O Começo do Fim



Capítulo 3- O Começo do Fim


Veja você onde é que o barco foi desaguar
A gente só queria um amor

O vestido branco roçou no chão, deslizou pelas escadas. Embora a cauda fosse bem longa, o vestido em si possuía pouco pano, um tomara-que-caia que acabava no meio das pernas. Todo bordado de borboletas, fora confeccionado pela própria Sra. Weasley, que não perderia a chance de fazer o vestido de noiva de sua única filha.

A sala com umas vinte e poucas pessoas parou totalmente para olhar a noiva entrar. Com o cabelo ruivo lindamente preso em cascata, maquiagem clara nos olhos e a boca carnuda revestida por um batom perolado que dava a impressão que os lábios dela estavam molhados. As mulheres olharam cobiçando o buquê de rosas vermelhas, tão vermelhas quanto o cabelo da noiva.

Harry estava parado no fim do tapete vermelho. Nervoso. Sorrindo. Ainda não acreditava que depois de tanto tempo, tantos desencontros, tantas brigas finalmente ele conseguira. Gina era sua. Dezessete anos depois de ver aquela menina agarrada à mãe na estação King’s Cross ele finalmente dividiria sua vida com a dela. Gina parou no fim da escada e o Sr. Weasley deu o braço a filha e começou a conduzi-la até o noivo. Quando chegaram até Harry o Sr. Weasley sorriu e lhe disse camaradamente:

-Por que eu entregaria minha filha a você? Você não conseguirá resgatá-la!

Ele tentou falar que não era verdade, mas Gina concordava com o pai e falava irritada com ele:

-Você sabe que não deveria fazer isso, Harry! Você sabe! Você não vai conseguir!

Ele acordou assustado, suando frio. Olhou para os lados e só viu Tonks almoçando calmamente.

-Tem tido muitos pesadelos, Harry? –perguntou ela gentilmente.

-Muitos. Nem tem adiantado tomar a poção para dormir sem sonhar.

-Vai dar tudo certo –disse ela.

O sol do meio-dia estava escaldante lá fora. Os preparativos estavam sendo feitos dentro do horário, parte das barracas estava desmontada, as varinhas estavam sendo verificadas quanto à eficiência, os Aurores estavam simulando duelos. Olhou para a própria mão, estava tremendo.

-Esse povo todo está sob as minhas ordens, e a vida deles está correndo perigo por minha causa. Eu não posso falhar, Tonks.

-Pense nela, o que Gina lhe diria nessa hora? –falou ela calmamente, tomando um gole de suco.

Duas mulheres entraram no refeitório e começaram a se servir. Harry puxou na memória uma situação tão tensa quanto a que passava: a 5ª e a 11ª Divisões unidas para destruir o Forte Negro. Isso foi uns oito anos atrás, pensou ele. Gina e ele estavam esperando a hora de invadir quando ela lhe disse algo nada reconfortante.

-Não me leve a mal, Harry... Mas eu queria pedir que não fizesse nada estúpido.

Tonks engasgou com a comida, ele deu um tapinha nas costas dela.

-O que você disse, Harry?

Ele riu vagamente.

-Isso é o Gina me disse há muito tempo, e provavelmente o que ela me diria numa situação dessas.

As duas mulheres o olharam um pouco mais simpáticas que o normal, rindo do que ele dissera. Tonks o olhava abismada.

-Ela realmente te disse isso?

-Disse sim, nós brigamos logo em seguida –falou ele rindo nostálgico.

-Bom –disse ela recolhendo seu prato- ouça o conselho dela... Siga o plano a risca, não faça nada estúpido.

-Ok.

Ele se levantou da mesa também, tinha que verificar com os próprios olhos se tudo estava indo bem. Do lado de fora os Aurores desilusionados trabalhavam desmontando parte a parte as barracas feitas de fios invisíveis. Era um trabalho muito duro mexer naquilo que não se via, por isso era um trabalho lento e delicado, afinal, não ainda era dia e não poderiam ficar visíveis, isso poderia atrapalhar tudo.

Olhou para os lados e viu os animais passando, era a primeira vez que os via. Eles estavam inquietos e era anormal que aparecessem por ali, ainda mais de dia.

“Estamos na ‘casa’ deles, e estamos fazendo muita bagunça. É normal que estejam vigiando o lugar...” pensou ele. Mas tinha que ter cuidado, se os animais percebiam, os Comensais podiam perceber isso também.

Ainda pensava nisso quando uma pousou no seu ombro, o despertando desses pensamentos. Olhou para o lado e viu através daquela longa barba e daquele nariz torto. Ele não conseguia ver Dumbledore direito, mas ele lhe parecia muito sério.

-Aconteceu algo?

-Acabei de enviar uma coruja para Neville, informei que devemos chegar nessa madrugada.

-Ah sim, bem pensado.

