda caído apontou para ele, mas o bruxo totalmente ignorou, estava olhando assustado para algo atrás de Harry:
- Nos vemos em breve Potter - murmurou rapidamente antes de aparatar
Harry virou para a saída do beco...Ninguém.Estranho, mas não havia tempo para questionar a boa sorte, precisava ajudar Hermione.
*Clementor: Médico de emergência trata de ferimentos no local do acidente. Não vem preparado para doenças, azarações ou maldições.
* A casa de Harry: Destruída por uma visita nada agradável, nos tempos em que Harry ainda era um jogador de Quadribol...Essa história fica para uma outra fic...
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