O Segundo que determina
O Segundo que determina
por Ainsley Haynes
“Diga a Verdade, mas a diga devagar
o sucesso da fala Nisso repousa.
Luminosidade excessiva para nosso enfermo gozo
A Verdade é sempre poderosa surpresa.
Como à Criança o Raio se explica
para que ela possa sossegar,
A verdade deve dar-se aos poucos
Ou, a qualquer um, ela há de cegar”
- Emily Dickson, “Tell all the truth but tell it slant”
***
Estava de volta à isolada casa dos pais. Aquela casa... tão igual às outras da rua, que um dia fora destinada aos funcionários da próspera fábrica situada nos arredores. Por manifesto, a encontrara vazia, os Prince, ou – como eram conhecidos na comunidade bruxa – Snape, a haviam abandonado há alguns anos. Severus dela saíra quando seu último familiar – o pai – morrera. Entre as missões para o Lord das Trevas e suas atribuições como Mestre de Poções de Hogwarts, nunca perdera um segundo pensando no fim que se dera à velha casa; pelo menos até o ano anterior.
Porque ele voltara a ela. Voltara – sabendo que ali seria encontrado pelas duas irmãs Black que ainda viviam. A sala em que selara o Voto Inquebrável...O quarto em que se exilara e onde passara muitos dias desde aquela noite...
A maior parte de seus pertences haviam ficado na escola, mas o que importavam eles agora? O que necessitava para viver ainda poderia ser encontrado naquela antiga casa; comida... água... a capa e o capuz negro, essenciais para que se apresentasse ao Lord das Trevas. Precisava ele de algo mais para viver? Precisava ele viver?
Continuar existindo durante a guerra que nunca terminava. A pausa de onze anos não fora mais do que uma ilusão. O Lord das Trevas retornara exigindo muito mais do que obediência...
E não era o único. Dumbledore também lhe exigira mais que obediência. Exigira-lhe sangue frio; exigira-lhe coragem; exigira-lhe que agisse como um verdadeiro seguidor do Lord das Trevas, que ocultasse sua face de espião e cometesse um assassinato impiedoso.
A morte que exigira mais do que vontade para ser causada... que exigira lealdade. Lealdade e traição... duas palavras usadas para definir Severus Snape. Por lealdade a Dumbledore ele obedecera à súplica do Diretor. Por traição ao Lord das Trevas se atormentava tanto pelo ato cometido.
Traição no mais alto grau. Como um traidor era a forma que ele vivia agora. Erao propósito de sua vida. Espionar o Lord das Trevas. Trai-lo. Permitir que, assim, no segundo que determinaria o final da guerra, durante aquele silêncio que precedia o ato do assassinato que seria indubitavelmente atentado por Voldemort, Harry Potter tivesse a vantagem – tivesse a certeza de vitória.
A certeza de vitória – a forma de conquista. Isso que ele garantiria com seu trabalho de espião. Com sua traição. Com sua vida.
***
A/N: Essa fic eu tentei escrever meio que em um desafio à fic da minha beta querida, Lori (Lumack). A fic dela (cuja minha não chega aos pés) é o primeiro capítulo dessa, espero que tenham gostado... Se alguém se prestou a ler, por favor, se preste a deixar uma review, nem que seja para dizer "Peeves waz here" (rsrs)
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