-Mandei que medibruxos estivessem a postos para atender os feridos. Disse que os Aurores devem estar a postos perto do Ministério e de lugares mágicos de mais evidencia, caso haja algum ataque não esperado.

Harry não disse nada, estava imaginando se seriam muitos feridos. Cada ferido seria um peso em sua consciência, e se por acaso houve ataque a lugares aí que ele nunca conseguiria dormir em paz, por mais que soubesse que precisava salvar Gina.

-Imagino se ele vai ficar aliviado ou atemorizado pelo prazo ter sido antecipado –disse Dumbledore- Creio que lidar com todos aqueles membros da Ordem alvoroçados pela nossa missão especial não deve ter sido fácil.

-Neville é corajoso e esperto. Ótimo membro. Deve ter controlado tudo muito bem.

-Nem tudo sai como deveria, Harry. Nem tudo pode ser controlado.

Harry olhou para o mestre.

-O que você quer dizer com isso?

-As vidas dessas pessoas estão na suas mãos, e nas minhas também, por estar te apoiando. Você está indo salvar Gina, mas caso Voldemort apareça, você sabe o que é mais importante. Não abandone essas pessoas.

-Eu não faria isso!

-Tenho certeza que não, mas é sempre bom pensar em outras hipóteses, justamente para evitar que elas aconteçam.

-Pode ficar tranqüilo quanto a isso. Eu sei o meu dever.

Dumbledore lhe deu um tapinha amigável no ombro e segui adiante, aparentemente estava injetando animo em todos os Aurores. A simples presença dele parecia acalmar muito dos mal-ânimos ali presentes. Sabia bem o que era isso, era assim que se sentia com Gina.

Olhou para aliança pensando na esposa, desejando que a noite chegasse logo para que tivesse nos braços novamente. Será que Gina ainda tinha a aliança com ela? Talvez os malditos Comensais tivessem tirado isso dela.

-Não importa, mando fazer outra.

-Manda fazer outra o quê, Harry?

Ele olhou para o lado e Tonks que passava uma maleta com doses de poções úteis num duelo. Ele pegou a mala e olhou de relance, parecia ter o suficiente para todos que estavam ali.

-Só estava pensando alto, Tonks.

Ele se sentou no chão e começou a conferir vagamente os tipos de poções.

-Revigorante, Cicatrizante... Onde está a Congela-Varinha? –perguntou ele vasculhando a bolsa- Aqui, achei. Mas tem muito pouco!

-É uma poção com ingredientes raros e ainda é muito difícil de fazer, além de tomar muito tempo. Não pudemos trazer um estoque grande.

-Se repartirmos igualmente entre todos os Aurores, nenhum deles terá o suficiente para realmente inativar a varinha de um oponente.

-Mas dá para danificar bastante.

Ele fez uma cara preocupada e continuou vasculhando. Ela o olhava quase com um afeto de mãe. Tonks conhecera Gina e ele quando ambos estavam na adolescência, vira o inico do namoro, acompanhara a dor dela quando Harry partira. E de alguns anos para cá, desde que eles se reencontraram ela também acompanhou a longa trajetória até finalmente reatarem o antigo romance. Lembrou-se do casamento deles, poucas pessoas estavam presentes, poucas pessoas para testemunhar um dos amores mais lindo que vira.

-Acha que a poção Miopia pode ajudar?

-Claro, tire os seus óculos e veja o que você é numa luta.

Ele riu e concordou com a cabeça.

“Eu faria o mesmo por Remo” pensou ela. “Contrariaria as ordens, mas faria de tudo para salvá-lo... Pena que eu não tive essa chance”.

-Acho que está tudo certo, Tonks –disse Harry se levantando e entregando a maleta para ela.

-Então vou começar a distribuição das doses individuais.

Ele concordou com a cabeça e se dirigiu para perto de umas barracas. Olhou uma vez mais para o Noroeste e seu coração bateu mais forte. Faltava pouco tempo.

Deus parece às vezes se esquecer

Quando eles finalmente foram embora ela suspirou levemente aliviada. A dor gritante não lhe permitia estar feliz, mas pelo menos o pior já passara.

“Por enquanto” admitiu resignada.

Ela olhou para fora da janela. Estava sozinha novamente. Durantes esses dias estava sentindo-se reconfortada por ter um ser vivo que não lhe fizesse mal por perto, mesmo que esse ser fosse uma coruja.

“Devem tê-la matado também. É como se qualquer vestígio de vida os incomodasse” pensou amargurada “Ainda mais que estava perto da tão preciosa prisioneira de guerra deles...”.

Uma lágrima involuntária escorreu pelo seu rosto. Por mais que tentasse desviar sua mente para qualquer outra coisa, a dor latente não a deixava descansar, não deixava esquecer o que aqueles monstros fizeram com ela durante as duas últimas horas. Acabaria enlouquecendo tal qual Frank e Alice Longbottom enlouqueceram nas mãos da Maldição Cruciatus.

Mas ela tinha de admitir, hoje havia sido muito pior que nos outros dias. Ainda que sempre parecesse pior, hoje ela tinha certeza que durou mais tempo e que eles estavam sentindo um prazer muito maior em vê-la se debater. Pareciam animados, realmente divertidos com tudo.

“Será que isso significa que algo de bom aconteceu a eles?”.

Não. Não podia ser, eles provavelmente iriam contar as “novidades” para ela, caso algo tivesse acontecido. Eles sempre gostavam de ver a aflição dela em relação a guerra.

“Mas se algo tiver acontecido realmente, ou estiver para acontecer?”.

Será que Harry estava bem? Será que ainda pensava nela, se ela estava viva ou morta?

“Eu gostaria que eu estivesse morta” pensou involuntariamente.

Já tinha perdido tanto, não lhe custava perder sua própria vida. Fechou os olhos e lembrou dum piquenique que fizera há muito tempo. Usava um vestido longo florido que ressaltava bem sua barriga enorme. Harry e ela haviam encontrado tempo entre as obrigações para poder tirar um tempo só para os dois.

Ela estava grávida de seis meses quando tivera uma tarde fenomenal, a despeito de tudo que acontecia no mundo mágico. Nunca mais tivera uma tarde como aquela e nunca mais teria.

“Eu perdi minha filha depois de esperá-la por nove meses, Rony e Mione perderam um bebê de dois meses contaminado por uma poção lançada no país através dos Comensais, Harry perdeu o afilhado... Por que eu não posso perder minha vida?”.

Quis chorar, mas seu organismo não produzia lágrimas, não havia água o suficiente para ser perdida assim tolamente. Sentiu-se ainda mais desgraçada.

Talvez fosse a hora de começar a reprogramar uma nova tentativa de suicídio.

Vai não fala isso por favor

Neville estava em reunião quando a carta apareceu trazida por Fawkes. Todos ficaram a encará-lo enquanto ele abria a carta e a lia, e a sua cara de surpresa não foi tão bem recebida pelos ali presentes.

-O que aconteceu, Sr. Longbottom? Más notícias? –perguntou Lady Florence.

-Acho que não, minha cara Lady –Neville olhou para todos e disse calmamente- Dumbledore está notificando que a volta foi antecipada, eles chegaram nesta madrugada, e Dumbledore espera que todo o Quartel General esteja organizado.

Neville fechou a pasta que estava a sua frente e olhou para a carta, olhando logo em seguida para os membros presentes à reunião.

-Aqui Dumbledore diz que todos os medibruxos possíveis deverão estar aqui para socorrer possíveis feridos. Fora isso somente alguns Aurores estarão aqui. Ele diz que quer que os Aurores se concentrem nos locais mágicos mais prováveis de se ocorrerem ataques.

A sala foi invadida por um burburinho, as pessoas cochichavam umas com as outras, inseguras do que a carta significava.

-Então Ginevra Potter realmente será resgatada? –perguntou uma mulher que ele se lembrava de ter visto uma ou duas vezes em sua vida.

-Não sei, a carta nada diz sobre o que eles fazem.

A mulher abriu a boca para voltar a falar, mas Neville a interrompeu.

-Acho que as ordens aqui são muito claras, cada um sabe sua função. Eu ficarei aqui, caso alguma outra ordem chegue, mas os outros Aurores deverão imediatamente começar a cumprir as ordens. Waters, você é o chefe dos Aurores, você designará para onde cada grupo de pessoas irá. Sem mais nada a declarar, está reunião está encerrada! Encerrada!

Ele saiu da sala de reuniões e foi direto a cozinha, precisava de um copo de’água. Dumbledore ultimamente só lhe mandava bombas! Aquelas pessoas estavam prestes a lhe engolir para obter informações que nem ele mesmo tinha.

Apoiou-se na mesa preocupado. Não era possível que a Ordem realmente ia resgatar Gina! Harry não percebia, mas estava fazendo a maior burrice da história, e o pior é que Dumbledore não lhe impedia! Era um absurdo, não era possível!

Tinha que avisar Luna. Saiu da cozinha e foi até o escritório, onde ela deveria estar. Ele deu um soco na mesa e desaparatou em sua casa. Encontrou-a ajeitando alguma coisa na bolsa, dava para ver que ela estava saindo, e que se ele chegasse minutos depois não a encontraria ali.

-QUAL É O SEU PROBLEMA?!

Luna continuou arrumando sua bolsa como se ele tivesse falando gentilmente ‘olá, meu amor’.

-O que você quer dizer?

Neville respirou fundo, tentando se controlar. Não podia descontar na esposa a raiva que estava sentindo.

-Você não pensa que está meio sumida das suas obrigações na Ordem?

-Esses dias têm sido calmos, então estou resolvendo uns problemas meus.

-Problemas seus, Luna, PODEM ESPERAR! A ORDEM NÃO!

-Meus problemas têm a ver com a Ordem, portanto não estou negligenciando minhas funções.

-Quais malditos problemas são esses que você resolve?

-Coisas minhas... Mas você parece preocupado, aconteceu alguma coisa? –disse ela na sua voz sonhadora de sempre.

-Eu estava em reunião quando recebi uma carta de Dumbledore...

Ela levantou os olhos para ele parecendo, pela primeira vez desde que ele chegara, preocupada.

-... ele mandou dizer que a volta foi antecipada, chegam hoje à noite...

Luna ficou paralisada.

-... ele mandou os medibruxos estarem preparados para socorrer possíveis feridos e...

Mas Luna não ouviu mais nada. Pegou sua bolsa e aparatou.

No quarto escuro ela olhou para a poção incompleta ao seu lado. Pegou o livro e verificou as instruções.

-Não tenho tempo para isso. O que eu vou fazer?

Foi no índice e observou os tópicos, seu dedo e seus olhos não encontraram nada que pudesse ajudá-la. Infelizmente ela sabia o que fazer. Uma lágrima rolou pelo seu rosto.

-Isso, não...

Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho
Prepara uma avenida que a gente vai passar

O som de um graveto se quebrando mostrava que aos poucos a Ordem estava tomando posição. Como o local estava protegido contra voar em vassouras, o único modo de locomover permanecendo incógnito era caminhar.

Tonks ia à frente do grupo, já fora ela que descobrira a localização da Masmorra Negra. Dumbledore ia ao lado dela, o fato de o maior mago de todos os tempos caminhar a frente fazia com que as pessoas se sentissem mais calmas. Harry ia atrás, cobrindo a retaguarda do grupo junto a outras pessoas.

-Vamos parar por aqui –disse Tonks.

As pessoas pararam e se jogaram no chão, exaustas. Harry olhou para cima e não viu nada, coisa estranha. “Está de noite, mas eu supostamente deveria ver uma parede negra enorme” pensou ele.

Harry passou pelas pessoas e parou ao lado da amiga, que assim como as outras pessoas, estava jogada no chão, parecendo bastante cansada.

-Por que nós paramos, Tonks? Eu não vejo a Masmorra.

Ela nem se mexeu, continuou largada no chão, sem dar muita confiança.
-Está a uns 50 metros, você não poderá ver a Masmorra até que esteja a uns 5 metros de distância. Tem vários feitiços que impedem que ela seja vista de longe –ela falava como se estivesse explicando algo óbvio a uma criança- E foi por isso que eu demorei a achá-la.
Harry não parecia satisfeito com a resposta.

-Então por que não paramos um pouco mais perto?

-Porque nós precisamos descansar e comer, e isso pode fazer eventuais barulhos. Não se esqueça que Gina também não pode saber que estamos aqui, ou os sentimentos dela poderiam nos entregar aos Comensais.

-Mas...

-Nós temos tempo, Harry! Até que eles venham ainda vai demorar pelo menos uma hora, e não pense que eles só ficam por ali uns 10 minutos... Cada um do grupo a tortura pelo tempo que quiser, os gritos dela são um show particular do qual eles não se cansam.

Harry concordou amargamente com a cabeça e saiu um pouco de perto, até agora evitara em pensar em Gina sendo torturada, mas a cada momento isso ficava mais difícil. Ele ficou mais para o fim do grupo e sentou-se no chão, e desde que se sentou ali, o tempo pareceu parar e voltar atrás, porque o momento nunca chegava.

Depois do lhe pareceu uma eternidade Tonks passou distribuindo a todos a ração que não só alimentaria, mas também revigoraria as forças, preparando para a batalha que não demoraria muito.

-Bom, temos alguns detalhes a ver -disse ela não muito alto, fazendo com que as pessoas ficassem mais perto dela para ouvir- O prédio não é muito alto, mas é o suficiente para que a gente não possa escalar ou coisa assim. Não há uma porta de entrada, lá dentro não há uma escada. É uma construção maciça feita para só uma pessoa, portanto só há uma cela que fica no topo. Ou seja, nós teremos que aparatar.

As pessoas se entreolharam.

-Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando –continuou ela- No exato momento em que nós entrarmos lá, os Comensais saberão o que está acontecendo. E daí então eles não demorarão muito para aparecer.

As pessoas concordaram com a cabeça, num misto de apreensão e irritação.

-Sendo assim –disse Harry, fazendo com que todas as cabeças se virassem para ele- eu terei que ir na frente, vou tirá-la dali o mais rápido e sairei do prédio com ela, e só voltarei quando ela estiver em um lugar seguro.

Não nenhuma reclamação sonora, mas ele sentia que os olhos de todos ali o recriminavam. “Não importa” pensou ele consigo. As pessoas provavelmente pensavam que ele estava tentando fugir, mas para salvar Gina ele deixava que os outros pensassem o que quisessem.

-Eu ficarei na retaguarda –disse Dumbledore, atraindo então as atenções para si- Impedirei que qualquer Comensal tente cercar o prédio, impedindo o retorno de vocês.

Isso pareceu acalmar um pouco os ânimos, tudo o que vinha de Dumbledore sempre acalmava as pessoas. “É bom que tenha alguém que pode acalmá-los” pensou Harry.

Segundos depois que Dumbledore terminou de falar um grito ecoou pela mata, fazendo com que os pássaros levantassem vôo.

-Começou –disse Tonks de modo fúnebre.

O coração de Harry estava se rasgando, ele colocou as mãos tapando os ouvidos, mas isso não adiantava, os gritos pareciam estar até mesmo dentro dele. Parecia absurdo a todos que mesmo com 50 metros de distância pudesse se ouvir tão bem. Destapou os ouvidos, deixaria que os gritos de Gina servissem de combustível para a raiva dele, impelindo-o a entrar naquele lugar e acabar com qualquer Comensal que aparecesse.

Olhou para os lados e viu que a reação das pessoas não era como ele esperava. Não estavam ligeiramente irritados ou enfadados. Estavam horrorizados. Parecia que a situação finalmente abrira os olhos deles para o pavor do que acontecia todos os dias. Depois de alguns minutos ele viu uma das mulheres caindo no chão, chorando. Ela trabalhara com Gina na 11ª Divisão, antes de Harry entrar lá. Aliás, era realmente o efeito que os gritos estavam causando, as pessoas pareciam lembrar da Gina que conheceram e deixarem de lado de quem ela era esposa.

Harry tomou um susto quando Amrs colocou a mão em seu ombro.

-É desumano –foi a única coisa que o Auror conseguiu lhe dizer.

Harry não fez nada, não concordou com a cabeça, não sorriu. Simplesmente não conseguia, estava dopado, sua mente tentava fugir para algum lugar do subconsciente para se esconder da situação.

Finalmente, depois do que não foi nem uma hora, mas lhe pareceu como se fosse várias, os gritos cessaram.

-Eles se foram –disse Tonks com a voz fraca- Cada um a postos.

Harry empunhou sua varinha com toda fúria possível. Chegara a hora.

Veja você quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder

O cortejo fúnebre tinha menos de dez pessoas. Luna, vestida de preto, seguia estranhamente conformada o caixão com o corpo do pai. Outras sete pessoas foram jornalistas do Pasquim, que durante anos compartilharam as idéias de seu pai. Quando o caixão começava a baixar uma ultima pessoa chegou, e as pessoas presentes notaram que a presença dela fez surgir um leve sorriso no rosto inexpressivo de Luna.

O funeral não durou muito, e assim que acabou as pessoas logo foram embora, cumprimentando brevemente a filha do defunto. Só depois que todas as pessoas saíram que Gina cumprimentou Luna.

-Quanto tempo, Luna. Sinto muito que a gente se reencontre justo nessa ocasião.

-Tudo bem, ele já estava velho. Velhos morrem.

Gina sorriu, Luna continuava com aquele jeito meio lunática de sempre.

-Quer ir ali tomar um café? Eu pago.

-Claro. Estou sabendo.

Gina levantou uma sobrancelha.

-Sabendo do quê?

-Que você não estava na Alemanha.

-Ah, isso. Pois é, pena que quando eu cheguei na 5ª Divisão você não estava mais lá, Harry me contou que você trabalhava lá.

-Harry, boa pessoa. Vocês estão juntos?

-Não. E nem estaremos mais.

Luna não disse nada, só balançou a cabeça, Gina riu desconfortável.

-Sem essa, pode parar com isso. Nós não temos mais volta.

-Por que não?

-Porque amor também acaba. O meu acabou.

-Você disse isso seis vezes antes de terminarem pela última vez.

-Bom então essa é a sétima. Sete é um bom número para enterrar um amor.

-Pode usar quantos números que você quiser, o que importa é o que vem depois que você diz isso.

-O que vem?

-A volta.

Gina decidiu mudar de assunto, nunca conseguiria convencer Luna.

-E você, estou vendo essa carinha mais feliz do que o normal?

-Neville e eu vamos nos casar.

Gina parou estupefata.

-Casar? –perguntou ela voltando a andar, já que Luna não parara.

-É. Vamos aproveitar o momento de paz, ele pode não durar muito.

-Eu nem sabia que vocês estavam namorando! Achei que tivessem terminado em Hogwarts e nunca mais voltado.

-Não voltamos. Semana passada ele me procurou, me pediu em casamento. Eu aceitei.

-Luna, não é assim que as coisas acontecem.

Luna parou de andar e olhou fundo nos olhos de Gina.

-É assim sim. Quando as pessoas se gostam, a quantidade de tempo que ficaram juntos não importa. Nós sabemos o que queremos. É isso. E é por isso que eu digo que você ainda vai voltar pra ele... É isso.

Ela secou as poucas lágrimas que rolavam pelo seu rosto. Eram grandes amigas, e em nome dessa amizade Luna estava fazendo que achava certo.

-Não são só velhos que morrem –disse para si tristemente.

Luna girou a maçaneta e entrou no quarto da filha. Neville estava fora e ela sairia. Sarah já tinha ido embora e Amy não poderia ficar sozinha.

-Amy, acorde.

A menina abriu com dificuldade os olhos, por causa da luz.

-O que foi? Está tarde.

-A senhorita está indo para A Toca.

A garota pulou da cama.

-Estou?

-Está.

Não foi necessário mais nenhuma palavra, a menina levantou-se rapidamente e vestiu-se, ficando pronta em menos de cinco minutos. Luna pegou a filha no colo e a carregou para a sala, parando em frente a lareira. Abriu o pote e jogou um pouco do pó-de-flu no fogo.

-A TOCA!

Segundos depois estavam parados na frente de Molly, Ronald e Hermione Weasley, todos eles com expressões bem carregadas.

-Boa noite.

-Isso são horas de aparecer? –perguntou Rony, com sua falta de sensibilidade de sempre.

-Rony! –disse a Sra. Weasley escovando Amy para retirar a fuligem- Olá Luna, está bem?

-Não.

A sinceridade de Luna, sua característica marcante, já não constrangia a matrona, ainda mais no dia que se passara.

-Está indo pro QG?- perguntou Hermione.

-Estou –mentiu ela, e virando-se para a Sra. Weasley continuou falando- Amy pode ficar aqui?

-Não precisa nem perguntar. Aqui é a casa dela.

A garota nem esperou que alguém lhe desse a ordem, saiu correndo em direção as escadas, indo diretamente para o quarto da amiga. Os quatro adultos ficaram olhando o lugar por onde a criança desaparecera.

-Que bom que as crianças não são afetadas por todo esse horror –disse Hermione.

-Em breve não será assim –pensou Luna em voz alta.

-O que você disse, Luna? –perguntou Hermione desconfiada.

-Nada.

Hermione ainda encarou Luna por alguns instantes. Então voltou a falar.

-Eles vão mesmo resgatar Gina?

-É o que parece –disse Luna numa voz com um leve toque de raiva e deboche.

-Perigoso –disse Rony.

-Burrice –disse Luna- Ela pode estar até morta, e eles se arriscando.

-Creio que Harry se informaria antes de dar um passo desses –disse a Sra. Weasley, visivelmente contrariada pelo modo que Luna falara do resgate da filha.

-Harry resgataria até mesmo o cadáver dela –disse Luna calmamente- Até mesmo as cinzas dela. Bom, eu não tenho tempo para conversas, estou indo.

Ela aparatou e iluminou o quarto. Caminhou em direção a uma boneca ruiva num canto da sala vazia e colocou um chumaço de cabelo castanhos dentro da boneca.

-Sinto muito, Gina. É melhor assim.

“Só espero que aja tempo para isso” pensou ela.

E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pro amor de tantas rugas não ter o seu lugar

Depois que os gritos cessaram Tonks começou a distribuir posições que circundavam a Masmorra. Assim que todos estavam em suas respectivas posições a mulher, hoje de cabelos castanhos, sorriu para Harry.

-É a sua vez, garoto –disse ela só com o mover dos lábios.

Harry suspirou fundo e aparatou.

Ela estava encolhida num canto da cela, debaixo dela uma pequena poça de sangue.
-Gina? –chamou ele enquanto se abaixava ao lado dela e a olhava.

Estava péssima. Mais parecia um cadáver do que qualquer outra coisa. Ele tocou o pulso dela e percebeu que ainda estava viva. Ainda. “Tenho que sair daqui logo” pensou.

Ele começou a levantá-la com todo o cuidado, começando pela cabeça, que ele imobilizou. Mas suas mãos estavam tremendo e seu coração batia tão rápido e tão forte que ele chegava a sentir uma dor. Estava com medo de machucá-la, mas não tinha tempo para lvá-la delicadamente.

Gina contorceu o rosto levemente, mas ele nem viu. Ela tinha a leve sensação de movimento, mas devia estar tendo alguma alucinação. Sentiu o vento passando por seus cabelos imundos e percebeu que estava fora do chão. Abriu os olhos com alguma dificuldade e levou alguns segundos para reconhecer o rosto que tanto amara. Brevemente pensou que podia estar delirando, como tantas vezes acontecera, mas a dor latente que estava sentindo por ser carregada não lhe deixava dúvida.

-Harry...?

Ele olhou e só então viu que ela abrira os olhos. Teve vontade de chorar, e de abraçá-la forte, mas sua mente lhe lembrava que tinha de sair dali logo.

-Você não devia... ter feito... isso.

-Shh, não fale, você está fraca.

Os outros Aurores aparataram na cela, alguns deles ficaram horrorizados com o estado dela.

-Mas eu estou... feliz. Feliz por ter ver... pelo menos mais uma vez.

-Pare de falar! –disse ele levantando-a inteiramente do chão e preparando-se para aparatar- Até porque falando assim isso parece uma despedida.

Ela esboçou o que seria um riso irônico.

-Ora, Harry. Ninguém sairá daqui... vivo.

Assim que ela terminou de falar os Comensais aparataram ali, e ele a abraçou forte, a despeito da dor que ela sentia e aparatou para fora da Masmorra.

-DUMBLEDORE! GINA ESTÁ COMIGO! –gritou ele para dentro da mata, na direção que o velho mestre deveria estar- VOCÊ TEM QUE TIRÁ-LA DAQUI, EU PRECISO VOLTAR.

Mas quando ele parou ele não viu somente Dumbledore, Draco Malfoy estava com ele. E para seu horror, Draco estava com o pé direito em cima da barriga do diretor, que parecia morto.

-Ora, ora Potter. Para salvar a mocinha, o herói perde seu maior aliado.

A cabeça de Harry girou, mas ele segurou Gina firme, tinha que dar um jeito de sair com ela dali.

-Vai abandonar aquelas pessoas, Potter? –sibilou Draco irônico- Vai abandonar os seus colegas? Vai deixar que eles morram tão indefesos quanto o velho?

“Isso está errado! Não posso abandoná-los” pensou ele. Mas então olhou para Gina, segurou-a forte e tentou aparatar.

Draco gargalhou macabramente.

-E assim termina o grande herói... FUGINDO! Ou melhor, TENTANDO FUGIR! É realmente uma honra, Potter, ficar vivo para poder presenciar o dia que você tentou correr da luta.

Harry continuou olhando fixamente para Gina, desfalecida em seus braços. Tinha que tirá-la dali.

-Não há como, Potter! Milord aplicou feitiços contra aparatação... O único lugar para o qual você pode ir é para dentro da Masmorra, onde ele está esperando você. Embora eu acho que ele que terá que vir aqui, porque você está pensando em fugir.

Voldemort estava ali, não podia fugir. A voz de Dumbledore ecoava em sua cabeça “caso Voldemort apareça, você sabe o que é mais importante. Não abandone essas pessoas”. Colocou Gina no chão. Tinha que lutar.

Abra a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu

Ela costurou a boneca e olhou para suas mãos, realmente faria isso?

O relógio bateu uma badalada.

-Primeiro o Cruciatus, Harry já deve estar lá, ele tem que ver que ela está morrendo para poder tirar todos dali.

Segunda badalada.

Ela ergueu a varinha em punho em direção a boneca.

-Você foi uma boa amiga, Gina. Cruciatus.

Harry e Draco assustaram quando Gina começou a gritar e a se contorcer. Harry olhou para Draco prestes a atacá-lo, mas viu que não fora ele que executara o feitiço.

-QUEM ESTÁ AÍ? –gritou Draco furioso- ELA É DE MILORD!

Luna encerrou o feitiço e Gina voltou a ficar quieta no chão. Luna empunhou a varinha e lançou outra maldição. Quinta badalada.

-Imperius.

Gina ficou de pé a despeito de sua perna mutilada e Harry e Draco continuaram a encará-la sem entender, até que Draco soltou um riso irônico.

-Alguém odeia sua mulher, Potter. Tem vodu pra cima dela. Alguém está controlando-a de longe.

O relógio batia a décima badalada quando a porta foi arremessada longe.

-SUA LOUCA!

Luna sentiu o soco na cara e o gosto de sangue na boca, olhou para o lado e viu que Hermione a encarava em fúria.

-Como você pôde?! –a voz dela não era mais do que um sussurro letal.

Luna se levantou e empunhou sua varinha.

-VOCÊ NÃO PERCEBE! HARRY ESTÁ JOGANDO TUDO PRO ALTO POR CAUSA DELA!

Hermione abaixou a cabeça por alguns segundos, o relógio bateu a décima segunda badalada. Meia-noite.

-Você é insana –disse ela com rancor- Estupefaça!

Luna caiu no chão ao mesmo tempo que Gina, quando o feitiço se desfez. Hermione pegou a boneca e lançou um feitiço, quebrando a Magia Negra. Então olhou para Luna caída no chão com um misto de ódio e pena.

-Sua tola, você devia saber que isso não daria certo. A Ordem rastreia Magia Negra.

Ao mesmo tempo que o relógio batia a décima segunda badalada Voldemort aparatou atrás de Harry e Draco. Ele olhou para o Comensal e sorriu, perto do que seria um sorriso de agradecimento.

-Bom trabalho, Draco. Saberei recompensar.

Draco fez uma reverencia.

-Estou as suas ordens, milord.

Mas Voldemort não olhava mais para Draco, seus olhos estavam fixos em Harry.

-Ora, ora Potter. E não é que você foi burro o bastante para tentar o resgate da sua querida ruivinha?

Harry olhou para Gina inconsciente no chão. Seu coração deu uma pontada, não podia ajudá-la mais.

Abra as cortinas para mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pro amor de tantas rugas não ter o seu lugar

Draco se afastou de perto dos dois, mas seus olhos primeiramente não enfocaram Harry ou Voldemort, ele olhava para Gina. “Alguém quebrou o encanto” percebeu.

-Potter, há muito tempo que eu estou esperando esta luta.

-Muito tempo mesmo, há 30 anos que eu existo, e nesses 30 anos eu te atrapalhei um bocado –respondeu ele sarcástico.

-E mesmo com suas intervenções eu não morri, eu não deixei de sobreviver a tudo.

-Bom, talvez isso esteja perto do fim.

Voldemort deu alguns poucos passos em direção a Harry que ficou parado, mas segurando a varinha fortemente.

Draco observava a luta um pouco afastado, olhou novamente para Gina e sorriu. Ela estava sendo muito útil para ele. Começou a andar vagarosamente em direção a ela, com cuidado para permanecer fora da vista de Harry e de Voldemort.

-Realmente, Potter, isso está perto do fim. Do seu fim.

-É o que veremos.

Voldemort fez um gesto rápido e cinco pequenas adagas voaram indo em direção ao punho de Harry, que largou a varinha no chão. Muito sangue começou a jorrar do punho ferido, devia ter algo nas lâminas das adagas, pois sua pele parecia estar sendo contaminada por algo.

-Devo lhe lembrar, Potter, que não esqueci que nossas varinhas são irmãs. Eu não me arriscaria a trocar a minha poderosa varinha, e tenho certeza que você não trocaria a sua, portanto eu tive que providenciar um truque trouxa para me livrar da sua varinha.

Harry começou a sentir falta de ar, olhou para sua mão mutilada e viu que ela estava roxa, e que as manchas se espalhavam ao longo do seu braço. Ele caiu de joelhos no chão.

Draco parou ao lado de Gina e sorriu. Assobiou alto e os dois bruxos olharam para ele. Voldemort sorriu e Harry ficou ainda mais pálido.

-Isso mesmo, Draco. Já me esquecia que antes de morrer Potter deve ver o fim da sua querida Gina.

Draco gargalhou.

-Deve mesmo, mas não creio que seja você a dar um fim nela, milord.

Voldemort viu o que estava para acontecer, e ele não podia permitir que isso. Ele deveria matar Gina Potter, não Draco. Harry também percebeu o que Draco ia fazer e reuniu todas as suas forças para se levantar e tentar impedir.

-AVADA KEDAVRA! –duas vozes gritaram em uníssono.

O corpo morto de Harry Potter caiu por cima do corpo também morto de Gina.

-Irônico, não? –disse Draco Malfoy com um sorriso maquiavélico- Ao correr para salvar a ruiva, Potter acabou servindo de escudo contra o seu feitiço, milord. É um final tão patético quanto ele mesmo era.

Voldemort se inflou de fúria.

-Potter está morto. Eu o matei –sibilou Voldemort- Mas o que deu na sua cabeça para pensar em me desobedecer e atrapalhar meus planos?

Voldemort só esperava uma resposta tola para começar o castigo que daria a Draco, mas Draco sorriu calmamente, se divertindo visivelmente com a situação.

-Ora, milord, por que eu obedeceria seus planos quando tenho os meus? E sabe de uma coisa? Você não está incluso na minha vida daqui pra frente.

-Ora...

-Você fez um bom trabalho, milord. Pode deixar que seu nome entrará nos livros de História do Professor Binns.

A noite foi cortada por grande clarão de luz.


Diz quem é maior que o amor
Me abraça forte agora
Que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além
Vão dizer que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
Vai cair


N/A: Bom, chegamos ao fim da guerra! O fim não foi muito feliz, eu sei, mas a fic continua! No próximo capítulo a fic vai para Hogwarts e tudo começa a se esclarecer (bem pouco, na verdade, rs). É a partir do próximo capítulo que realmente inspirado no filme Sociedade dos Heróis Mortos, esses três primeiros capítulos servem como base para a história, acontecem situações cruciais neles, as quais estão sutilmente escondidas, mas que no final se esclarecem! A música que aparece no capítulo ´1 'Conversa de Botas Batidas' dos Los Hermanos, se puderem ouvir, ouçam, porque é linda! Obrigada a todos que estão lendo, eu postei os 3 caps na mesma hora, então quero resenhas dos 3, viu? Bjusss, Asuka

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